terça-feira, 30 de junho de 2020

Abraço de criança - JOSÉ ALENTADO

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Como poderia não te amar?...
Quando naquele débil andar
Já corrias para meus braços
Naquele andar de pés descalços

Hoje...chegas calmamente
E eu à espera dos teus braços
Que se abram para a gente
No silêncio dos teus passos

Não tenhas ciúmes princesa
Nesta grandeza de amor
É muita a minha certeza

Quero Lembrar o teu abraço
E desse beijo de princesa
No perfume do teu passo

EM - A MINHA LARANJA ROMÃ - JOSÉ ALENTADO - IN-FINITA

Desafio-te! - MARIA JOÃO ABREU


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Que dirias se esta noite,
Te convidasse a atravessar o tempo,
Montados na nave dos sonhos,
E fazer amor ao relento!

E se em vez de nuvens brancas,
Como pele de pelúcia macia,
Saltássemos em algodão doce,
E rebolássemos na fantasia!

No Porto dos sonhos já sonhados,
A estibordo os medos esquecidos,
E a bombordo o teu plácido rosto,
Com rumo ao meu corpo exposto!

E se em vez de cortar o vento,
Com a felicidade estampada ao relento,
Tentarmos sentir a nossa respiração,
Num beijo profundo de paixão!

Navegando para poente,
Neste nosso mar ardente,
Guiados pelo meu ventre,
Sem bússola que nos oriente!

Então o que me dizes,
Não importa um sim ou não,
A resposta com certeza que sei,
Pois sinto o teu desejo como ninguém!

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

É bom ser criança - FATINHA DO BARREIRO

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Ainda o sol não está acordado
Já vai para a escola o menino.
Não quer chegar atrasado,
Por isso corre apressado
Embora um pouco ensonado,
Saltitando pelo caminho.

A mochila vai cheia de livros,
A cabeça cheia de sonhos
E o coração cheio de esperança.
No recreio, a bola rebola,
Se cai o joelho esfola,
Mas é tão bom ser criança!

Ser criança é uma alegria,
A vida é uma correria,
Passa depressa, quem diria!
O tempo nos leva na dança...
Na escola aprende-se a ler,
A contar e a escrever,
Mas levamos a vida toda a aprender...
Que bom é ser criança!

Aquela bela idade
De pureza e simplicidade,
Com ausência de maldade,
Que se perde, quando o tempo avança...
Em cada queda, cada tropeço,
Cria-se um novo recomeço,
A vida passa e não esqueço
O bom que é ser criança.

EM - MISTÉRIOS DA MENTE - FATINHA DO BARREIRO - IN-FINITA

Quem beijará, agora, a boca de pagu? - ANDREA MASCARENHAS

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não necessariamente.

abrir a porta antes que se escuse urgente. beber a dor
como a uma bebida amarga, desde sempre.

sentir o peso de sentimentos velhos no corpo sem
esquinas. não há escadas possíveis
quando os degraus se esfacelam em todo pó.

porquês de elevador aborrecem tua alma,
já sei e não dizes. a pipa solta, na infância, resguarda
atritos futuros.

verter o orgasmo pela culpa líquida e ensinada.
nunca rasgar a roupa que não se quer. desistir, quase
sina. como é fácil ensinar o ímã das coisas grandes
sem mesmo o saber.

do que sobra no fundo do pote, dar
aos passarinhos. qualquer tarefa, sempre sua.

a outra cara, não tenho mais:
hipotequei ao sair da barriga.

aos empurrões, ad aeternum,
a vida se estica.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Amadora, 26 Dezembro, 2013 - SEVERINO MOREIRA

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Estrela minha, miminho meu,

Consciente do pouco que sei e posso,
eu te peço
que acolhas todos os meus diferentes gestos:
desbrava com eles
os enraizados rumos duma ternura apetecida
pelos teus insondáveis espaços de obscuridade...

Em cada trejeito meu
lê amor e desvelo,
feitos de apreço e dedicação, cuidado e protecção:
não haja em ti a ínfima suspeição
que te leve (nem só por um momento), a descrer
do inalienável compromisso à minha fidelidade...

Um beijo do teu avô

EM - POEMAS-CARTA A UM MENINO-LUZ - SEVERINO MOREIRA - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

segunda-feira, 29 de junho de 2020

União - CLÁUDIA CAROLA

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Se a paixão nos move
Se o companheirismo nos une
Se por mais que te prove
A ti jamais ficarei imune
Se nas noites me prendes
Mais do que o corpo, o ser
Conquistas-me em todas as frentes
Nos meus braços te quero ter
É uma relação sempre forte
Lutamos por nós todos os dias
Temos fé e não deixamos à sorte
Jamais temos as almas vazias
O mundo jamais nos entende
Mas isso só nos aumenta o querer
Nas rasteiras que a vida estende
Entre os dois sabemos: vamos vencer

EM - MARESIA DE POESIA - CLÁUDIA CAROLA - IN-FINITA

Orquestra ímpar - MARIA GOMES CABANA


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Se encontram os números pares,
Pensando em algo de bom.
Esperando que os ímpares
Emitam seu belo som.

E logo o 1 toca pandeireta,
O 3 dedilha a guitarra,
O 5 só sabe tocar corneta,
O 7 é som de cigarra.

O 9 é saxofone,
O 11 já toca piano,
O 13 instrumento sem nome,
O 15 é tudo ao engano.

O 17 elegante clarinete,
O 19 é mestre nos metais,
Esta orquestra promete,
Leva ao rubro todos os arraiais.

Os pares se juntam aos pares,
Bailando ao som da orquestra,
Vão aplaudido os ímpares.
Todos juntos, nos irão dar contas da grande festa.

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Há instantes - ROSA MARIA


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Há instantes,
visitou-me um feiticeiro,
ofereceu-me uma semente mágica,
disse:
“Junta-lhe um desejo, e planta-a num canteiro”!
...
Os dias foram passando,
brotava a planta uma bonita folhagem.
Cada folha reflectia o teu rosto,
ternamente, observava embevecida,
aquela simbólica miragem!
...
Surgiste um dia, por encantamento,
emergiste de uma vontade,
de uma feitiçaria,
de um momento,
e a planta crescia, crescia...
Crescia com ela, um bonito e singelo sentimento,
amadurecia envolvimento,
aproximava o céu do amar,
convidava estrelas e astros a casar!
Lá estava eu, no reino da magia,
cuidava da planta a cada instante,
oferecia-lhe carinho, ternura,
o meu maior sorriso,
a alma de viajante!
Lembrava, com saudade,
aquele ser mitológico, meu parceiro,
a cada final do dia,
abençoava,
recordava,
e agradecia ao feiticeiro!

EM - AMAR EM FRAGMENTOS DO SENTIR - ROSA MARIA - IN-FINITA

Consigo mesmo - ANDREA AGNUS

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Na dualidade de nossa existência
Lutamos entre o Eu interior e as Formas
Entre o Ser e a Consciência
Buscando transcender para além do bem e do mal.

O que nos resta afinal?
Se ultrapassarmos o Ego
E não dermos forças aos nossos sonhos e ilusões
Rompendo o ciclo de paixões

Sair ileso do desencadear de vidas
É um anseio repleto de sofrimento
Observarmos a rota é mais salutar
Do que se digladiar por dentro

Consigo mesmo, nos encontramos
Consigo mesmo, nascemos
Unidos a todos pelo Ser Supremo
Que habita dentro de nós...

... encontraremos mais que felicidade
Transbordaremos paz
E, desse modo, a Verdade
Não sairá de nós, jamais.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

domingo, 28 de junho de 2020

Amor - ANA ACTO


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Em Amor entrego tudo
a alma, o corpo, a mim...
Mas não pertenço a ninguém

E só assim concebo o amor
ser sem o ser
entregar sem pertencer

EM - NUA - ANA ACTO - IN-FINITA

A dúvida - MARIA GOMES CABANA


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Ao debruçar meu corpo ensonado sobre a dúvida,
De um lamento silente no momento.
Que a todo o instante de mim dúvida.
Sem me folhear o interior do pensamento.

Gritos com espasmos de angústia,
Saltitam por entre as lágrimas.
Todas elas são mestras em astúcia.
No doce silêncio, acalentando as mágoas.

As pálpebras tendem em piscar insistentemente,
No abstrato sentir da solitária noite.
O corpo vai adormecendo letargicamente,
Buscando no sonho o merecido afoite.

A luz se faz trêmula difusa,
A lua já dorme há horas sem fim.
A alma se verga sobre si confusa,
Sempre duvidando de tudo, e de mim!

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

3 quadras - PINHO NENO

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I - O repto

10
- Estou, Jesus, deveras espantado
Com quanto acabo agora de escutar
Jamais imaginei que hajas andado
O solo lusitano a palmilhar,

11
A fim de te informares sobre os males
Que afectam meu País dolosamente.
Por outro lado, é bom que não te cales,
O forces a pensar sobre o Presente

12
Com a mente centrada no Passado,
Visando construir melhor Futuro.
Estou, como pretendes, do teu lado
E de que o vais ouvir estou seguro.

EM - PORTUGAL EM REFLEXÃO - PINHO NENO - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Poema da Vó Maria - ANAMARIA ALVES

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Da casinha pequenininha
Que chovia mais dentro do que fora,
saía arrastando os chinelos,
vestida de chita a velhinha.
Lenço sujo à cabeça
ou o marido zangava.
Lá ia Bisa Maria
benzer as vacas do sr. Antônio!
Viviam as bichinhas
Morriam as bicheiras
E o fazendeiro contente
mandava chamar a benzedeira!
– Vai correndo depressa, menino!
O moleque resfolegante e risonho
mostrava na boca semi-vazia
apenas um único dente.
E sorrindo avisava:
– Dô Maria, sô Antoin mandou eu módi avisá qui tem cabeça lá,
e a sinhóra tem qui buscá!
Ia ela arrastando seus chinelos.
E voltava com uma cabeça...
– Ispia lá qui a vó invém!
– Óia os chifre da vaca que tamanhão
– Vem ver, Lalá!
E por alguns dias, naquela casinha,
havia carne para comer com angú.
Carne de cabeça de vaca.
Fubá de moinho d’água.
Mataram muita fome nesse Belo Vale...
de lágrimas!

De Anamaria Alves, Poema real, lembrança da Vó Maria
da Ponte Queimada.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sábado, 27 de junho de 2020

Amo-te - ANA MARTA

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Amei-te logo
Mal te vi
Amei-te uma e outra vez
E fui-te amando
E o hábito tornou-se um vício
E amo-te de novo, outra vez
Amo-te agora
Amo-te depois
Amo-te já e amo-te como te amei
Amo-te tanto que chega a doer
Amar-te-ei até morrer.

EM - INEXPLICAVELMENTE - ANA MARTA - IN-FINITA

Serás o meu fado - MARIA DE FÁTIMA BRAVO


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Serás o meu fado
de saudade e dor.
Serás o meu fado
seres d’outro amor.

Logo que te vi
perdi o coração.
Seu bater por ti
é só de emoção.

Louco coração
que tanto te amou.
Louco coração
que não te perdoou.

Para te esquecer
o amor congelei.
Por querer morrer
pois só a ti amei.

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Já não sei - GRAÇA CANHÃO e JOÃO DORDIO


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Já não sei falar de amor
Foi por ter amado tanto
Ou provavelmente porque nunca verdadeiramente amei,
No beiral das minhas lembranças
Vou desfolhando como um malmequer fosse
Memórias de um amor que o passado levou,
Bem me quer
O beijo inesperado molhado de saudades
Mal me quer
Essa ausência que escreveu partida sem hora marcada
Na despedida um cortejo de silêncios
Porque o amor ainda pairava nas entrelinhas...

Já não sei escrever sobre o amor
Foi por já ter escrito tanto
Ou provavelmente porque esgotei todas as letras que existem
E naquelas folhas brancas dos blocos de capa preta
Hoje moram bocadinhos enrugados das lágrimas que caíram
sem dar conta.
Esta noite vou arrancar cada folha vazia e com sabor a sal
Como se de um malmequer com pele branca se tratasse...
Bem me quer
Um beijo louco, quente e molhado de saudade
Mal me quer
Esta mesma saudade repleta de recordações
De um amor que ainda não aprendi a esquecer...

Já não sei sentir sem amar
Foi por ter sentido tanto
Ou provavelmente porque nunca deixei de sentir,
Esta exacerbada emoção
Que pincelou os dias de poesia
E, no recato da sua timidez
Soltou palavras de paixão
Como se o amor fosse
Um malmequer desfolhado por este louco sentir
Mal me quer
O verso não rima
Bem me quer
O beijo é um poema nos lábios de quem se ama...

Já não sei escrever sem estar a sentir
E as palavras por aqui depositadas são espelhos
Do que sonho ser, do que fui, do que ainda sou.
A minha paixão molda o barro do meu corpo
E cada peça feita de mim tem a tua essência invisível.
Ontem inaugurei o meu jardim de flores de barro
E ao segurar em cada uma que logo se partia, percebi...
A luz do espelho amolece estas flores...
Mal me quer
Uma vida que nunca foi a minha
Bem me quer
O sonho de continuar a ter-te para além das letras...

EM - DUETOS DORDIANOS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Mulher - ANA MARIA ROCHA BARROZO

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Mulher, Maria, Quem diria?
A de força, a de fé.
Mulher brasileira
Cheira a café.
Mulher nordestina
Destina o mundo
Mulher, intranquila explora a vida,
Intriga-se, e nomeia seu lar.
A estrada, a mata,
Qualquer lugar. Mundana!
A desvendar. Eis humana!
Maria, na vida, da vida!
No xote, Maria Bonita,
Mulher escolhida, guerreira,
Acolhida! A imortal sem cabeça.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Coragem de sonhar - CELSO CORDEIRO

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Falta o espaço para sonhar,
já o imprevisto é renegado e
negada a improvável realidade,
quando exacerbadas cautelas
nos subtraem à vida a beleza
que os sonhos podem aditar.

Para lá de calculados passos
e da incontornável realidade
a vida recheia-nos os dias
de imprevistos improváveis,
e tantos teimam em castrar
a doce liberdade de sonhar.

Não se estrangulem sonhos
no medo de desviar caminho
que foi previamente traçado,
sonhar será sempre arriscar
nunca um cais de porto seguro
e tão pouco zona de conforto.

A expectativa aumenta a ilusão
mas define passos calculados
rumo a um predefinido destino
e já o Sonho fica condicionado...
O Sonho vive-se simplesmente
na ousadia e coragem de sonhar!

EM - VERSOS COM REVERSOS - CELSO CORDEIRO - IN-FINITA

Pirata - MARIA DE FÁTIMA BRAVO


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Cantando suas belas canções
Ao peito, uma guitarra em riste
Tocando com as emoções
Da gente, que a esta tertúlia assiste.

Pirata d’óculos escuros
D’alma tão cheia de melodia
Em cada mulher, mil ósculos
Pirata de poesia e magia.

De vários estilos cantor
Cada mulher, uma canção
Cantor do sentir e d’amor
Geme a guitarra na sua mão.

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Até a luz - O CAMÕES PRETO


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Formando sombras.
A luz guia,
Para além,
Do silêncio,
Erguido,
Pelas memórias,
Desta vida.
Ela é a saída,
Para a escuridão desta via,
Encontre a placa que diga,
“Em frente, siga”!

