quinta-feira, 30 de abril de 2020

Alguém que eu detesto - FÁTIMA HORTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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És feia mas atrais,
Sedutora, apaixonada, triste.
Crias sonhos, ilusões,
Fazes ver o que não existe.
Voas como os passarinhos,
Viajas como um viajante.
Percorres o mundo inteiro,
Julgas-te muito importante.

És má, cruel,
Vives para matar.
Quem cai nos teus braços,
Muito dificilmente se vai libertar.

Por tudo isto, eu digo o teu nome,
Esse nome que é muito feio.
Para que todos fujam sem demora,
Do teu encontro, do teu meio.
O teu nome é droga.

EM - GRÃOS DE AREIA - FÁTIMA HORTA - IN-FINITA

Som e poesia - CARLOS AUGUSTO MEDEIROS GÓES


LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Alto bem ouvido na alma retrata o sentido!
Refrão com rima fala a palavra e o caminho!
O balanço das árvores o vento traz a direção!
O som das cigarras me vem o zumbido!
O cheiro da chuva traz pró cerrado a esperança do novo
revivido!
O verde mais vivo!
O canto dos pássaros a vida nos campos, as estepes,
as pradarias, os vales mais curtidos!
O encanto se espalha, as certezas vão vindo!
As companhias, as palavras, a cultura no aprendizado
da vida nos traz as certezas de dias mais lindos!
O Old que bate como sino replicado me traz os sentidos!
Chega mais minha paz!
A vida é sentir, que remonta a arte do pintar,
do desenhar a clara sensação de um mundo vivido.

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Sorria - MANOEL BARBOSA


LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELO AUTOR
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Sorria!
Você está sendo filmado.
Quem diria?
Nesse instante você está sendo
mais uma das incontáveis estrelas
ou figurante em uma das inúmeras cenas
de um filme de ação da vida
de um sistema inseguro
de tantos cidadãos amedrontados.

Sorria!
Elas, as câmeras estão por todo lado.
Pois é!
Eu, você
e até quem ainda está para nascer
todos num mundo espionado.
Se não é o sonho que querias ver realizado
não importa, sorria
ou se preferir mergulhe na melancolia
mas você está sendo filmado.

EM - SANGUE E BLUES - MANOEL BARBOSA - EDIÇÃO DE AUTOR

Lisboa, 26 Março, 2010 - SEVERINO MOREIRA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA EDITORA
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Estrela minha, miminho meu,

Ontem soubeste do neoplasma no cerebelo,
mas sinto que o vais vencer:
importante-importante agora,
é saberes que te quero doar
este meu colo-abrigo
todo forrado a melosa candura:
candura em mimo temperada
e entrelaçada com fiapos de consolo.

Dou-te o meu colo
em total e pura entrega,
e verás, meu bem,
que em todas as horas difíceis
nele encontrarás
o conforto duma doce ternura:
ternura aveludada
e em meiguice tecida, sem cilada nem dolo.

Um beijo do teu avô

EM - POEMAS-CARTA A UM MENINO-LUZ - SEVERINO MOREIRA - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Inventei-me! - VÍTOR COSTEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Descobri a Lua,
descobri o mar,
descobri que as aves voam,
que a cerejeira dá flor,
que o azar não tem cor
e que as palavras magoam!
Descobri o Sol,
provei o sal,
arrepiei a pele,
expulsei a voz,
rodopiei em carrocel,
fiz-me casca de noz,
nau e caravela,
e, por fim,
desaguei em mim!
Descobri, então,
que nada tinha descoberto,
que tudo estava em aberto,
que nada do que eu sabia
estava certo,
que nada via,
nem longe, nem perto!
Descobri o mal,
descobri o bem!
Posso agora gritar:
– Para quê, um pai?
– Para quê, uma mãe?
– Acabo de me inventar:
sou nada, sou ninguém!

