sábado, 29 de fevereiro de 2020

Poesia em relevo - CELSO CORDEIRO

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Estivesse por perto o poeta
e faria poesia em teu corpo
com a arte de um esteta,

far-te-ia rimas em cada seio
e com métricas do teu relevo
criaria versos em devaneio,

e com teus ais por melodia
fecharia estrofes de enlevo
num poema que se concluía.

EM - VERSOS COM REVERSOS - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

Obrigado Deus! - ROSELI QUEIROZ

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Que belo dia!
Entre outros mil que não tem fim.
É muito pouco a gratidão!
A gratidão é pouco sim!
Pra tantas coisas inefáveis:
Que não tem explicação.

Pois quem pode o Sol abraçar?
Ou fazer-lhe uma visita?
Quem a Lua pode massagear?
Ou então lhe dar guarida?

Porque a demora ou a chegada da chuva?
E quais são as versáteis faces do vento?
De tudo isso, não se desenha respostas,
nem mesmo em pensamento.

Quanto vale os cinco sentidos?
Que para a alma dar abrigo.
Combatendo o perigo.

A construção humana é mais um segredo,
Que por maior que seja o enredo,
Escrita ou palavras não vão desvendar.
O universo é nosso ninho.
Dentro de mim pequenino.
Dentro de nós... É infinito de assustar.

Lágrimas sorridentes lavam minha alma em gratidão.
Enquanto o coração
Avalia com sensata harmonia...
Cada detalhe no poder da criação.
Obrigada Deus!

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Apenas de passagem - VÍTOR COSTEIRA

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Adormeceste no céu
e acordaste na praia,
tapada pela areia
e descoberta pelas ondas,
descansas de uma caminhada
que ainda não começou,
indiferente ao momento,
saboreando o lugar...
Adormeci na praia
e acordei no céu,
tapado pela noite
e descoberto pela manhã,
descanso de uma demanda
que há muito terminou,
indiferente ao lugar,
saboreando o momento...
... estamos ambos de passagem,
não iremos aqui ficar,
eu sou apenas um homem em viagem,
mas tu és uma estrela,
estrela-do-mar!

EM - DIAS DE ÁGUA E SAL - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

Ótica - BEATRIZ H. RAMOS AMARAL

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talvez joio
mas vi trigo

translúcido
o mergulho
de tais névoas

o que se sabe
já nem arde
para os olhos
do grão visto

EM - MUNDO(S) 6 - COLECTÂNEA - EDIÇÕES COLIBRI

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Essência - NATÁLIA MATOS GOMES

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Se, da beleza não sou
Porque assim não escolhi,
Pois nunca me atormentou
Essa beleza casual,
Que a outros acalentou
Por acharem natural:
Quedarem-se no laço de cetim
da caixa do perfume,
Perdendo o aroma final...
... e o frasco?
Também os há, de vidro comum...
ou até de cristal.

EM - REFLEXOS NO OLHAR - NATÁLIA MATOS GOMES - IN-FINITA

A seca me castiga - ROSELI QUEIROZ

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(Homenagem às centenárias gameleiras da minha cidade SCC-PE)

Sou uma árvore guerreira! A antiga gameleira...
Que ao lado de um rio vazio, fui plantada...
E sem promessa de um bom inverno,
como posso dar risada com essa seca malvada?
Ah! Mas, eu não vou esmorecer,
enquanto pra mim, sorri o alvorecer,
pois firme continuarei a minha lida:
Viver! Crescer! Fortalecer!
Porque nestes cem anos de vida,
nunca fui atingida
ao ponto de morrer.
Com o meu fiel pensamento verde,
sempre me uni, a esperança de vencer.
A tarde chega abrasada
E eu ansiosa almejo a chegada
da brisa suave amada,
Que me abraça sempre ao entardecer.
Isso me renova... Porque é a hora
em que o calor vai embora.
Logo, à noite me rodeia
de lembranças e reflexões:
Das alegrias e das tribulações...
Que enfrentei até agora,
e assim vai passando as horas...
Até o novo dia raiar.
E o calor mais uma vez vou encarar.
Porque a seca... Não sabe outra coisa fazer,
Se não me castigar...

