sábado, 31 de julho de 2021

Chapeuzinho Vermelho Contemporânea - LINDEVANIA MARTINS

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Lobo,
por que esses olhos tão grandes?
para que sempre saiba onde estás
e por que essa voz tão alta?
para saberes que serei eu sempre a mandar
e por que esses braços tão fortes?
para que tu nunca consigas me escapar

vaidoso e anacrônico
ele se aprumou todo
subiu na cama para melhor a abocanhar
e aí

zás...

a Chapeuzinho engoliu o lobo
que não viu o tempo passar

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Tempo em mim... - MANUEL A. RODRIGUES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Tempo, espera por mim,
Não tenhas pressa, de chegar ao fim,
Tempo, não sejas assim,
Tempo, dá-me o meu tempo,
Sem o tempo de ninguém roubar,
Fico com o tempo que tu me queiras dar,
Oh! Tempo, não sejas apressado,
Caminha devagar a meu lado,
Como não sei o tempo que ainda me dás,
Aproveito o que tenho, sem olhar para trás,
Quando de mim te cansares,
E a divida do tempo me cobrares,
Leva todo o meu tempo, sem de mim te preocupares...

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 30 de julho de 2021

O Engano - LINDAURA SANTANA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Chegou para mim com passos leves
Um cordeiro a embalar meus sonhos
Dizendo-me sempre o impossível
Recitou-me palavras musicais ao pé do ouvido

Catuquei-me em beliscões:
Verdade ou delírio?
Tocou-me em intensas sensações
De todas as estações - do verão ao inverno

Envolveu-me em braços infinitos
Limitou meus olhos à sua Íris
Resumi minha fala em:
Você, Meu, Nosso e Querido.

Furtei de mim uns planos
Para realizar os de quem amo.
De repente!
Num ato estranho,
Tentando cumprir seus oceanos,
Meu barco naufragou.
Errei ao não comandar os remos.

Sedenta em um oceano
Tudo fugiu no mesmo instante.
Sem Iris, braços, abraços e ouvidos.
Só viagem e silêncio.

Onde está,
Logo agora que preciso?
Por que antes não pude ver a verdadeira face?
Me enganei tão drasticamente!

No deserto tendo um oásis não me destes água.

Agora não sei como guardar na memória
Se... Um ser áspero e cruel, mas verdadeiro
Ou... Um ser amigo, doce, mas arteiro
Condicionado pelo engano.

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Louco um pouco... - MANUEL A. RODRIGUES

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Se me chamarem de louco,
Louco seja talvez,
De loucura tenho um pouco,
De quando em vez,

Podem de louco me chamar,
Porque alguma loucura aceito,
Não vou por isso louco ficar,
Mas ficar louco, isso é que eu não deixo,

Um pouco de loucura,
Tira dentro de nós alguma agrura,
Desde que não seja loucura pura,
Dura um pouco, mas não perdura,

Loucura, sendo consciente,
Faz com que a vida seja mais vivida,
Nos sintamos mais gente,
E cada momento seja uma vitoria conseguida,

Um pouco de loucura,
A ninguém faz mal,
Não é doença, nem necessita cura,
Nem precisa de ser tratada no hospital,

Loucura pode ser sensata,
E dá mais sentido ao viver,
Quando se tem a mais, também mata,
Não deixemos a loucura, dentro de nós crescer...

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Vida em carne viva - LILIANE NEVES

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Saudade de sentir saudade
E o ser se cansa de ser
E o ter se cansa de ter
E a satisfação, insatisfeita de si,
se satisfaz de sentir o que não
tem em si nenhuma saciação

Revelia reveladora de revoluções
Descontente contentamento
Sermos livres de prisões nos põe
gradios nas liberdades
pequenina grande vontade
de botar pra dentro o que não vem
de fora e até mesmo nessa hora
jamais vai poder entrar porque
de dentro nunca saiu

É necessário não entender
Só assim pra compreender
o paradoxo.

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Resiliência - IRENE MATIAS

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No canto para onde a sua vida a jogara, ela sofria
Mas, de modo algum podia estar a ser esquecida,
Tinha que lutar... com todas as forças do seu ser
Forte e resiliente, lutaria até o seu sonho vencer!

De alma destemida lutara sempre pelo seu bem-estar,
Aquele amor que de amargura o seu ser preenchera,
Estava a destruir em si a força que a natureza lhe dera
Não podia resignar-se, pois outro amor iria encontrar!

Falava de si para si, e em voz alta procurando
A sua resiliência, que parecia estar adormecida
Numa cama fofa de algodão e sem despertador!

Que tocasse bem alto, a despertasse daquela dor,
Porque "não é por morrer uma andorinha"...
Talvez a primavera lhe trouxesse outro amor!

EM - AMANHECEU... RENASCEU! - IRENE MATIAS - IN-FINITA

Impacto ambiental nas tribos... - LUÍS FERNANDES

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Ser índio é sentir
a natureza e vivê-la!
coexistir, resistir, insistir...,
vesti-la, bebê-la!
indígenas, sóbrios trepadores...,
frugalidades genuínas, elasticidade característica,
sofrem dissabores...,
alterações climáticas, reviravolta drástica!
seus animais morrem precocemente...,
plantas perderam qualidades nutritivas!
regimes pluviais alterados abruptamente...,
temperatura, rios, humidade, desregulados, abusivas!

Hoje, tempo seco irregularmente!
impede queimadas usadas na agricultura,
tradicional, chamas fogem violentamente,
até florestas tropicais, cultura
saudável, ambientalista, singela, afetada!
hortas não vingam...,
subsistência hipotecada!
forçados, migram...,
procurando condições,
empregos precários,
prosperam privações,
entraves vários...

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Flor - LILIAN FONTES

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Cada flor tem sua linguagem.
Beleza plena
Que se sabe a si mesma
Alheia ao nosso olhar

A pretensão humana
De atingir
Seja qual for
A perfeição
Esfacela-se diante dela.

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A outra - CHRIS HERRMANN

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ela me balança
e eu não caio

quando não me
aguento
ela me carrega

quando ela me pesa
sou contrapeso
por natureza

juntas, balanceamos
nossas desmedidas
levezas

 EM - CHRIS HERRMANN - COLECÇÃO DISPERSOS - IN-FINITA

Combustíveis fósseis VS Energias renováveis - LUÍS FERNANDES

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Carvão, petróleo, gás natural!
dependência doentia...,
soluções, pessoal?
sem eles sucumbe democracia?
o efeito de estufa, pá!
os gases poluentes, vá!
a chuva ácida, pá!
alterações climáticas, vá!
aquecimento global, pá!
derramamento de crude, vá!
lençóis de água contaminados, pá!
guerras provocadas, Chernobyl, vá!

Insinceridade capitalista!
apostam no finito...,
vai uma pista?
olvidam infinito...,
distopias dantescas, pragas contagiosas,
especulação económica, futuro hipotecado,
gerações pagarão faturas maliciosas,
mundo maltratado!
plausível será apostar
nas energias eólica,
geotérmica, fotovoltaica, biomassa, avançar!
inesgotável, hidráulica...,
(Meus senhores, haja raça!)

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 27 de julho de 2021

Osíris despedaçado - LÍGIA SAVIO

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Então, pela última vez, lutei contigo
dentro de mim.
Partir-te em pedaços,
pulverizar alguns,
desfibrar-te,
espalhar-te pelo mundo
até ficares invisível
mesmo no reino das sombras.
Um grande suspiro de alívio
na alma cansada.
Uma grande paz e flores nos campos
antes calcinados.
Um gole de água pura em minha boca
antes fonte seca.
Nenhuma deusa egípcia
pra te recompor
porque destas batalhas milenares
Ísis volta sempre sozinha
e mais inteira.

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Noticiário - LÉA COSTA SANTANA DIAS

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Em cada canto uma flor daninha
Cospe sementes que ameaçam meus dias.
Já não há consolo para meus olhos
Nem alento algum chega a meus ouvidos.