EM - DIAS DE ÁGUA E SAL - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

A rocha - CARLOS AUGUSTO MEDEIROS GÓES


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Vou fazer uma poesia para moça que um dia encantou
meu coração!
Não foi assim tão de repente, mas a mente do inocente
transformou sua razão!
Era o andado mais tranquilo, marcado pelo seu ritmo
parecendo uma canção!
Andando firme como a Rocha e de forma calorosa
invadiu minha visão!
Moça linda que o tempo se encarregou dela pra mim!
Faço agora a minha sina, minha Cachacinha querida me
embriaga com os encantos, pra qualquer canto que ando
só tenho uma direção!
É minha estrada traçada, plano de vôo aquecido,
a Cabocla que um dia marcará um pedaço de chão!
Saindo da minha vida, se esconde como trinca no partir
do coração!
É a fugida mais feliz daquela que o infeliz vai perder
sua razão!
Mas nas procuras que faço o mesmo caminho eu traço
pra compor nova canção!
Não fico no mundo parado, pois a cada caminho
que traço busco nova direção.

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Poesia - CLÁUDIA CAROLA

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Escrever o que a minha alma grita
Deixar rolar letras imensas no papel
O lápis frenético que tanto se agita
Sejam dores ácidas, sejam de mel
É na poesia que ergo a minha voz
É no rimar que a minha vida canto
Ora frágil como barco feito de noz
Ora forte que até a mim me espanto
Porque só sei escrever com sentimentos
Porque escrevo alegrias e os tormentos
E é na poesia que faço muito gosto
Para mim escrever é sempre uma paixão
Algo forte que me faz bater o coração
Deixando-me sempre um sorriso no rosto

EM - MARESIA DE POESIA - CLÁUDIA CAROLA - IN-FINITA

terça-feira, 28 de abril de 2020

Uma criança perguntou - RICARDO D MAR

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Uma criança perguntou a um velho, se aquele rio tão largo e tão
fundo poderia ser atravessado.
O velho focou-se nos olhos do menino e disse-lhe:
- Qualquer rio, qualquer obstáculo por maior e mais fundo que
seja pode ser sempre ultrapassado aos olhos de uma criança.
O impossível será um adulto que rejeite ser criança, ultrapassar
sonhos largos e fundos. Não deixes crescer os medos,
nem a ganância; sê sempre o rio...igual, grande e profundo.

EM - PARA LÁ DA PELE - RICARDO D MAR - IN-FINITA

Na noite - CARLA PIMENTA


LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Na calmaria bravia da lua
Uivos de dor quebram a monotonia...
Desce a noite...
Reina o mistério!...
Um odor a cansaço é rei e senhor.
Domínio pobre, fatigado na ponta de um cigarro.
Lua indiscreta espreita atrevida...
Pela janela aberta a ponta da minha vida!
Sussurros na noite, lamentos sofridos
Lágrimas de sangue e beijos atrevidos...
E na calmaria bravia da Lua...
Na noite de breu...
Sinto-me tua e meu corpo já não é meu!

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Memória de uma nostalgia - CELSO CORDEIRO

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Já anoitece,
e eu frente à Praia Nova
olho as luzes do molhe sul
e de permeio cruzo meu olhar
com esses vultos esculpidos
em memória da Tragédia do Mar
viva para sempre nas memórias
de muitos filhos desta terra
que outrora me viu nascer...

Toca o telefone,
e do outro lado
ouço a voz que aguardo
do eterno amigo/irmão
da adolescência para a vida,
que tem por nome e apelido
pseudónimo de Poeta Maior,
mas também ele é enorme
nos caminhos da poesia...

Assim finda uma breve nostalgia...

EM - VERSOS COM REVERSOS - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Em ti pensei - JORGE FERREIRA

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Numa fria madrugada, em ti pensei
Viajando no mistério dos teus olhos estremeci... corei
De repente senti um arrepio e não foi de frio...
Nostalgia... de certeza que sim
Nunca esqueci aquele belo dia,
Que na torre do meu castelo te avistei, cavaleiro errante...
Foi tão forte a emoção que sorri e chorei sem razão
Um sentimento real... num mundo feito de ilusão...
Tu olhaste-me, com o teu olhar lindo e penetrante
Deixei-me levar embalada pelo teu reflexo
Nesta terra de sonhos e de inspiração...
O sonho é lindo e não quero despertar
O meu coração abriu e deixei-te entrar...
Criaste em mim esta mulher apaixonada
E foi em ti que pensei, nesta fria madrugada...

EM - LÁGRIMAS EM PALAVRAS - JORGE FERREIRA - IN-FINITA

Deixa... - CARLA PIMENTA


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Deixa-me sentir saudades tuas até à exaustão...
e aí poderei partir...