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Lírio do amor - JORGE FERREIRA

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Nascem lírios perfumados nos teus beijos
Em prados encantados, e em lívidos desejos
Em ti meu amor, cavalgo quimeras
Viajo em portais de outras Eras

Celestiais momentos de um único sentir
Sentimento que esvoaça, em céu aberto
Horizontes de paixão, onde vivo e desperto
Âncora em porto seguro que ensejo possuir

Se do teu olhar, eu revejo-me
Em ti eu sinto-me
Meu império dos sentidos
Sem preconceitos, despidos

Se tua essência, em mim, insana
Este trôpego ser, em ti, emana
Esta falta é dor dilacerante
Por ti imploro minha bela amante

EM - LÁGRIMAS EM PALAVRAS - JORGE FERREIRA - IN-FINITA

XXI - CARLOS CAMPOS

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Tenho pensamentos a correrem no teu corpo
Tenho palavras gravadas no teu peito
Rimas sem pontos nem vírgulas
Que navegam nos poros da tua pele
Pele doce de mel
Perfumada com um gemido e por nós aplaudido

Tenho tudo
Não tenho nada
Tenho sonetos por escrever
Tenho rascunhos por decorar
Quantas pétalas de pérolas tenho para te dar
Quantas palavras terei para te dizer que sempre vou TE AMAR?

Não tenho medo
Não tenho segredo
Não tenho mistério

Não sou anjo
Não sou demónio
Mas sou o teu poeta
Que te rouba a inspiração
E faz poemas
Com palavras que te roubo do teu coração

EM - POEMAS SEM NOME - CARLOS CAMPOS - IN-FINITA

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Terror - MANOEL BARBOSA

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O terror chega à poesia
põe uma arma em nossa mira
convida para um jantar
não arriscaremos em recusar
bem sabemos que a força chega
e não sugere argumentos, tem exigências
quer saciar em versos, libertaremos a poesia
então seremos libertados. Cumplicidade!

EM - UIVOS URBANOS - MANOEL BARBOSA - EDIÇÃO DE AUTOR

Deus meu! - ROMÁRIO FILHO

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Deus meu!
Arquiteto do mundo.

Deus meu!
Exemplo de amor.

Deus meu!
Dono da minha vida.

Deus meu!
Companheiro de todas as horas.

Deus meu!
Ar que eu respiro.

Deus meu!
Amigo verdadeiro.

Deus meu!
Digno de toda honra,
Toda glória,
Todo louvor.

Deus meu!
Tu és amor.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Esbanjando - MARIA GOMES CABANA

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Colheram todos os frutos,
Depois as folhas caíram.
Da vida foram astutos,
E todos eles se serviram.

Na mesa, toalha de linho,
Toda posta a rigor.
Finos copos, um bom vinho,
Repasto de requintado sabor.

Companhia de sorrisos,
Todo o resto, nada mais importa.
Se ignoram os avisos,
De que a vida está torta!

EM - PÊNDULO DE VIDA - MARIA GOMES CABANA - IN-FINITA

Mãe - FÁTIMA HORTA

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Mãe.
Mãe é doce, ternura.
Amor!
Dádiva, carinho, calor.
Mãe, é palavra sem fim.
Sofrer, compreensão,
Amiga, força, perdão.
Mãe é esperança, gerar, amamentar.
Conselheira luz,
Que ao bom caminho nos conduz.
Mãe, é flor que sorri e chora.
Árvore que não deve ser esquecida.
Palavra universal, aliança sagrada,
Árvore da vida.

EM - GRÃOS DE AREIA - FÁTIMA HORTA - IN-FINITA

Entardecia no jardim da felicidade - RICARDO D MAR

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Entardecia no jardim da felicidade, ele andava tão solto, passeava pelo cheiro das flores que o cheiravam, tanto ele como elas, tão perfumados.
Ao ver o seu amigo que por ali passava, convidou-o a sentar-se no banco vermelho já gasto pelos cansados e por quem gosta de conversar.
Ele o Amor, seu amigo o Desejo, em conversa afiada, bem direcionada ao afinco de se esclarecerem, ambos questionaram se amar sem desejo é desleixo ou gracejo.
O Amor respondeu, falou reto e foi concreto naquilo que esclareceu:
- Amar sem desejo é passear pelo nada, sem cheirar, sem ver, sem sentir o sabor da pessoa amada. Amar sem desejo, um sentimento incompleto, o errado pelo certo.
Quem deseja amar, não ama sem desejar, mas pelo andar dos anos, fracassamos e um amor tão desejado, deixa tanto por dar.
“O Desejo ouviu, atento descontraiu e sorriu, pôs a mão no ombro do Amor e comentou;”
- Quem me deseja hoje em dia são os cansados, que gastam este banco de tão fracos e desacreditados, quem te quer são os que aqui conversam, seja homem ou mulher são sempre os que regressam. Regressam porque contigo me perderam, ou se só comigo enlouqueceram.
“O Amor não deseja não ser amado, para amar é crucial ter desejo ou ser desejado. Tudo o resto é um empréstimo ou pior, acomodação.”
(Amar é desejar quem deseja ser amado)

EM - PARA LÁ DA PELE - RICARDO D MAR - IN-FINITA

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Desvio - BEATRIZ H. RAMOS AMARAL

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retalhos de horizonte
perderam-me na tarde

qualquer fratura na bússola
é pretexto

precipitar-me:
lago de palavras
no começo

balões numa ciranda
se evaporam
despindo os pudores
do poema

EM - O AVESSO DO ARQUIPÉLAGO - BEATRIZ H. RAMOS AMARAL - IN-FINITA

Colombina - ROMÁRIO FILHO

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Colombina, colombina,
quem me dera encontrar você,
velejando no mar da minh’alma.

Colombina, colombina,
fiz de você o sol do meu viver e
para sempre quero ter você.

Colombina, colombina,
fiz de você o meu universo,
estrada que atravesso,
mar em que navego.

Colombina, colombina,
que bom poder acordar e
encontrar ao meu lado você,
grande razão do meu viver.

Colombina, colombina,
te entrego a chave do meu coração
para juntos, vivermos uma grande paixão.

Colombina, colombina,
deixe-me ser o Pierrô que
vai inundar o seu coração com
uma grande e verdadeira paixão.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Nova York - RONALDO WERNECK

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só num canto de loja distraído
esquecido numa rua do soho

a lupa no olho o relojoeiro
escuta o bater-rebater do mundo

e nos conduz sós ao topo do tempo
de seu consumo templário templo

fora do céu o skyline aqui está
tombado sol horizonte às avessas

a noite desce e escorre pelo mundo
nenhum barulho nem tampouco medo

do alto do império são formigas
as gentes grandes carros de brinquedo

o tempo nas mãos do relojoeiro
nada tem de sólido ou partido

tem pó esse mecanismo do mundo
mas nada de parado nem perdido

EM - MOMENTO VIVO - RONALDO WERNECK - ETM

Gélidos retratos - JORGE GASPAR

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Fotografado o tempo.
Gelado.
Triste.
Indiferente.
Fustigado pela descrença.

Inclementes os retratos.
Emudecidas as energias.
Descrentes as palavras.

Enlouquecido o horizonte.
Incertas as fronteiras.
A Escuridão fulmina futuros.

Sussurram luzes
Acordam universos.
Cálidos cenários.

Imagens ou símbolos?
Virtuosos tempos?
Fotografando ambições?

EM - ODE ÀS PALAVRAS - JORGE GASPAR - IN-FINITA

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Dias blues - MANOEL BARBOSA

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A cada capítulo da nossa história
sempre tão previsível jorra entre gritos
a aspereza da revolucionária atitude
sempre regada a sangue, desespero
lágrimas, discurso e esperança.
Enquanto isso, me inundo com um blues
capaz de embriagar-me lentamente
preenchendo todos os meus sentidos
em dias que chegam e vão embora
sem sequer dizer adeus.

EM - SANGUE E BLUES - MANOEL BARBOSA - EDIÇÃO DE AUTOR

Força nordestina - ROBERTO RODRIGUES DE OLIVEIRA FILHO

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Sinto uma força bruta do meu “quengo” querendo raiar,
é a força dos versos nordestinos querendo brotar.
Canta, grita, dança e na poesia da vida quer versar.
É chuva de rima que no céu do Nordeste vai se formar.

Preconceito às vezes quer falar, mas por aqui a gente
come ele com mungunzá. Passa com tudo na “goela”
sem nem se entalar.

“Paraibano”, assim tentam generalizar, mal sabem que
seria um orgulho esse estado nos representar, pois terra
de “mulher macho sim senhor” é também terra de povo
batalhador.

Piauí, Bahia, Sergipe, Alagoas ou Maranhão;
descrevendo o Nordeste a emoção escorre pelos dedos
da mão. É tipo quando chove no sertão e mandacaru
brota do chão.

Muitas vezes tudo aqui é Norte, não que isso nos
importe, mas gosto de gritar bem mais forte, “caboclo”,
é Rio Grande do Norte”.

Pra espantar o teu preconceito eu clamo pela capital
Aracajú, mas essa rima eu deixo só pra tu.

Não posso esquecer de falar da terra aonde o povo iria
me vaiar, caso não versasse com meu Ceará, daqui tenho
muito amor, Padim Ciço abençoa esse poeta escritor.

Ah Nordeste forte e amado, mil versos não descrevem
teu legado; rapadura, rede, renda e um terraço enluarado,
sem falar no fole do Gonzagão e do rei Lampião
do Cangaço. Então aqui me dou por terminado.
Um cheiro e que a Força do Nordeste sempre esteja
ao seu lado, tipo casal ouvindo forró e dançando colado.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Poemacto I - ANTÓNIO SILVA MELO

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Digo no cansaço a verdade de mim
E é sempre egoísta fazê-lo
É sempre árduo cantar a humildade
Contar as vezes desse ofício.

É enorme ser só para nós.

EM - POESIA SUBMERSA - ANTÓNIO SILVA MELO - IN-FINITA

Vendedor - VIEIRINHA VIEIRA

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Na rua já se apregoa castanha
Sente-te o frio, gula tamanha
Na rua já passeia o cheiro na brisa fria de quem anuncia...
«Quentes e boas, quentes e boas. Quentinhas!»
E o frio que corta a alma
Nas cidades o outono anuncia o inverno sem calma
Frenesim sem fim
Um salto para o Natal
Nesta zona comercial
Já o cheiro nos exalta
A castanha assada aconchega a alma à malta
Um senhor continua o seu ganha pão
Ao fundo da rua
E a mãe compra um balão!
Correndo as ruas
Com o seu carrinho de mão
«Quentes e boas... Quentinhas!»
Venha a castanha assada
De norte a sul do país
A malta é já conquistada
E apregoa o quanto é feliz
Ganha a vida com amor
E cantando lá vai o senhor
«Quentes e boas... Quentes e boas. Quentinhas!»
Apregoa com alegria
Ponha o chapéu, calça as botas
E vem para a rua o vendedor.

EM - ÁGUA-PÉ, CASTANHAS E LETRAS - COLECTÂNEA - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Sobre as ondas do mar - CELSO CORDEIRO

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Detenho-me a saborear
em sensação repousante
a tranquilidade extasiante
da serenidade do mar,

escuto o suave marulhar
e deixo vaguear a mente
em súbita ilusão emergente
do calmo vaivém do mar,

e como silhueta pairando
sobre as ondas a espraiar
vejo-te sereia dançando
e toldando o meu olhar.

O mar é-me sempre divino,
tudo resto é visão e ilusão
de tanto quanto imagino
nessa sereia ali à mão.

EM - VERSOS COM REVERSOS - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

Um punhado de vida - ROBERTO RODRIGUES DE OLIVEIRA FILHO

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Viva o Nordeste, terra de caba da peste, de cuscuz
e pé de moleque. Hoje enalteço o sertanejo, homem
aguerrido e valente; nordestino do sol quente.
Terra de sol irradiante aonde o mormaço incessante
aquece nossa gente brilhante.

Rede armada no alpendre, o nordestino nem sente
que a vida lhe trata como oponente, ele não faz da dor
um lamento, transforma em versos seu sofrimento.
Sofre, chora quando abandona sua terra natal,
leva no matulão uma trouxa de bem, deixa pra trás
um punhado de mal.

Forte, acinzentado pelo sol escaldante; eita povo
brilhante que faz da farinha seu calmante, do caldo
de cana refrigerante. Sorri com a seca do sertão mesmo
que essa lamúria maltrate uma geração.

Sorriso amarelado pelo sofrimento, alma enaltecida pelo
lamento, de sonhar somente com uma cadeira ao relento
desejando nunca mais ver um filho dormir sem alimento.

Povo amado e forte do qual me incluo. Sou força motriz
desse Brasil menino. Sou vida, sou faminto, sou visgo
de pegar passarinho, sou cadeira na calçada em noite
de céu limpo, sou milho em festejo junino; sou castanha
assada com queijinho, sou beijo na cabocla com carinho,
sou sanfona tocada de mansinho, sou de festejar açude
cheiinho, de tocar campainha e correr quando miudinho,
sou forró agarradinho, sou galo cantando cedinho,
sou Mastruz com leite pro intestino, sou rezadeira
pro mal olhado do menino, sou força de um destino;
sou a graça de ser Nordestino.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Irlanda - JOÃO SEVIVAS

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O cordeiro come a bandeira
Pintadas as ervas daninhas
Deglutidas se plasmam em cores
Lençóis amortalham o esfomeado
Tecido nas encostas irlandesas
A estrela gelada multiplica as veias
E o íman quebra as cadeias
O cordeiro não tem pasto
Ele é o pasto
Escurece a cal
Salta ilusórias fronteiras
Desnorteado animal
Sacrificado em nome de Deus.

EM - POESIA 2020 - JOÃO SEVIVAS - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

À luz do diurno luar - VÍTOR COSTEIRA

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Demorou tanto tempo
a sonhar...!
Tanto tempo
que demorou a saborear
um momento
que não chegou
a chegar
que, quando se aproximou
do lugar
onde antes ela estava
a esperar,
apenas já pôde ver
a sua sombra
a dissipar
e o seu sonho
a desmoronar,
à luz do diurno luar...
... e o seu olhar
era agora um imenso mar,
sem gaivotas no ar
nem cartas de marear!

