terça-feira, 31 de março de 2020

Na tentativa de arrancar uma rosa - RICARDO D MAR

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Na tentativa de arrancar uma rosa, picou-se.
Não lhe deu uma flor, mas sangrou por amor.
E no caminho que fez até lhe chegar, as gotas de sangue caíram
ao chão.
Chegado e de rosto perdido, de mãos vazias deu-lhe um beijo
e disse-lhe que a rosa que lhe ia oferecer não se deixou morrer
para se dar. Ela sorriu, segurou-lhe a mão e disse-lhe:
- No caminho que fizeste, deste-te para me chegares e dar de
mãos vazias o que os teus olhos me deram. Sorri amor,
se a rosa não se me quis dar, é porque não quis viver para
morrer. Se te fez sangrar foi para te sentir o sabor e tentar
perceber o que é o amor. Não me trouxeste pétalas, mas vieste
em gotas misturadas. Trouxeste o choro de uma rosa que lutou
e a seiva de um homem que me ama. E isso faz de mim
a mulher mais feliz do mundo.
Sei porque chegaste, e hoje sei voltar por onde vieste, mesmo
que um dia não possas vir. Basta-me seguir um chão sangrado
pelo meu amor, que de mãos vazias me indicou o caminho para
me sentar ao lado da rosa que não quis morrer para que eu a
pudesse ver assim...
Tão viva quanto eu...
“Nada acontece por acaso.”

EM - PARA LÁ DA PELE - RICARDO D MAR - IN-FINITA

Quem me dera ser poeta - JOAQUINA RAIMUNDO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA EDITORA
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Ser poeta, meu amor, quem me dera!
Expressar bem alto o que tenho em mim,
Os meus poemas a atravessar eras,
Elevar até ao céu o meu amor por ti.

Quem me dera ser a poetisa do amor,
Quem me dera ter a inspiração perfeita
E, para que no teu sentir fosse a eleita,
Pediria às estrelas o seu brilho maior.

Quem me dera espalhar o que sinto
Por ti, em versos de estilo sedutor
Dizendo, do meu amor, o seu infinito.

Quem me dera que me dissesses um dia
Que sou o poema que habita em ti, amor,
E a poetisa, em mim, jamais morreria.

EM - AS PALAVRAS QUE SEMPRE TE DIREI - JOAQUINA RAIMUNDO - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

segunda-feira, 30 de março de 2020

Hoje beijei-te - JORGE FERREIRA

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Hoje beijei-te
Como beija um poeta
À luz do luar
E vi mariposas no teu olhar

Nesse teu madrigal sentimento
Selado no firmamento
Voam pássaros, loucos
E insanos desejos

De tanto querer e de crer
Tornei-me num fiel crente
E se no pecado acreditar
No inferno irei parar

Vejo-te, sem te ver
Basta sonhar
E acreditar
O resto é paixão

EM - LÁGRIMAS EM PALAVRAS - JORGE FERREIRA - IN-FINITA

Um dia... - JOSÉ ALENTADO

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Um floco de nuvem no céu vestido de cinzento,
lembrava a imagem do teu rosto,
que chorava de alegria na envoltura de um abraço de saudade,
numa tarde de primavera, em que cheirava a verde,
e a boca se me enchia de beijos...

EM - A MINHA LARANJA ROMÃ - JOSÉ ALENTADO - IN-FINITA

domingo, 29 de março de 2020

Virtude da poesia - JORGE GASPAR

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Em êxtase.
Escrevo.
(Nomeada a virtude)

O grito salva a sede da fé.
No calor da coragem a voz.
Farol de palavras tímidas.

Vibram os destroços da vida.
Poesia em cinzas. Lágrimas?
Desígnios. Trucidados?
Pode chamar-se Amor.

De corpo inteiro a poesia.
A exaltação é universal.
A imortalidade tem instruções.

EM - ODE ÀS PALAVRAS - JORGE GASPAR - IN-FINITA

Avó e Avô - FÁTIMA HORTA

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Avó e Avô,
Duas palavras pequeninas mas de grande valor.
Hoje não ficam esquecidas.
É uma homenagem simples, mas merecida.
Todos os queremos,
São eles uma universidade da vida.
Avós são pais duas vezes.
Deram ao mundo o pai e a mãe que todos temos ou tivemos.
Já não tenho avós.
Guardo a recordação dos seus rostos,
Em muitos retratos velhinhos.
Recordo o amor que me deram,
E de tantos carinhos.
Para todo o mundo, vai um beijo a todos os inesquecíveis:
Avozinhas e Avozinhos.

