Saibam mais do projecto conexões neste link
Conheçam a IN-FINITA neste link
O azul
do Tejo invade o quarto. Sol claro, dia pronto, o silêncio se foi.
É hora
de acordar, tempo de abrir os olhos, tomar café.
Os
grãos exalam o aroma quente pelas avenidas a despertar.
Bairros
cinzentos, pedestres peões pessoas, linhas azul amarela vermelha.
A
multidão caminha, do alto de Olaias penso na areia.
Todos
nós grãos de areia no deserto imenso da humanidade.
Santos,
Almada, Chiado, encostas construções justas
Alfama,
Apolônia, a Santa, a disputar espaço para ver o rio.
Em
maio as águas do Tejo não viram o fogo.
O
Brasil ardeu em protestos, prédios direitos cidadãos a tombar.
Em
meio à dor no meu peito brasileiro e a alegria de ser, eu também!
um
grão além da pocinha-oceano, senti esperança.
Tão
pequeno um grão de areia. Gosto de gente pequena
gente
velha grande sem grupo que pensa estar só ao ver o deserto.
Precisamos
ser areia, grãos a vislumbrar outros grãos.
Limpos
inteiros concretos e etéreos para não perder o vento.
O
antigo e o novo costurados a desembocar aos pés do Marquês de Pombal.
De seu
pedestal parece nos lembrar que após o terremoto vem o sol
que
aquece e derrete, queima e adere, e nos levanta
Pois é da nossa natureza ser grão. Único. E
fazer a diferença.
EM -
CONEXÕES ATLÂNTICAS - ANTOLOGIA - IN-FINITA