Deixa-me recordar infinitamente o som da tua voz...
para que possa embalar-me no hora do adeus...

Deixa-me sentir o calor do teu abraço eternamente...
o gelo não cristalizará a minha alma...

Deixa-me lembrar a doçura do teu olhar...
será mais doce do outro lado...

Deixa-me querer uma última vez...
sabendo que a vida não nos pertence...

Deixa-me amar...
Amar ao som do mar... do nascer do sol...
Amar sem limites... sem princípio ou fim...
Apenas Amar...

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Os anjos - MARIA TERESA HORTA

Os anjos alados
da memória

com as suas asas
de pérgula
e medronho

a voarem noite dentro
pelo sonho

EM - EU SOU A MINHA POESIA - MARIA TERESA HORTA - D. QUIXOTE

Meu olhar teu - ANA COELHO e JOÃO DORDIO


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Cada vez mais o meu olhar se faz da tua alma
Preciso-te em caminho de paz e loucura
Porque o meu olhar vive desta contradição
Sim, ainda vive. Passado todo este tempo...
Levaste tudo, menos o meu olhar teu...

Levaste tudo sem remorsos meus
Deixaste o teu perfume na minha alma
A cada lágrima minha
A tua essência se aflora sem demora
Vives dentro de mim, és vida para lá da existência...

Meu olhar teu é pedra de riacho ou de calçada
Meu olhar teu é nascente e poente do que fica e não morre
Preciso do que levaste e ainda levas para desenhares
No meu rosto o caminho para os teus lábios
Porque os nossos beijos serão sempre a casa do meu olhar teu...

A alma viaja pelas nuances coloridas
Lembranças que sorriem nos teus lábios
Alegram todas as pontas soltas numa linha sem nos
A casa que é abrigo para os silêncios com beijos de ternura
Quando és ausência e a memória te tem presente
Um trilho que se distanciou
E agora no topo da montanha és o sol que sempre foste
A brilhar para lá das nuvens que são os desenhos
Construídos nos sonhos. Sem partidas!

EM - DUETOS DORDIANOS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

domingo, 26 de abril de 2020

Tanto que tenho - JOSÉ ALENTADO

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Na calçada fria dos corações perdidos,
Esquecidos de amor...
Quero partilhar a minha dádiva,
Não sou nascente que se esbanje,
Sou suficiente
Sou um pouco de tudo
E esse pouco é tanto que
Me afoga o ver-te sem nada...

Quero que sintas comigo,
O florir da partilha em ti
De coração perdido,
Fica com um pouco de mim
E não me digas obrigado, pois
Nada me deves, sacia a tua sede
De amar neste regato de água fresca
Que corre em mim

São corações sedentos de amor
Que me tornam farto
Do pouco que tenho

EM - A MINHA LARANJA ROMÃ - JOSÉ ALENTADO - IN-FINITA

Linhas pratas de tempo - CARLA OLIVEIRA ALVES


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Deslizo meus dedos
Entre meus cabelos
Diante do espelho
O que vejo?!
O Criador
Menino travesso
Com seu pincel de prata
Brincando de colorir
Minhas linhas
De tempo

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Silêncios - ANA MARTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Encontrei-me no silêncio.
Estranha sensação, nunca tinha acontecido.
Os meus silêncios sempre foram multidões
de pensamentos em constantes atropelos,
um constante diálogo, disfarçado de monólogo,
que irrompia pelo cérebro distraído em permanente
desassossego.
Encontrei-me lá, nesse silêncio vazio, vácuo de alma,
de ser...
Não consegui proferir palavra em pensamento.
Apenas um nada.
E ali estava eu, tentando renascer, tentando limpar todas
as tempestades de dor, todas as tormentas passadas.
Vi-me de fora para dentro, no som estridente do silêncio
agudo que me impedia de pensar, mas não de sentir.
Dó.
Nem Sol, nem Mi. Dó. Apenas Dó.
Dó de quem se perdeu no sentir e se encontrou no Nada,
ansiando por ser expulsa, novamente,
para o mundo de ruídos.
Não se morre para se renascer.
Apenas se tenta arrancar esse lodo de desenganos
e desilusões, incrustado e velho, num qualquer reencontro
com o passado, num silêncio rude.
Raspando, começa a reaparecer algo inaudível que grita
em manchas de sangue, sufocando e vomitando dores
irreais.
Agora, livre, tateio o ar e perscruto de novo os sons que
começam a surgir em melodias confusas de novo pensar.
Tenho de orquestrar os sons da minha vida.

EM - INEXPLICAVELMENTE - ANA MARTA - IN-FINITA

sábado, 25 de abril de 2020

Bando de gaivotas - FÁTIMA HORTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Vi!
Vi um bando de gaivotas,
Voando, voando.
No cais junto ao mar,
Apreciei o seu esforço,
Da luta pela vida e da rapidez,
Com que vinham na água pousar.
Como aquelas aves tão franzinas,
Delicadas, fortes e corajosas.
Sabem o que é amar.

Amam a vida,
Amam os seus filhotes.
Amam, amam sem se cansar.
Amam tudo o que as rodeia,
Amam o seu mundo,
Amam o mar.

Vi!
Vi um bando de gaivotas.
Dando-me força para a vida.
Tudo o que vi, foi surpresa.
Lutando pela vida, vi um bando de gaivotas.
Vi a força da natureza.

EM - GRÃOS DE AREIA - FÁTIMA HORTA - IN-FINITA

Contra o passo do tempo - CARLA OLIVEIRA ALVES


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Ando em recusa
À companhia ansiosa
Do passo do tempo

Caminho em paradas
Trilho demoras
Sinto o pisado e cada pisada

Meu passo é sem pressa
Sem segundos, minutos
Sem horas

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Poema para um amigo anónimo - DANIEL NOBRE MENDES

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Amigo distante ou de perto
O sol brilha à alegria de estares vivo
E rasgou as brumas densas da tristeza
A luz que olhas é música
A vibração que sentes é teu rumo
A liberdade que te beija é teu destino
A vida que te corre nos vasos é teu fogo
Amigo de perto ou de longe
Em qualquer canto gritas ou entoas a glória
Onde estiveres o sol já nasceu
E as escuridões já se tornaram dia rútilo
Sente-me como irmão
Companheiro fiel nesta madrugada
Onde estivermos cantaremos liberdade o ano todo
Sem pátrias sem lares com as estrelas
Nesta aventura da vida
Unidos como os elos que gotejam liberdade

EM - INSURREIÇÕES E LIRISMOS - DANIEL NOBRE MENDES - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Hoje, o teu dia existiu? - VÍTOR COSTEIRA

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O dia de hoje não existiu!
Antes de ter nascido dia,
o dia faliu
e eu, que tudo apostei nele,
fali com ele
e também eu não existi...
Há dias assim!
E tu?
Fala-me de ti...
que viagens fizeste hoje?
Onde te encontraste?
Que sol te aqueceu?
Que sorrisos te pintaram?
Quantas vezes leste vazios
nos olhares que te despiram?
O teu dia existiu?
E tu?

EM - DIAS DE ÁGUA E SAL - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

Para além daqui... - CARLA FÉLIX


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Existo para além daqui...
Aqui apenas um corpo
Uma alma andante
Despida de todo este mundo
Imundo
Cruelmente esculpido de arrogância
Existo para além das palavras
Onde o ser poético é esplendor
E a escrita território dos Deuses
Existo num tempo que não existe
Num mar que navego em segredo
Enquanto os versos surgem na mente
E completamente demente me sinto
Por ser mais do que um corpo
Neste navio sem rumo...

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Abre as asas - CLÁUDIA CAROLA

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A dor que no teu coração grita
Calamos com o eco do mar
Uma tempestade a levantar
A alma que se vê tão aflita
Nem sempre quem sorri não chora
Nem sempre tudo é uma maravilha
Às vezes a dor percorre uma milha
E derrota-nos sem dó... sem demora
Mas na vida tudo acontece assim
Há sempre uma razão desconhecida
E se algum dia te sentires perdida
Acredita, essa dor terá um dia fim
Promete-me somente jamais desistir
Por muito que chores, ainda que doa
Segue firme o teu sonho... perdoa!
Toda a dor que possas estar a sentir
Ergue-te mesmo com lágrimas no olhar
Age! Faz! Corre atrás do teu sonho
Acredita sempre em ti, num final risonho
Lança-te no viver, abre as asas e vai voar

EM - MARESIA DE POESIA - CLÁUDIA CAROLA - IN-FINITA

Sonho-te - JOÃO DORDIO e MILA FERREIRA


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Sonho-te
cada vez que te invento
cada vez que me tentas na ausência
quando me desnudas na inocência
Sonho-te onde o sol espreita
onde o meu corpo te anseia
onde os lábios permanecem quietos
Em todos os dias incertos
Sonho-te
quando me vestes com o teu sorriso
e me despes com o olhar
Permanecendo como anjo
de um amor infinito
No sonho existe o infinito... sempre existirá enquanto nós
sonharmos
reinventando o presente onde contigo tudo faz sentido mesmo que
em sonho.

Sonho-te
todas as vezes que te trago
todas as vezes em que ficas sem estar
quando me penetras sem me tocar
Sonho-te todas as noites
onde o meu corpo é o teu corpo
onde os meus lábios repousam nos teus
Em todos os dias e noites
Sonho-te
quando me cobres até com o teu respirar
e percorres o meu corpo sem excepção
Permaneces como uma sentinela
firme e hirta na sua função solene
No meu delírio... existirás sempre enquanto um de nós o desejar
reiniciando desejos e loucuras sem perceber onde termina o sonho.

Sonho-te
em cada amanhecer
em cada sedução
em cada despedida
Sonho-te
porque só querer-te é forte demais
porque amar-te é puro sentido
Sonho-te
porque nada foi em vão
quando num segundo disse não
e tudo foi um acaso
um acaso das nossas vidas
Permitindo-nos sonhar
e reviver cada amanhecer
cada olhar... cada sorriso
por isso te invento a cada dia
E no sonho estás sempre lá
dono e senhor dos meus desejos
e eu com mãos de pó
percorro teu corpo...
e num segundo acordo
deste sonho que não chega ao fim
permito-me sonhar sempre quando me entras no pensamento
e dou asas à imaginação...
Sonho-te

Todos os dias só são realmente dias quando te sonho desta forma
e todas as noites só são realmente noites quando te sonho desta
maneira.
Talvez por isso mesmo o sonho que contigo tenho seja
semelhante a tudo de ti... Tudo de ti com ou sem corpo
é optimo para sonhar-te...
Tu e eu
Sonhamo-nos

EM - DUETOS DORDIANOS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Cego por um mato que ainda não me matou... - RICARDO D MAR

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Cego por um mato que ainda não me matou...
O mar que um dia me acariciava os pés, levou-me os
calcanhares para as profundezas da saudade; ali caminho livre
de um triste existir, aqui.
Valem-me as árvores dançantes e as gaivotas que trazem
o cheiro a mar numa brisa quente.
O horizonte é agora um muro em frente a mim, nele as brechas
do tempo; ilumino-as em dias de nevoeiro para que nunca
esqueçam quem as marcou e não embatam no esquecimento de
me verem... ainda vivo. E se me amarem a tristeza, amar-lhes-ei
todas as cicatrizes.
Não lamento um passado, lamento sim, o tanto que iluminei
e ser eu o iluminado...

EM - PARA LÁ DA PELE - RICARDO D MAR - IN-FINITA

Mundo - CARLA FÉLIX


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Deixei o mundo partir
Dentro dos poemas
E um vazio se instalou
Nos olhos com que o vejo
Sinto as voltas perdidas
E um sumir fundido nas palavras
O eixo submisso
Os versos aflitos
Que fiz da poesia que curava a alma?
Hoje mata-me por dentro...

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Um irmão escolhido - CELSO CORDEIRO

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Era já em jovem perseverante
parceiro contido mas pertinente,
e eu, sendo bem mais exuberante
era também tão inconsequente.

Desde os tempos de escola
e até ao fim da adolescência,
a cumplicidade tornou-se a cola
que deu à amizade consistência.

Cada um seu caminho seguiria
já separados até pela geografia,
ele multiplicou laços de família
e eu os laços e famílias perdia.

Apesar de tod’o tempo passado,
e mesmo sendo tão desiguais,
estava o reencontro agendado
e marcado pelas redes sociais.

EM - VERSOS COM REVERSOS - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Palavras a dois - JORGE FERREIRA

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Amas-me?
Sim, muito!
Como me vês?
Vejo-te, em dois tempos!
Dois tempos?
Sim!
O meu tempo e o teu tempo!
Que bonito, amor!
Obrigado!
E tu, como me vês?
Vejo-te, de corpo e de Alma!
Gostei da tua resposta...
E o futuro?
O futuro é o que estiver escrito.
O resto são momentos.
São estados!
Ou simplesmente, vivências.
Se amanhã estiver vivo, e ver-te... serei feliz.
Oh, que lindo!
Amar, não é dizer que te amo!
É acontecer! E fazer para que cada dia o seja!
Ultrapassar as barreiras.
Saber que irá haver dias negros.
Apoiar quando estamos em baixo.
Dar a mão e saber caminhar.
E um dia bem velhinhos,
Dizermos em consonância.
Amo-te!

EM - LÁGRIMAS EM PALAVRAS - JORGE FERREIRA - IN-FINITA

Tristeza - CARLA F.


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Que triste estou
Porque estou triste?
Num sopro a vida se vai
E se vai quem faz falta
E não faz falta quem ficou.
Ou faz? Não sei...
De momento, não quero saber
Pois saber não me faz compreender,
Nem perceber porque acontece
E continuará a acontecer.
Pois, tudo acaba!
Num minuto tudo se vai
E alguém fica
Mas ficando também vai!

Que triste me sinto
E com pesar escrevo,
Palavras tristes
Porque é isto o luto,
Tudo tão desnecessário
Ou talvez não...
Nem sei que pensar.
Que não volte?
Mas volta!
Aconteceu, acontece
E acontecerá
Tudo de novo.
E nada novo será!

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

O mais lindo poema - JOAQUINA RAIMUNDO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA EDITORA
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Vou dizer-te, amor, o poema mais lindo
Que o meu coração conseguiu ditar,
Em rico vaso de fino cristal nascido
Na minha alma para te apaixonar.

É perfume, essência de rosa e jasmim,
Que cativa quem, como tu, sabe apreciar,
Foi criado por mim, para te encantar,
Amor, este poema perfumado que te fiz.

E olha, querido, como é linda e perfumada
Este forma poética, no modo de amar,
Com sedutores laços de amor apertada,

Mas não te esqueças que num poema, amor,
Está a sua beleza para se apreciar,
Como se aprecia uma linda e rara flor.

EM - AS PALAVRAS QUE SEMPRE TE DIREI - JOAQUINA RAIMUNDO - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Fluidez do tempo - ADRIANA MAYRINCK e JOÃO DORDIO

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Líquido é o tempo
que baila na cor rubra
da essência que absorvo
Embriaga-me
e na consciência absoluta
de que não o retenho
passo em descompasso

Lembranças de eras
Distantes
desfazem-se em ecos
tímidos e inaudíveis
de um lugar que se perdeu
na memória quase insana.

E depois ele flui e não pára
Em bailado comigo sempre embriagado
Com líquido ou sem líquido
Porque o tempo é indiferente à minha alucinação
E continua a fazer casinhas de rugas
Pelas ruas das faces dos humanos desumanos...

E depois ele flui ainda mais
Com o bailado a precisar de mais sala
Com o líquido a precisar de mais corpo
Porque o tempo é indiferente a limitações
E aos problemas dos humanos desumanos.
O bairro de casinhas de rugas é cada vez maior...

O olhar desfocado
a pele marcada pelas passagens
Esconde-se
por entre paredes de dores e êxtases
e o corpo reage
Insaciável, grita exigente
com lentidão e mais firmeza

O ser resiste à inexistência
do que vai além da concretude
e baila na fluidez, escoando por escadas e passarelas
Liberto
levitando pelo tempo que lhe resta

E desconhece.

Fui de um tempo teu
Sou ainda de um tempo nosso
O tempo levou e trouxe
Os corpos levam e trazem
Mas tudo fica na mesma
Ainda que tantas vezes desfocado
O resultado é a fluidez da alma

Por mais que me esconda
O corpo traz-me as rugas
Caminhos de histórias sempre nossas
A fluidez é puta insaciável
Ninfomaníaca que constrói mais caminhos

E recomeços.

EM - DUETOS DORDIANOS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 21 de abril de 2020

Celebração - JOÃO SEVIVAS

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA EDITORA
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Crista da onda e do galo
Celebração da pele que cobre
Pequeninas bocas transpiram o que outra come
Uma artéria desagua no ar e outra nos capilares
Uma chama faz-me arder em tudo aquilo que não calo
Um poro aberto ao fumo
Em que me incinero.

EM - POESIA 2020 - JOÃO SEVIVAS - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Nós! - CARLA F.


LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Memórias são como cicatrizes
Estão sempre connosco e permanecem
Claro que ambas são seletivas
Só as mais marcantes prevalecem

Destinam-se a nos relembrar o que de bom ou mau aconteceu
Quando as olhamos/recordamos, ou fazem sorrir ou chorar
Mas existiram e são apenas passado
Fazem-nos ser quem somos e nos diferenciar

O que aconteceu tinha de acontecer
Não sei se desta ou de outra maneira
Mas agora... apenas resta aprender com elas
E nunca esquecer que somos assim por tê-las

Oh! Memórias da minha mente
Oh! Cicatrizes do meu corpo
Amo e odeio algumas de vós
Mas eu e vocês... somos NÓS!

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Barquinho de papel - JOSÉ ALENTADO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Deu-me um abraço a saudade,
Na lembrança do menino brincando,
Quando chovia no verão e os regatos
Corriam pelas ruas e valetas, havia
Um cheirinho a pó molhado e o meu
Barquinho de papel navegando na
Corrente acabadinha de chegar,
Sem destino, correndo sem se afundar,
A meu lado rua abaixo, veloz,
Em competição com pequenas palhas
Secas que bailavam na regueira
Procurando um caminho desimpedido,
Navegável.

Que saudade eu tenho daquelas
Viagens de sonhos inacabados, sem
Destinos longínquos em mente,
Apenas e só um barquinho navegando
No rosto feliz de um menino
Brincando com água num dia de chuva,
Molhado de inocência

Hoje naveguei na minha nau catrineta,
Sem destino, inocente, voltei a
Sentir os pés molhados, por momentos,
Estive de mãos dadas com aquele regato de esperança,
Abracei-o e enroscado voltei a adormecer
No conforto sereno do seu abraço

EM - A MINHA LARANJA ROMÃ - JOSÉ ALENTADO - IN-FINITA

Vícios - ANA MARTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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O meu vício de desmantelar vícios corre-me por vício
como sangue bombeado pelo estímulo de me contrariar.
Tantos vícios desfiz, tantos construí.
A vida já é vício para quem não sabe viver e dá bengalas
para este mancar que é sobreviver.
Crio-os, mato-os, um após outro.
Desafio-os e provoco-os. Quanto mais enraizados
mais saborosos de sumir.
E depois? Que resta de mim?
Vícios nefastos que me consomem, que me constroem,
que me identificam.
Destruo-os a todos.
Fica apenas um vício. O vício.
Indestrutível, multiplica-se e preenche-me todos os poros.
Nem me atrevo a levantar os olhos, por medo de falhar.
Destruir esse vício é destruir quem sou.
Sou vício, montado de vícios, sustentado do Vício.
Desmontando vícios, construo outros vícios
que me impedem de chegar a beliscar
O Vício.

EM - INEXPLICAVELMENTE - ANA MARTA - IN-FINITA

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Lisboa, 21 Março, 2011 - SEVERINO MOREIRA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA EDITORA
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Estrela minha, miminho meu,

Junto incitamentos e resistências
para que as faça chegar a ti,
quando benévolo e terno me olhas
em silêncios-de-tantas-mensagens
de fracassos e embaraços...

Dou-me conta das emoções que encobres
com as roupagens de discrição,
e pedindo que juntes as tuas mãos às minhas,
penhoradamente convido-te
à sentida comunhão dos nossos abraços...

... não vacilemos! Caminhemos os dois, aqui e agora...
Os tempos vão sendo escassos,
e já nos ardem ansiedades e cansaços...