EM - GRÃOS DE AREIA - FÁTIMA HORTA - IN-FINITA

Eu e nada - DANIEL NOBRE MENDES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA EDITORA
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O meu coração é um mapa
um ponto na geografia desconhecida
não tem coordenadas
nem sintéticas nem assindéticas
é uma oração sem sintática
uma linha errática
entre a minha vida
e a outra que não viverei
uma sombra entre o eu e o nada

EM - INSURREIÇÕES E LIRISMOS - DANIEL NOBRE MENDES - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

sábado, 28 de março de 2020

O sono não vem - MARIA GOMES CABANA

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A noite é imensa,
O perto é longe,
Ontem é hoje,
A noite toda pensa!

A luz está apagada,
A vela está acesa,
Eu nesta incerteza,
Tenho tudo e nada!

E a noite perdura,
O sono não vem,
Estou aqui e além,
E a mente tão escura!

Já fiz o resumo,
A noite o deixou,
Eu para aqui estou,
Mas dormir não durmo.

EM - PÊNDULO DE VIDA - MARIA GOMES CABANA - IN-FINITA

Eras tão feliz no meu mar! - VÍTOR COSTEIRA

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Madrepérola é o seu nome,
solidão é o seu lugar
e os sonhos passam por ela
como o vento passa para o mar,
ao abraçar uma caravela
e ajudá-la a navegar.
Madrepérola na areia,
tanto tempo a esperar
e os pés passam por ela
distraídos sem olhar,
para aquela valva bela
que não pára de brilhar.
Madrepérola ondulada,
filha das ondas do mar,
saiu das águas na ventura
de não mais lá voltar
e é agora a doce ternura
de uma criança a brincar.
Madrepérola num brinco,
madrepérola num colar,
nunca foste tão feliz, madrepérola,
como eras no mar!

EM - DIAS DE ÁGUA E SAL - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

sexta-feira, 27 de março de 2020

XXXIX - CARLOS CAMPOS

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Não sei se sou o teu porto de abrigo
Não sei se sou o teu mar
Não sei se sou os remos do teu barco
Não sei se sou a tua ponte
Não sei se sou a tua margem
Não sei se tudo na vida é uma miragem
Não sei se sou o teu poeta
Não sei se o meu amor vale a pena
Não sei se as estrelas existem no céu
Não sei se o teu coração ainda é meu
Não sei se o meu corpo é um nada morto
Não sei se na tua mente existe uma janela
Não sei se na tua rua só passam caravelas

Mas sei que enquanto não mirrar
Não vou desistir de te amar

EM - POEMAS SEM NOME - CARLOS CAMPOS - IN-FINITA

Apalpação do poema - TIAGO PAIXÃO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR ALVARO GIESTA

braile... pontos e espaços
espaços e pontos nos dedos
linhas e curvas, táctil
o salivar das palavras rubras
a tez da pele, a saliva que se agiganta...
palavras surdas, gemidas, sussurradas
apalpamos cada vírgula, cada exclamação...
nasce o desejo do nada, da pura apalpação
desse tactear impessoal     mente inquieta
palavras cheias, cheias de vida
vida que nos escorre nas veias...
ali... apenas ali, na escuridão lunar
da ponta dos dedos...

EM - IDEÁRIOS - COLECTÂNEA - A CHAMA

Caminho desfrutado - CELSO CORDEIRO

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Como é longo o caminho
visto desde a extremidade...
mas avista-se já a guarida
abrigo derradeiro a alcançar,

calmamente escolho trilhas
para percorrer desfrutando
da suavidade do caminho,

descruzo as encruzilhadas,
descarto elegantes ornatos,
iniciando calmo o desfrute
em pernas que entreabrem,

vou saboreando caminho
e cada detalhe da paisagem
que paro para contemplar,

como pássaro quase a pousar
em doce e suave esvoaçar,
desfruto antes de entrar
no ninho abrigo em espera,

e no calor húmido que acolhe
desfruto e sacio os sentidos
na fonte do fim de caminho.

EM - VERSOS COM REVERSOS - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

quinta-feira, 26 de março de 2020

O carnal VII - ANTÓNIO SILVA MELO

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Invoco-te por entre o prazer
Na mesma bravura
Das amarras nos oceanos.

É tão digna a tua carne como a minha.
Velada à nascença
As duas uma e longa.

És agora um braço do mundo
E sinto o pecado por fraqueza.

EM - POESIA SUBMERSA - ANTÓNIO SILVA MELO - IN-FINITA

O avô - RICARDO D MAR

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O avô já tropeça ao tentar chegar ao neto que ainda vai
tropeçando. O neto ainda cambaleia ao caminhar,
o avô já caminha cambaleando.
Ao avô já lhe custa a mastigar, ao neto ainda lhe é custoso o que
mastiga.
Ao neto ainda lhe custa a falar, ao avô já lhe custa o pouco que
fala. O avô já se segura para se levantar, o neto para se levantar
ainda tem que se segurar.
Ambos unidos por uma enorme segurança no olhar.
Tão iguais, só mesmo na forma de amar se nota uma troca
de posições, mas a intensidade é a mesma.
O neto já ama com intensidade, o avô ainda ama intensamente

EM - PARA LÁ DA PELE - RICARDO D MAR - IN-FINITA

quarta-feira, 25 de março de 2020

Panem et circenses - RONALDO WERNECK

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELO AUTOR
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palavra pão coti
diano em ano
panaceia cota
de dano em dano
um verso e seu re
verso opus físsil pá
lavrador de ver
so panis et coellum pana
ceia et circenses a pa
lavra de rapina em vão
um desvão do ver
bordado em pó e pano
ceia e um só coti
diano em ano ver
so um só me de
forma e fundo
pão e circo

EM - MOMENTO VIVO - RONALDO WERNECK - ETM

Os meus dias - JORGE FERREIRA

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Os meus dias
São como gotas de água
Que um dia na nascente fluíram
E do rio acresceram até à foz
No oceano crio o meu manto
Que me cobre nas ondas do mar
Nesta hipérbole da vida
Sou Capitão e marinheiro
Sigo a Estrela do Norte
O porto de abrigo é o destino
Quando às margens chegar
Serás o conforto das minhas mágoas

EM - LÁGRIMAS EM PALAVRAS - JORGE FERREIRA - IN-FINITA

Acorda meu amor - JOSÉ ALENTADO

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Acordar em ti eternamente mimosa,
Contemplar o sol do teu rosto sereno
De paz, dar-te um beijo de ternura imensa,
E dizer-te baixinho – Bom dia meu amor, para
Voltar a adormecer nos teus braços,
Nesse sonho de paixão eterna, onde só
há lugar para as deusas do prazer e dos corações roubados,
onde o mar das brisas doces nos vai salpicando
com gotículas de pétalas rosas que se colam
aos nossos corpos cansados,
e de olhos fechados voando nas asas do sonho,
voamos os dois num só...

Bom dia meu amor...

EM - A MINHA LARANJA ROMÃ - JOSÉ ALENTADO - IN-FINITA

terça-feira, 24 de março de 2020

Outra voz - JOÃO SEVIVAS

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Outra voz se sente e no cruzar do ver e sentir a palavra se tece.
Vês na labareda uma cor mais clara e outra mais negra?
Eu só me quero aquecer.
Repara que é a inferior que queima e a de cima é que ilumina.
Para iluminar é preciso queimar?
A matéria fala aos sentidos para ouvir a mente
Mas qual das duas nos aquece?
Ambas estão no teu olhar.

EM - POESIA 2020 - JOÃO SEVIVAS - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Verdades silenciosas - JORGE GASPAR

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O absurdo da inspiração.
Inquietante o equilíbrio da palavra.
De incertezas cravado o poema.

A alma e o seu deserto fértil.
Sou o que penso?
Sangram alegrias obedientes.

Pensam-nos?
Abertas vigílias de sentidos inertes.
Abismos rigorosos de atitudes e ciladas.

Cenário de mudanças e etapas.
Emboscada a voz.

Frágil mundo. Cortadas as palavras.
Elementar seria a astúcia.
Inteireza de plenitude.

Silenciosas verdades filtram gratuitidades.
Luzes férteis na poesia?

EM - ODE ÀS PALAVRAS - JORGE GASPAR - IN-FINITA

Mãe solteira - FÁTIMA HORTA

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Maria, Ana, Lurdes, tanto faz.
Não interessa o nome. És mulher.
É a ti, com respeito, que dedico esta mensagem,
Que fica por acabar.
São tantas as palavras de amor,
Que o teu filho tem para de dar.
Mulher!
Não negaste a vida,
Que o teu ventre carregou.
Sofreste sozinha, abandonada,
Pelo homem que o amor te negou.
Nasceu outro amor ainda maior.
Desse amor que um dia te foi negado.
És feliz, sentes orgulho do teu filho.
Por ele, o teu ventre foi rasgado.
O teu filho cresceu, deu-te família.
A família que sempre quiseste ter.
Casou-se, deu-te netos.
E, esses amores, vês crescer.
Ah! Mulher, bendito nome.
Foste mãe e pai ao mesmo tempo.
Tanto pão que não comeste para lhe dar,
Criaste o teu filho à tua maneira.
E, hoje sim, sentes orgulho,
De teres sido mãe solteira.

EM - GRÃOS DE AREIA - FÁTIMA HORTA - IN-FINITA

segunda-feira, 23 de março de 2020

Nosso rio é amor - MARIA GOMES CABANA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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A nascente borbulhava dentre as rochas,
Leve barulho se ouvia,
Livremente ela corria
Sulcando as mesas postas.

E os riachos seus filhos
A ela se iam juntando,
E seu caudal engrossando
Procurando novos trilhos.

Nasceu no cume da serra
Corre sereno no vale,
Que este amor não se cale!
Ervas daninhas em terra!

Já rio abraça as margens com vigor,
Tudo cresce verdejante!
Mostrando a toda a gente,
Que nosso rio é corrente de amor!

EM - PÊNDULO DE VIDA - MARIA GOMES CABANA - IN-FINITA

Entre o mar e o céu nasceu - VÍTOR COSTEIRA

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Nasceu...
nasceu simplesmente,
sem semente,
sem magia...
Apareceu
um dia
e, do nada,
poeira encantada,
em tudo se fez,
sem mas,
sem porquês,
sem talvez...
Nasceu...
simplesmente nasceu,
entre o mar e o céu,
encantado conto...
Ponto!

EM - DIAS DE ÁGUA E SAL - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

domingo, 22 de março de 2020

A inveja - ALVES DOS SANTOS

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Tudo foi em excesso
A entrega que foi total
A vontade que não se saciava
O desejo que era incontrolável
Mas então nada se afigurava suficiente
Não havia pensamento que não se realizasse
Não havia caprichos a que não cedêssemos
Não havia limites para as nossas limitações
Tudo era infinito, transcendental, indestrutível
Tudo era caso de vida ou de morte
Era tudo ou nada
Mas o nada nunca era efetivamente opção
Até que foi o nada tudo o que nos restou
Perdurando estéril num tempo interminável
Em que tudo se supõe ter sido erro e desacerto
Perdurando estéril num tempo interminável
Em que tudo é dúvida e recriminação
Em que só se inveja quem nunca amou
Mas será a paixão alguma vez razão?
E será o Amor escolha?

EM - O LIVRO DE TODOS OS PECADOS - ALVES DOS SANTOS - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

XXXVI - CARLOS CAMPOS

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Posso ser um trolha tosco do amor
Mas tento me moldar na forja do teu calor
Não serei um Miguel Ângelo
Que pinta o seu do teu segredo
Com cores de arco-íris
Mas que te espero de coração aberto até tu te vires

Não serei um Sócrates de filosofia barata
Posso ser humorista sem humor
Mas nunca serei um prostituto do seu amor

Não quero ser apóstolo de uma religião que não existe
Sou crente da tua fé
Seja qual for a maré

Gostas de me sentir?
Sabes que te adoro?
Gosto de ter as minhas mãos perdidas no teu corpo
Para as encontrar no vento do nosso amor

EM - POEMAS SEM NOME - CARLOS CAMPOS - IN-FINITA

Ávida visão - CELSO CORDEIRO

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Deleito-me com a visão,
o olhar atento dispersa-se,
e a indecisão apodera-se
sem saber onde começar,

a calma expressão do rosto
evidencia os lábios delicados,
de traço fino e tão sensual,
na doce espera de um beijo,

mitigo a sede na tua boca
que beijo avidamente,
e em sôfrego entusiasmo
saboreio o teu pescoço,

desço e perco-me nas dunas,
antes em renda resguardadas,
que bem roliças extravasam
o aconchego das minhas mãos,

e esses erectos botões
de tom castanho rosado,
de protuberantes e tensos,
dão rendido acolhimento.

EM - VERSOS COM REVERSOS - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

sábado, 21 de março de 2020

O carnal VI - ANTÓNIO SILVA MELO

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Peço-te que me desrespeites e não olhes para a doutrina normal
das formas.
Peço-te que olhes não mais que a atenção
A minha face de púrpura no desejo por dentro.
Peço-te que me peças que te dispa
E seja livre toda a garganta.

EM - POESIA SUBMERSA - ANTÓNIO SILVA MELO - IN-FINITA

Olha o meu piano - RICARDO D MAR

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Olha o meu piano,
tantas melodias me segredou,
julguei-o um tanto leviano,
por tantas paixões que tocou.
Nunca o invejei,
no contar de tantos amores,
em frente a ele também amei,
notas de risos e dores.
Que toque o do meu piano,
que nele me deixou tocar,
na sua insanidade fui insano,
por com ele cantar.
Vaidoso da sua cauda,
veste de preto, majestoso,
um jarro cor de esmeralda,
é o que o faz mais ostentoso.
Toca para o jarro,
ele ouve-o com atenção,
mas o mais bizarro,
é eu cantar a mesma canção.
Eu sei quem amar,
sei bem quem desejo,
aquela que na cauda do meu piano se sentar,
a ouvir o meu cantarejo.
Se um dia te sentires insana assim como eu me sinto, não temas,
não deixes de te sentar na cauda do meu piano para ouvires o
que te quero dizer. Talvez essa insanidade seja a maneira perfeita
de seres feliz.

EM - PARA LÁ DA PELE - RICARDO D MAR - IN-FINITA

Ser poeta - JOAQUINA RAIMUNDO

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É ser maior no sonho que se sente,
E ir mais além, subir mais alto no querer,
É descer às profundezas da mente
E cantar a vida até mais não poder.

É ter dentro de si o universal mundo,
E ser grandioso naquilo que se diz,
É ter orgulho nas suas terras, no seu país
E ter pela poesia um amor profundo.

É ter muito amor pela natureza
E ter na paz e na justiça missões,
É ser exemplo de enorme grandeza.

É ir até aos horizontes sem fim,
Até ao fim do mundo aos trambolhões
E a poesia continuar dentro de si.

EM - AS PALAVRAS QUE SEMPRE TE DIREI - JOAQUINA RAIMUNDO - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

sexta-feira, 20 de março de 2020

Nós poetas - JORGE FERREIRA

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Que fúria é esta que faz da caneta mil remoinhos
Esta enorme vontade de escrever.
Porque continuo a lutar contra moinhos?
Que demónios serão estes que dominam o meu Ser?
Tudo isto é muito complexo...
Olho para o espelho nem reconheço o meu reflexo
Preciso parar, descansar
Analisar o que se está a passar
A escrita não devia ser motivo de separação
Mas de uma grande união
Infelizmente não é isso que sinto e vejo
Não é isto que eu quero e desejo
Poetas, nós somos a Alma de um povo
E matéria imaterial da humanidade
A escrita não tem tempo nem idade
Um dia irei começar tudo de novo

EM - LÁGRIMAS EM PALAVRAS - JORGE FERREIRA - IN-FINITA

Abraço!... - JOSÉ ALENTADO

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Gosto da melodia do teu coração
quando dança no abraço dos meus beijos,
e do brilho do teu cabelo molhado,
do perfume de jasmim da tua pele também gosto,
do som dos teus lábios quando sorris,
e da alegria dos teus olhos no momento de te amar...

EM - A MINHA LARANJA ROMÃ - JOSÉ ALENTADO - IN-FINITA

quinta-feira, 19 de março de 2020

Meu filho - DANIEL NOBRE MENDES

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Meu filho
bandeira da paz
oceano ondulante
barco de vela enfunada
fruto da nossa mulher
- da tua mãe e da minha

EM - INSURREIÇÕES E LIRISMOS - DANIEL NOBRE MENDES - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Poetizando com o arco-íris - JORGE GASPAR

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Na liberdade das palavras
A Poesia exibe a criação
Do assombro das cores em harmonia.

Na quietude da página em branco
Grava-se o colorido em aguarela
Inspiração, alegria, beleza, vibrando.

O prazer é aliado da perfeição
No desafio da sensibilidade e emotividade
Radiante no texto do poema, o arco-íris.

EM - ODE ÀS PALAVRAS - JORGE GASPAR - IN-FINITA

Pai - FÁTIMA HORTA

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Pai.
É escola de virtude,
Semente, vida, amor.
Pai, é saudade,
É verdade, calor.
Pai é o amigo verdadeiro,
Que todos tivemos um dia.
Pai é o homem,
Que guardarei sempre,
No meu coração.

EM - GRÃOS DE AREIA - FÁTIMA HORTA - IN-FINITA

quarta-feira, 18 de março de 2020

Meus filhos - MARIA GOMES CABANA

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Neste meu jardim da escrita,
De canteiros imperfeitos.
Não moram amores perfeitos.
É bom que eu reflita!

Vejo dois tão floridos,
Com meu amor os semeei!
De dentro de mim os brotei,
São os meus filhos queridos!

Seu amor é tão sincero,
O meu por eles é intenso,
De tanto neles que eu penso,
O mesmo deles eu espero!

Pois, sou um pouco egoísta,
Só os quero para mim.
Mas, eles estão no jardim,
Onde todo o mundo os avista!

EM - PÊNDULO DE VIDA - MARIA GOMES CABANA - IN-FINITA

Enquanto espero na areia... - VÍTOR COSTEIRA

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Amavelmente,
quase que pedindo desculpa
pela inconstância
do teu líquido corpo,
vais afastando a tua presença
do meu deslumbramento,
repetindo murmúrios
na suave despedida,
onda a onda...
E a distância entre nós
torna-se um oceano
tão difícil de navegar...
Abandonas a tua maré-cheia
na minha baixa-mar,
enquanto espero na areia
a hora do teu voltar...

EM - DIAS DE ÁGUA E SAL - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

terça-feira, 17 de março de 2020

Testemunho em dia do pai... - CELSO CORDEIRO

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Nunca como hoje gerou antes
tão imensa confusão de emoções
e de tão antagónicas sensações
com amargo travo de mágoa.

Se o orgulho no Pai que tive,
onde quer que ele esteja agora,
é imensurável pela grandeza
dos valores que transmitiu,
exemplos de integridade de vida,
humildade e dedicação à família
que deixou como herança,
é também profundo meu pesar
e tenho por não ter sido capaz
de transmitir esse legado...

Como pai sinto ser escasso
o legado que tenho a deixar
num passar de testemunho,
sendo também o meu filho
jovem pai dentro em breve,
tenho o peso da consciência
que as referências que herda
para transmitir serão escassas,
pouco mais do que tem sido
por si próprio capaz de criar...

Nem sempre logram os filhos
transmitir enquanto pais
o que herdaram de seus pais
aos seus próprios filhos!...

EM - VERSOS COM REVERSOS - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

XXXIII - CARLOS CAMPOS

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Todas as noites um sonho vem à noite
Sentar-se no meu pensamento
Me aquece com a verdade de um juramento
E faz a vida ser um momento

No final de um sonho
Continua o mesmo sonho
Não finjo nada
Esse sonho comanda a vida
Tudo isso pode não parecer fazer sentido
Mas que seria da vida
Se de vez em quando não se perder o juízo

Na escuridão do dia
No clarão da noite
No anoitecer da manhã
No barulho do silêncio
Na certeza da incerteza
Te digo com respeito e delicadeza
Queria voltar a ser criança
Na estrada da esperança
Te dizer
Meu amor anda vamos
Quero de oferecer uma flor

EM - POEMAS SEM NOME - CARLOS CAMPOS - IN-FINITA

Desejo - ANTÓNIO SEM

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR ALVARO GIESTA

Nasce o corpo e o desejo
na imensidão da noite de lábios frescos
onde flutuam sonhos quentes
perfis em chamas
quando os dedos avançam por um toque ardente
e o corpo se incendeia
no apego mágico do desejo.

EM - IDEÁRIOS - COLECTÂNEA - A CHAMA

segunda-feira, 16 de março de 2020

O carnal V - ANTÓNIO SILVA MELO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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É por ti que faço as guerras nas estranhas manhãs.
As línguas com cio
O rosto ávido que procrio
Os fios nos dedos na tua ausência.
E por ti criei o instinto
De uma perfeita inocência
Nos bicos do teu peito arqueado.

EM - POESIA SUBMERSA - ANTÓNIO SILVA MELO - IN-FINITA

As notas de uma guitarra - RICARDO D MAR

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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As notas de uma guitarra são soantes consoante a capacidade
de quem a ouve e de quem a toca.

Nesta vida...

Não te consideres apto ou inapto, considera-te sempre capaz.

EM - PARA LÁ DA PELE - RICARDO D MAR - IN-FINITA

domingo, 15 de março de 2020

Sorrir - JOSÉ ALENTADO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Sorrir ficou preso no choro do nascimento,
no grito da chegada,
sorrir está refém neste momento,
congelou, e sai frio,
sem a brancura da alegria,
ficaste cinzento, como certos dias,
e nunca pintaste as cores do arco-íris na tua boca,
nasceste crescido sem graça, triste,
não descobriste que sorrir é como beijar uma criança
é dar sem receber, é polonizar como as abelhas,
é deixar aquele doce a pairar
como a brisa num dia de primavera.

Sorrir é ser capaz de dizer adeus ao choro do nascimento,
sem derramar uma lágrima,
é deixar-nos levar por tempestades e vendavais de alegria,
é contagiar o mundo com um simples gesto,
pintá-lo com as aguarelas dos sonhos dos meninos brincando.

Sorrir é esbanjar alegria sem medo de ficar pobre,
é secar os lagos de tristezas escondidas,
é mergulhar de olhos fechados nas águas límpidas
dos corações cristalinos,
amando sempre...
até nos afogarmos em felicidade.

EM - A MINHA LARANJA ROMÃ - JOSÉ ALENTADO - IN-FINITA

A lua na toscana - RONALDO WERNECK

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELO AUTOR
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num plano geral
num largo longuíssimo
longshot
o sol se desensolara
escapa na linha de fuga
sol que some
e azula a paisagem

no ar um odor de almíscar
em plano próximo americano
namorados se lambuzam de beijos
e chianti e fartos afagos

é primavera e essa lua
essa lua-lua tamanha
lua que explode companheira
e nos segue nos acompanha
pelas tortas trilhas toscanas.

EM - MOMENTO VIVO - RONALDO WERNECK - ETM

Quero ser semente - JORGE FERREIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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És a minha flor silvestre
Que um dia colhi para mim
Não foi com as mãos
Porque ficaste sempre no teu jardim
Colhi-te com o meu coração
Vives nos campos floridos
Onde sentes o paraíso
És o pólen que me deu sentido
A vida que me deu chão
És de mim toda a emoção
Minha loucura, minha sensatez
Se um dia te perder na desfolhada
Que o vento me leve aonde for
Quero ser semente em terra sagrada
Renascer em forma de beija-flor
E colher-te, mais uma vez.

EM - LÁGRIMAS EM PALAVRAS - JORGE FERREIRA - IN-FINITA

sábado, 14 de março de 2020

Flor rejeitada - FÁTIMA HORTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Amigo!
As flores têm perfume, cor.
Têm vida,
Precisam de quem trate delas com amor.
E eu quem sou?
Sou criança, flor a desabrochar.
Suja, com fome,
Sou criança da tua,
Sou criança sem lar.
Os adultos passam sempre a correr,
Sem tempo para mim olhar.
Parem.
Olhem para mim.
Preciso do vosso carinho,
Da vossa afeição.
De um sorriso,
Preciso da vossa mão.
Parem e pensem.
O Natal é todos os dias do ano.
Sou flor que chora quando mal tratada.
Não tenho culpa de me terem semeado, de ter nascido,
E hoje sou flor rejeitada.

EM - GRÃOS DE AREIA - FÁTIMA HORTA - IN-FINITA

Preço - JOÃO SEVIVAS

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA EDITORA
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Quebrar as montras onde me expões
Não há preço, nem estou à venda
Prefiro destruir o pedestal
Ficar de pé onde só tu me vês
Ir de encontro ao teu não ser
Que vês em mim.

EM - POESIA 2020 - JOÃO SEVIVAS - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Panorama(s) - JORGE GASPAR

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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A Poesia nasce nostálgica
Descrente e magoada no tempo
Fustigada de incertezas.

Sorrateiro e frio o olhar
Tecendo margens nas palavras.
Em névoas tristes os espaços
Gélida a natureza dos versos

Sangue enlutado de tristeza
Cicatrizes cruéis e inclementes
Quão irregulares os equívocos
Geadas travando horizontes

Perplexos os pensamentos
Tempos abstratos
Licenciando destinos.

EM - ODE ÀS PALAVRAS - JORGE GASPAR - IN-FINITA

sexta-feira, 13 de março de 2020

Estrada - MAURO MACHADO/JOSÉ ALBERTO MACHADO

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Vou gemendo na viola
O pranto que ainda me resta
Meus irmãos já foram embora
Sem alegria e sem festa

Abandonado o sertão
Ficou só a poesia
E a tristeza de maria
Que deixou na solidão

E deixando a solidão
Seu pranto ficou na estrada
Que foi passando o seu povo
Em busca de nova estrada
Em busca de um mundo novo
Nesta longa caminhada

A seca partiu a terra
A fome matou o menino
Lá no alto, na capela,
Toca o sino
Toca o sino
(chamando por deus menino)
(chamando por deus menino)

Nota de Dilu Machado: “ESTRADA, de autoria de meus irmãos,
MAURO MACHADO e JOSÉ ALBERTO MACHADO, já falecidos.
Como irmã e curadora, divulgo a obra poética e musical deixada por
eles. Como eu, eles nasceram em Ubaitaba, BA, e moraram aqui em
Salvador. A poesia foi escrita numa viagem que fizeram ao sertão
pernambucano. É inédita. Foi transformada em música e alcançou o
2º lugar no Festival da Canção de Ilhéus, BA, nos anos 70, me tendo
como intérprete.”

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Meu tesouro - MARIA GOMES CABANA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Meu amor , meu rio,
Onde desagua a vida.
No sopé do casario,
Corre sua imagem refletida.

És Mondego, Douro, Tejo.
Sado, Guadiana, tu, meu Vouga.
Teu silêncio é meu desejo.
Em ti minha visão se delonga!

Tuas faustosas margens,
De um verde esperança.
Oferecem suculentas pastagens,
No verão são pista de dança.

Meu rio, meu tesouro,
Onde em criança me banhei.
Não possuis petitas de ouro.
Mas em ti corre, ouro de lei!

EM - PÊNDULO DE VIDA - MARIA GOMES CABANA - IN-FINITA

Enquanto a água do teu mar me beija - VÍTOR COSTEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Convidas o meu atrevimento,
desafias a minha rebeldia,
em sete vagas te aproximas
e noutras sete tentadoras te afastas!
Jogas o jogo da sedução
enquanto eu vou resistindo,
reconheço (juro que sim!)
sem grande convicção,
porque o apelo das ninfas
não permite hesitações aos mortais
que lavam o olhar em ti,
neste teu vai-e-vem sem fim...
Invado o teu corpo molhado
que me afoga o desejo
e me permite o grato ensejo
de te sentir por todo o lado,
gratificando a minha ousadia...
e em sete vagas flutuo
e noutras sete mergulho,
mas em nenhuma delas eu encontro
uma única vontade que seja
para sair de dentro de ti,
enquanto a água do teu mar me beija
e o murmurejar do teu prazer me sorri...

EM - DIAS DE ÁGUA E SAL - VÍTOR COSTEIRA - IN-FINITA

quinta-feira, 12 de março de 2020

Teu livro - CELSO CORDEIRO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Se da tua vida fizeres um livro
muitas serão as páginas rasuradas
e até de histórias mal contadas,
meras cicatrizes do percurso
que deverão ser ignoradas.

Se um livro tiver que ser
que seja da mais bela poesia,
em pura filigrana de palavras,
de histórias d’amor sonhadas
e de emoções apaixonadas.

E quando um dia talvez
esse teu livro eu possa ler
seguramente que vou reter
a beleza dos teus sonhos
e felicidade desse sentir!

EM - VERSOS COM REVERSOS - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA