LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Líquido é o tempo
que baila na cor rubra
da essência que absorvo
Embriaga-me
e na consciência absoluta
de que não o retenho
passo em descompasso
Lembranças de eras
Distantes
desfazem-se em ecos
tímidos e inaudíveis
de um lugar que se perdeu
na memória quase insana.
E depois ele flui e não pára
Em bailado comigo sempre embriagado
Com líquido ou sem líquido
Porque o tempo é indiferente à minha alucinação
E continua a fazer casinhas de rugas
Pelas ruas das faces dos humanos desumanos...
E depois ele flui ainda mais
Com o bailado a precisar de mais sala
Com o líquido a precisar de mais corpo
Porque o tempo é indiferente a limitações
E aos problemas dos humanos desumanos.
O bairro de casinhas de rugas é cada vez maior...
O olhar desfocado
a pele marcada pelas passagens
Esconde-se
por entre paredes de dores e êxtases
e o corpo reage
Insaciável, grita exigente
com lentidão e mais firmeza
O ser resiste à inexistência
do que vai além da concretude
e baila na fluidez, escoando por escadas e passarelas
Liberto
levitando pelo tempo que lhe resta
E desconhece.
Fui de um tempo teu
Sou ainda de um tempo nosso
O tempo levou e trouxe
Os corpos levam e trazem
Mas tudo fica na mesma
Ainda que tantas vezes desfocado
O resultado é a fluidez da alma
Por mais que me esconda
O corpo traz-me as rugas
Caminhos de histórias sempre nossas
A fluidez é puta insaciável
Ninfomaníaca que constrói mais caminhos
E recomeços.
EM - DUETOS DORDIANOS - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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