Um beijo do teu avô

EM - POEMAS-CARTA A UM MENINO-LUZ - SEVERINO MOREIRA - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Quem disse... - CARINA FORTUNA


LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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quem disse que a vida é um mar de rosas
que tudo é belo e sereno
a vida é um mar de espinhos
o primeiro beijo não dura para sempre
a primeira paixão é apenas a primeira ilusão
um rodopiar, empurrada pelo vento
nas tempestades da vida
quem disse que a vida é bela
a vida é o mais sublime convite
para um workshop intensivo
de como aprender a sofrer feliz
um conjunto de escolhas
onde é um privilégio
estar errada!
quem disse
disse que a vida é
um penoso amanhã

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Traineira pequena - FÁTIMA HORTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Sou traineira pequena,
Ajudo o meu dono nas fainas do mar.
Sou traineira velhinha, trabalhei muito,
Estou cansada.
Muita lágrima eu vi chorar.

Sou traineira pequena,
Já carreguei muita dor.
Muitos amigos eu deixei no mar.
Sou traineira velhinha.
Sou traineira saudade.
O meu fim está a chegar.

EM - GRÃOS DE AREIA - FÁTIMA HORTA - IN-FINITA

A hora é agora - MANOEL BARBOSA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELO AUTOR
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Vá à luta!
A hora é agora irmão
liberte-se e vá à luta
o momento é agora.

Pelo pedaço de pão
pelo pedaço de chão
vá à luta pela sua fração.

Se não quiser lutar
por tamanha conquista
lute ainda que seja
apenas pelo sonho
de conquistar o mundo.
Mas lute!

Então se fortaleça
e retome a luta
pelo pedaço de pão
pelo pedaço de chão
junto à sua pátria
junto com sua nação
mas vá à luta irmão
pela sua fração.

EM - SANGUE E BLUES - MANOEL BARBOSA - EDIÇÃO DE AUTOR

domingo, 19 de abril de 2020

Faz-me querer ficar - CARINA FORTUNA


LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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faz-me querer ficar
faz-me acreditar
que ambos queremos um todo
que somos partes inteiras de nós
e estamos lado a lado do coração
faz-me sentir que cada dificuldade
é apenas um fragmento da história
que nos une, que nos fortalece
é este sonho que já foi nosso
e agora é meu
abraça-o novamente
ou deixa-me ir, sem volta
sem uma palavra
sem um olhar
certa de que ficarei contigo
no mesmo mar
onde cada maré de saudade
trazem, nos olhos, salpicos de ti
no mesmo luar
onde a noite
relembra o lugar
onde me encontraste.

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Brevíssima história - VÍTOR COSTEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Brevíssima história do “senhor” das mais absolutas
e profundas certezas, que jamais se enganou nos seus mui
elaborados exercícios de raciocínio, que nunca vacilou um
mícron, sequer, nas suas irredutíveis decisões, que sempre
imperou nas suas muito sólidas qualidades de comando,
que nunca se dignou repensar quaisquer atitudes suas, que
jamais pensou na efemeridade dos seus passos convictos e
seguros mas que, como qualquer outro ser, diferente dele,
com dúvidas e humildade, foi hoje “embrulhado” numa folha
de jornal – num dia tão comum como qualquer outro dia,
para desencanto da sua fina personalidade e da sua sóbria
e sábia forma de ser –, na secção de necrologia.
Tal como outro ser mais humilde, mais simples,
mais solidário, mais amigável, mais... humano, terminou o seu
ciclo de vida, deixou de respirar, o sangue deixou de circular
e o cérebro findou a sua missão!
Morreu.

EM - DIAS DE ÁGUA E SAL - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

Mulher 2019 - CLÁUDIA CAROLA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Um vermelho bem vivo nos lábios
No olhar a certeza de que vai vencer
À Lua pede sempre conselhos sábios
Ao sol agradece a cada amanhecer
Segue a sua alma, segue a sua intuição
Segue o que sente, ainda que às vezes caia
No bater forte, constante do seu coração
Dança com a vida, rodando a sua saia
Frágil e ao mesmo tempo sempre forte
É o que quer ser e é independente
Faz o seu caminho, luta pela sua sorte
Respeita sempre aquilo que a alma sente
Segue mesmo quando a derruba a dor
Luta por ela e por todos aqueles que ama
Sabe o verdadeiro significado do amor
Sabe manter acesa a sua interna chama

EM - MARESIA DE POESIA - CLÁUDIA CAROLA - IN-FINITA