sexta-feira, 30 de abril de 2021

Sombra - ITANIRA SOARES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Sombra de mim
Ambulante errante
Script de um caminhante
Tonto,
Pronto,
Feito assim
Riscos de chão
Vida em papel carbono
Réplica viva
Sombra blindada,
Mas flexiva
Com movimentos na dança
No caminhar, na criação,
Do ser, do ver, do nada.
Luz que falta ao corpo
Guia de mim
Copia sombreada
Da minha luz copiada.

EM - INEXPLICÁVEIS POEMAS - ITANIRA SOARES - IN-FINITA

Poesia não vende - LENILSON SILVA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Volto a dizer:
Poesia não vende!
Você já leu poesias hoje?
Ou veio lendo perdidamente essa aqui?
Poesia não vende!
Poesia chega...
Inesperadamente
Diante essa linha do tempo
ou quaisquer linhas do dia a dia
Linha que rola e vai embora rapidamente...

Poesia não vende!
Poesia tem que ser capturada
Abraçada, cuidada...
E o leitor deve assim colecionar carretéis
para que uma certa linha do tempo
não a leve rapidamente
aquela poesia que se faz alimento
Alimenta sua mente
Seu coração...
Poesia não vende.
Poesia chega inesperadamente.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Pequeno poeta - ÂNIMO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Quando o filósofo,
Criador de sentidos
Diz que o ânimo
Um pequeno poeta
Nas cavalitas de gigantes,
Aprendiz de aprendiz,
Pode continuar a ir,
E a fazer o que fiz,
Nasce uma enciclopédia.
Por isso, é importante
O apoio criativo

Que faz manter o génio vivo.
Que linda seria a vida
Se todos tivessem esta alegria,
De continuar a escrever

Sem desejar escrever,

Simplesmente ser.
Simplesmente,
Uma voz
Que se traduz
Em sentidos silenciosos.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Raiz - LIÈGE DE MELO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Como folha
Solta
Ao vento
Sou eu
Sem você
Pai
Raiz
Replantada
No chão
Onde
Regressarei

EM - ROTAS POÉTICAS - LIÈGE DE MELO - IN-FINITA

A condição do possível - LENHA DIÓGENES

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No campo das incertezas,
uma rara força poética
peleja pela alvorada.
Sem se adaptar à dinâmica do capital,
avança,
desvelando a quimera dos dias.
Quanto mais o tempo passa,
mais dureza nos corações.
Como enfrentar o mundo?
Uma tímida esperança
tinge, com uma beleza difusa,
a silenciosa manhã.
Ressurge a coragem
que ficou perdida
e o medo recua.
Com a sensibilidade aguçada,
renova as forças para enfrentar a batalha
contra a desumanização da sociedade capitalista.
A alma boêmia festeja.
A apreensão do real,
a partir das suas contradições, foi ampliada.
A luta pela vida,
articulada ao conhecimento crítico,
torna possível o que parecia ser impossível.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

O que escrever? - ÂNIMO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Não tenho nada para escrever
Então escrevo,
Sobre o que não se escreve.

Escrevo porque sim,
Logo, não há justificação nem descrição
Que defina e explique a inspiração.

Quem respira em ti?
A paz ou outra coisa qualquer?

A escolha é a ilusão do determinista,
E o destino é a verdade do livre arbítrio.

O que está primeiro?
O ser ou o tempo?

O tempo é espaço
E o espaço é vazio,
Logo, a inspiração é tudo e não é nada.

Unidade poética!
Por isso, escrevo
Sem ter nada para escrever.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Palpitações do poeta - CARLA FÉLIX

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA AUTORA

Abraço o oceano
Numa corrente do pensamento
O sentir da maré que percorre o corpo
Entrelaçando o desejo
Escorre na pele
Deslizando na suavidade do momento
Suscitando o aumento da adrenalina
Escondida nas palpitações do poeta
Adormecido na baía

EM - MELODIA NOS VERSOS DE (A)MAR - CARLA FÉLIX - EDIÇÃO DE AUTOR

Ancoradouro - LENHA DIÓGENES

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As águas claras do tempo
umedecem a cidade solitária.
Um novo dia, coberto pela luz a manhã,
nasce na luminosidade do infinito.

O sol indiferente, com sua luz cortante,
contempla as feridas da nossa história.
A vida, a luta diurna e noturna
arames farpados aprisionando o coração.

