Entro na câmara escura da oficina vegetal
onde fosforescem os olhos de uma terra vermelha
Com verdes materiais trabalho as sílabas negras
Toco as ancas múltiplas da rapariga marinha
É uma pedra solar sólida e delicada
Mergulho no sangue e no perfume dos navios
Há uma frase que ondula como a cabeleira do vento
e um frémito de fibras sob uma porta enterrada
E as palavras têm dentes que atravessam os ossos
ou traçam resvalando diminutos rios
Sobre a palma da mão cintila o pólen das lâmpadas
EM - DELTA/PELA PRIMEIRA VEZ - ANTÓNIO RAMOS ROSA - QUETZAL
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
E a tua boca... - VERA L. T. SANTOS
E a tua boca a baloiçar
[me]
para dentro.
E de dentro dos meus olhos nascem lâmpadas acesas como
se fossem manhãs a
acabar em noites.
EM - CARDIO.GRAFIA - VERA L. T. SANTOS - TEMAS ORIGINAIS
sábado, 29 de janeiro de 2011
Se - JOSÉ ANTÓNIO ALMEIDA
Se tiver medo, não posso
atravessar esse bosque,
todas as copas das árvores
hão-de ladrar aos meus pés.
Até a lua por certo
com veneno cor do leite
à socapa vem morder-me
na ponta do calcanhar.
Se tiver medo, não posso
atravessar esse bosque,
as ervas hão-de ceifar-me
antes mesmo de morrer.
EM - OBSESSÃO - JOSÉ ANTÓNIO ALMEIDA - &ETC
atravessar esse bosque,
todas as copas das árvores
hão-de ladrar aos meus pés.
Até a lua por certo
com veneno cor do leite
à socapa vem morder-me
na ponta do calcanhar.
Se tiver medo, não posso
atravessar esse bosque,
as ervas hão-de ceifar-me
antes mesmo de morrer.
EM - OBSESSÃO - JOSÉ ANTÓNIO ALMEIDA - &ETC
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Velhice - EDUARDA CHIOTE
Ignorantes
da imaginação dos dedos,
os seus usos
e carnívora voracidade
tecem de fúria
o mais agónico prazer,
toda a aflição vinda do interior
da velhice.
Mês de julho, mês de julho,
mês de corpo: mês de pele - lepra
rente às unhas de apodrecidas
folhas
que só luxúria
de moscas
delicia.
EM - NÃO ME MORRAS - EDUARDA CHIOTE - &ETC
da imaginação dos dedos,
os seus usos
e carnívora voracidade
tecem de fúria
o mais agónico prazer,
toda a aflição vinda do interior
da velhice.
Mês de julho, mês de julho,
mês de corpo: mês de pele - lepra
rente às unhas de apodrecidas
folhas
que só luxúria
de moscas
delicia.
EM - NÃO ME MORRAS - EDUARDA CHIOTE - &ETC
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
GPS - DINIS H. G. NUNES
não penses na vida
olha-a de frente
espia-a
vê como ela se disfarça de utilitária
num monovolume de dor
não te aventures a ir longe sem gps.
EM - AVRYL - DINIS H. G. NUNES - POPSUL
olha-a de frente
espia-a
vê como ela se disfarça de utilitária
num monovolume de dor
não te aventures a ir longe sem gps.
EM - AVRYL - DINIS H. G. NUNES - POPSUL
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
O meu melhor ângulo - INÊS LOURENÇO
Prefiro o agudo. Muito menos o recto
e nunca o obtuso. O raso adormenta
todas as audácias e o adjacente agrega-nos
em parede mútua e indissolúvel. Assim,
é no estreito e resguardado vértice
do agudo que apetece ficar, abrigada
do rotundo e celebrado círculo.
EM - COISAS QUE NUNCA - INÊS LOURENÇO - &ETC
e nunca o obtuso. O raso adormenta
todas as audácias e o adjacente agrega-nos
em parede mútua e indissolúvel. Assim,
é no estreito e resguardado vértice
do agudo que apetece ficar, abrigada
do rotundo e celebrado círculo.
EM - COISAS QUE NUNCA - INÊS LOURENÇO - &ETC
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
A vida... - ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO
A vida é uma passagem...
Qual rio que se atravessa,
Para lá da outra margem.
Suave junto à represa...
Vira bravio e selvagem,
Acelera e vai depressa,
Sem reparar na paisagem,
Nem desfrutar tal beleza.
Não passando de miragem...
Qual sonho, ou qual certeza!
Castelos ou fortalezas
Que com o tempo se desfazem,
como nuvens de incerteza,
Breves, soltas, sem firmeza...
Em - CEM POEMAS... DIVERSOS - ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO - TEMAS ORIGINAIS
Qual rio que se atravessa,
Para lá da outra margem.
Suave junto à represa...
Vira bravio e selvagem,
Acelera e vai depressa,
Sem reparar na paisagem,
Nem desfrutar tal beleza.
Não passando de miragem...
Qual sonho, ou qual certeza!
Castelos ou fortalezas
Que com o tempo se desfazem,
como nuvens de incerteza,
Breves, soltas, sem firmeza...
Em - CEM POEMAS... DIVERSOS - ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO - TEMAS ORIGINAIS
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
As palavras e o ódio... - EDUARDO ALEIXO
As palavras são palavras.
Nuvens.
Instrumentos na mão do vento.
O vento somos nós!
Se o vento entoar a canção do amor,
As palavras serão de amor.
Se o vento entoar a canção do ódio,
As palavras serão de ódio.
As palavras de amor são visitas habituais
Na morada do meu coração.
As outras...
Não entram nele,
Nem permito que se aproximem!
Limito-me a vê-las,
Bichos rastejantes,
Na viagem de regresso!
EM - AS PALAVRAS SÃO DE ÁGUA - EDUARDO ALEIXO - CHIADO EDITORA
Nuvens.
Instrumentos na mão do vento.
O vento somos nós!
Se o vento entoar a canção do amor,
As palavras serão de amor.
Se o vento entoar a canção do ódio,
As palavras serão de ódio.
As palavras de amor são visitas habituais
Na morada do meu coração.
As outras...
Não entram nele,
Nem permito que se aproximem!
Limito-me a vê-las,
Bichos rastejantes,
Na viagem de regresso!
EM - AS PALAVRAS SÃO DE ÁGUA - EDUARDO ALEIXO - CHIADO EDITORA
domingo, 23 de janeiro de 2011
Do teu corpo - HELENA ISABEL
Deixa-me fazer do teu corpo ternura
Beijo e volto a beijar
Anseio que perdura por nele... amar.
Deixa-me fazer do teu corpo constelação
Desejo e volto a desejar
Sentidos despertos por nele... divagar.
Do teu corpo faço céu
Viajo em cometa... chamo-lhe planeta
Salto de estrela em estrela
Abraço a noite... nossa realeza
Mar de saudade do qual sou réu
Navego no paquete da esperança
Oceano de tentação que me aflige
Teu corpo... tuas mãos... minha sentença
Reproduz o meu corpo numa melodia bela
Esboça-o em teu coração
Desenha-o numa tarde de Verão.
Pinta-o... de mim... faz tela.
EM - LER-TE - HELENA ISABEL - WAF
Beijo e volto a beijar
Anseio que perdura por nele... amar.
Deixa-me fazer do teu corpo constelação
Desejo e volto a desejar
Sentidos despertos por nele... divagar.
Do teu corpo faço céu
Viajo em cometa... chamo-lhe planeta
Salto de estrela em estrela
Abraço a noite... nossa realeza
Mar de saudade do qual sou réu
Navego no paquete da esperança
Oceano de tentação que me aflige
Teu corpo... tuas mãos... minha sentença
Reproduz o meu corpo numa melodia bela
Esboça-o em teu coração
Desenha-o numa tarde de Verão.
Pinta-o... de mim... faz tela.
EM - LER-TE - HELENA ISABEL - WAF
sábado, 22 de janeiro de 2011
O meu olhar - SANTA CRUZ
Há no meu olhar algo que me ilude
Parece-me conter as nuvens do céu...
Há no meu olhar algo surpreendente
Como o viajar de uma estrela cadente.
Sempre me faz tremer...
Sempre me faz pensar...
Nos abismos das minhas ilusões
quando, e para onde vai parar o meu coração.
Há no meu olhar uma saudade do tempo
Há no meu olhar um lugar de eternidade...
Quisera eu ter tantos anos como a luz
Tantos anos quanto eu precisar...
Para cruzar o túnel do tempo
Deste meu triste e eterno olhar.
EM - SILÊNCIO DOS MEUS SONHOS - SANTA CRUZ - TEMAS ORIGINAIS
Parece-me conter as nuvens do céu...
Há no meu olhar algo surpreendente
Como o viajar de uma estrela cadente.
Sempre me faz tremer...
Sempre me faz pensar...
Nos abismos das minhas ilusões
quando, e para onde vai parar o meu coração.
Há no meu olhar uma saudade do tempo
Há no meu olhar um lugar de eternidade...
Quisera eu ter tantos anos como a luz
Tantos anos quanto eu precisar...
Para cruzar o túnel do tempo
Deste meu triste e eterno olhar.
EM - SILÊNCIO DOS MEUS SONHOS - SANTA CRUZ - TEMAS ORIGINAIS
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Sou acolhido...* - ANTÓNIO RAMOS ROSA
Sou acolhido numa casa de veludo e argila
onde me dás o espaço e a forma do meu corpo
ó minha semelhante de joelhos camponeses
de cintura de chuva de balanças espessas
de ardentes segredos de redondas sombras
e uma arma entre as árvores ó nascente da força!
A nossa fúria é um pacífico e lento planeta
Libertamo-nos das imagens num redondo tumulto
Aderimos à terra até ao fundo das pedras
Somos o olho verde que nos vê sem nos ver
Entre o vinho e as abelhas os frutos ardem vermelhos
e negros. O mundo mudou de cor a matéria é materna
A claridade repousa sobre a mesa das águas
EM - DELTA/PELA PRIMEIRA VEZ - ANTÓNIO RAMOS ROSA - QUETZAL
onde me dás o espaço e a forma do meu corpo
ó minha semelhante de joelhos camponeses
de cintura de chuva de balanças espessas
de ardentes segredos de redondas sombras
e uma arma entre as árvores ó nascente da força!
A nossa fúria é um pacífico e lento planeta
Libertamo-nos das imagens num redondo tumulto
Aderimos à terra até ao fundo das pedras
Somos o olho verde que nos vê sem nos ver
Entre o vinho e as abelhas os frutos ardem vermelhos
e negros. O mundo mudou de cor a matéria é materna
A claridade repousa sobre a mesa das águas
EM - DELTA/PELA PRIMEIRA VEZ - ANTÓNIO RAMOS ROSA - QUETZAL
Mar - JOSÉ AUGUSTO DE CARVALHO
Mar,
da ousadia
de Leiria,
dói, ainda, a nostalgia,
a sangrar...
Depois do sonho que fomos,
o pesadelo que somos...
em - DO MAR E DE NÓS - JOSÉ AUGUSTO DE CARVALHO - TEMAS ORIGINAIS
da ousadia
de Leiria,
dói, ainda, a nostalgia,
a sangrar...
Depois do sonho que fomos,
o pesadelo que somos...
em - DO MAR E DE NÓS - JOSÉ AUGUSTO DE CARVALHO - TEMAS ORIGINAIS
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Um rosto de chuva... - VERA L. T. SANTOS
Um rosto de chuva de terra de mulher
repousa no luto que trago sobre os ombros
um dorso de chuva de terra de pássaro
tombado
a fixar a gente vergada ao sono.
Ouve.
A mão arfando, a protestar a queda.
Um braçado de silêncio a gritar à gente.
Um abraço que me fica para além da multidão do teu rosto.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Resposta a fala comum - JOSÉ ANTÓNIO ALMEIDA
Não, ninguém sabe, talvez
só o corvo que na torre
do relógio mora sempre,
quantos dias são precisos
para esquecer uma noite.
Da amêndoa dessa noite
outra noite há-de brotar
- mais amarga de esquecer
do que essa noite primeira.
A segunda pode em treva
tornar de luz a de origem.
Mas já no branco da lua
vem caminhando no céu
a noite número três.
EM - OBSESSÃO - JOSÉ ANTÓNIO ALMEIDA - &ETC
só o corvo que na torre
do relógio mora sempre,
quantos dias são precisos
para esquecer uma noite.
Da amêndoa dessa noite
outra noite há-de brotar
- mais amarga de esquecer
do que essa noite primeira.
A segunda pode em treva
tornar de luz a de origem.
Mas já no branco da lua
vem caminhando no céu
a noite número três.
EM - OBSESSÃO - JOSÉ ANTÓNIO ALMEIDA - &ETC
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Calvário lírico - EDUARDA CHIOTE
Colocas-me, no pescoço, um diagrama
de versos
e as minhas mãos estrangulam uma pérola
mais tumultuosa, aí... claramente... onde a pulsação
desordenada
convoca um perigo dulcíssimo
e nervoso.
Os meus dedos cedem, comprometidos.
Descem, procurando-me
um seio.
Resvalam sobre o ventre liso
até à lâmina de uma artéria ofegante. De noite.
São dedos masculinos, íntegros,
de uma pilhagem e beleza
fulgurantes.
A princípio indecisos, movem-se agora
precipitando a escrita
ébria de prazer. As mãos da escrita
matam... morrem.
Matam... impedindo o esperma da sua asfixia,
morrem... no desejo morto da palavra
morte.
EM - NÃO ME MORRAS - EDUARDA CHIOTE - &ETC
de versos
e as minhas mãos estrangulam uma pérola
mais tumultuosa, aí... claramente... onde a pulsação
desordenada
convoca um perigo dulcíssimo
e nervoso.
Os meus dedos cedem, comprometidos.
Descem, procurando-me
um seio.
Resvalam sobre o ventre liso
até à lâmina de uma artéria ofegante. De noite.
São dedos masculinos, íntegros,
de uma pilhagem e beleza
fulgurantes.
A princípio indecisos, movem-se agora
precipitando a escrita
ébria de prazer. As mãos da escrita
matam... morrem.
Matam... impedindo o esperma da sua asfixia,
morrem... no desejo morto da palavra
morte.
EM - NÃO ME MORRAS - EDUARDA CHIOTE - &ETC
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
A última guerra mundial - DINIS H. G. NUNES
desencadeemos uma verdadeira guerra mundial
duma vez por todas contra o ódio e a estupidez
e a mesma mão que mata implacável e brutal
salve a grandeza total que falta à mesquinhez.
EM - AVRYL - DINIS H. G. NUNES - POPSUL
duma vez por todas contra o ódio e a estupidez
e a mesma mão que mata implacável e brutal
salve a grandeza total que falta à mesquinhez.
EM - AVRYL - DINIS H. G. NUNES - POPSUL
domingo, 16 de janeiro de 2011
Parentesco - INÊS LOURENÇO
Além de à puta que [nos] pariu,
há quem nos mande
para a cona da [nossa] prima ou
para os cornos do [nosso] avô. Envio
arcaico do sangue e do ódio
dos homens e das mulheres,
herança de que nunca
somos deserdados.
EM - COISAS QUE NUNCA - INÊS LOURENÇO - &ETC
há quem nos mande
para a cona da [nossa] prima ou
para os cornos do [nosso] avô. Envio
arcaico do sangue e do ódio
dos homens e das mulheres,
herança de que nunca
somos deserdados.
EM - COISAS QUE NUNCA - INÊS LOURENÇO - &ETC
sábado, 15 de janeiro de 2011
A inveja... - ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO
Isto de ser invejoso,
Tenha ou não tenha razão,
Seja jovem ou idoso,
É algo que todos são.
É inveja por ser famoso
Numa ou noutra situação,
Ter inveja e ser vaidoso,
Cobiça ou emulação.
Tal destrói os corações
De uma forma sorrateira,
E corrói as relações...
Há que a tal resistir,
Desta ou daquela maneira,
para que possamos sorrir...
Em - CEM POEMAS... DIVERSOS - ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO - TEMAS ORIGINAIS
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Belas e úteis - EDUARDO ALEIXO
Que as palavras sejam belas
Mas que sejam úteis!...
Que os passos que dê
Sejam como arados
Na terra grata,
De grãos pesados.
Que diga casa,
Com mãos quentes
De amor
E de suor.
Que diga amada
E o vento trema de emoção
E o sol fique cheio de inveja!...
EM - AS PALAVRAS SÃO DE ÁGUA - EDUARDO ALEIXO - CHIADO EDITORA
Mas que sejam úteis!...
Que os passos que dê
Sejam como arados
Na terra grata,
De grãos pesados.
Que diga casa,
Com mãos quentes
De amor
E de suor.
Que diga amada
E o vento trema de emoção
E o sol fique cheio de inveja!...
EM - AS PALAVRAS SÃO DE ÁGUA - EDUARDO ALEIXO - CHIADO EDITORA
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Sou poema - HELENA ISABEL
Sentir-te aqui
Ao pé de mim
Inebriante textura de prazer
Massa corporal que me eleva
Ao mais alto ser,
À mais alta luz,
À menor força gravítica.
És volume exorbitante de loucura
Sentir-te aqui... ao pé de mim
Estás no meu ser
Respiro-te,
Transpiro-te,
E...
Irritas-me!
Meu túnel de paixão
Em ti sou poema.
EM - LER-TE - HELENA ISABEL - WAF
Ao pé de mim
Inebriante textura de prazer
Massa corporal que me eleva
Ao mais alto ser,
À mais alta luz,
À menor força gravítica.
És volume exorbitante de loucura
Sentir-te aqui... ao pé de mim
Estás no meu ser
Respiro-te,
Transpiro-te,
E...
Irritas-me!
Meu túnel de paixão
Em ti sou poema.
EM - LER-TE - HELENA ISABEL - WAF
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Poema de uma Flor - SANTA CRUZ
Ó que menina bela e bonita como as flores
O seu rosto é belo e sereno como os amores
Ju! És a menina bonita da tua mãe em flor
Ju! És uma menina bela para os meus amores.
Ju! És a jovem mais bela do que as flores de meu jardim
Menina de mãos bonitas e sensíveis que não tem fim
És uma flor sem igual, como tu não há nos jardins
Ju! És uma linda flor, serás sempre a flor mais bonita
Para mim.
EM - SILÊNCIO DOS MEUS SONHOS - SANTA CRUZ - TEMAS ORIGINAIS
O seu rosto é belo e sereno como os amores
Ju! És a menina bonita da tua mãe em flor
Ju! És uma menina bela para os meus amores.
Ju! És a jovem mais bela do que as flores de meu jardim
Menina de mãos bonitas e sensíveis que não tem fim
És uma flor sem igual, como tu não há nos jardins
Ju! És uma linda flor, serás sempre a flor mais bonita
Para mim.
EM - SILÊNCIO DOS MEUS SONHOS - SANTA CRUZ - TEMAS ORIGINAIS
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Tanto mar! - JOSÉ AUGUSTO DE CARVALHO
O sonho
aconteceu em ti
e foi
ousado desafio
Num mar de angústia e medo
a vela
na esfera da distância
foi mundo
Da chama
deslumbrada de luz
ficou
a cinza que arrefece
em - DO MAR E DE NÓS - JOSÉ AUGUSTO DE CARVALHO - TEMAS ORIGINAIS
aconteceu em ti
e foi
ousado desafio
Num mar de angústia e medo
a vela
na esfera da distância
foi mundo
Da chama
deslumbrada de luz
ficou
a cinza que arrefece
em - DO MAR E DE NÓS - JOSÉ AUGUSTO DE CARVALHO - TEMAS ORIGINAIS
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Entre a pele e a pele... - VERA L. T. SANTOS
Entre a pele e a pele o naufrágio doutro corpo
na hora de partir o branco das paredes o crepúsculo suspenso
nas manhãs o
vidro fosco os corredores do corpo
eu corro
tu corróis-me
EM - CARDIO.GRAFIA - VERA L. T. SANTOS - TEMAS ORIGINAIS
domingo, 9 de janeiro de 2011
Treva - JOSÉ ANTÓNIO ALMEIDA
Amor cercado de urtiga,
olho não de corvo sábio
mas de coruja vizinha
na treva remanescente
do recanto da província
- entre cheiro de hortelã,
passa às vezes um efebo
como raro pé de trevo
de quatro folhas da sorte.
EM - OBSESSÃO - JOSÉ ANTÓNIO ALMEIDA - &ETC
olho não de corvo sábio
mas de coruja vizinha
na treva remanescente
do recanto da província
- entre cheiro de hortelã,
passa às vezes um efebo
como raro pé de trevo
de quatro folhas da sorte.
EM - OBSESSÃO - JOSÉ ANTÓNIO ALMEIDA - &ETC
sábado, 8 de janeiro de 2011
Libido - EDUARDA CHIOTE
Legaste-me
a insegurança vegetal
da floresta
e o segredo do seu fêmeo
e ardente
sono
- e a este enegrecer de sangue
puro
adicionaste ácido,
fogo, esperma...
em névoa funda
e osso.
A pele
do insecto
que voa apenas
de noite
- solta da posse e do penhor
dos lobos.
EM - NÃO ME MORRAS - EDUARDA CHIOTE - &ETC
a insegurança vegetal
da floresta
e o segredo do seu fêmeo
e ardente
sono
- e a este enegrecer de sangue
puro
adicionaste ácido,
fogo, esperma...
em névoa funda
e osso.
A pele
do insecto
que voa apenas
de noite
- solta da posse e do penhor
dos lobos.
EM - NÃO ME MORRAS - EDUARDA CHIOTE - &ETC
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Coração clandestino - DINIS H. G. NUNES
trago desde menino guardado
este maldito coração
amarrotado contra o egoísmo
que bate pelos outros descompassado
e clandestino
nesta sociedade sem sumo
e só me faz sofrer
não de maus fígados
mas dos intestinos.
EM - AVRYL - DINIS H. G. NUNES - POPSUL
este maldito coração
amarrotado contra o egoísmo
que bate pelos outros descompassado
e clandestino
nesta sociedade sem sumo
e só me faz sofrer
não de maus fígados
mas dos intestinos.
EM - AVRYL - DINIS H. G. NUNES - POPSUL
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Hora marcada - INÊS LOURENÇO
À hora marcada
não estarei lá. Darei uma qualquer
desculpa: gripe, viagem, confusão de
datas. Nenhuma batuta espera
por mim no estrado da orquestra, nenhuma
criança aguarda no berço
pelo alimento urgente. Nem nenhum Brel
entoará: Ce soir j'attendait Madeleine,
Madeleine ne viendra pas.
EM - COISAS QUE NUNCA - INÊS LOURENÇO - &ETC
não estarei lá. Darei uma qualquer
desculpa: gripe, viagem, confusão de
datas. Nenhuma batuta espera
por mim no estrado da orquestra, nenhuma
criança aguarda no berço
pelo alimento urgente. Nem nenhum Brel
entoará: Ce soir j'attendait Madeleine,
Madeleine ne viendra pas.
EM - COISAS QUE NUNCA - INÊS LOURENÇO - &ETC
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
A família... - ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO
A «Família nuclear»,
Dita de «procriação»,
É a que irá criar
Uma nova geração.
É «Família Elementar»,
Com a mesma composição,
Reduzindo até ficar
Só o par da fundação...
Tanto amor e felicidade,
com os anos vira «amizade»
Nas relações... asseguro
Que é assim que a Humanidade
Garante a continuidade
Da «Espécie», para o futuro...
Em - CEM POEMAS... DIVERSOS - ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO - TEMAS ORIGINAIS
Dita de «procriação»,
É a que irá criar
Uma nova geração.
É «Família Elementar»,
Com a mesma composição,
Reduzindo até ficar
Só o par da fundação...
Tanto amor e felicidade,
com os anos vira «amizade»
Nas relações... asseguro
Que é assim que a Humanidade
Garante a continuidade
Da «Espécie», para o futuro...
Em - CEM POEMAS... DIVERSOS - ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO - TEMAS ORIGINAIS
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Definição de poema - EDUARDO ALEIXO
Casa de palavras
Letras com sílabas
De janelas abertas
Aos sons e aos tons
Do riso e do beijo
Da mágoa e do pranto
Da vida e da morte
Cântico de amor
Sinfonia terrivelmente bela
Festa incrível
Hino de silêncio
Que só as aves
E as águas cantam...
EM - AS PALAVRAS SÃO DE ÁGUA - EDUARDO ALEIXO - CHIADO EDITORA
Letras com sílabas
De janelas abertas
Aos sons e aos tons
Do riso e do beijo
Da mágoa e do pranto
Da vida e da morte
Cântico de amor
Sinfonia terrivelmente bela
Festa incrível
Hino de silêncio
Que só as aves
E as águas cantam...
EM - AS PALAVRAS SÃO DE ÁGUA - EDUARDO ALEIXO - CHIADO EDITORA
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Breizh Da Viken - HELENA ISABEL
Breizh Da Viken
Chamo-me assim na alma
No desejo e nos recantos dos meus segredos.
Breizh Da Viken
Uma fada assim me baptizou
Malfadou-me pelo coração.
Breizh Da Viken
Conhecerás as pessoas nas épocas erradas...
Poderás somente... viver momentos
Que alimentarão a seiva que percorre teu corpo.
Luto! Desejo!
Acho que é errado. Não pode ser.
Um momento?
Breizh Da Viken
Aprenderás a suplicar por momentos,
Por desejos que jamais... ou não... se realizarão.
Ontem... um feiticeiro
Diz ser da Ribeira, visitou-me...
Chegou no profundo azul do mar dos seus olhos
Muito me quiseram contar.
Disse-me:
Afoga-te, nada e mergulha.
Luta!
* Breizh Da Viken - expressão bretã que significa "bretã para toda a vida"
EM - LER-TE - HELENA ISABEL - WAF
Chamo-me assim na alma
No desejo e nos recantos dos meus segredos.
Breizh Da Viken
Uma fada assim me baptizou
Malfadou-me pelo coração.
Breizh Da Viken
Conhecerás as pessoas nas épocas erradas...
Poderás somente... viver momentos
Que alimentarão a seiva que percorre teu corpo.
Luto! Desejo!
Acho que é errado. Não pode ser.
Um momento?
Breizh Da Viken
Aprenderás a suplicar por momentos,
Por desejos que jamais... ou não... se realizarão.
Ontem... um feiticeiro
Diz ser da Ribeira, visitou-me...
Chegou no profundo azul do mar dos seus olhos
Muito me quiseram contar.
Disse-me:
Afoga-te, nada e mergulha.
Luta!
* Breizh Da Viken - expressão bretã que significa "bretã para toda a vida"
EM - LER-TE - HELENA ISABEL - WAF
domingo, 2 de janeiro de 2011
O sorriso - SANTA CRUZ
Sorriso! Sorrir é amar.
É dedicar-nos aos momentos mais felizes da nossa
Vida.
Por isso num momento triste da vida
Lembra-te de um lindo sorriso.
A amizade por mais curta que seja
Nunca será esquecida
Pois o amor não morre:
Ele dorme para acordar mais lindo do que nunca.
Sorri meu anjo e tem um óptimo dia.
EM - SILÊNCIO DOS MEUS SONHOS - SANTA CRUZ - TEMAS ORIGINAIS
É dedicar-nos aos momentos mais felizes da nossa
Vida.
Por isso num momento triste da vida
Lembra-te de um lindo sorriso.
A amizade por mais curta que seja
Nunca será esquecida
Pois o amor não morre:
Ele dorme para acordar mais lindo do que nunca.
Sorri meu anjo e tem um óptimo dia.
EM - SILÊNCIO DOS MEUS SONHOS - SANTA CRUZ - TEMAS ORIGINAIS
sábado, 1 de janeiro de 2011
Aventura - JOSÉ AUGUSTO DE CARVALHO
No longe,
a dimensão
da tentação
era a tortura.
E o sonho
voou, menino...
Era o destino
ganhando altura!
em - DO MAR E DE NÓS - JOSÉ AUGUSTO DE CARVALHO - TEMAS ORIGINAIS
a dimensão
da tentação
era a tortura.
E o sonho
voou, menino...
Era o destino
ganhando altura!
em - DO MAR E DE NÓS - JOSÉ AUGUSTO DE CARVALHO - TEMAS ORIGINAIS
Subscrever:
Mensagens (Atom)