segunda-feira, 31 de maio de 2021

Mulher do Campo - NICYCOSTA COSTA

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Mulher que labuta
Que no campo habita
Aguerrida, que na simplicidade da roça
Faz a sua historia de vida, marcada pela sua lida
Antes do despertar do sol, é a preliminar a abrilhantar...
E seus vários papeis executar
Semeia, aduba, capina, descaroça, raspa, mói e fia...
Na multiplicidade de sua labutação; corre, luta, constrói
e desafia...
Seus instrumentos de trabalho são: uma enxada, uma foice
um fação.
Garra, sabedoria, esperança e dedicação.
Reinventa e tenta sair, de diversos estágios de negação
de direitos...
Empoderada vai desvendando as muitas mulheres
que existe dentro de si...

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Desalinhos - CONCEIÇÃO FERREIRA

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Em dias de céu azul
Tenho em mim a pertinência
De acordar acinzentada.

Os olhos são cor de prata
O coração taciturno
A mente é um labirinto
As mãos vazias de gestos.

Em dias de céu azul
Manifesto a sombra da ausência
Que em mim se queda poisada.

Porque há dias de negação
De movimentos em círculo
De conversas longas e mudas
Que perecem sem respostas.

Em dias de céu azul
Procuro paz, clarividência
Nos desalinhos da jornada.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

domingo, 30 de maio de 2021

Meia gente - BIAMARIA

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Que linda menina aquela
Sempre feliz e contente
Mas quem diria que não queria
Como ela dizia,
Ser meia gente.

Mas agora já tem 12 anos
Já vai ser adolescente
Pagar bilhete inteiro
Depressa irá crescer
Para deixar de ser
Meia gente.

Não será o botão de rosa
Mais bonito que a rosa em flor
Por esta meia gente
Assim é lindo o meu amor.

Meia gente lhe chamo eu
A esta flor primavera
Para mim será sempre meia gente
Porque gosto tanto dela.

EM - A VIDA É UM POEMA - BIAMARIA - IN-FINITA

Hoje não estou em casa - NEGRA LUZ

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Hoje não estou em casa.
Escapei.
Fui ali.
Se fumasse, iria comprar cigarros...
#FUI
Só um dia!
Não penso em fugir!
Descansar...
24 horas no ar,
Só para não pensar!
Não se preocupar!
A tríade dos três macaquinhos:
See no... Speak no... Hear no...
Neurônios de molho sob o cloro de Tempo,
O silêncio tecendo a sua arte.
Deixar a página branquinha...
Em paz!
E voltar como brisa matinal,
Dando largada a tudo,
Sensação de “First day”.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Está tão frio! - CLAUDIA FILIPPO

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Tudo esta mudando
No reino do Homem.
É preciso.
Trilhamos um caminho
Baseado em escolhas erradas.
Retrocedemos...
Muitas civilizações
Já haviam adiantado
O processo de evolução...
Porém, estamos sempre
Para trás e pra frente
Para trás e pra frente...
Todos em patamares diferentes...
Quero ser irmã de todos!
Andar do lado...
Gerar aconchego no Amor...
Está frio aqui!

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sábado, 29 de maio de 2021

Alquimia de beijo - NEGRA LUZ

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Alquimia de beijo não cessa.
Ao nascer, a minha mãe me beijou.
Eternizou em mim o amor,
Para sempre, ele me acompanhou.

Alquimia de beijo não cessa.
Nunca esqueci o primeiro beijo que rolou.
Fechados os olhos, luzes de pisca-pisca
Adornam essa lembrança que ficou.

Alquimia de beijo não cessa.
Lembre-se quando o padre disse: “Pode, enfim, beijar!”
Foi um novo primeiro beijo,
Infinitizados pelo nosso olhar.

Alquimia de beijo não cessa.
Um molhado, de filha, recebi.
Grudou- me com tanto carinho,
Acompanham as rugas insculpidas em mim.

