domingo, 31 de janeiro de 2021

O Candeeiro - AURINEIDE THETHÊ

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Tudo arrumado para a romaria,
O sapato e o candeeiro entram em contradição,
Tropeço no barrigudo,
E o fogo cobriu o chão.
Bate, bate para todo lado,
De longe se via o clarão,
Foram dormir calçados e acordaram de pés no chão.

O pavio disse, não me culpem da confusão,
Me estriparam num chute,
Só sentir o calorão.
O fogo foi abrandado com o caldeirão,
Enquanto eu gritava,
O fogo bradava nos sapatos do chão.

O patriarca retruca,
Quando se juntam é só gracejos,
Esperem pelo prejuízo.
Não sei se é desatenção,
Ou pouco juízo.

E esguicha a saliva no bico,
A parede filtra o mijão,
Tamanco carrega o murão.
De longe se escuta o toc, toc, no chão
Onde brilhava o vermelho,
Tudo era carvão.

Peregrinos, fizeram da falta missão,
Todos descalços,
Acompanhando a procissão.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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