domingo, 31 de janeiro de 2021

Sabedoria ou Insensatez - ROBERTA WADNER

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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O que tenho escolhido?
Até quando
Vou fazer escolhas erradas?

Preciso pausar e repensar
Antes de prosseguir
Pois creio que até aqui
Segui a senhora insensatez
E por muitas vezes
Ainda permito ouvi-la
E praticar seus maus hábitos.

Quero vida nova
E dar atenção
A senhora Sabedoria
Ouvir os seus conselhos
E pratica-los
Com todo meu coração.

EM - ALMA DESCORTINADA - QUANDO A POESIA GERA CURA - ROBERTA WADNER - IN-FINITA

O Candeeiro - AURINEIDE THETHÊ

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Tudo arrumado para a romaria,
O sapato e o candeeiro entram em contradição,
Tropeço no barrigudo,
E o fogo cobriu o chão.
Bate, bate para todo lado,
De longe se via o clarão,
Foram dormir calçados e acordaram de pés no chão.

O pavio disse, não me culpem da confusão,
Me estriparam num chute,
Só sentir o calorão.
O fogo foi abrandado com o caldeirão,
Enquanto eu gritava,
O fogo bradava nos sapatos do chão.

O patriarca retruca,
Quando se juntam é só gracejos,
Esperem pelo prejuízo.
Não sei se é desatenção,
Ou pouco juízo.

E esguicha a saliva no bico,
A parede filtra o mijão,
Tamanco carrega o murão.
De longe se escuta o toc, toc, no chão
Onde brilhava o vermelho,
Tudo era carvão.

Peregrinos, fizeram da falta missão,
Todos descalços,
Acompanhando a procissão.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sábado, 30 de janeiro de 2021

Quando vens para ficar - ANA LANDEIRO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Quando vens para ficar, a minha cor avermelha-se
de complacência. A minha alma grita longamente
com receio da turbulência.
Agora que o dia se acalmou e as cortinas se abriram,
ouço cantigas de amor na minha melodia.
Receio os vendavais das quimeras, das doces ilustrações
da agonia vivida no desespero de mais uma vida vivida.
O grito voou e alcançou a leveza da sintonia que antes
era apenas monotonia.
O choro voltou a espreitar como se fosse interjeição.
O riso alcançou o rosto da perfeição.

EM - PEDAÇOS DE MIM - ANA LANDEIRO - IN-FINITA

Amor Proibido - AURINEIDE THETHÊ

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Todo amor proibido
Traz sempre uma confusão.
Às vezes, riscos de vida,
De quem chora por uma paixão,
Não tem ombro amigo para chorar,
Pois é segredo que não pode revelar,
Vive feito planta da terra que está fora do chão querendo
vingar!
É um castigo perverso,
E por mais que seja discreto,
Tem sempre alguém pra desconfiar.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A sua presença - LIÈGE DE MELO

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Sua alegria adentrou a casa,
encheu a sala, brincou pelo corredor
no silencio do quarto, criou asas,
farejou a cama, procurou o amor.

Sua presença surpreendeu a manhã,
se apossou do espaço, trouxe luz ao terraço -
construiu um compasso de tamanha beleza
que expulsou a tristeza
                                 sem qualquer embaraço.

Seu sorriso recompôs o desejo,
                                           retocou a magia,
refez sentimentos com suave harmonia.

Intenso reencontro ocorreu nesse dia:
eu, você e sua contagiante alegria.

EM - ROTAS POÉTICAS - LIÈGE DE MELO - IN-FINITA

Sombras e sobras - MARIA ELIZABETE NASCIMENTO OLIVEIRA

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Claridade é ilusão!
Uma noite, um dia;
todas as noites, todos os dias.
Tudo é noite!
Fora e dentro, escuridão.
Os cães uivam como lobos,
quebram o silêncio,
derrubam cacos pelo chão.

Tudo diminuiu lá fora,
Tudo cresceu aqui dentro,
cresceu a saudade,
que invadiu as vísceras,
que corrompeu as vaidades,
que agitou o sangue,
que arrebentou as veias
que fez jorrar o sangue.

Cresceu a fome,
que denunciou o medo,
que retraiu a esperança,
que convocou à rua,
que conversou silêncios,
que descobriu o cárcere
privado do inexistir.

Cresceu a insegurança,
que derrotou verdades,
que injetou morfina,
que enganou a vida,
que levou à morte,
que criou raízes,
que invadiu logradouros.

Cresceu a lágrima,
que bebeu de águas,
que somou ao rio,
que acionou o desespero,
que vestiu de luto,
que remou ao mar.

Restam secos e secas!
Enxovalhados de si...
trancando a janela,
apagando as luzes,
fechando os olhos,
interrompendo o presente,
castrando o futuro.
E ponto e fim!

Só os lobos continuam a olhar pela janela.

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Morrer no amor - TITA TAVARES

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A mim nada me fere. Estou imune!
Há só uma vacina que não tenho.
E é esse o mal que ao mundo me une.
É com ele que na vida me sustenho.

É veneno e antídoto num só remédio.
É esse o Mal e o Bem que eu quero ter.
É aquilo que dá Vida e tira o tédio.
É a Luz, é o Sangue e é o Ser.

É ele o puro Amor que o mundo tem.
E é desse Amor que ao mundo o mal não vem
É algo superior, é divinal!

Vacina, para quê? Só p’ra morrer!
Ainda que esse mal, faça sofrer,
Morra eu, no Amor, se isso é mal!

EM - O AMOR NÃO TEM SUJEITO - TITA TAVARES - IN-FINITA

 

Atropelando o poeta - AUDELINA DE JESUS MACIEIRA

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Passo por cima
não ouço sua rima
seu contexto é forte porém
não há quem suporte
tanta luz em um ser apenas.
O poeta sabe o que quer dizer
mesmo chorando vai escrever
mesmo triste vai esquecer
da dor
da febre
da lágrima
das impotências da vida.
Às vezes sozinho vai
escorrer versos do seu corpo
veloz atinge todos em um só voz.
Há quem diga que poeta
é coisa do diabo
sua língua afiada
mata.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Diz sim mesmo assim - ITANIRA SOARES

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Autoriza-me entrar em teu corpo
Que eu me encorpe,
Que eu me aposse,
Que eu tome posse
Da tua chave enroscada
Da tua clave musicada
Da tua base estruturada.
Diz sim! Autoriza-me!
Diz sim mesmo assim,
No sim da minha verdade
O sim das tuas inverdades
O tremor do teu medo
Na calma da minha coragem
O sim da minha dor
No sim do teu prazer
O sim da minha fidelidade
No sim da tua falsidade
Diz sim mesmo assim
Negação da nossa felicidade
Sim! Sim! Sim!
Enfim, no sim de todos os meus sins
Para sempre aqui guardados
Por ti assim autorizados.

EM - INEXPLICÁVEIS POEMAS - ITANIRA SOARES - IN-FINITA

Gota - MARIA DE FÁTIMA SOARES

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Caminho sobre a água e sou gota.
Salgada, como é o mar.
Na essência, já sou outra.
Que se distancia de terra, afasta rapidamente da costa,
No seu lento caminhar.

Caminho pela praia descalça.
Sem cuidar em me molhar.
Já me desfiz de quem era...
Deixando na areia enterrada, o que eu era e vira nada!
E também eu, já sou mar.

A água lambe-me os traços.
Engolindo-me marcas e passos.
Sem nada de mim, deixar.
E eu? Sou agora onda, gaivota...
Ou continuarei apenas gota, sob a areia a deslizar.

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

A tragédia anunciada (*) - FRASSINO MACHADO

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Junto a ti os teus aguadeiros
Ousaram levantar-te do chão,
A meta era ali à frente,
Que má sorte, não há bombeiros...
Uma bicicleta, eles te dão,
Ideia apenas qu´ a alma sente
Mas, no fundo, o teu corpo não.

