quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Coordenadas - VIEIRINHA VIEIRA

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Palavras a nu, que flutuam com vaidade e peneiram
as humildes
Cobrem-se de metáforas, hipérboles e analogias
Isto nos nossos dias... tal como no passado.

Passo a passo, vou instituindo um presente de palavras
ausentes
De mentes ordenadas, coordenadas!

E tal como uma rosa, deixo as estações, desfilando
Partindo no vento cada pétala
Deixando os aromas no respirar

Marcando pela leveza,
Pela diferença,
Pelo jeito de amar.

Não usando palavras
Mas sentidas no veludo
Que o vento faz questão
De acariciar.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

A saudade atormenta - CLARA PATACHÃO

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Joguei dados à beira mar, olhei o céu as estrelas estavam
Encerradas e o meu coração sem asas, voou e acordou!
Que universo é este onde tudo se perde?
Eu... Encerro-me em ti...
Na maresia da minha poesia a cada momento, sou!...
... Sinfonia do vento...
Apenas lamento o sonho e a dança da esperança
A salvação tornou-se tufão da minha oscilação
Ofuscante a confirmação do meu coração
Queria ser eu!
Diferente e contente
Queria escrever um soneto, violento, proibido no líbido
Do meu prazer na fragrância da minha elegância...
... Queria rimar e amar...

EM - AMOR SENTE-SE - CLARA PATACHÃO - IN-FINITA

Cancioneiro - MARIA JOSÉ GONÇALVES MILLARD

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Imbuia... Palmeira... Jacarandá!
Terra! Chão! Prá quê maltratar?
Já fui Cedro. Pinhão. Carvalho!
Hoje Olhos D’Água. Quanto desmatar!

Fui canoa... Transportei...
Quanta gente alimentei!
Trabalho! Partida! Chegada!
Terra! Chão! Prá quê maltratar?

Sabiá não canta mais no sertão!
Lá não tem lugar!
O Homem levou tudo!
Eita! E agora? Que será?
Só o olhar de Deus prá nos salvar!

Cursei a medicina da saúde!
Mas não tenho o remédio prá tratar!
O homem chora a dor do estômago.
Mas é da alma que tá apoquentar!
Vai meu filho! Ensina pro teu filho que o amanhã virá!

Terra! Chão! Prá quê maltratar?
Nego chora! Nego benze!
Nego quer... Z A M B A B I Á !

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Feitiços do mar - CONCEIÇÃO FERREIRA

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São búzios, conchas, corais
São grãos de areia dourada
São arabescos naturais
Sulcos na areia moldada.
São vagas de brancas cristas
São exalações a maresia
São águas azuis, verdes, mistas
Sussurros de maré vazia.
São algas verdes, sargaços,
São rendas feitas de espuma
São calmarias a espaços
Silêncios envoltos em bruma.
São leitos onde o sol se deita
São espelhos oferecidos à lua
São noites onde só ela espreita
Serena na sua luz crua.
São barcos que passam ligeiros
São velas que o vento impele
São sombras brancas, nevoeiros,
Solenidades à flor da pele.
São ventos uivantes ou brisas
São raivas que açoitam rochedos
São lamentações imprecisas
Soluços abafados nos medos.
São algumas facetas do mar
Sopros para me enfeitiçar!
São...

EM - SUSSURROS - CONCEIÇÃO FERREIRA - IN-FINITA

Partidas - MARIA GABRIELA D'ANGELO

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E o verão, hoje,
Meu amor...
Suicidou-se nas tuas palavras
Sucumbiu
Aos teus gestos
De lábios
Que mortiços
Lançaram o caos
No rio
Da minha loucura.

Agora,
Nem o Outono
Na revolta
Da nossa natureza.

Só um inverno
Defunto de frutos
E chilrear
De aves
Que
Nostálgicas
Partem para outros Continentes.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Canto das sereias! - MANUELA FRADE

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Sereias encantadas
Marinheiros levam
Para o fundo do Mar...
Cantam e encantam
Apenas os que não sabem
O verdadeiro sentido do Amor!
As crianças, em seus cabelos de espuma,
Se enrolam e riem
Cantam com elas
Suas canções de embalar...
As mulheres oferecem flores,
Para seus homens resgatar!
Pois só elas... Mulheres e Sereias
Sabem o verdadeiro sentido
Do canto para encantar!

EM - PINCELADAS POÉTICAS - MANUELA FRADE - IN-FINITA

Roda da vida - CARLA DE SÀ MORAIS

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No bolso dos calções
Esconde os tostões
Trabalho duro
Mundo impuro
Vida cansada
Língua prensada
Mãos ásperas
Agitadas vésperas
Costas pesadas
Pernas arrastadas
Sorriso fechado
Olhar apagado
Cama aberta
Noite encoberta
Sono profundo
Sonho furibundo
Vazias quimeras
Vidas megeras

EM - DE GAVETA EM GAVETA - CARLA DE SÀ MORAIS - IN-FINITA

Entranhas - MARIA GABRIELA D'ANGELO

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Amo-te, da alma até á boca.
E então?
Se preferires, amo-te do sangue ao tutano,
do ventre ao osso,
e também, da carne às veias.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Tu - RICARDO FONSECA

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Tu entendes o que te quero dizer,
Sem ter sequer que falar!
Tu sentes o turbilhão de emoções,
Que habita em mim e me extasia,
Tornando-me fogo-de-artifício,
Colorindo cada lugar à minha passagem!
Tu és capaz de me desbravar!
De me percorrer, sem medo de ver,
Além do que está definido,
Nas minhas veias marcadas,
Nas palmas das mãos!
Tu és mestre na arte de me conquistar!
De edificar o forte do mais belo sentimento,
De embandeirar cada lugar,
Com o brasão da tua alma!
Tu és água que sacia a minha sede,
De carinho, ternura e companhia!
És chama que aquece este corpo gélido,
De pertença e entrega!
Tu és simplesmente tu!
E basta-me que assim sejas,
Tão-somente, TU!

EM - EMOÇÕES EM VERSO - RICARDO FONSECA - IN-FINITA

Limites condicionados - ANTÓNIO MR MARTINS

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Me apepinam a mente
num diabólico dissertar
de mentiras acumuladas.

O espaço terréu
fortalece as ervas daninhas
que nos trazem as apelativas palavras
do suborno,
perante a incompreensão da sociedade.

A palavra amor
anda arredia destas paragens.

EM - JUÍZOS NA NOITE - ANTÓNIO MR MARTINS - IN-FINITA

Murmúrios - MARIA CABANA

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Os murmúrios se esgotam,
Por dentre os dedos do tempo.
Em silêncio languidamente se recostam,
Num presente e futuro no pensamento.

Mãos de embalar os distraem,
Murmurando belas melodias.
Num esgar de boca se contraem,
Buscando ao passado suas energias.

Renasce de novo sua tenacidade,
Outrora algo invulgar.
Tinha ela pedido, ausência e liberdade,
Para quando houvesse oportunidade voltar.

A força se faz leve e ousada,
Dá impulso ao tempo e á memória.
Os murmúrios já demônios de alma cansada,
Segredam uns aos outros o final de uma história.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

domingo, 27 de outubro de 2019

Nada ser - MARIANA ASPER

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No repente de um dia, que à noite
parte, pertence
Aqui estou eu prostrada nos
esféricos, de sem ele nada ser...
Como posso ser sem tempo,
o que me alheia, me compete?
Como posso devolver
ao tempo, tempo,
sem que seja ele a saber?

EM - O MEU TEMPO É VIVER - MARIANA ASPER - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Nem eu - CRISTINA AMARO CASADINHO

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Nada disto era isto.
Ilha solar flutuando,
envelhecendo... esperando.

Só o sol iluminando
o nosso desencontro.
Nada disto estava previsto.

Onde nada chegou a ser o rosto,
a ser a pele,
e a ter nos olhos
o barco do destino que partiu.

E a minha infância um lugar utópico
que afinal não existiu.

Pois nada disto foi previsto
e nem eu era para ser isto.

EM - (DES)FLORIDOS - CRISTINA AMARO CASADINHO - IN-FINITA

Cristais sedutores - MARIA CABANA

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Cristais puros e inocentes,
Se vão triturando ferozmente.
Formam tempos e gentes.
Calam os momentos a gentes.

Largam-se armas letais,
Que acordam a madrugada,
Choram as lágrimas cristais,
Por cada lágrima chorada.

Se escondem nas trincheiras,
Os emissários da desgraça.
Bloqueiam-se todas as fronteiras,
Por onde a aguardada paz passa.

O tempo alerta o espaço,
Para que diga aos senhores:
Porque não repartir cada um o seu pedaço,
Dos cristais tão sedutores!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

sábado, 26 de outubro de 2019

Sanidade louca - ELÍDIO ROSA

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Ando em círculo
num quadrado que é o meu quarto
e da parede o teu retrato
olha para mim a toda a hora.
O teu abraço, o teu carinho e o teu beijo
são um triângulo que desejo
e que hoje em dia me ignora.

Foste embora e minha metade foi contigo.
Eu não mereço esse castigo,
volta para me completar!
Partiste e deixaste um frágil coração,
triste, entregue à solidão.
Como é duro o meu penar!

Vivo em soluços num constante pranto aflito
e em silêncio o meu grito
morre em minha garganta rouca.
Eras a droga que matava o meu vício,
eras suplício e precipício,
a minha sanidade louca.

EM - POESIA COM HISTÓRIAS - ELÍDIO ROSA - IN-FINITA

A minha boca é mel - CLARA PATACHÃO

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Horas têm cor
Em dias de amor
Vou ao mar com um pescador
Nas asas de condor
Em dias de folia
Contigo sou alegria
Sou quimera sou fantasia
Em dias de melodia
A minha boca é mel
Nesse mar cruel
Vi ondas no meu batel
Nesse mar infiel
A minha boca sorri
Com sabor a ti
Nesses lábios de rubi
Beijos eu bebi

EM - AMOR SENTE-SE - CLARA PATACHÃO - IN-FINITA

Talvez... Maria - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

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Caminhavas na rua, descalça
Despida de sentimentos
Olhos no chão
Cabelo solto ao vento
Pés cansados
Rosto crispado
Mãos enrugadas
Corpo cambaleante, sem destino

Chamei-te: - Maria
Talvez, quem sabe, acertasse
Paraste mas, não olhaste
Chamei-te de novo – Maria
Estremeceste e seguiste
De passo apressado, trocado
Como quem foge do passado
Talvez fugisses da, Maria

Pés cansados
Cabelo ao vento
Rosto crispado
Quem foste?
Quem és?
Talvez... Maria...

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Búzio - CONCEIÇÃO FERREIRA

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Ao sol-posto
Deito o meu rosto
Na concha do teu regaço...
Dou-te um forte abraço,
Beijo-te os fios de espuma,
Mesclo-me na tua bruma
E comungo da mesma paz
Que a ondulação leva e traz.
Sou um búzio minúsculo
Envolto pelo crepúsculo
Que rola pelo areal
Numa cadência musical.
O véu da noite desce,
Teu manto escurece...
Mas tu és o meu mundo,
Um bálsamo profundo.
Tu és o meu lar
E assim te vou amar!

EM - SUSSURROS - CONCEIÇÃO FERREIRA - IN-FINITA

Véus do sonho - MARIANA ASPER

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Há um silêncio dentro de mim
que germina no meu peito,
onde guardo as palavras que
não querem morrer,
e as que grito sem ruído!
Sou eu
num sonho da vida
sonhando,
o amor que sonho,
num sono que não durmo.

EM - O AMOR ASSOMA SEM HORA MARCADA - MARIANA ASPER - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Gosto de energia - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

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Gosto da energia do mar
E do brilho do teu olhar
Gosto da energia do sol
Aquecendo o meu coração
Gosto da energia da lua
Iluminando a minha alma
Gosto da energia da chuva
Que rega os campos de trigo
Gosto da energia das pedras que piso
E sorriem ao meu passar
Gosto da energia do teu abraço
Que me acalma e harmoniza.

Gosto da energia da vida
Que mesmo quase perdida
Ainda me faz sorrir.

Gosto da energia
Que me dá energia.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Ser mãe - LITAS RICARDO

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Mãe, a maior missão da existência,
Um amor forte,
Um laço inquebrável.
Mãe, um útero que dá vida,
Uma vida que dá a vida pelo seu fruto,
Uma esperança de futuro.
Mãe, mulher que gera ou cria,
Um peito que alimenta,
Um coração que sofre.
Mãe, emoção em qualquer ocasião,
Uma doce educação,
Uma (im)perfeição sem defeito.
Mãe, mulher com garra,
Um poço de dedicação,
Um caminho cheio de amor.
Mãe, o dom da sabedoria,
Uma conquista a todo instante,
Uma lágrima de amor.
Mãe, eterna mulher,
Um amor sem igual,
Um corpo quase sem dor.
Mãe, com palavras te agradeço
Toda a dedicação que não tem preço,
Todo o amor que nem sempre mereço.

EM - SENTIRES DE MIM, PARA TI - LITAS RICARDO - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

21 - DEA COIROLO

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galinhas
angola
arte
raízes
coqueiros
Porto

EM - MANDACARU - DEA COIROLO - EDIÇÃO DE AUTOR

Tempo de ser! - MANUELA FRADE

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Tic-Tac... Tic-Tac...
O ritmo é imposto pela vontade,
O tempo marcado pelo relógio!
Tic-Tac... Tum TUM Tum...
Tempos contraditórios...
O de fora e o de dentro,
Tempo de Ser!
O meu marca o passo do meu tempo,
Do meu Ser...
O do relógio
O tempo que me obriga a correr,
Mas eu digo não...
O meu Tum... TUM... Tum,
É muito mais
Que o Tic-Tac do relógio!
Quero o meu tempo Tic-PUM-Tac-Pum...
O meu tempo de Eu SER!

EM - PINCELADAS POÉTICAS - MANUELA FRADE - IN-FINITA

Vicissitudes - MANUEL MACHADO

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É chegada a hora dos abraços
Fortes, prolongados e aconchegantes.
Antecipam partidas e amargas separações,
Ausência de toques, odores e sabores.

Ainda presente, solto imaginação fértil
Às noites longas e frias de solidão,
Prostrado em leito de amores vividos,
Corpos entrelaçados, abraçados e enconchados.

Pairam no ar incertezas do amanhã
Suplantadas por esperanças e desejos
À vida renovada em longínquos lugares,
Outras gentes, novos e empolgantes desafios!

Aferrolham-se no tempo sentimentos,
Cumplicidades, lealdades e vontades,
Sonhando e cogitando estrondosos amanheceres
Em caminhares por extensos e finos areais!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

Sou - CARLA DE SÀ MORAIS

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Sou vento e fúria
Raio e nuvem
Tempestade suspensa
Quando acusada d’injúria
Preciso ser chuva
Forte, densa
Lavar toda a incúria
A mim propensa

EM - DE GAVETA EM GAVETA - CARLA DE SÀ MORAIS - IN-FINITA

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Face - MARIA DOLORES PITEIRA

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Fazes-me sentir
Certa nos sonhos
Porque és único nos meus pensamentos,
No olhar,
Na face que me reconstruíste,

Sentir-me livre
E ganhar a minha vida

Por ti sentir.

EM - ABRAÇAR A LIBERDADE - MARIA DOLORES PITEIRA - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Mauro - DILU MACHADO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR DILU MACHADO

Pureza, ternura
muito sentimento
ânsia de viver
e evitar o sofrimento

Desejo de dar amor
mais do que receber
criança já bem crescida
querendo se entender

Um ser fluído e vibrante
em sua busca constante
de paz e aceitação

Um ser eterno e perfeito
que pode se achar imperfeito
quase que perde a razão

EM - POESIA IRMANADA - DILU MACHADO/MAURO MACHADO - EDIÇÃO DE AUTOR

Guerreiro - RICARDO FONSECA

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Travei grandes batalhas,
Em tempos de ilusões,
Fui vencedor de guerras
Sem vítimas querer fazer!
Perdi lutas desiguais,
Criei fervores emocionais,
Abandonei campos tumultuosos,
Enterrei sonhos cheios de vida!
Fui guerreiro sem armas,
Erguendo bandeiras sem pátria,
Criando listas de inimigos,
Que em tudo eram similares.
Fui ganhando sem troféus
No pódio estive sem flores,
Ultrapassei gigantes obstáculos,
Tantas vezes fui perdedor.
Continuo a lutar,
Nesta guerra que é viver,
Ganho sempre como Homem,
Torno grande meu ser!

EM - EMOÇÕES EM VERSO - RICARDO FONSECA - IN-FINITA

Vazios - MANUEL MACHADO

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Existem em mim vazios sem cavidades,
Pensamentos ocupados por medusas górgonas
Afugentam ou aniquilam negaças mordazes
Tornando-os poáceas ocas, mas flexíveis e resistentes.

Tantos corpos vazios e ocos de entranhas,
Apenas invólucros cobertos de peles e tecidos
Esgravatam cada canto em busca da essência.
Há felicidade no reencontro entre seres e estares!

Sinto corações em batidas cadentes
Fragilizados por cansaços à vida magoada
Desamorados, esquecidos e atraiçoados
Agora vazios e ansiosos às próximas paixões.

Mentes retrógradas fechadas em nichos escuros,
Perversamente traiçoeiras quiçá ferinas,
Insaciáveis por corpos ocos de nada, vazios de tudo
Dilaceram peles sedosas e desprotegidas.

Sentimentos esvaem-se inseguros por ambiguidades,
Pensamentos vãos em galopares constantes.
Abrem-se alas, há festejos com alardeio às mentes abertas,
Ouvem-se coros a dissipar futilidades e vazamentos!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

Atrair a fatalidade - ANTÓNIO MR MARTINS

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Elícito ao teu olhar,
perante a derriça
de todos os meus sentires,
me reduzi à ínfima partícula
do ser.

A lentidão do aconchego
onde se exprimiu a voz da coragem
desagua na foz dos sentidos mortos
insignificantes.

Haverá, sempre,
fatalidade entre nós.

EM - JUÍZOS NA NOITE - ANTÓNIO MR MARTINS - IN-FINITA

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Contracorrente - MIGUEL FITAS FERREIRA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA EDITORA
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De fio a pavio
Corri a correnteza
Das respostas respondidas,
Das perguntas devolvidas
E das tuas vãs certezas.

EM - A LUZ POUCA QUE NOS VÊ COM RAZÃO - MIGUEL FITAS FERREIRA - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Luz(a) alma* - PEDRO VALE

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Luz(a) alma

Sossega e vive do ar,
a cómoda alma, armário espacial.

Plana e cisma a esmola pintada
na rua nua e perfumada.

Sonha a universal fundação,
à beira-rio, navio-fantasma e fruição.

Entoa, na guitarra infantil, dramática gente,
num acorde simples, medieval.

- Ó alma lusa,

Acorda e sente,
mesmo que à tangente,
o que é ser filha de Portugal.

EM - AZUL INSTANTÂNEO - PEDRO VALE - EDIÇÃO DE AUTOR

Queria saber voar... - MANUEL A. RODRIGUES

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Queria saber voar,
Sem ter asas para mostrar,
Queria voar, saindo dos meus sonhos,
Deixando a magia em mim acontecer,
Queria voar, sem abrir os olhos,
Sem ter medo de os sonhos viver,
Queria voar, fosse de noite ou de dia,
Não importando onde o voo me levaria,
Queria voar, junto com o vento,
Querer chegar onde me chega o pensamento,
Voar queria eu saber,
Viajar sem ter medo de me perder,
Querendo um mundo novo conhecer,
Queria saber voar,
Quando de mim quisesse fugir,
Para longe seria o meu chorar,
Voltaria quando de novo, voltasse a sorrir,
Queria ser livre no meu voar,
Sentir em mim, uma pluma na sua leveza,
Queria o mundo, do alto, contemplar,
Apreciar a vida na sua rara beleza...

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

Cheia de vozes - CRISTINA AMARO CASADINHO

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Estás só como os campos
despidos de flores.

Quieta
como um vulcão adormecido.

Sufocada de silêncio
como o fundo do mar.

Morta e quebrada
como uma seara ceifada.

Estás só.
Mas ainda... cheia de vozes,
de fragmentos do destino,
de estilhaços, de pó,
de névoa...

EM - (DES)FLORIDOS - CRISTINA AMARO CASADINHO - IN-FINITA

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Quem me dera - ELÍDIO ROSA

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Quem me dera ser
um fado
desses que vives cantando,
para morar na tua boca.
Quem me dera ser um samba,
enrolar-me em tuas pernas
numa dança eterna e louca.

Quem me dera ser teu riso,
gargalhada de cristal,
das que soltas todo o dia.
Viver nos sulcos do teu rosto,
que de rir todo se enruga,
cheio de eterna alegria!

Quem me dera ser uma lágrima,
gota de orvalho da alma,
dessas que choras por mim.
Para brotar dos teus olhos,
molhar tua face calma.
Para sempre morar em ti!

EM - POESIA COM HISTÓRIAS - ELÍDIO ROSA - IN-FINITA

Portas do céu - TITA LEAL

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Nas minhas ausências
Em pensamento perdido
Sou só uma parte de mim
Em voz de dentro
Voo em pensamento
Rondo as estrelas do céu
Canto no silêncio onde navego
E me entrego
Envolvo-me nas nuvens do tempo
Nas histórias que já vivi
Nas alegrias que senti
Nos mistérios que me deixam o pensamento pular
Entre o paraíso e o mar
E... e encontro-me em ti

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

O passarinho voou... voou - MANUEL A. RODRIGUES

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O passarinho, de voar se cansou,
No ramo da árvore poisou,
Suas asas descansou,
Veio o vento, e a árvore abanou,

O passarinho, privado de descansar,
Para não cair e se magoar,
Novo voo teve que iniciar,
E novamente pelos céus, voar... voar...

O vento deixou de soprar,
O sol começou a brilhar,
O passarinho, na árvore, voltou a poisar,
De contente, começou a piar... a piar...

Poisado num ramo de um pinho,
Piando alegremente sozinho,
Olhou para baixo, observou o caminho,
Pensou... porque não fazer ali o seu ninho,

No meio do areal,
Erguido um espesso pinhal,
O ninho ficaria alto, ninguém lhe faria mal,
O passarinho, fundo respirou, tinha encontrado
o local ideal...

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

A cidade era prateada - CLARA PATACHÃO

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Meu coração é mar aberto onde desperto...
Coração espantoso... Coração espantoso...
... Tu és milagroso e delicioso...
... És misterioso e muito rigoroso...
De olhos molhados e rasgados
Fico no escuro e de noite murmuro...
... Me embriaguei no teu corpo suado...
A sua fome a sua sede saciei! No momento que te amei!
Tiras-me o sono na fragilidade do meu ser
Tenho medo, tenho medo, da alvorada deixada...
... A cidade era prateada...

EM - AMOR SENTE-SE - CLARA PATACHÃO - IN-FINITA

domingo, 20 de outubro de 2019

Imensidão - CONCEIÇÃO FERREIRA

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Vivo da imensidão do mar...

O que tenho para lhe dar?
A exiguidade do meu olhar,
Um coração para navegar
E um cais para atracar!

EM - SUSSURROS - CONCEIÇÃO FERREIRA - IN-FINITA

Instante - MANOEL BARBOSA

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Hoje se foi apressado, passageiro
foi amedrontado, nenhuma esperança expressou.
Hoje, ontem, depois... Tudo em composição do tempo
abstração indefinível, mas o instante...
Tudo o que temos e olhamos no desconfiar
predominante e intruso, o desconfiar do amor
em amar a realidade fantasiosa, amor em desejos
valores de um acaso, corriqueiro, despretensioso.
Hoje apressado ou despreocupado, que seja quando
for vai sem volta, às vezes saudade, dor, reflexões.
Novamente hoje em alegria ou solidão, mas...
Hoje pensado em instante, presente e também segue.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

sábado, 19 de outubro de 2019

Encantos e desencantos! - MANUELA FRADE

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Assustadores desencantos,
No lugar de flores... desertos!
No lugar de mar calmo,
Peixes coloridos e sorridentes...
Piranhas assustadoras e vorazes!
No lugar de pérolas... cascas vazias!
Desencantos dolorosos do eu...
Mergulhados no desespero,
Dum passado doloroso!
Morremos e renascemos,
Duma Fé tornada pó...
Com o Sol que persiste no horizonte...
Ainda brilhando no céu,
Enquanto a Lua ensonada
Acorda disposta a alegrar...
Todos os seres delicados,
Plenos de amor.

EM - PINCELADAS POÉTICAS - MANUELA FRADE - IN-FINITA

Perdoa-me - LURDES TEIXEIRA COSTA

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Ah! Se eu soubesse
Que seria a última noite que te veria
Tinha-me demorado mais no teu abraço
Partia a lua em mil pedaços
Nessa noite com o canto do rouxinol te amaria

Já não choro nem rio,
Tudo à minha volta é nebulado e fugidio
Sem vigor, falo com o vento...
Oh tempo!
E tu estavas lá jorrando imenso alento
O quão foi delicioso sentir-te pelo meu amor sedento

Sucumbi... Sem teu alimento
As alvoradas sem ti são aborrecimento
De todos, o mais sedutor; guiando-me como um condor...
Agarrada às lágrimas amargas que verti,
Ah! Meu amor... Um dia eu te diria (perdoa-me) não te vi...

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

Despertar - CARLA DE SÀ MORAIS

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O dia nasce lentamente
e a luz que dele emana
serve a acariciar sentimentos rebeldes
um dia encarcerados
que despertam suavemente
se impregnam do perfume
complexo das simbioses
Entre verde e Sol
deixo-me levar nesse movimento
sem contrariar
dou por mim camuflada
nesta natureza
continuamente bela e irresistível
a rainha das tréguas esquecidas

EM - DE GAVETA EM GAVETA - CARLA DE SÀ MORAIS - IN-FINITA

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Simplesmente - RICARDO FONSECA

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“Acorda o sol,
Abre-se a janela
Dá-se um beijo
Troca-se um abraço
Digo “amo-te!”.
Água cai,
Toma-se banho
Veste-se a roupa
Mais um beijo
Outro abraço,
Dizes “amo-te!”
Um café,
Fuma-se um cigarro
Dois dedos de conversa
Alguém fala
Ouve-se “amo-te!”
Anda-se na calçada,
As pessoas correm
O tempo avança
Dizemos “amo-te!”
Cai a noite,
Vestem-se as estrelas
Nasce a lua
Um beijo
Mais um abraço
Não se ouve “amo-te!”
Simplesmente
Em silêncio
Demonstramos amor
Amo-te!”

EM - EMOÇÕES EM VERSO - RICARDO FONSECA - IN-FINITA

O melhor de mim - LURDES TEIXEIRA COSTA

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Repara amor as amendoeiras estão em flor...
Continuemos doravante em todas as primaveras
apaixonados;
Degustando o vinho e nossos sabores ligados.
O sol abre-se em teu rosto ao amanhecer e o coração
desperta alegre bem-disposto.
Logo essa vontade palpitante em te querer; sem medo
do não, dado que...
Beijamo-nos em qualquer ocasião.
Teu carinho em noites avessas, na flor o orvalho escorre
emoção.
Te descobri!
És uma mistura de grandezas...
Meu rei... Sou tua princesa - brancas flores sobe nosso
olhar estendem imensa pureza.
Por essa razão dei-te o melhor de mim...
Pois... Te sorri...

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

Aprumo necessário - ANTÓNIO MR MARTINS

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A céu aberto
as imagens dos percalços da vida.

Os corações cotejam sentires
na ambiguidade específica
de cada paixão.

Tudo balança
entre as expressões, os olhares,
as falas e os sorrisos,
de grosso modo.

Mas há sempre um aperto
em cada intimidade,
aprumo alfanado
de todas as emoções.

EM - JUÍZOS NA NOITE - ANTÓNIO MR MARTINS - IN-FINITA

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Porque o sol se esqueceu - MARIANA ASPER

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA EDITORA
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Observo as folhas que em meu redor caem
Sinto as forças, pouco a pouco, meu corpo abandonar
Faço perguntas que as respostas não entendem
Vejo pássaros perder o voo, seu cantar
Porque o sol se esqueceu de mim
Tirou-me a luz, foi brilhar para além-mar!

EM - O MEU TEMPO É VIVER - MARIANA ASPER - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Noites e vontades - LURDES TEIXEIRA COSTA

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Só preciso que te deites ao meu lado
Não me digas nada,
Existem noites assim...
Em que apetece-me estar de boca fechada

Tateando o teu rosto,
As covinhas desse sorriso gostoso
No teu ombro o conforto na vida atribulada
Aperta a minha mão,
Esse abraço que vai de imediato ao coração

O barulho lá fora é perturbador,
Ainda ouço o som do motor
Do veículo onde sozinha afaguei a minha dor
Fecha a janela,
Veda ao passado a vontade de entrar por ela
Podes baixinho trautear uma canção
Embalando-me devagarinho
Como se fosse uma tenra criança
Que só sonha com a esperança, em ter aninho

Deixa-me estar - em ti enroscada
Beija-me só a testa,
Esse respeito pela tua amada
Tudo isto é arrebatador não preciso de mais nada
Meu amor... Apaga a luz por favor!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IV - ANTOLOGIA - IN-FINITA

Caos - CRISTINA AMARO CASADINHO

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Floresce agora
depois do caos,
das lágrimas e da morte.

Renova-te
na limpidez do instante.

Para mim, renasces
em todos os beijos
que não dei.

EM - (DES)FLORIDOS - CRISTINA AMARO CASADINHO - IN-FINITA

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

O sonho - ELÍDIO ROSA

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Sonhei que tu achavas lindo o brilho das estrelas,
mas a mim negavas o brilho do teu olhar.
Sonhei que gostavas do céu, por ele ser infinito,
mas pedias o fim a quem só quer te amar.

No meu sonho tu acordavas cedo
para veres o astro-rei surgir,
mas como eu era o teu brinquedo
não tinhas tempo para mim.

Tu admiravas o mar,
dizias que era encantado,
mas esquecias quem te admira
e está encantado por ti.

Ainda bem que foi tudo um sonho!
Ainda bem que tu estás comigo!
E que na verdade,
a realidade,
é este amor tão lindo!

EM - POESIA COM HISTÓRIAS - ELÍDIO ROSA - IN-FINITA