EM - DIAS DE ÁGUA E SAL - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Reflexão - NATÁLIA MATOS GOMES

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Na densa floresta
Brotaram rosas e lírios,
Também jasmim e alecrim.
Surgiram estrépitos sons,
Amálgama da Natureza
Agridoce...
Lobos habitam aqui
Nas profundezas de mim!
Aspergiram-se os perfumes
Que me inundaram a alma
Com uivos de alegria!
Lobo serei...
Da densa floresta, da vida.

EM - REFLEXOS NO OLHAR - NATÁLIA MATOS GOMES - IN-FINITA

Eu queria - RITA PINHEIRO

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Eu queria ter braços
Que abraçasse o mundo inteiro
Mas, tenho o melhor braço
Tenho braços de mar
Que protege os pescadores
Sobre os olhos de Oyá.
Eu queria ter asas
Um par de asas longas
E com os pássaros voar
Mas, eu tenho a liberdade
E ninguém vai me aprisionar.
Eu queria ser arco-íris
Pra minhas cores emprestar
O vermelho darei as rosas
O azul será do céu
E o verde será do mar.
E assim o mundo será sempre colorido
E foi eu que pintei!
Eu queria ser tanta coisa...
Resolvi não reclamar
Pois nasci poeta
Sou mar, flor, planta, céu
E o que desejar...

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

As minhas cores - JORGE FERREIRA

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Fiz do céu uma paleta de cores
Pintei o teu rosto
Com as cores mais belas que havia
Usei as cores do arco-íris
Mas não era o tesouro
Era a ti meu amor,
Que eu queria
E penso,
Num abençoado porvir
Não existe cor nem dor
Que explique este amor
Nem palavras que o saibam definir
E a sorrir,
Contar a toda a gente
Ah, quem me dera,
Um dia escrever
O que este meu coração sente.

EM - LÁGRIMAS EM PALAVRAS - JORGE FERREIRA - IN-FINITA

XX - CARLOS CAMPOS

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Prometo sem hesitar que por ti
Não parei de palavras desenhar

Escreverei palavras sem letras
Frases sem contexto
Poemas sem rimas

Prometo que posso falhar
Mas também prometo
Que vou tentar aprender contigo a voar

És a balada que faz sorrir as guitarras
És a maneira mais linda de despertar
És a maneira mais poética de sonhar

Não há balanças nem pesos
Para pesar o que tenho para te escrever e contar
Não há estrelas
Que eu não posso decorar
Não há distância
Que me impeça de admirar o teu sorriso e o teu altar

EM - POEMAS SEM NOME - CARLOS CAMPOS - IN-FINITA

sábado, 22 de fevereiro de 2020

A borboleta - CARLOTA MARQUES CANHA

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Aquela borboleta
violeta eu vi,
pousando na
verde janela
do meu casarão,
tão viva e colorida
sobre o parapeito
da minha janela eu vi,
sem rodeios ou
interrupções
deu-me
esperança e cor
que os meus dias
sedentos
precisavam de ver
tantas coisas bonitas
e com cor.

EM - AGARRAR O TEMPO (PENSAMENTOS SEM TEMPO) - CARLOTA MARQUES CANHA - CHIADO BOOKS

Mulher bomba - RITA PINHEIRO

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Eu sou uma mulher bomba!
Vou explodir dentro de uma livraria.
Vai voar livros por todos os lados...
Poemas, sonetos vão pelo ar!
Contos e cordéis sairão pelas janelas
Juntos com os estilhaços...

Eu sou uma mulher bomba!
Vou explodir dentro de um jardim.
A grama mudará de cor
As flores soltarão as pétalas
E seu perfume tomará todo o ambiente.
O Beija flor não ficará triste...

Eu sou uma mulher bomba!
Vou explodir dentro de uma loja de doces.
Balas, bombons, jujubas e pastilhas
Serão arremessadas nas mãos das crianças.
E assim o mundo todo irá sorrir...

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

De ti nasci - MARIA GOMES CABANA

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Quando eu nasci,
O céu se abriu,
O sol sorriu,
Porque te vi!

Tua lágrima desceu!
Porque seria?
Foi de alegria!
O amor entre nós nasceu!

Chorei baixinho!
Te procurei,
Logo encontrei,
O teu carinho!

De ti nasci!
Mãe corajosa!
Mãe amorosa!
Que seria de nós sem ti!