A “força da natureza”, em si,
Gostavas que fosse verdadeira
Ou que te permitisse a ti
Suportar a lei da Justiceira...
Tu, porém, já não tens memória
Igual aos louros da tua história,
Nada vale a tua vida, nada!
Hoje tens tragédia anunciada
Onde deveria estar tua Glória...

(*) – Visita ao Hospital da Cuf, onde Joaquim
Agostinho esteve em coma duas semanas.

EM - A MUSA DOS ESTÁDIOS - FRASSINO MACHADO - IN-FINITA

A Bala - AUDELINA DE JESUS MACIEIRA

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A bala aponta
pra cabeça do homem
que foge
se esconde.
A bala sem assas
armada
mata.
Mas, não fala
por onde
a senzala
anda?
Engatilhada a fome.
A arma na noite
busca a justiça
recolhendo vidas.
A desigualdade inventada
a preguiça malvada
vem
sucumbe
extermina
derruba
no buraco
a oportunidade
dos dois lados
o jovem atingido
morto
destino assinado
ou assassinado
inocente ou culpado
cadê o perdão?
Irmão.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

O que mais tenho - ROSA MORENA

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O que mais tenho
São memórias tuas
Atravessadas aqui dentro
Por vezes
Tropeço em uma delas
E choro.

EM - LATITUDES DE INTIMIDADE - ROSA MORENA - IN-FINITA

 

Nascente e poente - MARIA CRAVO

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A vida corre a temer abrir-se num sorriso.
Mas chegou a primavera cheia de poesia
E perante tão deslumbrante milagre,
Entre o medo, a coragem e ousadia,
Estamos a matar a má sorte,
Toda a que trouxe a morte,
Porque é vida que a estação anuncia.
Em cada flor em botão
Ou já em plena floração,
Há muitas e muitas sementes.
Não fingimos estar contentes,
Mesmo estando assim tristes.
Continuará a haver pacientes,
Rosas, frutos e muitos narcisos,
Pintores, escultores e poetas,
Crianças, mulheres e homens,
E em todos se abre o futuro.
Eu sei... estou consciente,
O mundo será diferente,
Mas sempre com nascente e poente.

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Impetuosidade - FILIPA CARNEIRO

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Dedilhando sensibilidade una
Em sacrossanta infinitude
Sentindo a intocável atitude
Na envolvente magia noturna

Abnegada miragem deserta
Em suasório afecto vivido
De estereotipia despido
Nua cumplicidade secreta

Teus leves lábios dedilhados
Impetuosidade no abraçar
Prometendo perpetuar
A aura dos âmagos entrosados

Fluindo no ímpeto da essência
Cisne negro desejado
Incondicionalmente amado
Sem retórica ou transcendência

EM - INDELÉVEL - FILIPA CARNEIRO - IN-FINITA

Ô meu nordeste! - ARTTON RODRIGUES

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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O Nordeste sendo branco é amado e maravilhoso
Se o Nordeste for preto é amado e sempre lembrado.
Mais se o Nordeste for moreno é amado Nordeste
és sempre e for moreno é amado Nordeste és sempre
lindo, mais que lindeza mais que belezas sem iguais
Se o Nordeste for amarelo é amado e amada.
Eu digo e repito a todos sem preconceito nós nordestinos
temos todos os direitos de sermos eternamente
lembrados mas também temos todo o direito de sermos
como somos, imortalizados e pra sempre eternizados
na memória do Brasil. Oh meu Nordeste que cabra
da peste oh meu Nordeste oxente! Oh meu Nordeste
das secas e das enchentes! Oh meu nordeste da cultura
popular! Oh meu Nordeste do cordel, das poesias,
dos versos e dos poemas! Oh meu Nordeste das farturas
e das desigualdades sociais, raciais, culturais e humanas.

Nordeste de homens e de Mulheres!
Nordeste de meninos e meninas és sempre lembrado
todos os dias por igual mas nossas belezas são tantas
que Deus no simples ato formal elegeu os nordestinos
e as nordestinas para dizer sem embaraço que você
meu NORDESTE do nosso oxe; mais do nosso oxente.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

No requinte do teu olhar em intimidade - MARIETE LISBOA GUERRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR ADRIANA MAYRINCK

No requinte do teu olhar em intimidade,
nasce o abismo desacerbado
quando os teus olhos cobrem os meus.

Era noite e o sono estava à nossa espera,
entre a comoção e o insustentável sangue:

abro o fogo nas corolas quentes
cheiro as dálias amarelas perfeitas
busco o doce do fruto maduro

Pára-me o pensamento que se afunda
na despedida cega do meu sentir
os teus braços poderiam ser o meu mar.

Ninguém sabe nada, a vida volta para dentro,
fermenta o desígnio de ser mulher!

EM - SER MULHER III - COLECTÂNEA - MOSAICO DAS PALAVRAS

Coronavírus - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Lá fora o tempo aguarda
O sol espera pelo verão,
Que não chega
A praia espera por nós,
Que não vamos
O mar espera os barcos,
Que não chegam
As mães aguardam os filhos
Que não aparecem

Os bancos do jardim vazios de gente
As ruas desertas de passeio
As lojas fechadas de artigos
Nem os animais estão livres
Mas, Deus está connosco
Jamais nos abandonará
E em breve
Tudo voltará a ser normal

A Fé e a esperança
Ressuscitarão o mundo.

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Por um poema - FREDERICO DANTAS VIEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Para transformar o dia, um poema.
Preciso, não precisa ser.
Nunca será de outra maneira ou tema
senão, da realidade, o viver.

É a minha poiesis desse agora
da arte que arde a retina
que mesmo inflamada, aflora
e subverte,
e mergulha
e cria.

E na inspiração,
o que era problema
faz-se transmutação
e tudo se torna p (r) o (bl) ema.

EM - PALAVRAS NÔMADES - FREDERICO DANTAS VIEIRA - IN-FINITA

Em cada detalhe - ARTTON RODRIGUES

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E por falar em detalhes hoje eu acordei com saudades
detalhes hoje eu acordei com saudades dos nossos
cheiros, nossos abraços de fazermos amor,
mais de um vez na noite ou não dormir há noite inteira
e no amanhecer o dia todo mandando beijos, carícias
perversas e risadas simples. Cadê os detalhes que nunca
vivi com você e por que não vivemos ainda,
ou será que ficou algo meu por ai? Será que ficou? Ficou!
O que ficou meu aí? Eu! Eu! ainda estou aqui!
E você está por onde e aonde? Eu estou!
Dentro do nosso detalhe que não se acabou, ainda vive,
resiste e sobrevive! E eu ainda sou o que está aqui,
um detalhe dos teus detalhes teus! Ficou nada meu ai
não ne? Ficou sim! O que? Eu! No teu detalhe todo meu.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Levada pelo Vento - ROBERTA WADNER

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Uma folha seca
A estação chegou
Ela despenca
O vento a levou
Levou para onde?

Sem destino
Não tem força
Não tem caminho
Quem lhe comanda?

É o vento
Para todo lado
Em todo o tempo
Que inconstância
Cada momento
A angústia
De não saber onde pouso.

EM - ALMA DESCORTINADA - QUANDO A POESIA GERA CURA - ROBERTA WADNER - IN-FINITA

Carta aos amigos - MARCELA SOARES

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Quando, na mocidade,
caminhamos de mãos dadas,
esquecemos que o tempo,
Ancião vingativo,
nos tomaria nos braços
conduzindo os passos
para caminhos distantes.

Mesmo quando o Destino
deu uma trégua
em seus jogos de azar,
e permitiu aproximar
latitudes diversas,
o tempo, mais uma vez
nos dizia que tão perto
não podíamos nos tocar.

E só a palavra nos resta.
Linhas distraídas
em caligrafia saudosa.

Escrevo uma carta
para meus amigos...
                                    distantes.
Não mais respiro seus ares
mas encontro-os todos os dias,
dentro dos olhos,
quando os fecho por instantes.

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Mesmo quando sinto dor - ANA LANDEIRO

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Não fosses tu meu pai e mãe
Que desamparo seria o meu
Quando dei tudo
Perdida na procura do sentido do existir
Consegui perceber que para ti ninguém é mais importante
do que eu

Como me sinto em paz
Inabalável e saudável
No teu colo que me protege
Do mal que paira no mundo

EM - PEDAÇOS DE MIM - ANA LANDEIRO - IN-FINITA

Talvez - ARIANA REIS

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Queria pedir licença
Para da sua vida sair
Me perdoe a descrença
Pro amor deixar partir

Não me leve a mal
Não levo nada de ruim
Levo o que trouxe
Simples assim

Levo apenas o talvez
Que não teve vez
Levo o que me cabe
Antes que eu desabe

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Artesão - CARLOS SAMPAIO

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Traço meus pontos inconsciente e exato.
Uso réguas e compassos...
Esqueço o tempo que passa... choro.
Converso sozinho, riu, penso no tempo,
Voo nele como as estrelas na mente.
Incorporo-me ao sustentar a tristeza
E ao mesmo tempo a alegria do feito.

EM - UM MUNDO EM VERSOS (CLUBE AMANTES DA POESIA BRASIL) - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

Fora da razão… - MANUEL A. RODRIGUES

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Tu, que vociferas palavras ao acaso,
Não tens consciência, da gravidade do caso,
São palavras tuas, de revolta e indignação,
Que se perdem, e não te dão qualquer razão.
O real inimigo, tu não conheces,
Revoltas-te com o próximo, nas tuas preces,
O inimigo, não queres conhecer,
Acreditas, que só nos outros, é esse o acontecer.
Se essa atitude, te dá satisfação,
Não arrecadas disso, qualquer razão,
Quem pensa, que só aos outros acontece,
“Num espirro, ou apertar de mão, falece”,
Há uma falta de respeito total,
É uma vergonha sem igual,
Nunca ninguém acreditou, na possibilidade de tal.
Dá-me vontade de “travar-me de razões” contigo ter,
Até com força te “bater”,
Obrigando-te ás regras do confinamento obedecer.
Ponderadamente, sei, que nada ia resolver.
De coração, e de joelhos, peço-te a ti, que disto não queres
saber,
- Não deixes os TEUS, por tua CULPA, DEIXAR de VIVER...

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A janela - LIÈGE DE MELO

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Ainda bem que existe a janela
Para me apresentar:

Um sol que abre a manhã
Com cores de rara beleza.
A chuva, quando dança cheirosa,
Ignorando a tristeza.

Os pássaros em revoada,
Seguindo o azul profundo.
O eco confuso dos sons
À revelia do mundo.

Vento forte, brisa leve.
Noite longa, dia breve.

Na mente... o silêncio escreve.

Ainda bem que não estou só,
Há aberta, uma janela.
Sinto o abraço enorme,
Da vida que passa por ela.

EM - ROTAS POÉTICAS - LIÈGE DE MELO - IN-FINITA

domingo, 24 de janeiro de 2021

Metamorfose - TITA TAVARES

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Pôs-te Deus em meu trilho e aos olhos meus
Foi milagre que fez, acreditei.
Mal Ele sabia, mesmo sendo Deus,
Como mudava minha vida. Só eu sei!

Não há dúvidas: Deus nunca s’ engana
Mas por muito que Nele se acredite
Há momentos na vida de quem ama
Que até duvidar Dele se admite.

Mas Deus é bom e tudo faz bem feito
E por torto escreve sempre direito
Mesmo quando magoa e faz sofrer.

Foi milagre a metamorfose em mim
Que a minha vida mudou até ao fim...
E esse milagre – Tu! – me fez crescer!

EM - O AMOR NÃO TEM SUJEITO - TITA TAVARES - IN-FINITA

Pedaços partidos - ARIANA REIS

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Partindo estou
Já pensando em voltar
Como dói amar
Como dói te deixar

Partido meu coração está
Metade aqui
Metade lá

Não há como juntar
Os pedaços partidos
Não há como dividir
Um coração indeciso

Parto e quero ficar
Fico e quero partir
Quero apenas repousar
No amor que não escolhi

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A queima da Amazônia - ITANIRA SOARES

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É com brasa que abraso o meu país
As labaredas têm a cor vermelha da dor
A cor amarela a riqueza que se esvai
De mãos postas, sem adoração, foge do azul celeste
Do branco da paz de cinza se pinta
O verde é morte garantida
Desassistida,
Máquina que rola
Faca que golpeia
Palavra que grita
Grito que não responde
Brado desesperador
Escangalhado,
Escancarado,
É com brasa que abraso o meu país.

EM - INEXPLICÁVEIS POEMAS - ITANIRA SOARES - IN-FINITA

Crisálidas - MALLU CÓSTA

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Belas são as borboletas
Em seu processo de transformação
Paralisadas em seus casulos
Aguardando pacientemente
O tempo da metamorfose

Quietas e silenciosas
No escuro dos seus casulos, entregam-se
À inevitável travessia!

Muitas vezes ao longo do nosso caminho
Precisamos também pacientemente aquietar...
E no silêncio, como a crisálida em seu casulo
Soltar e entregar-se de corpo e alma...
Às transformações e mudanças da vida!

Soltar o medo, as angústias
Confiar na renovação
E força da vida!

E, num lindo dia
Através das camadas do casulo
Eis que irrompe uma linda borboleta
E intrépida, voa...
De encontro à sua nova vida!

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sábado, 23 de janeiro de 2021

Sangue, suor e lágrimas - FRASSINO MACHADO

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“O Dia seguinte 01”

Só quem na Volta lá andar é que conhece
O que se sofre dia a dia verdadeiramente,
Quer se siga cá atrás ou se role lá na frente,
Sofre duro quem sobe e até mesmo quem desce.

Sangue, suor e lágrimas, todo o ciclista padece
Partindo com o sonho que sua alma sente;
Com ele vai um pelotão de muita gente
Que só encontra alívio se a meta lh´ aparece.

O sorriso da partida vira sangue à chegada
Se o suor do seu labor não o compensou
Mas fica-lhe uma raiva do que não logrou
E as lágrimas que verte não lhe lavam nada.

A vida sobre rodas é sempre uma miragem
Pois em toda ela mal cabem as ambições,
A concorrência é grande, grandes as emoções,
Vitórias ou derrotas … suspensas na bagagem.

– Um dia, ah, um dia eu hei-de lá chegar
E também hei-de ser de todos o primeiro
Pois acredito que meu sonho é verdadeiro
E ambiciono o supremo Prazer alcançar!

EM - A MUSA DOS ESTÁDIOS - FRASSINO MACHADO - IN-FINITA

Dia de São José - ARACELI SOBREIRA

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A água vem batendo na calha velha
arrebentando aranhas,
varrendo folhas secas
quintal abaixo.

Um sonho de manga doce,
milho ajuntado no alpendre,
feijão em toda ribanceira.

De minha rede, sinto os pingos d’água
caindo pelas frestas das telhas.
“Que bom, amanhã não preciso juntar as folhas
nem recolher pau seco pro fogão!”

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Falo tanto em silêncio - ROSA MORENA

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Falo tanto em silêncio
Mas são os barulhos
Que desarrumam a casa.

EM - LATITUDES DE INTIMIDADE - ROSA MORENA - IN-FINITA

Embarcou do sol nascente… - LUÍS MIGUEL GUERREIRO

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Embarcou do sol nascente
Veio, de forma silente
Com ar inocente
De quem mal não faz

Trouxe no seu alforge
O cheiro do medo e da morte
Roubou-nos o ar
Nos fez prisioneiros
Passámos a ser guerreiros
De uma guerra em paz

Nesse mundo...

Foste capaz
De me dar vida
De me devolver
O sorriso que já não sabia ter

Deste,
Deste sim...
Deste luz ao meu viver

Beijaste meus lábios
Sem que os tocasses
E eu...
Eu me deliciava
A cada momento
E abraçava teu mundo
Pelo lado de dentro

Foi num redescobrir de emoções
Que criámos novas canções
Que da pena fizemos a voz
De nossas comoções,
Que se abraçaram
Os nossos corações...

Meu amor,
Pintámos o mundo
Com cores ainda por descobrir
Traçámos linhas soltas
Como que por magia

E desenhámos um novo amor
Em tempos de pandemia.

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Véu - FILIPA CARNEIRO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Sempre estiveste em mim
Verde inquietude insatisfeita,
Abraçada em minha alma,
Coarctada em véu desnudo
Eleges-me no meu desnorte
Magnetizas-me no teu norte
Sem sapatos, com contraforte.
Asas-me de preconceitos
Em idiossincrasias vazias.
Pulo e rodopio magias
Realizo e deslizo utopias.
Sem penas voando
Em tapetes de fobias,
Verdes, verdes imaturas
Esvoaçam imberbes canduras
Sem véu...
Somente o céu e eu...

EM - INDELÉVEL - FILIPA CARNEIRO - IN-FINITA

Remédio bom pra gripe - ARACELI SOBREIRA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Um bule velho,
escaldando cheiro
pela casa aberta.

No oitão, vovó
descascava romã,
para fazer lambedor.

O mel jazia na bacia
aguardando a panela velha.

Ruminando uma Ave-Maria,
mexia os pés alvos,
enquanto o cachorro sorria com os olhos bem abertos.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Madrugada - ELÍGIO DE AZEVEDO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELO AUTOR
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I
Luar de prata clareando a amplidão
Do menestrel o canto amargurado
Com sentimento tange o bordão
Qual Pierrô amou sem ser amado!

II
É Madrugada, o silêncio maltrata
No desespero navego na ilusão
A dor cruel que na face retrata
Se enganando abraça a solidão!

III
Vai prosseguindo em sua serenata
Disfarça a dor mentindo ao coração
Amargurado, a nostalgia ataca
Tangendo as cordas de seu violão!

IV
E empolgado verseja outra sonata
E vai levando a vida amargurada
Muito feliz em linda serenata
À sua amada em linda MADRUGADA!

EM - ESCOLA DE POESIAS - ELÍGIO DE AZEVEDO - CHIADO BOOKS

A todos, meu perdão! - LUÍS FERNANDES

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Aos profissionais de saúde
minhas desculpas...,
povo em debanda, triste atitude!
para todos vão as culpas...
sobra despeito, hecatombe, surge afonia
asfixiando lentamente meu expressar!
aos animais marinhos, indulto, seria
romantismo pensar que poderíamos mudar!
máscaras e viseiras no oceano...
ridículo, seres irracionais!
repugnante é o humano...
regredimos mais e mais!

Meu perdão profundo
abraça familiares das vítimas mortais!
neste mundo
de inconscientes comuns mortais...
ajuntamentos irrisórios!
festas ilegais...
líderes contraditórios,
primeiro economia, decisões fatais...
bocados em plástico, farrapos,
impedem vírus mortal?
incríveis iluminados ou sapos?
vamos mal...

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Esses pés - FREDERICO DANTAS VIEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Esses pés que carregam meus sonhos
do corpo que dança e se equilibra
desses meus tão maculados planos
e dessa mente que gira enquanto o peito vibra.

Essas marcas que me fizeram chegar
no gozo que enfim se realiza.
Ah meu corpo é essa ânsia que me ironiza
e mesmo indo, me permite ficar.

Calejados sãos os instantes vividos
sedentos desse agora.
Tão distante mas nunca esquecidos
na corda bamba que me ritmiza e não me ignora.

Pluma leve, meu corpo a saltar
dessa onda livre me leve,
sofrimento sublimado e vencido me faz acreditar
e meus pés não mais perdidos, me deixam voar.

EM - PALAVRAS NÔMADES - FREDERICO DANTAS VIEIRA - IN-FINITA

Sobrevivente - APARECIDA DAS GRAÇAS COTRIM AMARAL

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É noite na terra
E a morte chega
É noite na morte do entardecer
... um corte na lua
... uma corte na rua
... lenta... trágica... triste
... um rastro no chão
... um terço na mão
... uma lenta procissão
Na noite... no Norte
E nos olhos do homem Crente
A fé carente de pão
A mente sente a seca
Que seca o chão
Que mata a vida
Que fere o coração
É noite na terra
É seca no Norte
É morte... é caatinga
... um gole de pinga
... uma lágrima tímida
Na goela
Na capela
Um rastro do passo
Pingos de vela
E um corpo
Cansado... Suado... calado
Espera... a chuva

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Escrita - ROBERTA WADNER

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Linhas Verticais
Desenham traços
Em letras
Que se constroem
Em palavras
Essas Palavras
Formam frases
Gerando textos
E relatando histórias
Sejam contos
Poesias, Crônicas
Narrativas, autobiografias
O que importa são intensidades escritas
Passado, presente
Futuro
Num Livro aberto
Para o Mundo.

EM - ALMA DESCORTINADA - QUANDO A POESIA GERA CURA - ROBERTA WADNER - IN-FINITA

Não é assim do nada - LUCIANA A. FREITAS

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Não é assim do nada
Que ela apanha e fica calada
Não é que seja mal informada
Nem que seja mal amada

Ela acredita ser respeitada
E tem horas que é mimada
Não que seja infantilizada
Mas, às vezes, paparicada

Dizem que ela é agraciada
Pelas mulheres, invejada
Mas, no fundo, são enganadas
Não entendem a empreitada

Ora de louca é chamada
Ora de sábia, alardeada
Pelas costas, é engraçada
Pela frente, minha amada

- Mas você não entende nada!
Sem mim, é encurralada
Comigo, está amparada
Não tente ser libertada

Quando é estapeada
Parece desnorteada
É beijada e abraçada
E a clemência implorada

- Sei que fiz coisa errada
Te deixei machucada
Não queria fazer nada
Mas você é a culpada

Prometo, minha amada
Te fazer presenteada
Não repetir a facada
Em toda a caminhada

E a cada nova pancada
Com a alma despedaçada
Quando se sente encorajada
Passa a ser ameaçada

Enfim, não é assim do nada
Não é mesmo do nada
Não é assim do nada
Não é assim do nada

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

A Rainha do Mar - APARECIDA DAS GRAÇAS COTRIM AMARAL

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No dia dois
Do mês dois
Céu e Mar
Vestidos de azul
Acolhem os barcos
Repletos de presentes
Carregados pelos braços
Dos valentes pescadores
Para a festa da Rainha do Mar
Odoya Yemanjá!

No Mar
Os barcos são adereços
Perfumados e floridos
Que dançam no ritmo das ondas
No Céu
O branco das nuvens
Pintam e bordam
Desenhos vários
Para saudar a Rainha do Mar
Odoya yemanjá!

E assim, no dia dois de fevereiro
Chega gente do mundo inteiro
No aconchegante bairro Rio Vermelho
Para homenagear a Rainha do Mar
Odoya yemanjá!

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Não me venhas pedir perdão - ANA LANDEIRO

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Não me venhas pedir perdão
Já conheço essa canção
Pobres dos afortunados
Que não ousam ser reais
Preferem manter-se virtuais
A verdade é sabedoria
Da terna busca da essência
Que sempre persegue
Na luta da inocência
Pena que haja quem se esconda
Com pressa do compromisso
Na vida que se transmuta
Onde não existe permuta
Palavras vãs se dizem
Para enganarem as mentes
Dos que estão descontentes
Acordar é possível
Não tem nada de incrível

EM - PEDAÇOS DE MIM - ANA LANDEIRO - IN-FINITA

Dias - LIÈGE DE MELO

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Amo dias assim – surgem devagarinho,
orvalhando o amanhecer.

Em penumbras soltam cheiros,
nos secretos ninhos rumores –
convocando-nos à florescer.

E assim permanecem
claros, diversos,
como versos de um bem querer.

Já dispersos, navegam
tranquilos, leves, convexos,
rumo ao anoitecer.

Sobre terras, mares, ares – universos
múltiplos, vívidos, complexos
como eu e você.

EM - ROTAS POÉTICAS - LIÈGE DE MELO - IN-FINITA