Espelho do que se lavra nas ruas,
César colhe o que não plantou,
Enclausura os peixes em coleções privadas
E confisca a vara dos pescadores.

A cada giro completo dos ponteiros,
Despencam dos céus três ou quatro aviões.
Outros tantos polemizam nas redes
Sobre a ocisão dos não nascidos.

Os santos se dedicam a protestos infames.
A ordem do dia é atirar lanças
Sobre corpos sangrados de meninas nuas
Cingidas a seus bichinhos de pelúcia.

Um grito negro salta do nono andar,
Enquanto os cães, incólumes, folgam na praça.
Mãos alvas não se tingem de escarlate
Ainda que haja sêmen e hímen rompido.

O deserto são as minhas órbitas.
Minhas lágrimas não regam
As terras que ardem em chamas
Nem faz baixar o preço do arroz.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Escuta - BIAMARIA

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Escuta o tempo
Que fala baixinho
O vento que passa apressado
E a água do ribeiro que corre devagarinho

Escuta o cantar do passarinho
Que canta tão feliz
O poeta que chora e ri
E às vezes não se sabe o que ele diz

Escuta os segredos das montanhas
A erupção dos vulcões
Esquece as armas da guerra
E faz calar os canhões

Escuta os pintainhos
Atrás da mãe a piar
Escuta a mais linda história
Escuta o pranto do mar

Deixa-me ajudar-te a subir pela escada da vida
Tu que só sabes gatinhar
Quero ensinar-te tudo
Agora a dar os primeiros passos
Depois a andar...

EM - A VIDA É UM POEMA - BIAMARIA - IN-FINITA

Frida - JOEMA CARVALHO

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algumas pessoas
pura essência

a dor
um estímulo para chegar as estrelas
dizer o que a matéria nos impede de tocar

teoria das coisas
textura da cor

de cor um beijo solto
propagado em ondas de desejo
do que expande

além de uma fé pequena
reduzida em castas
formas
além do que pode
ou não
confinados em doutrinas

da idade à religião
do tempo ao verso

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Elã da infância - LÉA COSTA SANTANA DIAS

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Seus olhos me alumiam, doce criança,
Neles se abrigam mares de esperança.
São quisto regaço, mimos que vertem
Minhas dores em profissão de fé.

Ofereça-me a mão neste balanço.
Quero bailar em nuvens de algodão.
Brincar de roda com anjos do céu.
Navegar em barquinhos de papel.

Já não me servem mais esses ouvidos
Acostumados à pressa das horas
E a céus que inibem o voo das gaivotas.

A pipa que rompe minhas auroras
São pés que desbaratam agonias
E singram em leveza a travessia.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

domingo, 25 de julho de 2021

Loba Lua - JOELMA QUEIROZ

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Lua poderosa
Mobiliza as marés,
O ciclo das mulheres,
A energia do amor.

Lua, expande a minha imaginação...
Suscita desejos, prazer
e impulsiona ação.

Lua, influência direta na minha gestação:
Mulher serena, plena,
Louca de paixão.

Lua, lua, lua.
Eu nua, ao relento, ao vento.
Na rede viro sereia
E me sufoco em teu corpo.

Suor, arrepios...
Gemidos e uivos reverberam
A loba lua que estou!

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Viagem - LAURINDA RODRIGUES

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Desço ao fundo de mim, ao inconsciente
onde dormem vivências esquecidas.
Sei que naquilo que sou já fui diferente
e que hei-de ser diferente noutras vidas.

Sou toda um Uni-verso entrelaçado
de peças materiais que vão expandindo.
Fico parada no imenso céu alado,
sentindo uma pulsão que está abrindo.

Meu outro Ser perdurará na luz
que me envolveu na terra feita em cruz
que não pode fugir ao seu destino...