EM - RASGOS - O CAMÕES PRETO - IN-FINITA

Abraço - ANA MARIA LOPES (PORTUGAL)

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Vem até mim neste dia de Sol
Vem no meu querer
Entre os meus braços frágeis
surgirá o abraço forte
até a lua nascer.
Trago comigo as grandezas de um apego
que vem do fundo de mim
onde o hoje é meu e o amanhã meu é
de quem nada tem de seu
Vem, eu sei que virás
e eu serei o oriente e o ocidente
e pela coragem se resiste
se parte e se persiste
Vem por fim, em sede de palavras
Repousa enfim...
Da tua longa viagem.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Olhos vendados - JOSÉ ALENTADO

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De olhos vendados, sem rosa dos ventos,
Perdido nas casas, sem bússola na mão;
Amigos nenhuns, conhecidos aos centos;
Admitindo o diálogo, desprezando a razão.

Lufadas de amor de tempos em tempos
Amigos muitos, mas de ocasião;
Rosas sem vida, Rosa sem ventos;
Escondido na vida da multidão.

De olhos vendados de tempos em tempos,
Sequioso de amor, farto da vida,
Passando ao papel, alguns pensamentos

Tentando jogar uma nova partida,
Jogando de novo os meus sentimentos,
Ganho a jogada... mas perco a corrida.

EM - A MINHA LARANJA ROMÃ - JOSÉ ALENTADO - IN-FINITA

Fui timoneira - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA


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Fui timoneira
Timoneira do meu barco
Encalhado no cais da vida
Perdido no caminho da memória
Fui timoneira

Tentei salvar a vida
Da vida que outrora foi
Remei, remei, tentei
Vagueei sem rumo
Na crista das ondas rasantes
Imponentes e arrepiantes
Batalhei com o mar
Esse mar que assusta gigantes
Fui navegante
E
Naveguei.

Fui timoneira
E continuei perdida.
Falhei!

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Aproximou-se - JOÃO DORDIO e SÓNIA MAIO


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Da janela inspirou a escuridão que a apartava...
... do desconhecido
... do mundo
... do outro
... de uma força só sua.

Da janela mergulhou no lado oculto da lua...
... nova, crescente
... cheia, minguante
... de esperança repleta
... totalmente errante.

Detentora de uma energia clarividente
Crente de que aí reencontraria o seu consolo
Manifestação de uma imortalidade outrora existente
Entregou-se ao abismo em pleno voo de dolo.

Pela estrada inspirou e procurou as memórias...
... do que não passou
... do que volta sempre
... do que não terminou
... do que a faz viver longe do corpo.

Pela estrada inspirou novamente e trouxe mais memórias...
... iluminadas pela Lua
... perdidas pela insónia
... encontradas pela bebida...
... entornadas pelas lágrimas.

Detentora de memórias em caminhos perturbadores
Crente que só aí conseguirá viver mesmo que obcecada
Manifestação de uma perturbação fruto de amores
Entregues e perdidos num abismo que não leva a nada...

No seu coração quisera ouvir o chamamento...
... do seu nome evocado
... da quimera idealizada
... do seu perfeito pecado
... da origem reclamada.

No seu coração tentou esconder a luz...
... que em si permanecia
... como carta de alforria
... convertida em magia
... perante a qual sucumbia.

Assim, corajosa se deteve e preencheu.
Assim, audaciosa e inabalável permaneceu.

Na sua alma cresceu outra verdade para o Cosmos...
... que os anjos levaram para os céus sem hesitar
... que os demónios levaram tristes para as profundezas
... que os anjos continuam ainda a espalhar
... que os demónios continuam nas suas incertezas

Na sua alma nasceu um outro coração...
... o que obriga a escrever
... o que obriga a não esquecer
... o que obriga a beber
... o que obriga a, por dentro, desaparecer.

Assim se aproximaram os deuses dos seres poéticos
Assim se fizeram uns eternos, outros tristes e patéticos.

EM - DUETOS DORDIANOS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Sem bisturi - ANA MARIA LOPES (BRASIL)

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Abri o corpo
a pássaros sem freios
Ciscaram migalhas
de meu fígado
como se de outra era fosse
como se doce sabia

O corpo não sangrava
nem reclamava a dor
Apenas
jazia
aguardando ordens
das andorinhas
e dos abutres

E vento era tudo o que faltava
Não importavam as asas
o bater frenético dos membros

O corpo (se bem me lembro)
lamentava a falta de ar,
o sopro das divindades
e a vontade de voar.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

O que seria do amor? - FATINHA DO BARREIRO

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O que seria dos poetas
Sem o sol, sem as estrelas?
O que seria destas letras
Sem o leitor, para lê-las?

O que escrever, pois então,
Sem falar do luar ou da lua?
É como ter-te no coração,
Sem a minha pele junto da tua!

O que seria do amor do poeta,
Sem um coração para habitar?
O que seria do planeta
Sem as abelhas para polinizar?

O que seria da natureza
Sem o mar e sem os montes?
Que seria de mim, com certeza,
Sem sonhos, sem horizontes!?

O que seria do jogador
De ninguém aceitasse perder?
O que seria do amor
Sem ninguém disposto a sofrer?

EM - MISTÉRIOS DA MENTE - FATINHA DO BARREIRO - IN-FINITA

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Nós II - CLÁUDIA CAROLA

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Que os nossos beijos sejam de liberdade
Que possamos sempre ser individuais
Que seja sempre bom sentir saudade
Que sejamos na vida sempre frontais
Que no nós haja sempre complemento
Que seja bom estar longe porque é perto
Que depois de cada discussão, cada lamento
Nos reencontremos no nosso abraço certo
Que sejamos melhores porque estamos juntos
Que a vida nos desafie no jogo, com nossa vitória
Porque sabemos que conhecemos muitos mundos
Porque só nós dois sabemos o final da nossa história

EM - MARESIA DE POESIA - CLÁUDIA CAROLA - IN-FINITA

As portas eram de chita - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA


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As portas eram de chita
Floridas, lisas ou riscadas
Franzidas, por vezes garridas
Guarnecidas ou não
Mas todas sem excepção
Eram firmes e seguras
Ninguém por elas ousava
Entrar sem autorização
Fossem do quarto ou da cozinha
Pois quem salão já tinha
Outras portas as guardavam.

Eram de chita as portas
Respeitadas, nada ousadas
Recatavam os olhares
Por vezes, desejosos de entrar
Mas as portas, que eram de chita
Protegiam quem lá morava
Pois na casa só entrava
Quem fosse de confiança
Agora, as portas são outras
Meu Deus, quanta mudança
Na chita das minhas portas.

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Faz as malas - ROSA MARIA


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Faz as malas,
não esperes pela tristeza,
voa nas asas do sonho,
desfaz o nefasto,
repudia escuridão,
salta plano de amargura,
inverte o Mundo,
explode o Universo de cores,
engana o desengano...

Ri,
chora,
encanta,
ama,
VIVE!
...
Faz as malas,
a vida ainda nem começou!

EM - AMAR EM FRAGMENTOS DO SENTIR - ROSA MARIA - IN-FINITA

Levante - ANA LUZIA OLIVEIRA

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Mulheres de todos os tempos, uni-vos!
Para se protegerem do olhar imaculado dos homens,
que para se eximirem de suas culpas
imputaram a vós todo o pecado do mundo.

Mulheres de todos os tempos, uni-vos!
Para lavarem com justiça
todo o sangue injustamente derramado
em nome de uma honra que nunca vos contemplou.

Mulheres de todos os tempos, uni-vos!
Para gozarem do fruto do trabalho que vos foi exigido,
sem nunca ter sido adequadamente valorizado.

Mulheres de todos os tempos, uni-vos!
Para se rejubilarem nas alegrias e prazeres,
que foram obrigadas a dar
sem nunca terem o direito de receber.

Mulheres que habitam em mim, uni-vos!
para me darem a força da luta que é nossa,
a ternura do amor que merecemos,
a coragem de fazer as escolhas que desejamos.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 23 de junho de 2020

Fazer amor com a poesia - MARIA TERESA HORTA

Deito-me com as palavras
beijo a boca dos poemas
quando a razão desvaria

Manipulo a linguagem
tomo a nudez dos meus versos
faço amor com a poesia

EM - EU SOU A MINHA POESIA - MARIA TERESA HORTA - D. QUIXOTE

Ouvi dizer - MARGARIDA PILOTO GARCIA


LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Ouvi dizer que neste mundo
as mulheres têm penas mas não voam
e as vitórias esmagam-lhes o peito.

Ouvi dizer que o vento só lhes é favorável
quando gritam e contam tudo às árvores
e atravessam o vazio à boleia de uma lua cheia.

Ouvi dizer que moram na História
mesmo que as tentem apagar
construir muralhas ou mergulhá-las em sangue
ou mesmo enterrá-las num chão negro.
Mesmo que ganhem espinhos, elas florescem
e todas as flores despertam nas feridas abertas.

Ouvi dizer que só a arquitetura dos seus corpos
sustenta o universo e desenha o horizonte
em linhas perfeitas e caligrafias nostálgicas.

Ouvi dizer que é graças a elas, que se dá nome às coisas
e se inventam palavras capazes de vencer a morte.

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Perfume - ANA ACTO


LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Em meu peito te deitas absorto ao mundo
Nesses momentos mortos que só nossos
são de raras colheitas

Te envolvo de meu perfume
das mil flores preciosas que colhi
Enquanto em beleza dormiam num secreto jardim
e delas me perfumei, tão só, para ti

Em meu peito te deitas
e de meu peito, em meu colo...
E meu amor, neste consolo
permite-te inebriar
das carências que em meu corpo
se soltam a cada respirar...

EM - NUA - ANA ACTO - IN-FINITA

Cheiro - ANA LANDEIRO FERREIRA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Queria o cheiro a terra
Ultrapassar a tempestade
Receava o esquecimento
Queria a eternidade
Era aquele cheiro
Que provoca a lembrança
De tempos idos
Repletos de temperança
Não veio para ficar
Outros cheiros irromperam
Que o faziam desanimar
E mudar de lugar
Gostava de se deitar
Nos campos em flor
E aí pernoitar
Para esquecer a dor
A ternura resistia
Tantas vezes resgatada
Dos olhares da melancolia
Da terra amada

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Capa de aço - ANA MARTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Que capa é essa de malha de aço que te envolve e sufoca?
Porque não a despes e a largas definitivamente?
Para que ela, no lugar de te proteger, não te estrangule
ou te empedre para sempre?
Porque não despes o que sentes que te escuda
e dás oportunidade ao que te amedronta,
de se expandir e crescer?
Deixa que essa rede de nós se desfaça e, devagar,
permita que te expandas na imensidão de ser.
Permite o desenlace desse entrelaçado de sentimentos
que oprimes e fundes nesse vil metal que já só brilha
na escuridão.
Solta as amarras que te prendem nesse emaranhado
de desilusões e liberta-te no desejo de viver, no desejo
de voares outra vez.
Lança-te em busca do que pensas perdido, criando em ti
a liberdade de seres tal qual és... de verdade!
Deixa que o teu peito inspire na plenitude da sinceridade
e independência que a tua alma anseia.
Liberta-te para sentires e seres.
Liberta-te do que te aprisiona e te retrai da tua forma
autêntica e pura de sentir.
Busca e persegue o eu que pensas já não existir e trá-lo
à superfície para que renasças e sejas feliz.

EM - INEXPLICAVELMENTE - ANA MARTA - IN-FINITA

Novembro - MARGARIDA PILOTO GARCIA


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É assim o Novembro.
Um soco no peito a derrubar portões
um escancarar de mágoas cobertas de folhas
um feérico troar de tambores.

Os olhos acendem estrelas a escorrer água
e somos pequenos na boca dos esconderijos.

Pode-se morrer de amor na hibernação das folhas
ou escolher a porta maior para correr louca
ao encontro dos desejos.

Novembro não espera.
Possui-nos à chuva no som agreste de todos os ventos
e no calor pálido do último sol.
Depois, fica escondido a comer-nos da pele aos ossos.

EM - TOCA A ESCREVER - COLECTÂNEA - IN-FINITA

O meu erro foi amar-te - ELISABETE PINHO e JOÃO DORDIO


LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Desespero por notícias, como um condenado desespera
pela liberdade.
Ouço-te onde não estás, vejo-te onde nunca estiveste.
No peito, um grito mudo que luta por se fazer ouvir,
na lembrança a tua imagem que tento refutar e que, teimosamente,
se recusa a sair.
Estás entranhado em mim desde aquele dia em que me fizeste tua!
Desde aquele dia, em que, erradamente, pensei que eras meu!
Na penumbra do meu quarto, na brancura dos lençóis que
manchámos com o nosso amor,
olho para o vazio da noite e espero por um sinal teu.

Maldito sinal que não chega!
Maldita dor que não me larga!
Maldito amor que me cega! E me faz errar!
Erro porque te amo e erro porque ainda te quero amar...

Desespero por notícias tuas porque me condenei à tua presença!
Ouço-te quando falo sozinha, vejo-te no meu próprio reflexo!
Entraste e ficaste. No batimento do próprio coração cujo eco...
também és tu!
E eu, ingénua... acreditei em tudo...
E eu, iludida... acreditei em ti...
Os lençóis da nossa cama ainda cheiram a ti! Sim, da nossa cama,
porque será sempre a nossa cama!
Dias e noites que passam sem que voltes...
Sem que voltes porque apesar de tudo, apesar de não te ter
escolhido para amar,
continuo cega e condenada a amar-te eternamente!

Apesar desta sentença a que me condenaste: ser tua eternamente,
Já não desespero por notícias tuas! Habituei à tua ausência!
Àquela que me impuseste quando ainda dividíamos o mesmo teto.
Àquela a que me habituaste quando me abraçavas...
Quando me beijavas, quando me mentias e dizias que eras meu!
Apesar desta dor que ainda sinto,
apesar desta dor que me tem alimentado os dias e as noites...
Já não desespero por notícias tuas!

No espelho ficou apenas o teu reflexo;
No eco do meu coração ficou apenas o meu batimento;
Nos nossos lençóis apenas o teu cheiro;
Na nossa cama apenas o teu lugar.
E o maldito sinal que nunca chegou!
E a maldita dor nunca me largou!
E este maldito amor cegou-me e nunca mais me fez acertar
nem a mente nem o coração...
Continuo a errar pelo amor que ainda te tenho e por tudo
o que gostaria de fazer contigo.
E nesta ou noutra vida sei que o irei fazer...

EM - DUETOS DORDIANOS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Na verdade que nos conduz - ANA COELHO

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O universo não é cego
é justo e assertivo
abre os caminhos pelo mundo
para nos levar ao lugar certo
da casa que nos foi guardada,
no livre arbítrio da vida
somos a liberdade das escolhas
a liberdade é a nossa medalha
que não pudemos deixar aprisionada,
nem sempre ouvimos o silêncio
nem sempre vamos pelo lado certo
... há sempre um novo caminho
uma luz que se fará ouvir;
parar para ouvir é preciso
parar para ver é importante,
repensar é dizer ao universo
que estamos abertos ao ensinamento,
é este o destino
caminhar aprender, obedecer
e nada conhecer do futuro,
sem nada se saber, apenas a repensar, para melhor conhecer,
... um dia chegaremos a casa, à casa de luz
em asas purificadas
na verdade que nos conduz!

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA