sábado, 28 de agosto de 2021

Moro na rua que quero - DANIEL BRAGA

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Moro na rua que quero
De olhar profundo, maré de sonho
Gosto do silêncio do ar
E da noite de eterno luar
Que nos afugenta o espírito medonho
Da escuridão das fugidias sombras
O perfume das árvores
O chilrear dos pássaros
Melodias de amor e ternura
A brandura das palavras que a moldura
Na suavidade contínua de movimento
E o constante sibilar do vento
Adoça-nos a alma de encantamento
Procurando um doce e afirmativo consentimento
Mesmo que alternado por ruídos de motores
Na sofreguidão de uma cidade que não para
No turbilhão e azáfama de uma urbanidade
Que, por vezes, mesmo numa não serenidade
Mostra rostos de gente apaziguada
Feliz por morar ali, na cidade
Na freguesia, no bairro, na rua
Com laivos de dádiva e bondade
Moro na rua que quero
A paisagem seduz-me e nada altero
A rua, essa, retribui-me o sentimento
Com carinho, alma cheia e muito afeto
Significados de um desejo que flui e se extravasa
Nas memórias de uma saudade envergonhada

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VI - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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