EM - PÊNDULO DE VIDA - MARIA GOMES CABANA - IN-FINITA

Teu nome - FÁTIMA HORTA

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Um dia as tuas mãos
Afagaram o meu corpo.
O teu lindo rosto
Nunca se cansou de beijar o meu.
Os teus olhos seguem os meus passos.
Para me dares vida,
O meu corpo rasgou o teu.

Foste a origem da vida,
No teu ventre a semente germinou.
É a ti que agradeço,
Tudo o que hoje sou.

Quem és tu?
Uma mulher especial e querida,
A quem um dia deram
O nome de Ermelinda.

EM - GRÃOS DE AREIA - FÁTIMA HORTA - IN-FINITA

Não te desconheço as virtudes - RICARDO D MAR

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Não te desconheço as virtudes, nem te conheço os defeitos,
simplesmente me esclareces as dúvidas com atitudes. Se cego
não te vejo cinzas, posso dizer que te sinto em fogo...
Dizem-me os escravos do tempo os que voam com o vento...
que erras como mortal que és, que pelo teu falar pardacento
escondes-te na moralidade de um dito sentimento.
Eu não lhes dou ouvidos, sei que faz doer, irreverente o teu
cheiro... prazer. Não te julgo, pelo poder de amar que não
me deixa faze-lo, do erro que te desconheço, rio-me por
desconhecê-lo.
Não me vejo vidente, nem me vejo no futuro, vejo-me
eloquente nas bocas do teu murmúrio.
Não me importa o que não fazes importar, só ao que dás
importância é importante eu ligar. O valor que te dou é
mais valorizado perante a desvalorização de quem tanto te
desvaloriza... mas eu tapo os olhos, não lhes ouço o rosto
a “sonar” notas de mau tom.
Eu não sou quem esquece o teu sussurrar, sou quem te ama,
quem morrerá com o teu sussurro para que morto te possa
sonhar... Sou a paz na tua verdade, a alegria que te mereço, sou
quem te protege a vaidade... “dos defeitos que te desconheço...”

EM - PARA LÁ DA PELE - RICARDO D MAR - IN-FINITA

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Desatino - BEATRIZ H. RAMOS AMARAL

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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intensidade
num fluxo de lodo e gozo

remos na paisagem
do medo

o que sobra e cede
em desatino –

discurso em vão
espúria curva

EM - O AVESSO DO ARQUIPÉLAGO - BEATRIZ H. RAMOS AMARAL - IN-FINITA

As vias do amor - PATRÍCIA CACAU

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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A estrada do amor reserva muitos caminhantes.

Soltei a tua mão no último céu que atravessamos.

Com as mãos livres para o universo,
os meus dedos tocam outras mãos.

Largamos as mãos,
mas fica tatuado em nós o amor do outro.

Nas ciclovias,
nas linhas férreas,
nas estradas urbanas,
nas linhas aéreas,
Há muitas mãos nas vias do Amor.

          Pega, larga, aperta.
          Larga, pega, aperta.
          Aperta, larga, pega.
                        e
                     AMA!

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Felicidade - ALVES DOS SANTOS

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA EDITORA
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Resgatou-se da escuridão
Toda a luz que ilumina a verdade
Já não há entraves ao que tem de ser
Já nada para o que se quer construir
Apesar dos medos
Apesar dos falhanços
Apesar de todos os pesares
Aqui por escolha habita a felicidade
Das lágrimas fazem-se rios
Das ausências erguem-se memórias
Das ruínas forja-se a eternidade
Venha o pior
E far-se-á mais do que o possível
Perante barreiras
Descobrir-se-ão trilhos desconhecidos
Frente a fraquezas
Revelar-se-ão forças ocultas
E mesmo debaixo de uma sombra maior
Aqui o sol brilhará sempre
Aqui o salto será sempre em frente
Haja precipício ou não

EM - O LIVRO DE TODOS OS PECADOS - ALVES DOS SANTOS - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Pelas águas do teu olhar - ANTÓNIO MR MARTINS

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR ALVARO GIESTA

Existe um palco de promessas
no interior do teu olhar
e uma imensidão de mar
por detrás das tuas pálpebras
afagando a profundeza dos teus segredos.

Quem me dera poder navegar
com os remos da sensualidade
declamando versos de amor
sem limites infundados
em todas as milhas dessas águas.

EM - IDEÁRIOS - COLECTÂNEA - A CHAMA

Explicando a alma - JORGE GASPAR

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Sonhando intenções e desígnios empolgantes
Recordam-se harmonias tranquilas
Contemplando milagres no horizonte.

Celebram os pensamentos verdades
Que se explicam no Espaço e no Tempo.
Rodeados de apelos harmoniosos
Exilam-se nos cânticos do Poeta.

Cruzam-se palavras para o futuro
Mergulham de mãos dadas no poema
Num influxo de viagens com Alma.

Histórias de vida quotidiana
Caminham de coração livre
Vibram de vida olhando o coração
O que precisas para explicar a Alma?

EM - ODE ÀS PALAVRAS - JORGE GASPAR - IN-FINITA

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Paz - PATRÍCIA CACAU

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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PAZ um momento de paz
PAZ um estado de graça
PAZ um estar conquistado
PAZ ficar tranquilo
PAZ no silêncio
PAZ no barulho
PAZ parado
PAZ em movimento
PAZ se consegue quando se constrói uma barreira
invisível do está em si em comunhão com outros.
É se importar sem se incomodar.
É ser livre e não prender ninguém.
É um leva e trás de si, sem invadir e sem se romper.
É um respirar de peito aberto gastando oxigênio,
Mas sem tirar o ar de ninguém.
É um descobrir se sentindo, compreendendo como
se preservar.
É o desabotoar as calças depois do dia.
É se largar no sofá e não pensar.
É chuveiro forte e se ensaboar.
É vento batendo no rosto.
É deitar tendo hora pra acordar
É trabalho à realizar.
É aroma de café ao levantar.
É o sorriso que se recebe sem esperar.
É plenitude do amor divino à nos acariciar.
É PAZ pra todo lado que você está!

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

O poema II - ANTÓNIO SILVA MELO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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A palavra nasce debaixo da trave seca
Do minúsculo corpo que berra
Da artéria vazia já de ar.

Palavra ignóbil
De cinzas com sangue coalhado
De fumos por estudar
De graça na pose teatral.

Palavra de rasto sangrento
Nas grutas da carne insolente
Ou da meia volúpia
Na busca da idade evitada.

Palavra
Sim a palavra amputada
De nervo maleável
Do dizer nos minutos mortos.

A palavra na distância aberta
Como víscera no porão transportada.

EM - POESIA SUBMERSA - ANTÓNIO SILVA MELO - IN-FINITA

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Verde - BEATRIZ H. RAMOS AMARAL

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA AUTORA

aqui em Manaus
um pássaro
na origem dos olhos, voa

mirá-lo é o tempo
escrevê-lo, a obra

luz precoce antecipa rios
e figuras de selva

cedo para nuvens, cedo para chuva

o canto seco ao norte
ávido de formas
recomeça

EM - MUNDO(S) 6 - COLECTÂNEA - EDIÇÕES COLIBRI

Sentir você - OZIEL DE SOUZA LIMA LEITE

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Agora estou bebendo Sim!
Mas inda sóbrio
Com a convicção
De que sei
O real significado
De não ter
A medida do possível
O real de um amor.
Sem conexão
Ou paixão
De não ser amado.
De apenas amar...
Se contexto
De uma literatura
Inexplicável.
Sem exigência
De ser amado
E apenas sentir
O sentimento inexistente
De algo que não sei explicar,
Apenas sentir...

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Lento acordar - CELSO CORDEIRO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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O dia tardava em começar
e ele, sempre lento a acordar,
pasma, entre espanto e encanto,
com a imagem que vislumbra
dessas pernas entreabertas,
como oferenda desmedida
num gesto de quem clama
por doce bucal investida...

Qual garoto deslumbrado,
como se o mar estivesse ao lado
e só pensasse em nadar,
em incontida vontade de ousar...

EM - VERSOS COM REVERSOS - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

Dias de água e sal - VÍTOR COSTEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Quis ver o mar
e pus meus pés a caminho
mas, ao lá chegar,
já a noite chegara antes,
de mansinho...
Sentei na areia
o corpo que procurou o mar
e a Lua Cheia
docemente a meu lado
quis se sentar...
Olhei o mar,
diluí a alma no horizonte
e a luz do luar
inundou de paz
a minha fronte...
Fui ver o mar
e com ele me fiz feliz,
iluminou-me o luar
e eu fui todo aquele
que a noite quis...
Trouxe comigo o luar,
e, na praia escura,
na areia ficou o andar
que a noite permitira,
em doce ternura...
Fui ver o mar,
diluí-me no areal
e agora a minha vida
são dias de água e sal...

EM - DIAS DE ÁGUA E SAL - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

XXVIII - CARLOS CAMPOS

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Tu nunca vai ser aquela
Tu és aquela que mais quero
Tu és sui generis
Mesmo não estando na minha companhia
Estás sempre comigo, cheia de amor e magia

Quero-te em todo lado
Em qualquer lado
Tu és o vento que eu abraço
És feita de flores silvestres
Vestida ou quando despes-te

És o silêncio dos meus sentidos
Que nos meus decibéis dos meus braços
Te vejo como fonte no oásis
E te sinto correr para o meu regaço

Num jardim onde vive o meu abraço
Tu meu amor
És folha branca do tamanho do céu
Onde eu sempre escreverei os meus poemas de amor

Tu meu amor
Só saberás que um dia não te vou amar
Quando o mar secar
E a tinta da paixão não chegue a caneta que tenho
Na minha (alma) mão

EM - POEMAS SEM NOME - CARLOS CAMPOS - IN-FINITA

Natural - OZIEL DE SOUZA LIMA LEITE

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Dentro de mim
Te um pouco de você
Na verdade tem muito
Muito sentimento
sem consentimento
De uma vida sem permissão.
Não sei como explicar
Como isso é possível.
Não é acessível à permissividade
De uma necessidade de amar.
E ser amado.
Coisa do pecado
De um amor sem conexão
E independente de reciprocidade,
Mas que na verdade é amor.
Seja como for, não importa!
Sei que o sentimento
É verdadeiro
Amor de menino
Puro e natural,
Como o respirar
Que é natural
E faz parte do viver.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A leiteira - NATÁLIA MATOS GOMES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Por entre azuis e dourados,
Por entre paredes frias
Em alvoradas sombrias,
Por entre névoas de nobreza,
Surges tu, mulher,
De vivos olhos, alarmados,
Sintonia vaga entre o ser e o dever
Na permanência altaneira das noites e dos dias.
Mulher, que derramas o leite
Nessa casa que aqueces
Com o teu sorriso vazio
Do mundo, que de ti se serviu...
É na serenidade do dia a dia
Que Vermeer te resgata e te aclama:
Em cada gota que derramas,
Em cada pedaço de pão,
Alimento que nos ofereces
No seio da tua indulgência,
mulher!

EM - REFLEXOS NO OLHAR - NATÁLIA MATOS GOMES - IN-FINITA

O teu beijo - JORGE FERREIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Tu hoje beijaste-me
E o mundo parou
Naquele momento, vivi
E soube de novo como é bom viver
O milagre acontecera
A Primavera desabrochou em pleno Outono
Queria parar o relógio do tempo
E naquele momento
Esquecer tudo e tudo esquecer
Ficar ali indeterminadamente
Sem saber se o mundo existia,
Ou não. Olhei para ti
E num só trago bebi o teu olhar
Senti-me ébrio de ti
Até o sol sorriu
E as gaivotas voaram para norte
Ainda nem sei o que sinto
Depois de ter-te visto partir
A nostalgia regressou, a chuva voltou
E eu só quero voltar a sentir
Os lábios teus colados aos meus,
porque só assim eu vivo

EM - LÁGRIMAS EM PALAVRAS - JORGE FERREIRA - IN-FINITA

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Teresa correra para casa - RICARDO D MAR

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Teresa correra para casa, Paulo não estava bem.
Entretanto longe dali, Fernando assistia ao nascimento do seu filho, Salvador.
Teresa percebera que Paulo havia partido para um outro mundo, distante. Chorosa sussurrou-lhe ao ouvido, na esperança que ele ainda a ouvisse, disse-lhe que nunca substituiria aquele amor, um amor único que fez viver feliz, o amor da vida dela até ao último sopro dele, e após morte.
Salvador nasceu com quatro quilos, Fernando era um pai babado e sua esposa era tudo o que ele sempre teve e acreditou, o amor.
Vinte anos mais tarde, Teresa pela primeira vez após o incidente, decide ir ao sítio aonde Paulo gostava de ir, o jardim das rosas vermelhas, mesmo no centro da cidade. Ao chegar ao banco onde o seu marido se costumava sentar, estava um rapaz, ele olhou para ela sorriu e disse-lhe.
- Venho aqui desde criança, cresci, sonhei, aqui chorei a ausência, chorei a saudade, mas sabia que um dia iria viver a minha verdade.
Tanta demora, esse luto, esse desacreditar. Amor, as tuas lágrimas caíram-me na pele aquando a minha partida, infiltraram-se nos meus poros, correram no meu sangue e fizeram-me nascer de novo, fizeram-me sentar aqui, olhar nos teus olhos e te dizer.
Não existe morte possível para um amor que acredite que depois da carne, a alma estará sempre presente. E se a tua idade é o dobro da minha, eu compensarei, com o dobro de mim...
Meu nome é Paulo, Paulo Salvador.

EM - PARA LÁ DA PELE - RICARDO D MAR - IN-FINITA