Alquimia de beijo não cessa.
É marca de intenso amor.
Se queimou, é Fênix: revive
E aquece o nosso amor.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Além de mim - CLAUDIA FILIPPO

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Existe um mundo inteiro.
Somos interligados.
Vivemos na Natureza.
E dela dependemos.
Gosto de observar o macro.
De olhos fechados, vejo tanto!
Sinto dentro de mim todo
Esse mundo de fora...
Há por dentro, o que há por fora.
Chuva, lágrimas.
Calor, sol.
Flores, perfume.
Céu, infinito.
Andar em círculos, caranguejo.
Metamorfose, borboleta e lagarta.
É divino viver a beleza do mundo.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Reflexão - MARILDA SOUZA

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Com a pandemia veio o slogan de que todos são irmãos
Que o mundo vai mudar
E que um clima fraternal vai reinar
Dá pra acreditar? Difícil, mas vou tentar...

Desistir, pois logo em seguida vejo um irmão se esvair
com seu ar sendo tirado, Não por ele estar infectado,
mas por ele ter a tez do desagrado.
Sim, senhor!
Fala de vírus, mas a guerra hoje é por causa da cor.
E o quanto isso nos causa dor.

Não basta só tirarem nossa estima, nos mutilarem a alma,
Subjugarem, nos maltratarem, nos importunarem...
Quem literalmente tirar nosso ar, nos sufocar
Ah! Mas o mundo vai se ressignificar! A pandemia veio
para melhorar.

Será? Estou a pensar.
Que talvez nem mesmo algo global possa nos livrar
desse mal
Essa peste que infecta a alma e nos faz convulsionar
Mas ainda assim é válido tentar, não desistamos de lutar.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Na próxima - CLÁUDIA COELHO DE MENESES

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Quando aqui eu voltar
Quero sentir todo o cheiro do mar
Quero amar e amar
E ouvir de você palavras doces, a sussurrar.
Quero ser amada por ti, sem receio de partir
Quero seus beijos a me consumir
Toda a paixão nesse ir e vir
Quero o frescor da adolescência
A pureza, o vigor, a inocência
Quero a beleza do admirar e o amor exaltar.
Quero encontrar teu olhar
Todos os dias e todo luar
Amanhecer em seus braços
Estreitar nossos laços
E, seremos nós um casal
Apaixonados, felicidade normal,
Viveremos o que nos faltou
Tudo aquilo que o destino separou
Na próxima, amor não faltará
Dançaremos nossa música sem parar
Seguiremos juntos a um outro anoitecer
A vida, o tempo, o envelhecer
E quando a vida com o sol se pôr
Restará eternamente o nosso amor.
Na próxima

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Poema da minha infância - MARILDA SOUZA

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Infância difícil e dolorida
Nem por isso deixou de ser colorida
Ainda que com tons desbotados
Queimados e salpicados

Um capitão daqui, uma quadrilha acolá
Um trelê le, um trala lá
Uma boneca de pano
Um amacaco a assobiar

Uma surra com galhos de araça
Um pote de mugunzá
Esconde - esconde
Pega - pega e chicotinho a queimar

Escravos de Jô e irmão a olhar
Minha mãe cozinhando no
Fogão a lenha carne de sol e fubá
Aipim e o que mais sobrar

A infância poderia ter sido melhor
Mas dadas as condições
Era o que tinha para dar
Naquele lugar e lar

Infância minha de outrora
De ti não tenho saudade
Mas hoje enquanto adulta
Te adoço com cantiga e rapadura.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Brincando com o verbo - CLÁUDIA COELHO DE MENESES

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Ele vem no presente,
Cantar o canto do futuro.
E o Indicativo fala que é perfeito.
Ela completa: mais-que-perfeito!
Vem, todo ciumento, o sujeito da frase
Diz que ama e ama pra valer
Ela fala no Subjuntivo
Que o Particípio é o seu querer
Ele chora no presente,
Lembra do passado
E diz que se suicidará no futuro.
Mas, o modo e a razão
O tempo e a pessoa
Não põem no coração
Que amar sem ser correspondido
Não é coisa boa
É um perigo.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Pensar - AGOSTINHO DA SILVA

Pense pouco porque assim
com a cabeça vazia
receberá pensamento
que alhures se albergaria

Primeiro há um pensamento
que pensa sem pensador
e logo pensa quem pensa
que pensa tudo ao redor

Quem a si de pensador
se domina nem sente
que pensando se é que pensa
faz o que faz toda a gente

EM - CITAÇÕES E PENSAMENTOS - AGOSTINHO DA SILVA - CASA DAS LETRAS

Encantarte - MARIA DO CARMO DA SILVA SANTOS

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O berço da arte é a caverna.
Nossos ancestrais lá expressaram seus sentimentos
na pintura.
Batizaram esta arte de rupestre.
A arte cresceu, saiu da caverna e expandiu-se.
A criatividade humana a conduziu a outros horizontes.
O homem aliou-se à arte, transformando-a
em seu baluarte.
A arte cria, recria e irradia vida onde havia
insensibilidade.
O homem e a arte, antes habitantes da caverna,
deixaram as trevas e rumaram para outros ambientes
que outrora viviam na penumbra, na desolação.
As habilidosas mãos continuam moldando, tecendo,
criando e recriando, alegrando a vida com suas obras
de arte.
Este ser que tem o dom de unir vida e arte, encantar
e transformar é um ser em distinção, denominado
ARTESÃO.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Dom da palavra - CELSO CORDEIRO

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Gostava
de ter o dom da palavra
capaz de te fazer voar.

Gostava
de ter o dom da palavra...
e em cada sílaba a soletrar
poder tocar-te os sentidos,
poder fazer-te estremecer
breves assomos de prazer
em cada sussurro delicado,
e com os dedos da palavra
percorrer-te e acariciar-te,
ser a palavra desenfreada
que te possui e desfruta
por entre interjeições várias
e inusitadas exclamações
pelas emoções sentidas,
juntar palavras em versos
feitos corpo no teu corpo,
e dos dois corpos em fusão
fazer o mais belo dos poemas.

Gostava
de ter o dom da palavra
... capaz de te fazer voar!

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 25 de maio de 2021

Pobre passageiro - BIA MARIA

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Sou um pobre passageiro
Que passeio por aí
Onde estarei eu amanhã?
Talvez longe, ou ainda por aqui

Sou um pobre passageiro
Que ninguém sabe de onde vem
Para onde vai e se ainda volta
Ele não sabe também

Sou um pobre passageiro
Que ninguém vê nem conhece
Só tenho o sol por companheiro
Quando o dia amanhece

Sou um pobre passageiro
Que ninguém vê nem quer ver
Todos fogem de mim
Só para não me verem sofrer

Este passageiro que vê
É minha sombra e eu
Se amanhã desaparecer
Este passageiro morreu

EM - A VIDA É UM POEMA - BIAMARIA - IN-FINITA

Adversa nação - MARIA DO CARMO DA SILVA SANTOS

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Brasil!
De uma natureza exuberante.
De uma devastação gritante.
De uma riqueza sem igual.
De uma desigualdade fatal.
De uma cultural diversidade.
De uma ostensiva vaidade.
De uma miscigenação racial
De um preconceito crucial.
De uma alegria contagiante
De uma violência alarmante.
Teus filhos se rejubilam com a tua natural e cultural
diversidade diversidade.
Mas clamam e imploram por justiça e igualdade!
Que o teu solo seja fértil em dignidade e fraternidade.
E possa dele banir a exclusão, a violência, a injustiça
e a desigualdade.
Que o teu povo possa tornar-se independente
das mazelas sociais que o desumaniza e o torna indigente.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Além de nós - CELSO CORDEIRO

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A nossa história não se constrói
na fartura ou na escassez,
não se mede em quantidade
nem pelos destinos traçados,
tão por aplausos recebidos
quando pisamos o palco,
orgulho não implica vaidade,
porque tudo isso são apenas
conjuntura e circunstâncias.

A nossa história é feita
na lisura e na honradez,
mantendo a verticalidade
no caminho que percorremos,
é feita de silêncios sentidos
bem longe dos holofotes,
tenhamos orgulho na humildade,
a nossa história é o que somos
e pouco importa quem fomos.

A única história que importa
não é o que tivemos ou fizemos
mas o que fica para além de nós!

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Poisei a minha dor - GORETI DIAS

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA AUTORA

Poisei a minha dor dentro de ninguém,
disse-me coisas que não ouvi,
silenciei o teu olhar...

Sobrevoei a felicidade,
despenhei-me num oceano de vozes caladas
e não soube parar o querer
que se apoderou da minha fraqueza!

Suspendi-me do meu desassossego
e deixei que a loucura triunfasse
levando atrás de si a paz...

Enlacei a minha tristeza,
caminhei pelas veredas da noite
e fiz nascer sonhos amarrados
em fogos fátuos!

EM - POESIA PINTADA NO SILÊNCIO - GORETI DIAS - CUCA MACUCA EDIÇÕES 

Palavras - MARIA CLEIDE BERNAL

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Palavras ao vento
Sem sentimento
Só pensamento
Palavras, palavras...
Pra que dizê-las?

                        Palavras ressentidas
Que ferem a alma
                       Machucam o coração
Palavras, mera provocação!
Pra que dizê-las?

Palavras, vãs tagarelices
Sílabas que apartam
Palavras traiçoeiras
Silenciosas rompem elos
Pra que dizê-las?

                       Palavras que unem
Outras que nutrem
Sons melodiosos que encantam
Palavras amorosas conexas
Por que não dizê-las?

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

O Choro - CELÊNE IVO JUNQUEIRA BACELAR

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Choro o tempo perdido.
Choro a vida que não me convém
A cura dessa dor que não me vem
Choro feliz o amor
que ele me tem
a estrada que não andei
Choro o tempo que não me contém.

Choro o agonizante anoitecer
O solo inconstante que não pisei.
Choro o belo que não vivi
O paradigma que não percebi
Choro a oportunidade
que de mim fugiu
A maldade que me feriu.

Choro a dor que meu
coração sentiu
Pela traição que me atingiu
Choro a perda de quem
o vírus levou
A tristeza de quem
aqui ficou.
Choro agradecida
por quem do vírus
Deus curou.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

domingo, 23 de maio de 2021

Baía - CARLA FÉLIX

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA AUTORA

Adormece baía
Na serenidade do dia
Guarda os silêncios das gentes
Renova a vida das palavras
Sonha com as algas
Abraça as estrelas
Que beijam o chão da areia
Adormece baía
Ao som das vozes do reencontro

EM - MELODIA NOS VERSOS DE (A)MAR - CARLA FÉLIX - EDIÇÃO DE AUTOR

Refazendo - MARIA CLEIDE BERNAL

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Numa noite de lua cheia fico cheia de sentir
Sentir tristeza, saudade, sentir o afago do vento
em minha pele
Sentir o brilho que penetra em minhas entranhas
Viver, morrer, renascer... reviver!
Já não suporto a insensatez do viver em vão
Pra que mundos se foi a minha primavera?
Se o verão nem chegou, não colhi as flores dos ipês
E nem apanhei os sapotís, ainda verdes presos nos galhos!
Por que o outono haveria de chegar tão cedo
Pra onde se escondeu o sol embaçado em densas nuvens?
Fugindo do esplendor da lua cheia em céu nublado
Deixando-me órfã do encantamento e da claridade.
Noite de luz e de penumbras se faz presente em mim
Permanecerei nas sombras do passado que é só memória
Pois ele já não existe, o tempo apagou suas pegadas
Ou viverei o presente, refazendo o seu significado?

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Carência - CELÊNE IVO JUNQUEIRA BACELAR

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Noite calma e serena
Lua cheia a brilhar
Romântica, sedutora
Atinge o âmago
de um amor singular
ardente.

Recôndito desejo
Entre lençóis insólitos
sem vida, frios
sem fogo abrasador
Lençóis carentes, sem amor.

Vida insossa, sem sabor
Incondicionalmente deserta
Ausência de calor, sem aconchego, sem vigor.

Espera angustiante.
Chuva de lágrimas
Lágrimas de dor
Travesseiro umedecido,
solitário.
Beijo vazio, sem sabor,
Ocupa o silêncio da noite
Interminável noite
E o recomeço de um novo dia
Dia branco, sem cor.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sábado, 22 de maio de 2021

Brisas suaves - RITA QUEIROZ

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA AUTORA

O vento da tarde
Sopra cheiros de mar
As gaivotas engolem meus desejos
Ao sabor dos sargaços
Que brotam dos corpos nus.

EM - VELAS AO VENTO - RITA QUEIROZ - EDITORA PENALUX

Noite de verão - MARIA CLEIDE BERNAL

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Aconteceu como num sonho
O que esperei nem sei por quanto tempo,
Ele chegou suavemente...
Deitou-se na rede como de costume
E permaneceu imóvel como a refletir
Sem que eu esperasse largou-se em minha cama
Desligou a televisão e apagou a luz
Deitou-se ao meu lado e me abraçou.
Senti-me desejada como nunca
Entreguei-me sem medo
Afastei de minha mente todos os pesadelos
Os fantasmas da rejeição foram banidos
Na brisa da noite silenciosa que caía
Acariciei seu corpo inteiro sem pressa
Sentindo na pele seu cheiro e sabor,
No seu abraço uma eternidade...
Guardei no coração este momento sagrado
De transfiguração do meu ser presente
Como magia para reconfigurar minha mente
Marcada por tantos revezes.
Hoje é dia de celebrar!
O desapego às concepções errôneas
Sobre o sentido do amor terreno
Larguei no vazio a dor encouraçada no peito.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Noite de Inverno - CECÍLIA PESTANA

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Cai a noite de mansinho
Lá para os lados do mar...
O vento amaina baixinho,
O mar fala sozinho
E eu adormeço num soluçar.

O candeeiro na noite
Acorda em raios de luz,
O vento amaina baixinho,
A paz instala-se devagarinho
E eu adormeço a sonhar.

A lareira acende-se num crispar
Tolhida de silêncios e melodia,
O vento amaina baixinho,
O calor instala-se de mansinho
E a noite cálida... fica a cismar.

A noite acomoda-se devagarinho
Lá para os confins do mar...
Tudo dorme, sonha, descansa,
Instala-se um silêncio de bonança,
E a noite... renova-me na mudança!

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Álbum de família - FLÁVIA ZOGBI

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Descobri no porão de casa uma caixa cheia de fotos antigas.
O que fazer com elas? Montar um álbum, porque não? Comecei
a tirar e a tirar, não acabava nunca. Qual critério eu devo utilizar?
Como vou escolher as melhores? O que fazer com as que sobrarem?
Tantas perguntas me deixaram confusa. Quando dei por
mim, tinha jogado todas fora. Que pena poderia ser um lindo
álbum de família.

EM - ELAS E AS LETRAS (INSUBMISSÃO ANCESTRAL) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Insônia - MARIA CLEIDE BERNAL

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A cama é muito espaçosa
Os lençóis revoltos me envolvem
Cerro os olhos mas meu corpo se agita
Rezo uma prece pra me acalmar,
Recito mantras, mentalizo estrelas.
Estou leve e lúcida, sem sono
Não penso no dia de amanhã
Meu corpo é um vulcão ativo
E penso no lobo das estepes
Desde quando me cravou seu ardor?
A insensatez me deixa tonta e sem ar
Por guardar tantos mistérios...
Fogueira em chamas trepidante
A moer meus nervos, minha identidade
Quero correr nua até este fogo queimar.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A minha janela - CECÍLIA PESTANA

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Abro a janela de par em par...
Respiro o puro ar...
Inspiro a frescura da doce madrugada,
Liberto a energia acumulada
E deixo-me voar pra outro lugar...
Dou azo ao meu pensamento
Escorrego-me por entre a natureza
Em tons de azul aurora, luz daquela hora.

Sonho e danço na leveza
Ao som da claridade de tanta beleza...
O vento e os pássaros pairam
Nos píncaros e no topo das árvores...
Absorta e descontraída, minha mente levita
Por entre a grandeza da Natureza.

De repente, assustei-me,
Sai um gato da janela ao lado...
E eu embrenhada na hora dos sonhos
Da alvorada recentemente encontrada,
Ali fico entre o sono e o sonhar...
Persinto minh’alma enrolada
Em cantorias, sorrisos e alegrias,
Por acordar mais um lindo dia...
E por tudo ser, também... Poesia!

E sempre que a minha janela se abre,
Respiro a vida, a natureza, o mar,
E a minha imaginação corre...

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Infância no interior - MARCOS PEIXE

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O badogue de goiabeira
Mirando ou não
O boi de barro
Pastando quebrado no chão
O Colar no pescoço era
Amendoim no cordão.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A rosa que chorava - BIAMARIA

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Que surpresa foi a minha...
Esta manhã ao passar
Pelo jardim e ver
Uma rosa a chorar.

Perguntei-lhe o que tinha
Mas não me quis responder
E chorou ainda mais
Eu não sabia o que fazer.

Nunca tal tinha visto
Foi um espanto para mim
Ouvir o pranto de uma rosa
Que chorava no meu jardim.

Tentei saber, mas, em vão...
A razão do seu pranto
E vim-me embora sem saber
Porque é que ela chorava tanto.

Sozinha, chorei também
Fiquei por ela enternecida
Com pena de não saber
O que aquela rosa tinha...

EM - A VIDA É UM POEMA - BIAMARIA - IN-FINITA

Tempo, tempo, tempo - CARMEN LÚCIA DE QUEIROZ PIRES

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para que te quero tempo?
para viver minhas paixões?

para entregar-me ao ócio?
ou ser escrava de ti?

és como o vento!
levas a beleza do meu corpo,
levas a alegria e a tristeza
da minh’alma

debochas de mim,
criando arapucas
por onde tenho que seguir

se venço os percalços,
impões-me mais alguns

distraída caminho ao teu lado
sem perceber que me levas
para uma estrada sem volta
gravando a vida que vivi

assim minha agenda se fecha em ti
abrindo-a, olho o meu passado,
o tempo que ganhei e que perdi
o saldo que acumulei
e o que deixei escapulir.

olho nos espelhos as rugas
e os cabelos brancos que ganhei

os sonhos que embalei
e sem domínio descartei

em meio aos pensamentos
contemplo minha face...
não sabia ela que ficaria assim!

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 19 de maio de 2021

A molhação do rio - MARCOS PEIXE

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Sua secura desmolhou
A fauna, a flora
E os pé do camponês.

Um dia, a chuva
Jogou-se na cabeceira
Pá! Pá não: chiiiiiiiiiiiiiiiii... plikplikplik...

Vai moiá tudo!
Disse feliz aprumando
Olho e ouvido loooonge!

Mas a certeza certa se deu
Quando viu os cabra no leio
Escarrerados pela torrente

Que vinha
De lado a lado
Molhando o grande rio.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

O ar dos meus pulmões (em tempos de pandemia) - CARMEN LÚCIA DE QUEIROZ PIRES

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de leve, bem leve, levezinho
sentia nas narinas
bocadinho de ar

as vezes, ele fazia um chiadinho
chiando, chiando, pedindo mais ar

outras vezes nem sentia o ar
ele entrava e saia, sem cerimônia

em outras vezes, cansada
puxava o ar para dentro
e ele escapava, sem eu esperar

com pressa eu atropelava o ar
lá se ia ele sem se explicar

às vezes tirava o cateter,
faltava-me o ar, recolocava depressa
para sentir mais ar

assim se passaram os dias
e eu pensando no ar

meu Deus! como vou me livrar
ou agarrar esse ar

se ia ao banheiro levava o ar
se me deitava, deitava com o ar
se comia, comia com o ar

oh! como eu queria não sentir falta do ar

hoje tiraram-me o cateter,
o cateter que levava meu ar
para minha surpresa,
não senti falta do ar

meu pulmão estava livre,
ficou liberto da borrachinha do ar

meus pulmões se agigantaram
do tamanho do meu ar
e assim vi que eu podia respirar!

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 18 de maio de 2021

Amanhecer - MARCELA SOARES

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Os dias começam
na ânsia
de serem livres.
E terminam
na sua prisão
circular.
Adormeço para
esquecer de mim.
Amanheço querendo
me reencontrar.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Vida - CARLA FÉLIX

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A vida é uma viagem
Que dentro da placenta
Se desenha no mundo
E sem saber partimos
Para uma corrida desconhecida
Saltamos obstáculos
Navegamos sem remos
Ao saber do vento
Voamos em sonhos
E entre pedras caímos
Aprendemos a nos erguer
E no fim tudo fica
No passado da vida
Que termina num qualquer dia
De um tempo do calendário…

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segunda-feira, 17 de maio de 2021

Ruídos - MARCELA SOARES

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Minha revolução morreu
pelo sorriso triunfal
da ignóbil arrogância.
Minhas mãos
levantaram bandeira,
forçada e destecida
nas batalhas travadas.
Sem glórias, triunfos
ou histórias
a serem contadas.
Apenas o silêncio,
constructo de memórias
do sangue que escorre
escondido, camuflado
de sorrisos gentis.

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Sonhar - CARLA FÉLIX

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Alimento os sonhos
Com pétalas de esperança
Num jardim perfumado
De flores vestidas de alecrim
Regado com saudade
De um tempo acontecia
Amanheceres de aconchego
Em peito aberto
Onde a poesia era alimento
Servido ao anoitecer
Nas salas de um templo

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domingo, 16 de maio de 2021

A amizade - MALLU CÓSTA

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Sintonia, afinidade, carinho,
empatia, alegria...
E mil outros sentimentos
Assim é feita a amizade!
Alguns amigos dividem
o coração com a gente
E então dividimos
nossa alma com eles
Os amigos são conectados ao coração
Não importa se perto ou distante
Amizade de longa data
ou amizade recente
Em todos ou em alguns
momentos da vida
Os amigos se abraçam com palavras
Eles são como espelhos d’água
Onde nos vemos
E nos reconhecemos neles
Alguns a vida separa por anos
E quando se reencontram
A amizade simplesmente segue
Como uma suave brisa
Que vai e que vem...
Outros tristemente
se vão em definitivo
Mas a amizade perdura para sempre...
Na doce lembrança!

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Mestre - AGOSTINHO DA SILVA

E não me chamem de mestre
sou apenas aprendiz
daquilo que me é o mundo
e do que sendo me diz

Ninguém me chame de mestre
nem ter discípulos quero
que chegue cada um por si
ao nada ser que venero

EM - CITAÇÕES E PENSAMENTOS - AGOSTINHO DA SILVA - CASA DAS LETRAS

Viver e remar - CARLA F.

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Viver é lindo, nunca te esqueças!
Vive por ti e por quem já não pode.
Sê feliz com aquela pequenita coisa
Que tão humildemente nos dá força!

Remar, remar, amar e cuidar.
Respeitar e energizar.

Tudo o que pensamos não ser nada,
É certamente bom noutro plano.
Basta mudar a perspetiva,
Sorrir mais e ser mais positiva.

Remar, remar, cantar e dançar.
Superar e nunca parar.

A natureza é tão bela
Vamos aproveitá-la?
Nada igual se pode comprar,
Nem espiritualmente agarrar!

Remar, remar, admirar e adorar.
Ver, cheirar e tocar

Tudo isto é o que se precisa
Para aproveitar a vida!

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sábado, 15 de maio de 2021

Retirante - MALLU CÓSTA

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Caminhante... peregrino no caminho...
Em busca de dias melhores
E sem escolhas na sua terra
Que de tão seca
Se torna estéril!
Com a tristeza na alma
Deixa ali seu coração
E marcha rumo à cidade grande
Perseguindo sonhos...
Na nova vida frenética
Sua alma desassossegada
Ainda se alimenta
Do que deixou para trás
Nenhum bem material
Mas uma riqueza infinita
Baús cheios de joias do coração
E sua alma sonha todas as noites
Encenando o abençoado dia
Do retorno ao torrão amado!

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Natais há muito tempo - BIAMARIA

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Ainda me lembro daqueles
Natais em Dezembro...

Que eu ficava
À espera de adormecer
Num sonho lindo e perceber
Quem me deixaria no sapatinho
Coisas lindas ao acordar...

Por isso ao clarear do dia
Daquele dia feito de luz
A minha amiga e eu corríamos
Para saudar e beijar
O Menino Jesus...

EM - A VIDA É UM POEMA - BIAMARIA - IN-FINITA

Sonhar e concretizar - CARLA F.

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Sou tão transparente!
Não sei atuar nem esconder,
O que não me interessa esqueço.
Nada de irrelevante permanece
Na minha mente.

Mas quando quero, quero!
Faço por conseguir.
A pouco e pouco e com calma,
Procuro concretizar
Tudo aquilo que sonhar!

Estar aqui e ali ajuda.
Também ver isto e aquilo,
Mas ser amada e amar
Aquece-me o coração
E mantém acesa a paixão!

Tenho muitas aspirações.
Alguns sonhos por vir.
Gostaria muito de parar o tempo
Sem que ele me pare
Pois só acabou quando se desiste!

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sexta-feira, 14 de maio de 2021

Diário de uma tarde de setembro no sertão da cidade - MAILSON FURTADO

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duas da tarde
de setembro
e a rua posa
pra foto

janelas abertas
adulando vento
a se bulir
cá acolá

rolinhas conversando
a enfeitar pés-de-árvores
o chão não se suja
o céu não se limpa
o sol a brincar
de inventar sombras

um carro passa
e eu lembro que ali
passa gente
e o tempo pousa

se tranca em relógios
às quatro e tanto
a rua é passeio

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