Uma esperança risonha pulsa,
desafiando a violência que atravessa o caminho
dos errantes.
Os arbustos espinhentos da cotidianidade
transformam-se em versos vigorosos e resistentes.

O crepúsculo arrasta o azul do dia.
Sangue e suor respingam
no choro necessário da canção rubra,
evocando a sensibilidade sonora do poeta.

Na palidez dos dias doloridos,
um novo amor renasce no coração dos povos pobres.
E, na fronteira da angústia, a força
ancora nos braços da imperceptível ternura.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

O momento que apraz - ANIETE GÓES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Solidão no recanto do espaço íntimo,
Acolhida pela paz de estar comigo.
Olhar a luz do dia pelo prisma da visão otimista,
Na paixão do que é sentido.
Aguçar os ouvidos com a melodia da natureza,
Que assobia em tom sustenido.
Respirar o oxigênio puro das árvores frondosas,
A fim de aliviar o stress do peito oprimido.
Caminhar sem pressa,
Conectar com a força dos pés no chão,
Sustentados pela atração gravitacional.
Interagir e dialogar a fim de relacionar,
No interpessoal da convivência,
Amparada na compreensão.
Comungar sentimentos,
Compartilhar pensamentos,
Na atenção sadia da amizade.
Restaurar o equilíbrio na leitura edificante,
Que ensina viver com espontaneidade.
Festejar a dinâmica da vida,
Nos momentos de grande significado,
Com alegria e desprendimento,
No ambiente contextuado.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 27 de abril de 2021

(In)quietações - RITA QUEIROZ

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA AUTORA

Os olhos da alma costuram a noite:
Retalhos de uma tarde de chuva,
Código secreto do tropel de cavalos.
Inquieto-me, recolho as pedras
Da dor de existir.
O corpo é sumidouro
Das águas que não vivi.
Sou tantas margens
Que me perdi.

EM - VELAS AO VENTO - RITA QUEIROZ - EDITORA PENALUX

Agrônomo apaixonado - LÉA COSTA SANTANA DIAS

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Anda todo sorridente
O agrônomo apaixonado
Pois encontrou acolhida
No coração de sua amada
Perde noites e não dorme
Imaginando encontrá-la.

Sua paixão pelo campo
Também é muito notada
Acorda sempre cedinho
Pra molhar as beterrabas
Com afinco a horta inteira
Está sempre bem zelada.

De tanto contentamento
Vive sempre bem cuidado
Veste as roupas mais bonitas
Traz o corpo perfumado
Sempre no espelho se olha
Parece príncipe encantado.

Chegado o dia de domingo
Toma banho e faz a barba
Fica lindo de dar gosto
Sonhando ser abraçado
É com lágrimas nos olhos
Que expressa tanta saudade.

Vai montado em bicicleta
Com o coração acelerado
A ansiedade é tão grande
Que segue quase desmaiado
Em suas mãos os girassóis
Colhidos da casa ao lado.

Quando enfim se abre a porta
Ele sussurra emocionado:
“Sou homem de muita sorte
Não mereço tanta graça
Venha cá me dar um beijo
E me envolver em seu abraço.”

A amada recebe as flores
E enche de beijos o amado
Quer gritar aos quatro ventos
Como é bom ser namorada
De quem mais parece brisa
Com alma tão pura e suave.

Saem os dois na bicicleta
Sentindo o vento na face
Não há dúvida nenhuma
Do quanto são afortunados
Só falta mesmo o casório
E o aconchego de uma casa.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Liberdade de amar - ANIETE GÓES

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O amor é livre não tem gênero,
Raça, etnia tampouco classe social,
Humano, transcende, espiritualiza.
Catalisador social dispensa paradigmas,
Desconhece preconceitos.
O amor liga o cérebro ao coração,
Impõe fazendo pontes nas relações,
Desfaz muros impeditivos,
O amor é protetivo.
Amar é direito individual sem restrições,
Os amores se atraem e determinam no sentir,
O que mais lhes convém.
O amor é para todos não tem distinções,
Ama quem quer e a quem se quer.
O amor não agride nem regride,
Amar evolui, embeleza, rejuvenesce.
Percebe o belo que está latente,
Perdoa a ignorância,
Expressão criativa da sabedoria.
O amor é paz, compreensão,
Sentimento criador, transformador,
Verdadeiro comunicador da alma,
Gerador da vida.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 26 de abril de 2021

A fotografia - ROSA MORENA

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A fotografia não revela o que sou
Lua minguante e sol a pino
Naufrágio e salvação
Aproximação e fuga
Tumulto e calmaria
Sorriso e palidez
Beco e avenida
Argila e pele
Dor e alívio.

EM - LATITUDES DE INTIMIDADE - ROSA MORENA - IN-FINITA

A lua e a vida - JURACI AUGUSTA DA CRUZ

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Abro a janela e lá está ela
Branca e linda
Encantando a noite, iluminando a vida

É na noite escura que vemos a lua
E as estrelas
Bordando o céu
Com a prata da vida

É preciso chegar à noite escura
Para ver o céu estrelado
E a lua branca
É vivendo momentos difíceis
Que ganhamos coragem
Levantamos os olhos
Vemos a lua do amor abrindo horizontes
As estrelas da esperança
O céu claro da fé,
Que nos faz seguir
Acreditando

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

(Re)volta - ANGELA CABOZ

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Voltei para mim,
para o castelo de onde fugi!
Voltei
e trouxe o nosso amor;
aquele sentimento que ontem tu recusaste.
Juntei-lhes alguns sonhos
E outros momentos em que me amaste.
Fundi-me
entre a doce criança sonhadora
a quem prometes-te um amor
e a mulher agora atrevida
que já não te quer na sua vida.
Não me esperes
Nem procures novas palavras
para me encantares.
Já li no teu coração
essa história sem emoção,
a que me trouxe de volta
para este meu recanto.
Não aceito os gritos da revolta,
deixei a saudade à porta.
Trouxe apenas a bagagem do amor
e aqui não há espaço
para mais um abraço
que talvez te faça falta
no dia em que te lembrares
que um dia me amaste.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

domingo, 25 de abril de 2021

Sede de beber - ITANIRA SOARES

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Sede tem meu coração
Sede de beber água de oração
Jorro de bênção
Água de pecado purificado
Água de beber
Água de poder para acender
O fogo que grelha a minha carne fraca
A minha pele seca,
Que seca,
Cega,
E resseca
E suga da minha fonte
Água de querer,
Aonde não bebo o NÃO,
Aonde não falo o NÃO
Aonde não quero o NÃO.
Sede de beber da fonte divina
Que germina, ilumina,
E contamina a minha alma.

EM - INEXPLICÁVEIS POEMAS - ITANIRA SOARES - IN-FINITA

Me deixe ser feliz - JURACI AUGUSTA DA CRUZ

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Amor é vida
E a vida é linda

Ah, e as formas do amor?
Amar é a forma
A forma de tudo
E tudo se forma
E se transforma
Através do amor

Ah, mas é diferente...
O amor é diferente das fórmulas
E não cabe em rótulos

Ah, mas eu não entendo...
O amor é assim
E não se afeta pelo preconceito
Basta ser amor
E o amar é perfeito.

Eu vivo o amor
Apesar da dor de alguns momentos
E voo livre, vivendo sonhos e pensamentos
O amor que não se enquadra em moldura
O amor é vida, é doçura.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Homens! - ANGELA CABOZ

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Há homens despidos, com sentimentos rasgados
caminhando pelas ruas movimentadas;
Há homens com amores esquecidos,
levando no seu bolso um coração já sem dono
Há homens que andam ao abandono!

Vejo-lhes o olhar vazio
Vejo-lhes a falta de emoções
Falta-lhes a ousadia capaz de roubar
os sonhos que semeiam ilusões
Sinto-lhes o cheiro do medo
quando pisam o chão
onde querem abandonar a solidão

São uma mistura agridoce,
entre o ontem e o amanhã.
São homens a quem alguém prometeu
Um paraíso distante
E que não encontram o que lhes convém.

São homens de hoje, vestidos com outro passado
Pisam a fronteira do sentir, com palavras enganadoras
São contrabandistas de frases
São homens feitos para mentir,
onde se escondem verdades
em que ninguém quer acreditar.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sábado, 24 de abril de 2021

Carnaval do Recife - LIÈGE DE MELO

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O Recife se encanta
Quando o povo canta
Com frevo rasgado no pé.