Mas é aqui e agora que me habito:
mesmo que o sonho seja apenas mito,
a alma cantará, convosco, um Hino.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sábado, 24 de julho de 2021

Não é um canto, é um lamento - JÉSSICA IANCOSKI

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criam boi em terra indígena
plantam soja em área ilegal
desmatam até a última pena
tiram o couro do solo animal

é uma pena é uma pena
é uma pena, um vendaval,
um coro, um lamento de aves
no desmatamento tropical

Ararajuba Arara Arapará
Japim Japu Juriti-Pupu
Saurá Suiriri Surucuá
Udu Urubu Uirapuru

É só soja e boi soja e boi
É só soja e boi soja e boi

— garimpo ogro é o agro —
negócios.

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Lamento - IRENE MATIAS

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Um ai escapuliu da boca fechada
Nos olhos a tristeza vinculada
Na coluna um arrepio de frio
No rosto crispado a aragem sentiu.

No coração leva a grande mágoa
De um tempo feliz, mas que acaba...
A vida que por entre as mãos escapa
Desfalecida, entra na surda desilusão!

Oh! Insana mente que o mal revelas
No sonho de uma noite desvelada,
Pelo lamento que soltaste nas trevas

No apagar do sorriso que restava,
Ficas olhando o mar com tristeza...
Da terra, no coração fica a beleza!

EM - AMANHECEU... RENASCEU! - IRENE MATIAS - IN-FINITA

Caos - LAURINDA RODRIGUES

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Num mundo tão cruel e venenoso
não me condenem o culto da indiferença,
que não responda nunca ao mentiroso
e, ao maldoso, que use negligência.

Não quero acreditar em outra vida
nem desejo, sequer, reencarnar.
Não há sentido algum para ser querida
ou bem e glória que queira partilhar.

Não temo imaginar ir para o inferno
porque ele está aqui e é eterno
na arte de sangrar as nossas feridas...

alvez seja possível noutro espaço
porque o espaço solar está um cansaço
com ciclos de desgraças repetidas.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Florescer - JANE MACHADO

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Flor e Ser
Florear
Flor e ar

Florescência
Flor em essência divina
Sagrada

Floresçamos
Sejamos flor
Juntos e Juntas

Em qualquer estação
seja em pleno verão
outono, inverno
e não apenas na primavera

Floresceremos
desabrochando a flor que somos?

Sinta...
Como está seu FLOR&Ser?

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Barquinho - CHRIS HERRMANN

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lá vai o barquinho
marejando levezas

levando a menina
do rio da infância

e eu aqui
de asas perdidas

no caos do porto
sem choro nem vela

EM - CHRIS HERRMANN - COLECÇÃO DISPERSOS - IN-FINITA

Ventos do além - JÚLIO SILVA

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Ventos vindos do além
escutem a minha voz inquietante
que tem algo a dizer e nada a esconder.

Essa minha voz que não se quer calar
que se impõe e se interroga no dia a dia,
pelos diversos males de um mundo
que se vai desabando paulatinamente.

Ventos vindos do além,
porque trazem constantemente ventos
que nos amordaçam
ventos sinistros que nos confundem
e nos fazem julgar o inocente?

Ventos do além, será que trazes
arrepios de um passado recente
e de um presente sem firmeza
de um futuro provavelmente ardente?

Ventos vindos do além
quem sois vós?

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Solidão - AGOSTINHO DA SILVA

Tudo na vida é comum
tudo no mundo concorre
mas sozinho é que se nasce
e só o próprio é que morre

EM - CITAÇÕES E PENSAMENTOS - AGOSTINHO DA SILVA - CASA DAS LETRAS

Prognóstico - Jacqueline Torres

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Salvar o silêncio da mesa
reta e escura
refletindo ausências
na superfície empoada
Salvar a mudez dos móveis
A exclamação das janelas
a viuvez da porta
o piso órfão.
Fico daqui vendo a noite
se fingir de morta
e a porta torta ranger os dentes
espiando a sala, descuidada
Salvo a mim mesma
do verme ruído
que parasita o instante
saído das gavetas
As coisas nem se arrepiam mais
com a língua do vento
pelos cômodos
As coisas se encolhem
e envelhecem sem serem vistas
E eu acompanho
minha decrepitude
no espelho da mesa.
Um fio alvo do meu cabelo
sela o silêncio.

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Somos mistério - JÚLIO SILVA

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Somos MISTÉRIO, MISTÉRIO somos nós
que estamos vivos e não sabemos quem somos.

MISTÉRIO da vida, MISTÉRIO da morte
duas interrogações que se misturam
e se encontram no próprio MISTÉRIO do porquê.

Somos MISTÉRIO, MISTÉRIO somos
Será que o mistério do amor é maior que o da morte?
Tudo é MISTÉRIO, pois mesmo a sua ausência
se traduz na dúvida
Somos MISTÉRIO, MISTÉRIO somos,
MISTÉRIO que não se explica e não aparece,
Mentes MISTÉRIO, mentes em dúvida
espírito MISTÉRIO, MISTÉRIO que vem do espírito

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Uma estrela - BIAMARIA

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Caiu uma estrela do céu
Apanhei-a na minha mão
Coloquei-a no meu peito
E agora aquece o meu coração

Tem luz própria para brilhar
Como se fosse um pirilampo
É linda como o alecrim
Aquela flor que nasce no campo

Aprende agora a falar
É doce como a sereia
É um diamante pequenino
Tão pequenino como um grão de areia

Como é uma estrela
Pode viver onde quiser
Tem nome de menina, chama-se Carolina
Ainda pequenina, mas com jeito de mulher

Atenta ao que se passa
Descobre a cada momento
Que há outras estrelas como ela
A brilhar no firmamento

EM - A VIDA É UM POEMA - BIAMARIA - IN-FINITA

Marias da Paz - JACKMICHEL

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Quem nasceu para Maria,
Maria sempre será.
Bandeira branca de alegria
Que a paz hasteará!

Maria de Nazaré foi a “santa”
Divina mãe do Salvador.
Da Galileia a mais branda,
Glória do Senhor!
Maria Quitéria foi a “soldado”
Com rifle na mão.
De Feira de Santana ao descampado,
Disparando a união!
Maria Stuart foi a “decapitada”
Descendo ao cadafalso.
Da Escócia a flor prendada,
Chorando o pranto salso!
Maria Malibran foi a “cantora”,
Lirismo disposto em tons.
Do canto fez-se mentora,
Música incorporando sons!
Maria Leopoldina foi a “imperatriz”
Bondosa, mas servil.
Da Áustria governou um triz
A independência do Brasil!
Maria Bonita foi a “cangaceira”
Formosa com uma carabina.
Da Grota do Angico à bagaceira,
Flor cheirosa e pequenina!
Maria Mandel foi a “carcereira”
Do chicote à pistola.
Na Alemanha a primeira,
Seguindo a hitlerista escola!
Maria Antonieta foi a “arquiduquesa”
Distribuia brioches aos populares.
De Versailles à realeza,
Valsou em mil lugares!
Maria Curie foi a “descobridora”
Experimentos sem oscilação.
De Varsóvia à fama animadora,
Ganhou o Nobel pela razão!
Maria Madalena foi a “pecadora”
Nas tavernas fez seu lar.
De Jerusalém até Roma a redentora
Luz no escuro crepuscular!

Quem nasceu para Maria,
Maria sempre será.
Bandeira branca de alegria
Que a paz hasteará!

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Uma noite deserta - JOSÉ ROTHADI

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No ardor delirante anelo
Beijar teu corpo em frenesi
Quais dois corpos em volúpia
Como amantes impuros insanos

Em teus olhos afins um oceano
No desvelo dos sentires ocultos
Confundindo nossas existências
Como um anjo de sedução sutil

Sentir em mim tu’alma desabrochar
Na turbulência que ninguém prevê
Naveguei tua doce nudez em fúria

Quase a meia luz dos desejos
Pelo trago do néctar do teu corpo
Na intimidade madrugada afora

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 20 de julho de 2021

Cantiga de florada - ZITO JR.

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Quando é tempo de boa invernada
No Sertão, agonia não se vê
O arado rasga a terra prum roçado
A as abelhas sobrevoam o muçambê
No chiqueiro, uma porca pra parir
Bem deitada, na lama, a se aquecer.

No cercado, ao lado, um barrão
Fuça o cocho, já bem farto de comer
Um cavalo selado descansa à sombra
Esperando o seu dono aparecer
Pra buscar uma boiada já comprada
Pra engordar e depois poder vender.

No terreiro tem guiné, também galinha
E um galo que anuncia o amanhecer
Os olhos distantes de uma raposa
Que o cardápio teve que rever
Pois o cão da casa estava atento
E formiga conhece o que roer.

Passarada traz o ouro da manhã
E pra toca já volta o sariguê
Sua catinga se espalha por um instante
E o cachorro cava o chão pra esconder
Um osso oriundo de um pirão
Bela forma de lhe agradecer.

De manhã, toda uma “bezerrama”
Congestiona a porteira do curral
Na ordenha, o vaqueiro já se empenha
Seu primeiro trabalho matinal
Depois disso, solta o gado em vasta manga
Pega uma foice e se dirige ao capinzal.

Forrageira ligada no armazém
Seu ruído bem de longe se escuta
O capim elefante é triturado
A carroça companheira de labuta
Todo cocho do curral abastecido
E é apenas o começo dessa “luta”!

Um carreiro empunhando o ferrão
Traz seus bois em lenta caminhada
Vem c’um carro de palma caprichado
Foi busca-lo ainda madrugada
Pra cortá-la todinha até meio-dia
Tem a ajuda de toda a meninada.

No quartinho dos fundos o movimento:
Grande tacho aquecendo a coalhada
Um fabrico de queijo se inicia
Pra alegria de toda a criançada
Pois bem sabe que no seu final
“Arrelique” será a “farinhada”.

Dessa forma, lembrei dos belos dias
Que se foram em grande disparada
Nem fazenda, nem gente, existe mais
Salvo uma ou outra foto restaurada
Minha infância foi o mote escolhido
Pr’essa simples cantiga de florada.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Evanescente - IZILDA BICHARA

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Minhas gatas morreram todas de velhas
meu pai também morreu de velho
e minha mãe está velha e cheia de dores
meus irmãos, amigos, eu mesma
estamos todos cada vez mais velhos
envelheceram meus amores
morreram de velhos
ou de desamor

Flores nascem todos os dias
algumas duram apenas poucas horas
há as que renascem a cada ano
até que param de brotar
gosto de flores e de gente
gosto de muita gente
mesmo de quem não conheço
de quem conheço gosto mais

Minhas filhas estampam
as cores e o viço que rareiam em mim
buscam fazer do mundo
um lugar que tenha eco para outras vozes
e eu me renovo nelas
meus netos correm pela casa alegres
e me fazem murchar mais devagar
provam que a vida
pode escorrer de um jeito bonito

Em meio a flores e amores
mais e mais me sinto evanescente
bolha de sabão
prestes a estourar
um balão vermelho
a escapar no vento
presa por um fio
num eterno instante
sigo adiante, adiante

É esse o meu espanto
é esse o meu encanto

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Sinais Acrónimo - JOSÉ ROTHADI

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Deslizo na tua ausência...
No momento de nostalgia
Lascivamente me captura
N´alma desassossegada

Delineada de saudades...
Teimosamente em silêncio
A dissipar-me no âmago
Tangível ao meu passado

Em emoções aos ventos...
No encontro com meu “eu”
Abstraio os pensamentos

Permanecem os momentos...
No toque frivolamente
Na silhueta da razão!!!

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Na poética calçada do repente - ZITO JR.

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Lá, no bar de Evaldo Severino
Logo cedo começa a agitação
Vem Lirinha e toda a produção
Para mais um trabalho genuíno
Percorrendo esse solo nordestino
Ele mira no artista a sua lente
Grande ideia pulou da sua mente
Ganhou vida e saiu estrada afora
Em Sumé, fez parada, sem demora
Na poética calçada do repente.

Dei chegada pela primeira vez
Já sabendo do que iria encontrar
Levei Gerson Sandré pra declamar
E homenagem ao Cabeça, assim se fez
Também meu Samuel, por sua vez,
“De fotógrafo” foi junto com a gente
E mesmo quem estava indiferente
Sua câmera, discreta, registrou
Dr. Ricardo esse encontro orquestrou
Na poética calçada do repente.

A presença de Jorge Filó
Deu cores vivas a este momento
Escritor e poeta de talento
É filho de Mané, é outro em pó
Veia solta do Pajeú ao Moxotó
Tem o gene do verso efervescente
Com peleja vista, aqui, sai contente
Esse dia em sua vida marcará
Uma amostra de cultura levará
Da poética calçada do repente.

É um ponto de grandes violeiros
Apologistas e admiradores
Um cardápio variado pros senhores
Com aboio e presença de vaqueiros
Tem Assis Papagaio e companheiros
A cerveja gelada e a aguardente
Uma carne na grelha, a brasa quente
E um verso tirado, ali, na hora
A vontade de ir já foi embora
Na poética calçada do repente.

João Badalo também apreciava
O desafio de Evaldo e Erivaldo
Repentistas que deram o seu recado
Para quem, ali, documentava
Uma batalha em versos se travava
E até o bêbado escutava-os atentamente
Dito o mote, sai o verso e sorridente
Alguém bota uma gorjeta na bacia
Vou embora, mas sei que volto um dia
À poética calçada do repente.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Magnetismo - ISA PATRÍCIO

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Sinceramente, julgo supérfluo repetir,
Contrária alucinação concebesse paixão
Não leixaria afoiteza mais matéria discutir.
Se eu me atrevesse... Certamente débil confissão
Vo-lo sacrificava num adiantamento ocasional,
Depressa se derrama púlpitos banhados no ser carnal.
Que eu da minha parte para vos descobrir
Numa figura fugidia agitara aleivosia fria.
Vossa alma, permita-me tamanha depravação
Pode igualar-se sobre o comprido leito!
Cheirando a rosas, em banho de leite... Ai, sensação!
Lábios cor de cereja que ao corpo apetecia!
Numa abundância afora pecado, salgada fruta voluptuosa,
Tainha presumida de embaraço, artilharia ou brecha dolorosa.
Secreto vício é suportar crime inquisidor no magnetismo visceral.

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Este deserto - JOSÉ ANTÓNIO PINTO

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Bebemos a aragem branda de suão
carentes da frescura dos afetos,
transformados autómatos
com disfarce de humanos
erráticos, num percurso
que não desenhamos
e de cuja veracidade tememos
porque pejado de miragens
de beijos e abraços.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Grita liberdade - IRENE MATIAS

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OH! Alma sofrida não te enganes
Apesar de estares assim enclausurada,
Sorri para a vida no presente e no futuro
Salta com segurança esse terrível muro.

Vive o presente e o que de ora avante
Com um amor digno pela humanidade,
Que como tu sofre neste enorme desterro
De seus entes queridos, as vis saudades.

Assopra o teu sopro leve, quente, abençoado,
Encara este esforço, que ora te suplicam...
Não te enterres sozinho nesta triste vida...

Canta em louvor ao Senhor, pedindo-lhe a liberdade...
Com Fé, com fervor, plenos de desespero e ansiedade
Aquele, que por nós morreu na cruz Pregado!

EM - AMANHECEU... RENASCEU! - IRENE MATIAS - IN-FINITA

domingo, 18 de julho de 2021

Cafuné - ZEZÉ MATOS

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É dengo de bem querer.
Quem prova não esquece.
Deslizar das mãos, calor.
Fria noite, aquece.
Ameniza toda dor
A vida enriquece.

Dinheiro não vai comprar.
Nem condição social
Faz sorrir o coração.
No instante crucial.
Fresca brisa de amor
No momento especial.

Está no doce gesto
No chamego maternal
No afago dos avós
No carinho fraternal
No enlace do viver
No abraço paternal.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Mulheres enluaradas - ISA CORGOSINHO

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No dia que o Sol se escondeu de seu próprio fogo e calor
a Lua se fez presente irradiando de suas crateras refulgente
luz de cristal

As mulheres puderam passear pelo mundo
recobrindo os continentes com suas vestes de peles
os cinco cantos do mundo acalentados
por imensa ciranda de mãos mantras

Mulheres bailaram em conluio
com estrelas e Lua

Nesse dia (anoi) tecido
as mulheres fiaram algodão e nuvens
teceram quasares, constelações

Bordaram relevos rochosos, vales
cantaram os sons inaudíveis dos pássaros

Pintaram formas e volumes
esculpiram, moldaram espécies de flora, fauna extintas

Troncos grossos brotaram
alastraram-se
bichos ínfimos, gigantes
espalharam-se pelo planeta

Lavaram oceanos
filtrados pelos mantos de águas-vivas
olhos vazantes das Iemanjás nuas

A atmosfera planetária recebeu os bafos sincronizados
pulmões de oxigênio arfavam dos peitos provedores de leite e mel

Entre as pernas das mulheres
os fornos produziram pães
sorrisos de bebês
borboletas

Era o dia das mulheres enluaradas
seus versos encarnados curaram os homens
da sede de fogo
da fome de guerra
da loucura da ambição
do destino sangrento de super-homens

Quando a aurora nasceu
mulheres e Lua recolheram-se
em ninhos aconchegantes de corujas e cotovias

Era chegada a hora
infância primeva
o mundo renascia
nas barras douradas do dia!

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A nossa estrada - JOSÉ ANTÓNIO PINTO

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Não importa onde estivemos,
importa castigarmos a vida que nos ludibriou
com falsos festins de felicidade, à nascença,
e destruirmos todos os vazios
que ainda respiram num calendário
enfartado com fantasias da realidade.
Importa preservarmos a nossa estrada,
cada vez mais nossa,
sem rotundas nem sentidos proibidos,
mas percurso obrigatório...

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

O vento - CHRIS HERRMANN

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o vento que me leva
às vezes é brisa
às vezes é leve
às vezes me corta
em metades
e me carrega nos olhos
um mar inteiro
de saudades

EM - CHRIS HERRMANN - COLECÇÃO DISPERSOS - IN-FINITA

sábado, 17 de julho de 2021

Caminhos - ZEZÉ MATOS

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Seguir a trilha ensolarada
Deixar-se guiar.
Nas andanças curvilíneas da estrada
Tecer caminhos em verde esperança
Esperançar.
Transcender pretenciosos precipícios
Desviar-se de enganosos artifícios
Em oásis de paz
Repousar.
Vida, existência, plenitude
A pulsar.
Voa coração viajante!
Em constante transcendência
Nos caminhos, caminhar.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Ao vivo - HANNAH CAVALCANTI

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Se é que ainda está aí
Me responda com o olhar sincero
De quem me compreende
Desculpa gastar sua bateria
De tanto esperar
Me comprimi
Enviei sem sucesso
Mas continuo pulsante,
Esperançosa
De que a minha energia
Desperte a sua
De que ainda haja formas
De lhe acessar
Estou sem aplicativos
Os meus dados estão corrompidos
Mas ainda sei sonhar
Não se sabe quem sobreviverá
Só se sabe
Que o sistema está fora do ar
Uma fresta de liberdade opaca
Me arrebata
E a letargia nunca me alcança
Até mesmo quando meu peito descansa
Minhas pegadas flutuam onipresentes
Profundas nas artérias do espaço-tempo
Invisíveis ao inimigo

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

O brilho no olhar - JOSÉ ALENTADO

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Os teus olhos sempre a sorrir
num brilho que me encandeia
esse olhar que me incendeia
que não te deixam mentir

como abelha fora de colmeia
em adoração à sua rainha
Transformo pólen em geleia
e faço da tua alma minha

muitas são as nossas odisseias
Em delírios por nós sonhados
e assim estamos ligados

Num eterno e puro prazer
por cordas intemporais
Sentindo, vivendo, e pouco mais

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA