terça-feira, 31 de agosto de 2021

Amor de Dezembro - TAINÁ OLIVEIRA

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As luzes natalinas
Me trouxeram um presente antecipado
O amor me pegou de surpresa
Entregue, de braços abertos, sem preparo

Nossa história tem o calor do verão
Tão peculiar do último mês do ano
Tem as bênçãos do menino Jesus
E a certeza de um amor sem enganos

Te encontrar neste mês
Foi como sentir a alegria de uma criança
Que abre o presente no dia 25
Inocente, feliz e cheia de esperança

Meu sonho mais belo
Se tornou realidade
O melhor presente que eu poderia receber
Tem um sorriso lindo, um abraço apertado
E um olhar cheio de coragem

Não importa quanto tempo passe
Quando bate a saudade me lembro
Daquele encontro apaixonante
No começo do mês de Dezembro

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Sinceros votos - EDUARDO CARVALHO

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Espero que resistas sem medo,
não ao isolamento,
mas ao desamparo;
que suportes com resiliência,
não as limitações,
mas a impotência;
que realmente possas compreender,
não o momento,
mas a eternidade;
que consigas sobreviver,
não à doença, mas à causa;
que te apresentes pronto a rever,
não teus conceitos,
mas tua humanidade;
que estejas te cobrando,
não uma indignação íntima,
mas uma revolução inteira;
que te sintas pronto,
não para protestares,
mas para mudares;
que fiques acordado,
não para a morte velares,
mas para a vida resgatares;
que estejas inteiro,
não para o combate,
mas para a cura.
O tempo chegou
e o futuro será tua única testemunha.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VI - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Canto solitário - ANITA SANTANA

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As casas dormem
A rua dorme
À luz da lua e das estrelas,
Mas aqui do quarto,
Olhos percorrem a madrugada
E ouvem o canto vindo
Lá de longe,
Do galo solitário
À espera do alvorecer.
Também aqui, entre paredes,
Brada um canto mudo e só
À espera de uma segunda voz
Para entoar o canto
Sonolento da noite.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÃNEA - IN-FINITA

Leio-te poesia - POETA GUERREIRO

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“... anseio mais ler poemas quadrados,
saborear hortelã, tomilhos perfumados,
intento poesia que adoce meus lábios,
maresia aos astros, visões aos astrolábios...

no gotejar da chuva aos olhos vindos do mar,
escura noite nos recursos do verbo amar,
procuro nos sonhos intenso doce aroma,
perco-me em versos, na verdade, no axioma...

¿serão sorrisos teus intensos poemas,
frases soltas, tempestades, teoremas,
ou estrofes simples, livres, cruzadas,
poesias ao rubro, palavras declamadas...

ah! como aspiro ser e só ser fonte tua, poética,
na sólida manhã pardacenta e aritmética,
cabelos teus enleados em novelos de mãos,
somente ouso ler-te na arte dos artesãos...”

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Fruto da Imaginação - SÍLVIA SILVA

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Proclama os actos que não fizeste
Embrulhe consigo os gestos, os projectos
Finas folhas de ouro salpicadas
De um tristonho inverno
E as ofertas, as promessas
De um Homem novo?
Ficaram-se no manequim
Que forjaste para mim.

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Urgências - DIRCE CARNEIRO

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Urgente. O mundo parou.
Governantes concordam,
quase todos:
“É preciso parar...”

Vidas em xeque no planeta, nos hospitais...
povo recolhido, contido, à espera...
há um silêncio, uma calma...
uma ordem...aparente paz...

“O vírus não vai me pegar”
sair às ruas, trabalhar,
encher o caneco, nas casas, esquinas, botecos...
E o pão de cada dia?
“Estou preocupado...”
O tio do churrasquinho, o catador de papel,
a diarista, o pipoqueiro, os da rua, o cambista, o pirata,
o aviãozinho, a mula...a prostituta...a verdade nua...
a solidão......os informais...
desassistidos, desabrigados, esquecidos –
- De agora, de sempre.
Preocupação temporã,
tardia, hipocrisia...burocracia...
dorme no parlamento, dorme no planalto,
dormem os planos de emergência.
O estomago não espera,
a doença espreita

Atávicos sugadores :
“Vidas não, lucro sim!”

Tragédia grega, assombro de Kafka!
Shakespeare de plantão...
No meio do medo – surgem!
a solidariedade
a Poesia, a escrita, o verso,
a rima, a crônica, a letra:
a Palavra! A Arte!
as tintas, o sol, o céu...
o barro, a dança, a canção
a ode singular ecoa...
Vida!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VI - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Conviver com a saudade - ANIETE GÓES

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Saudade é dor no peito que não tem jeito,
Quando ocorre partida sem retorno,
Ou um fator de distanciamento,
De quem importa no relacionamento.
Saudade provoca angústia,
Em razão do laço afetivo rompido,
Espaço vazio repleto de eventos vividos.
Saudade é amor sentido,
Sofrimento que se transforma no tempo,
Na noite de tristeza recordações brilham.
Imagens projetadas na tela mental,
Memórias registradas.
Saudade é ausência do toque físico,
Instantes degustados com sabores da vida,
Que ativam os sentidos,
Abraços no ar!
Cheiro da presença que não está.
Saudade é o som do silêncio,
A voz que ecoa no auditivo,
Ouvida nas sensações que perduram,
Nos sentimentos que se eternizam.
Saudade é olhar sem enxergar,
O desenho da figura amada,
Sem linhas formatadas.
Confirmação do que foi preenchido,
Saudade, beleza do que se viveu.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÃNEA - IN-FINITA

Justiça em cheque - PIETRO COSTA

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A imparcialidade é mito a seduzir
Os corações e tímpanos pueris
Nas aulas, Rudolph von Ihering
Nas tribunas, justificações vis

Vereditos ditos conforme a cifra
Em xeque, parte da nossa justiça
No cheque, faz-se célere, proativa

Operadores de cinismos,
violências e iniquidades
Nos toscos silogismos,
anuências às atrocidades
Sociopatas que se comprazem
na legitimação da barbárie

Para aonde a nossa sociedade caminha?
Que a M. Ferrer não seja mera estatística
E sua luta, tão nossa, vire libelo pela vida

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

domingo, 29 de agosto de 2021

Crisálida - SÍLVIA DELÁZZARI

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Tenho a pele fustigada pelo tempo,
e marcas espalhadas pelo calendário
célere, impiedoso
a cobrar-me o voo de borboleta.

“Se virar a página”,
“quando mudar o dígito”;
vivia de condições impostas pelo medo.
Enquanto lagarta, refugio-me
para aprender a romper a casca.

Guardo os sabores da infância,
mas tramo urgente transmutação.
Alimento-me todo dia
de sonhos tão meus.

Nascida do ventre do campo,
não me fiz terra.
Pergaminho-me!
Minha escrita é água
que lava os pés,
vislumbra caminhos
e me faz ar.

Então voo, voo, voo...
nome e verbo
asas em mim!

Há tanto céu em meu olhar!

São as palavras que
transmutam a dor e o grito,
atravessados em mim,
em tecido-texto.
Reverbero-me e revelo-me autopoieses!

Trigo, água
metades de um ser inteiro,
cujas mãos polvilham o sal,
ávido tempero da espera,
nas minhas entranhas.

Minha outra metade já anuncia,
como os pães da manhã,
o vinco dos sorrisos
os recheios desconhecidos
os sabores ousados.

Sou receptáculo para as auroras
e me ofereço desnuda
nas linhas, nas entrelinhas
e nos silêncios...

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Tempo de florir - DANIELLE MONTEIRO

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Há algo prestes a nascer.
Ele explode de dentro de um círculo úmido.
Rompe a barreira tortuosa rumo a claridade.
Abre caminho ao empurrar a terra pesada.
Encontra o ar.
Alheio à folhagem seca, ele deseja a vida.
Resiste a intempéries.
Fortalece-se com o primeiro raio da manhã.
E ensina:
- Tenha calma! É o tempo que trará as flores.

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O Desejo - ANGELINA DI ANGELIS

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O desejo que afoga, que oprime, que quer transbordar,
cuja falta produz opacidade, vazio.
O desejo age no corpo hidraulicamente, como um pistão.
Como uma injeção.
Ele é alguns pensamentos como, "comer manga na rua",
"sorvete de tapioca com açaí", "vinho tinto", "beijo",
"viagens espaciais", "tesão", "montanha", "abraços".
O desejo nos enche de força.
Ele é suar, dilatação, transpiração, olho no olho, mistérios
e generosidade profunda.
É uma arma. Para gozar. Em prol da cor e do novo.
O desejo não deverá ser guardado em caixa de vidro.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÃNEA - IN-FINITA

Amor imortalizado - PIETRO COSTA

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A morte de uma mulher bela é, sem sombra de dúvida,
o tema mais poético do mundo (Edgar Allan Poe).

A lua sangra de horror e de desalento
Esvai-se a vida no albor do momento
E nos ermos da noite, um corvo espia
A carne pútrida, anônima, desfalecida

E a lâmina entorpecida e depravada
Calou o sussurro de brandos ventos
A outrora flor delicada se tornou fada
Encantando os jardins do firmamento

Mas o noivo não ficou inconsolável
Por ter o seu matrimônio frustrado
Por aquele ser das trevas, carrasco
O amor da musa restou imortalizado
Nos seus versos de bardo apaixonado

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Príncipe Encantado - JACKMICHEL

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Quando a neve dos invernos dos anos
Descambar sobre tua cabeça
E teus cabelos tornarem-se alvos,
Como o cimo dos montes nevados...

Quando o frescor do riso empalecer
Na flor rúbida do teu lábio mádido,
Em ânsia fatal de morrer,
Como cisnes tristes de real plumagem...

Quando em teus olhos luzir, bruxuleante,
A luz das alvoradas,
Embaciada num enterro de matizes,
Dirigindo-se a místicos prazeres...

Não importa, amor! Serás para mim
Um príncipe encantado!...

Em horas mágicas de divino acento,
Pensarei nos cerúleos céus, na sua vastidão infinita,
E meditarei sobre sua perenidade...
Pensarei nos frutos opimos que caem das árvores, sazonados,
Nos solos dos pomares e são mais saborosos...
Pensarei no grande Farol de Lindau,
Na Torre de Hércules, na Catedral de Reims,
A permanecerem soberanos atravessando os séculos...

E concluirei que o tempo
Conhece a perfeição da arte na Natureza;
E ao invés de destruir a obra, como ao todo,
Aquela que elegeu, venera,
E seu hábil cinzel alinda e encanta!

EM - JACKMICHEL - COLECÇÃO DISPERSOS - IN-FINITA

sábado, 28 de agosto de 2021

Não importa... - SIDELIA CAMPOS XAVIER

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Não importa seu nome,
ele tem fome.
Não importa seu país,
ele tem fome.
Não importa seu sexo,
ele tem fome.
Não importa sua cor,
ele tem fome.
Não importa seu credo,
ele tem fome.
Não importa o seu coração,
ele tem fome.
Fome! Fome! Fome!
Ela urge, ruge, estruge
e desafia seus limites.
Fome. De fome.
Hélice negra
rodopiando, dilacerando,
silenciando
sua mente,
sua voz,
seu coração!

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Moro na rua que quero - DANIEL BRAGA

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Moro na rua que quero
De olhar profundo, maré de sonho
Gosto do silêncio do ar
E da noite de eterno luar
Que nos afugenta o espírito medonho
Da escuridão das fugidias sombras
O perfume das árvores
O chilrear dos pássaros
Melodias de amor e ternura
A brandura das palavras que a moldura
Na suavidade contínua de movimento
E o constante sibilar do vento
Adoça-nos a alma de encantamento
Procurando um doce e afirmativo consentimento
Mesmo que alternado por ruídos de motores
Na sofreguidão de uma cidade que não para
No turbilhão e azáfama de uma urbanidade
Que, por vezes, mesmo numa não serenidade
Mostra rostos de gente apaziguada
Feliz por morar ali, na cidade
Na freguesia, no bairro, na rua
Com laivos de dádiva e bondade
Moro na rua que quero
A paisagem seduz-me e nada altero
A rua, essa, retribui-me o sentimento
Com carinho, alma cheia e muito afeto
Significados de um desejo que flui e se extravasa
Nas memórias de uma saudade envergonhada

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VI - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Bondade - IRENE MATIAS

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Nas mãos o coração
No coração o amor
No amor atenção
Na atenção calor
No calor o carinho
No carinho a ternura
Na ternura a ventura
A ventura espalha
BONDADE!

Um sorriso nos lábios
Nos lábios uma oração
Pelos mais desafortunados
Oferecemos uma canção
Uma palavra querida
Limpando a ferida
Agasalhamos com
BONDADE!

O pão será ofertado
Ofertado com amor
O amor faz a diferença
A diferença faz a alegria
A alegria é uma forma directa
Para melhorar o dia com
BONDADE!

EM - AMANHECEU... RENASCEU! - IRENE MATIAS - IN-FINITA

O sentido hora - PETRUCIA CAMELO

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Ao meu esposo, dedico

Badaladas sonoras, imortais dão sentido a hora,
eternas, mostram a cor dos céus e dos mares
impassivos ponteiros, andam em sentido hora
não temos como saber o que está por vir, agora
dúvidas e até promessas de felicidade afloram
espera-se receber diante de carrilhões, a hora.

Passa fugidia ou altiva, ninguém apreende, a hora,
às vezes, se arrasta em ásperas esperas, dolorosas,
a hora é virtuosa não faz volteios e se fizer, ignora,
refletidas nas águas, lua e hora, sorriem, escandalosas
brincando, até se deitam, se escondem atrás de morros,
contemplai-nos, fatigai-nos de prazer, ó hora!

Punhado de palavras lavradas ou cunhadas
no discurso, são lavores promovidos pela hora
Da lavra a emoção da mensagem escrita, afaga
Explicita tantas vezes deixa a alma iluminada.
A palavra cria asas e voa deixando memórias,
não há hora vazia, a palavra sempre estar reunida.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Corpoema - ANGÉLICA CRISTINA DE AMARANTE

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O corpo que porta
toda vista à parte
no parto cobre
o corpo que transporta
para perto.

O corpo que é porta
para parte às vistas
descobre
o corpo que tem função
de verso.

Para cada parte
do corpo
alheia: um tema.

Para cada corpo
à parte
de outro: poema.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÃNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Filtro de efeitos - ROZANA GASTALDI COMINAL

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I

liberação de sentidos
de suor
quantos segredos?
boca fechada!

remissão de pensamentos
de protestos
quais os pecados?
língua afiada!

melopeia de conselhos
de carências
para que cuidados?
plateia desvairada!

II

ato feito
não dá para ser perfeito
com defeito humano
já vem ser
: traço falho

ser falho
não dá para ser humano
já vem traço feito
perfeito ato
: com defeito

traço perfeito
não dá para ser feito
ato falho
já vem com defeito
: ser humano

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Homo o quê? - DAGMAR SANTANA DE JESUS

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Horror que devora a alma,
Omite o amor,
Mostra o monstro que ali habita.
Obscenos desejos disfarçados
Ferem com golpes fulminantes.
Olfato intrigante e farejador
Busca vidas inocentes,
Invade corpos inundados de amor.
A consciência é inexistente?

Que ser é esse que agride o mundo,
Esconde o seu reflexo distorcido,
Recriado,
E inventado para suportar seu Eu?

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VI - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Caminho de fantasmas - CHRIS HERRMANN

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Só nós sabemos a verdadeira natureza
dos nossos fantasmas.
E a hora certa de não mais nos assustar,
mas de cumprimentá-los com respeito.

EM - CHRIS HERRMANN - COLECÇÃO DISPERSOS - IN-FINITA

Arte e costumes - PETRUCIA CAMELO

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À mestra Renira Lisboa, dedico

Não se vê jardins aquáticos
de Monet, nem girassóis
de Van Gogh, relógios disformes
de Salvador Dali, naturezas-mortas
de Paul Cézanne, Di Cavalcanti...
autorretratos de Frida Kahlo...
A arte não faz cópia, a arte cria!

No campanário, sinos não badalam,
não mais tocam na hora da missa,
sinetas sonoras não chamam a atenção.
Flores não se colhem em jardins floridos,
não há ximbras no terreiro da meninada,
nem quintais de encanto onde o galo canta.
Nem pássaros voam, exaltando a paisagem.

Mas arte e costumes perenizados renascem
no olhar das gerações seguintes, talentosas,
desejosas de darem novos tons à criatividade,
mas, como reflexo de luz no ouro envelhecido,
eis à mostra no alvorecer, tons do eternizado!
E o aspecto velho em desbote da morte, salva!
No olhar o desamparo da lágrima a tocar a arte.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Fora da caixa - ANGELI ROSE

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Dá, dá pra mamãe-verso
como um bebê carente
Que balbucia e cria
Sentidos diversos fora da caixa
Caixa de parafusos soltos
A cabeça do poeta é
que dá um cavalo de pau nos sentidos
De quem lê e tenta
explicar os versos sem nexos
Ou simples. é certo, é...
Burguês provocador
viaja com as palavras sem elos
fazendo guerra de ideias
Dos pensamentos aos atos
Borbulham complexos
Tira daquela caixola lá
Dá, dá, ré, mi sol
Luz suya, nossa poesia
Matéria insensata, coisa de teteias
Pra inventar novo país
Sem guerra fundida na pele
De quem vê sereias no canto
Dos espelhos com reflexos
Mitos que são tudo ou nada
Mas dão a ver ritmos submersos
Outros universos...

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÃNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Amiga - BIAMARIA

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Amiga quero estar
Sempre na tua vida
Sem pressa...
Sem horas...
Sem compromisso...
Sem angústia...
Sem muita alegria se estiveres trsite
Sem muita tristeza se estiveres contente

Mas às vezes acontece que
Quando te sinto por perto
O meu coração desaba com tanta emoção
E não te posso esconder
Os meus sentimentos
Os meus desgostos
E as minhas lágrimas

Porque tu vês tudo dentro de mim
Até ao meu sentir
E é só por isso que não te posso mentir

EM - A VIDA É UM POEMA - BIAMARIA - IN-FINITA

Acalmia - CRISTINA RODRIGUES

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Sou o instante entre a noite e o dia,
aquele fragmento de tempo
em que a lua se esbate no céu,
e o sol se espreguiça no horizonte.
Sou o arrepio do ar frio da manhã
que roça suavemente a tua pele.
Sou o rasgar da aurora
quando ainda dormes ao meu lado,
um sono sossegado,
e eu fico ali a ver-te dormir.
É o silêncio pelejado da vida que brota,
o respirar da terra que acorda
devagarinho,
como a sombra de um beijo,
tão perto do desejo
e tão longe do seu destino.
E nesse tempo calado,
eu vivo o sonho de te ter a meu lado,
porque tudo dorme,
e eu tomo o que é meu.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VI - COLECTÂNEA - IN-FINITA

O encontro - ANGELA RODRIGUES MOONEY

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Tanto tempo
passado
e então esse encontro
meio tosco
acidentado
um olá como vai
eu vou indo e você
que clichê
que sorte a nossa
engordou
eu também

e então
esse encontro
vencido o prazo
das desculpas
todas minhas
poupou o e-mail
descabido
de uma historia
sem fim, sem cabeça
e sem graça

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÃNEA - IN-FINITA

Oniricidade - PAULO HENRIQUE MEDRADO

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Sonhei com o jardim
feito de devaneios
onde eu andava e fruía
as pétalas das flores
feitas de áurea boreal

Sonhei com o jardim
e ele falava de episódios...
com palavras ditas em silêncio
para que eu não acordasse
e quebra-se o acordo onírico.

Sonhei com o jardim
o jardim dos sonhos
que não era nenhum paraíso
ele era, e é, meu corpo ensimesmado
sonhando com a cabeça no travesseiro.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

É muito breve - ROSE CALZA

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enfrentamento espontâneo,
momentâneo de forças:
o tempo: puro atrito em movimento
tiro que questiona a mira,
na norma embutida, a dúvida da regra.
sem calor, o tempo, por dentro,
queima tanto quanto.
o tempo nos dá tempo e tira,
é violência torta, da chave errada
na tranca da porta.
ontem vi teu nome na ponta da flecha.
evitei o lance, desviei de novo,
arrumei uma brecha.
mandei embora, você, palavras, horas.
prováveis certezas – mesmo as em cima do muro
fiz delas, linguagem.

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Ausências - RITA QUEIROZ

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Arrumei os restos que me cabiam...
Resquícios de sonhos que sussurram
Sobre o adeus embriagado de luas!

Sequelada pelo tempo,
Percorro caminhos enigmáticos,
Decifrando lembranças empoeiradas,
Ausências que se completam na beira da estrada.

A palavra perpassa o peito...
Atordoada, sigo os rastros!

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Constatação - CLÁUDIA GONÇALVES

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às vezes para romper
o eixo do elo
há que mergulhar
em abismos

[na vileza das vértebras]
musgos tramam
entre _ juntas

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Alcácer do Sal - ANA SIMÕES

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Na Terra,
Luz e pranto de um rio.
Nos raios de sol,
As suas águas mostra!
Águas, de outrora límpidas,
Tépidas, o são agora!
No cair dos raios de sol,
Águas quentes, frias o são
agora.
Lá vão ondulando,
cintilantes...
Seguem caminho,
Cantando à Lua,
O que os raios de sol.
Lhes cantaram antes!

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÃNEA - IN-FINITA

A rede bordada - PAULO HENRIQUE MEDRADO

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Sistema em rede
na teia de aranha
que apanha informações
trazidas pelo vento das asas,

Em pleno movimento atento
por entre a densa infovia
repleta de dados relevantes
e outras tantas insignificantes,

Mas existe algo de edificante
pois, o algoritmo acaba de ser ranqueado
por um hacker de alma surrealista, que vai
metamorfosear a aranha numa Aracne apaixonante.

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Marias - RITA PINHEIRO

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Marias brotam do vento
Germinam sem jamais terem sido regadas
As Marias gemem de dor, dão prazer.
Maria do beco, da viela abandonada
Mora em alamedas
Escraviza, é escravizada.
Marias puras, impuras
São sons que tocam
Ouvidos surdos, não ouvem.
Maria é voz
É vós que me ouve, tapa orifícios
E abre fendas com o olhar.
Maria dos galhos
Das árvores sedentas por água
Rogai, rogai
Não lute!
Ouve, ouve-me, te rogo!
Maria do relento
Da cama arrumada
Do rebento que não vinga.
Maria Mulher, Maria Homem
Menina que salta a janela
e anda na chuva.
Maria do tronco
Madeira que não enverga
Grama que você deita.
Maria não se rende
Te dá colo
Derramas lágrimas por ti.
Ouve, ouve-me te rogo!
Abro seus caminhos
Afasto matas virgens
Sou o Ogó do seu Exu
Visto o manto de Nossa Senhora
Sou Maria, Mãe, Mulher
Pisa, não tenha medo
Sou luz, clarão que ilumina.
Ouve, ouve-me, te rogo!

Sou Maria, Amélia, Júlia, Rita
Sangramos, parimos
Do nosso ventre saem vidas!!!
Ouve, ouve-me, te rogo!
Sou a menina dos olhos de Oyá
sou a lua de São Jorge
Nua e cheia...
Quem eu sou?
É o que pergunto todos os dias.
Sou o lodo, sou berço
Sou Maria dos lombos chicoteados
Sou o calo das mãos dos operários
Sou pedra lapidada
Que brilha em seus olhos.
Ouve, ouve-me, te rogo.

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Singra o mar - CLÁUDIA FILIPPO

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Atravessar o Oceano
Em mil e quinhentos.
Séculos atrás.
Aventura funesta.
Só homens
Fora da ética.
Maresia.
Vômitos.
Ratos.
Roupas em farrapos.
Doenças.
Vieram para novas
Terras.
Em busca
De riqueza.
Pilhagem.
Tristeza.
Colonização
Portuguesa
Na terra
De Pindorama.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VI - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Mulher - ANA S. LOBO

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Ser magistral
Beleza indescritível
Criação divina
Essência da vida
Só tu sabes o que vales
Só tu sabes quem és
Somos todos teus filhos
És linda, perfeita
Mulher!

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÃNEA - IN-FINITA

Carícias - PAULO GALHETO MIGUEL

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É tudo aquilo que me sobra dos dedos, sempre que imagino
que te tenho
É o afago espontâneo, que se expande para além de mim,
sem tamanho
É um engodo, que ultrapassa tudo o que sinto
É a meiguice que se reflecte, naquilo que eu não sei,
por palavras dizer
É uma emoção constante, transparente naquilo
que é mais ínfimo fazer
É não saber dar um passo, sem que não seja
na tua direcção
É o reflexo dos teus gestos, sem razão, apartados
É a promessa constante, dos eternos beijos adiados
É buscar nos teus olhos, de tudo aquilo que te faz falta
É assegurar-me que as tuas mãos estão sedentas
de segurar as minhas

É fechar os olhos, ocultando assim, tudo aquilo
que não faz falta ver
É deturpar a verdade do que sinto, ignorando o que me dói
É encontrar a felicidade num simples sorriso teu
É ter a noção precisa de tudo aquilo que é preciso
É sentir a crença, de que se te amar; como o sangue que me
corre nas veias, jamais deixarei de ser paciente
É aceitar a tua loucura, sem que seja um alento displicente
É querer beijar-te por querer e sem restrições
É ter-te para mim, como sempre te desejei ter

É finalmente, sentir que se me amares de verdade,
eu jamais PERECEREI!...

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Alma Simbolista - JACKMICHEL

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Alma simbolista, entrego-te agora
Este alfanje antigo, que é de ouro rútilo.
Toma-o! Pega-o! Dou-te por missão
Afastar dos meus Sonhos a negra Realidade miseranda.

E, terminado o prélio, torna aqui!
Que iremos, ambas, em demanda dos páramos risonhos
Onde não há lágrimas ou luto,
Misérias ou esquecimento – só espaços!...

Subindo, encontraremos o empíreo nefelibático
E a confabular Cruz e Souza, Camilo Pessanha, Maeterlinck...
Subindo mais, contemplaremos as visões vaporosas de Moreau...

E mais além... nos giros feros
Da funda eternidade (quem sabe?)
Veremos os sonhos dos poetas materializados!...

EM - JACKMICHEL - COLECÇÃO DISPERSOS - IN-FINITA

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Amor retido - RILNETE DE MELO

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Ainda lembro com avidez
Do beijo
A percorrer vértices do meu corpo
Ah! Que encontro latente!
Louco...
Cortinas ao vento
A vigiar amantes
Marolas também a amar
Na penumbra do quarto
O desatino...
Amantes medrosos
Feito meninos
A procura do doce para roubar
E a lua...
Espreitando pela fresta vaga
Testemunhava mãos a acariciar
No quarto do hotel
Momento furtivo
Um encontro quase cabal
A matar saudades
De um amor retido

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Dominar - CLARA BOAVISTA

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Existe uma linha inexpressável
Entre o atingível e o impossível,
O saber esperar e o desesperar,
Sem que nos deixemos ultrapassar

Pela constante condição de dominar.
Entre o desistir e o prosseguir,
Existe sempre alguém a inquietar
E a tentar algo para nos fazer destruir,

Que a si chama e nos desvia a existir,
Para assim poder cercar e dominar,
Até o nosso ser por rastos conseguir.

Não excedamos o que podemos permitir,
Não vá a falsa imaginação nos atraiçoar
E a virtude do teu ser deveras sucumbir.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VI - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Cantar o sonho - IRENE MATIAS

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Grito bem alto para toda a humanidade
Estou farto de pecar, e ser um ser enganado,
Grito bem alto... para que todos me ouçam,
Não quero ficar nas palavras engasgado!

Não sei ao certo o que sou, faço e sinto
Quando pego no pincel, no livro e pinto,
Das cores diversas do universo, e sinto
A alma que me reveste, sustem e pinto!

Em palavras de sonho... que me contém
À vida exclamo e grito alto, sem ter pejo
Quando em mim surge febril este desejo!

De ser canção séria, mas bem atrevida,
De falar assim contigo/comigo em vida,
De dar ao mundo aquilo que sinto e vejo!

EM - AMANHECEU... RENASCEU! - IRENE MATIAS - IN-FINITA

Arrisca sentir - PAULO GALHETO MIGUEL

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Arrisca adivinhar um outro olhar
Sobretudo quando a saudade longe de ser esquecida,
no silêncio aperta
Efémera de desejos despertos, confiados a uma mente;
de versos fulgentes, coberta
Quando a noite fugidia aponta à Lua, como eu;
de abraços, deserta

Arrisca sentir na ponta da língua, o efeito da rebentação,
em que se torna a tua boca, tórrida de vida e de paixão
Sentir-te-ás senhora, dona de todos os risos e para a vida,
imortal
Encherás de luz, todos os sonhos que achares serem
do passado, serem fundos de cinza
Encontrarás um outro brilho, no teu sangue que
borbulha, pela tua sede de visceral de viver
Acharás por ti, onde se escondem todas as luzes,
todos os teus sinais; mesmo aqueles, que julgavas não ter

Conhecerás pelas tuas mãos, as lágrimas ardentes
Pelo calor da paixão, pelo amor que escorre dessas
tuas faces pungentes
Quando por dentro, num último beijo consentido,
atingiste as estrelas
Acesos serão os teus versos, que se dirão mesmo sem fala
Fervorosas serão as pulsações, que o teu coração desfeito
em pedaços, ainda, tanto cala

Por tudo isto: Apenas, ARRISCA SENTIR!...

EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Somos... o que somos - ANA COELHO

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Emoções mais puras
na verdade que conduz
a alma do poema,
natureza crua, vivências simples
em busca de luz e esperança...

A realidade da liberdade
ecos perdidos
sem medos nem segredos
somos vida,
na luz da poesia
filhos de um Deus Maior...

Alegres fragrâncias
com o som do vento,
destino que somos
perfumes da natureza,
luz que guia
cânticos da vida em página coloridas
somos... o que somos
na soma do que fazemos!

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÃNEA - IN-FINITA

domingo, 22 de agosto de 2021

Espera - REJANE LUCI SILVA DA COSTA KNOTH

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O tempo passa
As horas também.

Um dia chega
E outro também.

Uns riem, outros choram
E labutam também.

As portas se abrem
As janelas também.

Chove. Faz sol. Faz frio.
Amanhece. Entardece. Escurece.

Tudo acontece
E você não vem.

EM - MULHERIO DAS LETRAS NA LUA - COLECTÂNEA - IN-FINITA