Na ponte o galo vigia
Aguarda mais um dia
Para o sábado de evoé

Vai buscar menina
Risos à colombina
Beijos de arlequim

Enfeitar a rima
Céus de serpentina
Cores no cetim

Desfilam bailarinas
Com xeiques e palhaços
Piratas e mandarins

Nada é igual
Porque é carnaval
A vida brinca assim

Os que fazem passos
Esquecem descompassos
Aos sons dos clarins

A multidão se exalta,
Parece que nada faz falta
É a ilusão do sem fim.

EM - ROTAS POÉTICAS - LIÈGE DE MELO - IN-FINITA

No sertão nordestino - JOSUÉ RAMIRO RAMALHO

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Tenra chuva a cair
No Sertão nordestino
Um povo animado
Olha o céu mais consolado
Enaltecendo o criador
É umas dádiva dos céus
Parecendo que o adeus
Agora vai se adiar
Suavizando martírios e dor
Obrigado!!!
Abrem se folhas e galhos
Asas de pássaros pirralhos
Louvando a Deus, pai criador
E a íngreme terra tosada
Aos olhos dessa gente maltratada
Parece querer florescer
Nesse momento meu povo
Maravilhado com esse encanto
Unindo se a um só canto
De joelhos na terra ele reza
Pois sabe que vai...
Sobreviver!

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Rasgos de silêncios - ANDRÉA SANTOS

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Do fundo de minhas entranhas,
Mulheres quebram grilhões.
Rompem muros,
Tecem auroras,
Esculpem desejos,
Do fundo de minhas entranhas,
Mulheres rasgam silêncios.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Nordeste sem cor - JOSUÉ RAMIRO RAMALHO

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Tórrida terra, alto sertão... Brasilidades!
Nordestinos em foco
Verão assombroso
Noites... Açoites de dias calóricos
Onde é gerado morticínios e dor
Aqui também já se viu
Extermínios de bichos pequenos e grandes
Até o rio secou!
Alhures lobisomens
Raquíticos homens
O nordeste é dor
Esbanja o nosso saber
Aqui pulava Saci Pererê, numa perna só
A mata está seca com a seca lá fora
Crenças Caipora
Havia até boi bumbá
E Zé Pereira tocava em nosso carnavá
Mas... Gotas de ácidas chuvas
Desaguam na rala vegetação
E no resto de vida que ainda restou
Neste nosso esquecido sertão
Neste nosso Nordeste Sem Cor.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Liberdade - ANDRÉA SANTOS

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Quero a liberdade de quem planta rosas na lua.
Semear memórias em jardins ensolarados
Libertar afagos,
Apunhalar tiranias.
Quero as garras de quem fere um dia de inverno.
Pincelar risos e rios na retina,
Colher beijos
Afrontar silêncios.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Desassossego - RUTE ROBERTA

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E essa inquietude que não me deixa,
Essa vontade de encontrar o que ainda me falta...
Partes soltas,
Peças que não se encaixam...
Abismo profundo,
Desejo de estar calma.
Espaço vazio que nada completa
Nada me basta.
Noites inteiras insones.
Dias vazios.
O corpo ainda quente
E a alma com frio.
Busca incessante
Por algo irreal
Nada explica
E tudo complica
Por mais que me encontre
Ainda perdida,
O mundo que gira,
E eu fico tonta.
Sou parte tão solta,
Da engrenagem da vida,
Que gira e que gira
E eu, tão inerte
Não saio do canto...

EM - UM MUNDO EM VERSOS (CLUBE AMANTES DA POESIA BRASIL) - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

O Fascista - JOSESSANDRO ANDRADE

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Para o fascista só ele
tem todos os direitos do Mundo
e Ninguém mais...
Direito inclusive de acabar
os Direitos dos Demais...
Quer Escola Sem partido,
Que o Professor
não questione mais,
Mas ele pode
negar a Ciência ,
Defender Ditadura
e até tortura
AI 5 e tudo mais
Faz parte
Da sua Liberdade de expressão
Em isolamento de Pandemia
Furar quarentena
Em carreata
E até fazer
Passeata
É Livre manifestação
As favas com aglomeração
Seu direito de ir e vir
É mais importante
Que o perigo de alguém
Contrair
Mesmo que seja
Só pra ele se divertir
E assim é o fascismo
Na Sua sociopatia
Misturando o fanatismo
Com bizarra ideologia
Ganância e egoísmo
Onde a ruindade é tanta
Só sendo assim doentia

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Passos em vão - ANDRÉ GALVÃO

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A mim realmente
não importa quantos passos
ainda serão dados em vão

Basta saber que
muros não se levantam
sem sentido ou razão

Não interessa a extensão da estrada
nem os obstáculos que surgem
sem pressa ou condição

Agora finalmente entendo:
a caminhada sempre fica mais dura
quando se perde o chão

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Percorri teu espaço - ROSA MORENA

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Percorri teu espaço
Ouvi teus segredos
Percebi tuas fraturas
Provei do teu mais puro sorriso
Fecundei!

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E Daí? - JOSESSANDRO ANDRADE

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E Daí?
20 mil mortos
E Se fosse teu Pai?
E Se fosse tua mãe?
E Se fosse teu Filho?
Ou irmão ou irmã?
E Daí?
20 Mil mortos
Ele diz que não faz milagres
Quando basta fazer
A parte que lhe cabe
Porém nem ele faz,
Nem quer e nem sabe,
Mas não cansa de dar palpites
E Daí?
20 mil mortos
A Estupidez contra a Ciência
Não tem Limites...
E Daí?
20 mil mortes
Cloroquina Contra quarentena
E Daí?
Desrespeito
Ao Distanciamento social
Mau exemplo
Na Postura presidencial
E Daí?
20 Mil mortos
O Sangue pingando
Da Manchete do Jornal
E Daí?
20 Mil mortos
É Preciso
Frear a Barbárie
Do Monstro!
20 mil mortos
É Preciso Pôr-lhe
Um Ponto final

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

No amanhecer dos meus olhos - GORETI DIAS

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA AUTORA


No amanhecer dos meus olhos,
abriu-se-me a alma...
Sem saberes,
acordei abraçada a ti,
renasci no caminho que pisei
e colei o meu corpo ao teu!
Sentes-me,
lembras-te que existo em ti,
aspiras-me no teu perfume,
recordas-te do que não fomos,
desejas-me!
Mais do que dei um dia...
Hoje, quando a tua noite
fizer soçobrar o meu sol,
grita ao vento que não me amas,
sente as minhas lágrimas caírem
das nuvens do sonho,
num amplexo final!...

EM - POESIA PINTADA NO SILÊNCIO - GORETI DIAS - CUCA MACUCA EDIÇÕES

Esperança - ANDRÉ GALVÃO

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Em tempos de sombras,
num inerte mosaico de cinza,
a colorida aura das flores
anuncia a primavera
e a irrevogável lição
de que a cada dia
se inaugura, impávido,
o tempo de recomeçar.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 20 de abril de 2021

Tu em mim - JOSEILTO GOMES PINHEIRO

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Eu buscando em mim achar meu eu
Encontrei tu em mim
Já apossada

Sendo sol onde um dia foi escuro
Fogo ardente na carne tremulada.

O meu feixe de luz quando escureço
Sendo atalho em lugar que desconheço
E banquete pra fome saciada.

Um jardim irrigado por menino
Duas almas traçadas por destino
Fez o mundo pra ser sua morada

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Saudade e dor - ITANIRA SOARES

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Saudade, dor da noite ausência de quem ama
Rasga-me, traga-me, deixa-me nua,
E em trapos me contorce, me espedaça na fria cama
Onde vive a dor que em mim flutua.
Corpo desenhado nas dobras do lençol
Mistérios que só o amor desenha
Sem lápis, sem régua, sem tinta, à sós,
Em cada risco um pingo de dor desdenha.
Segue-me cega de desejos
Tateia o meu corpo, inebria minha vontade
Numa volúpia de dor e de saudade.

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Puro Instinto - ANALITA ALVES DOS SANTOS

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Puro instinto
Um sentido maior que prevalece.
Arrebata e tudo esquece.

Um lado animal que adormece
Desperta e tudo destrói.

Não é a lua que o acorda
Não é a noite que o esconde...
Vive no limiar da pele
Respira no pulsar da vida.

Puro instinto.
Mais do que eu e tu.
Nada mais há a fazer...
Deixa-o viver!
Deleitando-se com cada ínfimo prazer.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Bodas de dez - JOSEILTO GOMES PINHEIRO

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Já são DEZ de caminho percorrido
Outros tantos bem antes do caminho
Bem mais flores e fruto adocicado
Que a frieza amarga do espinho
Fecundada a semente do amor
Outro ser compartilha o calor
Dando vida e luz em nosso ninho.
O futuro nunca me pertenceu
Mas o zinco e estanho é quase nada
Comparada a bela porcelana
Sendo símbolo intacto na jornada
Se quiseres mais DEZ você e eu
A sentença por mim já tá fechada.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Urb tropical - LIÈGE DE MELO

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A cidade sonolenta desperta ao sol,
deste agosto ventoso,
sem riso, sem lírio e sem girassol.

O domingo inicia seu curso, esguichando-se
no longo percurso.

Enquanto o sol penetra vidros refletivos
de suntuosos edifícios,
sombras de alamedas abraçam o velho solitário
que desolado segue, com seu andar devagar.

Calçadas ainda encenam retratos da noite:
vidas sem vida –
                            vultos colados, calados –
abrigados em pacotes de jornal

Um mar revolto, adorna e castiga o litoral –
ondas se contorcem e como aço golpeiam
a paisagem complexa da urb tropical.

Onde ser gente, bicho, lixo,
é ínfimo, invisível, simplesmente, b a n a l.

EM - ROTAS POÉTICAS - LIÈGE DE MELO - IN-FINITA

Desejo - ANALITA ALVES DOS SANTOS

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Conheçam a In-Finita neste link

Lábios nos lábios.
Dois corpos suados,
Unidos num gesto de prazer.

Dois corpos.
Entrelaçados na noite,
Em beijos molhados
Abraços desejados.

Desejo: palavra, sentimento, ação.
Dois corpos
Duas almas,
Um sentimento que os une
Que os faz desesperar,
De prazer.

Desejo.
Tocar, sentir, não deixar,
Simplesmente amar.

Desejo: apenas dois corpos
Que se transformam,
Num só.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

domingo, 18 de abril de 2021

As sete em mim - JOCELIA PEIXOTO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
Saibam mais do projecto Ecos do Nordeste neste link
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Nela habitam sete mulheres
Dançando em convivência quase harmônica.
Mulher comprometida
Sempre a lhe dar guarida.
Mulher brusca
Aparece repentinamente, raios e trovões,
num desvelar - ocultar permanente.
Mulher leal
Parceira efetiva, afetiva e real.
Mulher previdente
Sua face evidente, de vez em quando some,
mas é o que ela é realmente.
Mulher idealista
Vive em seu coração e mente, é uma insurgente!
Mulher cínica
Usada como barreira de defesa aos que tentam invadir
suas represas.
Mulher sonhadora
Forte e realizadora
Tal como a brusca, a coloca em alguns apuros,
por ser movida a: fé, esperança e afobação,
entusiasmo e contenção.
As sete confiança que transcende!
Creem que tudo pode acontecer
Que tudo é possível com a força do querer
e poder coletivo.
Despertas estão,
Convergência e oposição.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Quem escreve! - CARLA FÉLIX

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA AUTORA

Às vezes sou eu que escrevo
Outras vezes é a escrita que me descreve
Às vezes sou eu que sinto o que escrevo
Outras o que escrevo domina o meu corpo
Às vezes sinto a escrita emergir num grito
Outras, tento calar a voz dentro de mim
Neste jogo de escrever
Estou a ser vencida
E se hoje escrevo é porque perdi na luta
Do jogo de escrita!

EM - MELODIA NOS VERSOS DE (A)MAR - CARLA FÉLIX - EDIÇÃO DE AUTOR

Um mar de amor - ANA MENDES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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De onda em espuma
Gota solta ou brisa
De grão de areia em duna
Vento quente que frisa
Cabelo revolto ao luar
Entre estrelas a lua cheia
permanece presa a sonhar
Por ti, tão só por amar...
Mergulho na vida
Banho de ceda
Frescura que dura
Lanterna acesa
Que mostra a sombra do ser
A vontade de ter
Possuir, envolver
Nossos braços enlaçados
Protegidos pelos anjos
Sem solidão nem desilusão
Pela doçura da noite adormecer
Juntos, juntinhos despertar
No melhor amanhecer
Por ti, mim, nós, vou pintar
A mais linda tela do amar
E teu coração adormecido acordar,
Nas ondas deste mar de amor
Meu guia, meu timor.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sábado, 17 de abril de 2021

O dito - JOCELIA PEIXOTO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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O Dito dizia e se desdizia
Achavam que ficava o dito pelo não dito
Mas pelo Benedito!
O que foi dito?
Não era o que havia sido dito?
De tanto ditar
Em atos brados
Pelas públicas praças,
O Dito foi desdito
Pelo que tinha dito

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Lembranças inaudíveis - RITA QUEIROZ

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA AUTORA

No silêncio das manhãs
Semeio longínquas saudades,
Escovando as lágrimas outonais.

Fragmentos de lembranças inaudíveis
Eternizam meu tempo insólito
Inventariado nas confissões rabiscadas.

No correr das águas
Transbordo urgências
E verto palavras.

EM - VELAS AO VENTOS - RITA QUEIROZ - EDITORA PENALUX

Cada côr que colora a alma - ANA MENDES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Quando repenso em tudo estremeço
Foram horas de dúvidas e espera
Que de amor te tinha já imenso.
Na vergonha e brutalidade da noite
Concebida foste, acácia selvagem, jasmim
Infância levada na foice
Adulta fiquei por ti.
Fui rosa de espinhos onde um botão floriu
Dele ninguém mais soube,
Esvoaçou, desapareceu, fugiu
Apenas seus olhos da côr do mar ficaram na quietude
No teu rostinho, a esperança sorriu.
Contigo renasci da morte, na dor
Cresci e descobri a vida
Aprendi o que é a palavra Amor
E a gratidão brotou como uma espiga
Num campo por ceifar de trigo, ao calor.
Ensinei-te a andar direito e à deriva
Para que saibas o que vai nos corações
dos homens que trabalham a terra e a vinha...
Das dificuldades às alegrias em canções
Da Fé e da Resistência
Da Paixão e da Calma
Da Aceitação e Resiliência
De cada côr que colora a Alma.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Engano? - JEANE TERTULIANO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Se não havia máscara, como ousar dizer
que pôs um tirano no poder por engano?
A lógica se retira de onde não lhe cabe
de cabeça erguida e sem olhar para trás.
Assumir que errou é menos vergonhoso
que se negar a enxergar o alvoroço.
Não é mimimi tampouco vitimismo.
Será que não vê que estamos em perigo?
Se o ódio é externado oralmente sem hesitação,
imagine a força bruta se houver uma conflagração!
A desavença entre partido A e candidato B,
fez desencorajar as ínfimas esperanças
de um futuro sem demasiada intolerância.
A benquerença do todo não estava em pauta,
por essa razão, fomos lançados à desgraça.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Pertenço a esse asfalto - ROSA MORENA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Pertenço a esse asfalto
Colóquios cinza me assaltam
Erro em tudo que não escolho
Ouço o que os discursos não dizem
Leio paradoxos entre vitrines e jornais
Hiatos me espreitam
No final de todas as tardes.

EM - LATITUDES DE INTIMIDADE - ROSA MORENA - IN-FINITA

Palavra em areia molhada - ANA MARTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Aquela palavra composta dizia tudo,
Escrita com um pau, na areia molhada,
Nascera daquele sentimento profundo
E não tinha a acrescentar mais nada.

Tinha sido escrita naquele pensamento,
Que insistia em não querer desaparecer,
Era tão real e tão nobre o seu sentimento
Nem dera conta, distraída, de a escrever.

Adoro-te, foi o que ela escreveu distraída,
Com as ondas perto dela a desvanecer
Era a palavra mágica, a palavra escolhida.

E assim estava ela habituada a adormecer
Com esta palavra ela fazia a despedida,
Para que ele adormecesse depois de a ler.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Desandou - JEANE TERTULIANO

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Definitivamente,
a humanidade foi um projeto
que desandou drasticamente.
Não se sabe ao certo quando,
quem ou o quê concebeu sem querer
aquilo que, erradicado, emerge do fracasso
para, depois de alguns passos, mergulhar erroneamente
no compasso do vaivém descarado que é fingir ser
o que não se é.
Renegando a si mesma,
endoidece; até mesmo a matéria,
desfalece. Moribunda sem consolo,
se lambuza no pseudogozo que é a negação.
Sadia ou não, é um deleite àqueles que, chorosos,
erguem os olhos ao céu inerte, como se pudessem ouvir
suas preces.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA