quinta-feira, 30 de setembro de 2010
No meu jardim - FRANCISCO CORREIA
Não cuido do meu jardim
Sou um privilegiado
A tal não me faria rogado
Outros cuidam bem dele por mim.
Melros de bico amarelo
mesmo trajados a preceito
Outros anónimos mas com jeito
Grupo espontâneo assaz belo.
Andorinhas na Primavera
E até casos de arribação
Todos encantam pudera
"Trabalham" como quem passeia
Num frenesim de emoção
Que contagia quem os rodeia.
in... Palavras que falam de nós - FRANCISCO CORREIA - Temas Originais
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quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Distância - ANTÓNIO GEDEÃO
Quantas vezes me perco e desespero
com doidas saudades que me assaltam
desses teus olhos que de amor se exaltam,
desses teus lábios por que tanto espero.
Sonhando, quantas vezes regenero,
as divinas carícias que me faltam.
Acordado, mais doces se ressaltam
porque mais compreendo que te quero.
Às vezes sinto em mim tão negro luto
que penso dar a vida para ter-te
junto ao meu peito apenas um minuto.
Pobre de mim, sem me lembrar que ao dar-te
a minha vida toda para ver-te,
ia ficar sem vida pr'adorar-te!
in... Obra completa - ANTÓNIO GEDEÃO - Relógio D'Água
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terça-feira, 28 de setembro de 2010
Como se fosse um beijo* - VERA L. T. SANTOS
Como se fosse um beijo.
ou o último choro
devagar,
no escuro
e por fora é
como é
um beijo espantado.
Por dentro,
é um fruto:
coalhado.
ou madrugada apenas.
e por fora é
como é
um beijo a dançar
na boca dos amantes.
E, o teu rosto principia.
in... Cardio.grafia - VERA L. T. SANTOS - Temas Originais
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Capela - ALEXANDRE NAVE
Vão escuros nas lenhas onde acendem
os olhos mirrados na carne
voltejam do terror em ladaínha
enfermos nas bocas negras,
amam como cães, bentos pela água
calvos ao desgosto do pai,
mostram os buracos do corpo
ajoelham erectos nas chagas,
fazem na escuridão o ofício de deus,
apagam a luz dos postigos
cobrem as vísceras de incêndio,
pedem os dias a deus.
in... Vão cães acesos pela noite - ALEXANDRE NAVE - Quasi
domingo, 26 de setembro de 2010
Partilhar a alegria - ANA CASANOVA
Por vezes parece
Que fico sem pé
Que a maré me vai levar...
Mas nado e resisto
E sonho e rio
Brinco, amo, partilho
Porque a quem me ama
Eu não quero preocupar
E quem não me ama
Apenas se vai regozijar
Nada de dar alegrias aos inimigos
Ou entristecer quem me quer bem!
Quero apenas respirar,
Viver a vida em pleno
Enfim... ser feliz!
in... Dialectos da memória - ANA CASANOVA - Temas Originais
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sábado, 25 de setembro de 2010
Ao fim do dia - ANTÓNIO BOTTO
Nesta fonte que fala na surdina
De qualquer coisa que eu não sei ouvir
Matei agora mesmo a minha sede
E sentei-me ao pé dela a descansar.
Não havia no ar mais do que a luz
Finíssima da tarde num adeus...
Uma luz moribunda e solitária
A despedir-se frágil pelos céus.
E à medida que a luz se diluía
Nas sombras que nasciam lentamente
A fonte no silêncio mais se ouvia,
Mais límpida, mais pura e mais presente...
Anoiteceu. Ninguém. Só a voz dela,
Só essa voz... Ao longe, num desmaio
O timbre vivo e pálido de um grito...
Levantei-me. Deixei-a. Tristemente
Acendeu-se uma estrela no infinito.
in... Canções e outros poemas - ANTÓNIO BOTTO - Quasi
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Canção de Amélia dos Olhos Doces - JOAQUIM PESSOA
Amélia dos Olhos Doces
quem é que te trouxe
grávida de esperança?
Um gosto de flor na boca.
Na pele e na roupa
perfumes de França.
Cabelos cor de viúva.
Cabelos de chuva.
Sapatos de tiras
e pões, quantas vezes
não queres e não amas
os homens que dormem
contigo na cama.
Amélia dos Olhos Doces
quem dera que fosses
apenas mulher.
Amélia dos Olhos Doces
se ao menos tivesses
direito a viver.
Amélia gaivota
amante ou poeta.
Rosa de café.
Amélia gaiata
do Bairro da Lata
Do Cais do Sodré.
Tens um nome de navio
Teu corpo é um rio
onde a sede corre.
Olhos Doces. Quem diria
que o amor nascia
onde Amélia morre?
Cabelos cor de viúva.
Cabelos de chuva.
Sapatos de tiras
e pões, quantas vezes
não queres e não amas
os homens que dormem
contigo na cama.
in... 125 poemas - antologia poética - JOAQUIM PESSOA - Litexa
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Assim eu sou - ANA CASANOVA
Volúvel, Volátil
Frágil, Quebrável
Sonhadora, Voadora
Sentimental, Romântica
Impulsiva, Instável
Pensadora, Faladora
Mimada, Mimosa
Persistente, Coerente
Teimosa, Orgulhosa
Escorregadia, Amante
Inquieta, Liberta
Assim me defino
Assim me sinto
Assim eu sou
MULHER
in... Desabafos d'alma - ANA CASANOVA - MoVandArt
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A autora ANA CASANOVA e a Temas Originais têm o prazer de o(a) convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro "Dialectos da Memória", a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, no próximo Sábado, dia 25 de Setembro, pelas 16.00
Obra e autora serão apresentadas pela Poetisa, Videoartista/Infoartista Profª Cecília Melo e Castro
A entrada é livre.
Apareça.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Saudade - RUY CINATTI
Ouvi dizer que a tua voz se ouvia
lá longe, em Timor, na outra banda do mundo,
e que era esse o profundo dilema
da tua casta, enamorada alma.
O que não ouço fere-me o ouvido
e há segredos, que ocultos soluçam...
De tanto sofrer, uma dor simples
vagueia errante... Uma gaivota alada...
A minha vida, uma perdida âncora
em praia ignota, que eu conheço a fundo.
Tardarei muito em encontrá-la,
mas será cedo para a vizinha morte.
in... 56 poemas - RUY CINATTI - Relógio D'Água
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terça-feira, 21 de setembro de 2010
O baterista - ANTÓNIO OSÓRIO
O corpo do baterista
a música acompanha.
O seu não é um corpo
jovem, porém vibrátil,
ondolante. No restaurante-boîte
espera o final da noite,
o bem de voltar a casa.
Mas como é afável a música,
e ele penosamente
adquiriu a mansidão,
para quem o observa
responde com prestíssimo
sorriso. De alguém oculto,
sofredor e complacente.
in... Libertação da Peste - ANTÓNIO OSÓRIO - Gótica
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Vesti-me de vento - VIRGÍNIA DO CARMO
Vesti-me de vento
Para ser
Sopro
Roçando-te
Os lábios
E espalhada
Nos teus dedos
Fui brisa
Precisa
E rasa
Devolvi-me ao chão
Mas sei que sou
Ainda
Um tempo
Teu
- Urgente -
- Aflito -
Em que sublevado
O desejo
Se delonga
- Infinito -
in... Sou, e sinto - VIRGÍNIA DO CARMO - Temas Originais
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domingo, 19 de setembro de 2010
Superação - NATÁLIA CORREIA
Fechei-me dentro dos muros
onde o meu corpo não cabia
contente de ser prisioneira
do cárcere que eu transcendia.
E fui no vento que tudo
tudo o que havia varria,
contente de ser mais veloz
que o vento que me impelia.
Fiquei suspensa dos ramos
que os meus cabelos prendiam
contente de ser o destino
da árvore em que me fundia.
E dei-me como leito às águas
dos sonhos que me transcorriam
contente de ser o curso
da água em que me esvaía.
in... Poesia completa - NATÁLIA CORREIA - Dom Quixote
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sábado, 18 de setembro de 2010
Bicicleta azul - PEDRO MEXIA
Não sabia manter o equilíbrio enquanto
pedalava, precisava de duas rodas mais pequenas
como um triciclo, sempre um pouco
mais novo do que era,
o mundo incerto, a gravidade fortíssima.
Na bicicleta azul de uma prima
dava voltas ao pátio ou seguia
pela pequena estrada campestre como se
fosse dominar a vontade adolescente,
os joelhos esfolados, buster keaton
que em breve ia cair numa vala, a bicicleta
cairia depois e depois o mundo.
in... Em memória - PEDRO MEXIA - Gótica
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Linha a linha - PAULO TAVARES
Segue linha a linha
a página ausente, o texto corrido
até ao abismo disperso.
Que máquina progressiva é essa
que opera a construção da metáfora
com a frieza neutra de um algoritmo?
Repara: o chão que te sustém é flexível
ao ponto de te engolir por inteiro.
in... Minimal existencial - PAULO TAVARES - Artefacto
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Inspecção - ALEXANDRE NAVE
Novilhos pela diferença da luz,
velam onde a pedra os vem abrir
assentam praça no alforge, levam desgraça
pelo peito, as pernas marcadas nas virilhas
e se descuidam quebram frágeis à cintura
os ombros expostos pelo vento, amaciam
e são velozes pelo flanco, sabem deles
noviços derramam os pulsos pela água,
as juras amparadas entre os ramos,
as veias acesas como luzes.
in... Vão cães acesos pela noite - ALEXANDRE NAVE - Quasi
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
O sexo do texto - EDUARDA CHIOTE
Espero-te
esmagada de fúria.
Se vieres, com a descarnada
volúpia de um tigre, acenderás de novo
o meu desejo.
Uma brasa! uma brasa!
me queimará o pêlo. Não o desviarei.
Redondo é o calor e o sexo
deste texto. A ele me acolho,
desprotegida.
A nudez é rugido. Minhas... as garras: o verde
brilho enrijecendo no que faz explodir
o olhar do gato
aninhado em teu peito.
in... Não me morras - EDUARDA CHIOTE - &etc
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terça-feira, 14 de setembro de 2010
A chuva - DANIEL FRANCOY
A chuva distorce o claro e o escuro,
e quase apaga os rostos
do homem e da mulher que estão parados
na esquina, sob a marquise.
Talvez seja melhor assim;
pensar que os rostos ainda existem
porque a esquina ainda existe
e porque chove como antes.
Talvez seja melhor esquecer
que os rostos se desmancharam
como se fossem feitos de cera
ou de qualquer outra matéria pálida.
in... Em cidade estranha - DANIEL FRANCOY - Artefacto
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segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Tudo será construído em silêncio* - ANTÓNIO RAMOS ROSA
Tudo será construído em silêncio, pela força do silêncio,
mas o pilar mais forte da construção será uma palavra.
Tão viva e densa como o silêncio e que, nascida do silêncio,
ao silêncio conduzirá.
in... O aprendiz secreto - ANTÓNIO RAMOS ROSA - Quasi
*Os poemas deste livro não são titulados. Usei parte do 1º verso como titulo por questões logísticas.
domingo, 12 de setembro de 2010
À infidelidade de Nise - BOCAGE
De nocturno, horroroso pesadelo
Fui na mente sombria atormentado;
Inda palpito, da visão lembrado,
Esfria o sangue, irriça-se o cabelo:
Vi dum lado a Desgraça impondo o selo
Às leis, que em dano meu criara o Fado;
Meus Males em tropel vi de outro lado
Ais dirigindo a corações de gelo.
Coa pátria, mundo, e céu me vi malquisto,
Ao longe a Glória laureada, e bela,
Ouvi dizer-me:- "De te honrar desisto!" -
Tive a Morte ante mim torva, amarela;
Fúrias, Manes:- O horror que parou nisto,
Vi Nise, e o meu rival nos braços dela.
in... Antologia poética - BOCAGE - Verbo
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sábado, 11 de setembro de 2010
Virtualidade - NATÁLIA CORREIA
Tudo é virtual
se resume a forma
duma criatura.
O que é parcial
é a intenção
que nos leva a pôr
uma assinatura.
Para que a vida entenda
o que em si comporta
que a alma se estenda
para além de sentir-se
viva e quase morta.
E nessa extensão
que o corpo se expanda.
Como a carne pede.
Como a alma manda.
Como um animal
ferido de cio
que vai espetar
os cornos na lua.
Como eu virtual.
Virtual e nua.
in... Poesia completa - NATÁLIA CORREIA - Dom Quixote
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sexta-feira, 10 de setembro de 2010
72* - ÁLVARO ALVES DE FARIA
De Portugal me habitam as igrejas
e a face de santos
na dor tão longa dor tão funda
que à porta do templo
os joelhos dobram nas pedras.
Além do mar, habitam-me os santos,
altares em que me misturo,
amálgama de mim em mim,
no ser que me despreza e me beija a face,
o ar que falta,
a folha que se arranca,
a raiz que permanece.
in... Este gosto de Sal - ÁLVARO AVES DE FARIA - Temas Originais
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* Os poemas deste livro não são titulados.
O autor Álvaro Alves de Faria e a Temas Originais têm o prazer de o(a) convidar a estar presente na sessão de apresentação dos livros ESTE GOSTO DE SAL e CARTAS DE ABRIL PARA JÚLIA a ter lugar no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, no próximo Sábado, dia 11 de Setembro, pelas 16.00.
Obra e autor serão apresentados pela Prof. Doutora Graça Capinha.
Os nossos eventos têm entrada grátis.
Apareça.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Arma secreta - ANTÓNIO GEDEÃO
Tenho uma arma secreta
ao serviço das nações.
Não tem carga nem espoleta
mas dispara em linha recta
mais longe que os foguetões.
Não é Júpiter, nem Thor,
nem Snark ou outros que tais.
É coisa muito melhor
que todo o vasto teor
dos Cabos Canaverais.
A potência destinada
às rotações da turbina
não vem da nafta queimada,
nem é de água oxigenada
nem de ergóis de furalina.
Erecta, na torre erguida,
em alerta permanente,
espera o sinal de partida.
Podia chamar-se VIDA.
Chama-se AMOR, simplesmente.
in... Obra completa - ANTÓNIO GEDEÃO - Relógio D'Água
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Visita - ANTERO DE QUENTAL
Adornou o meu quarto a flor do cardo,
Perfumeio-o e almíscar rescendente;
Vesti-me com a púrpura fulgente,
Ensaiando meus cantos, como um bardo:
Ungi as mãos e a face com o nardo
Crescido nos jardins do Oriente,
A receber com pompa, dignamente
Misteriosa visita a quem aguardo.
Mas que filha de reis, que anjo ou que fada
Era essa que assim a mim descia,
Do meu casebre à húmida pousada?...
Nem princesas, nem fadas. Era, flor,
Era a tua lembrança que batia
Às portas de ouro e luz do meu amor!
in... Sonetos - ANTERO DE QUENTAL - Ulmeiro
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terça-feira, 7 de setembro de 2010
acerados sinais - VASCO GRAÇA MOURA
acerados sinais para o desejo,
os bicos do teu peito, quando os mordo,
já me desliza a mão noutro rebordo
e cheiro, provo, apalpo, escuto e vejo
entre o prazer e a sombra algum lampejo,
tropel de sensações em desacordo,
espuma que se forma e corre ao pôr do
sol e ao nascer do sol em cada beijo,
enquanto a tua língua me procura,
me percorre insistente e então, de leve,
refaz o seu caminho de saliva,
até que o cego ser se nos mistura
e o seu fulgor eterno, de tão breve,
faz com que nesse instante morra e viva.
in... Poesia 2001/2005 - VASCO GRAÇA MOURA - Quetzal
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segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Ao longo dos anos conservei* - GRAÇA PIRES
Ao longo dos anos conservei
uma inesperada tristeza reflectida
em meus olhos cor de sede.
Pedra a pedra, casa a casa,
sombra a sombra vagueio
pelas sensações e aguardo
que se repitam os sonhos
que resistiram à violência do tempo.
Podia escrever com sangue
o instante, sem amparo,
onde reclinei a cabeça
para aguardar a morte
dos desejos.
in... Uma extensa mancha de sonhos - GRAÇA PIRES - Labirinto
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* Os poemas deste livro não são titulados. Usei o primeiro verso como titulo por questões logísticas.
domingo, 5 de setembro de 2010
Ausência - JOSÉ-AUGUSTO DE CARVALHO
De meu amigo não tenho
nem novas e nem mandados!
De saudade me mantenho
nestes dias desolados...
Meu amigo, as minhas horas
sem ti são tão infelizes!
E, ausente, tu não me dizes
por que tanto te demoras!
Teu braço reclama el-rei?
A pátria está em perigo?
Dize-me, porque eu não sei
que se passa, meu amigo!
No silêncio do recato
que me guarda, onde me abrigo,
esta provação acato
de te não ter, meu amigo!
in... O meu cancioneiro - JOSÉ-AUGUSTO DE CARVALHO - Temas Originais
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sábado, 4 de setembro de 2010
Nada que tive era meu - NATÉRCIA FREIRE
Nada que tive era meu.
Perdi estradas, perdi leito.
Na pedra onde me deito
Nada fala de alvos linhos.
Se, com cegos, me aventuro,
A caminhar rente aos muros,
É que meus olhos impuros
Sonham Cristo nos caminhos.
Nada que tive era meu
E o corpo não quero eu.
Podia servir de embalo,
Mas serve de sepultura.
Cemitério de asas finas,
Tange e plange aladas crinas,
Canto de praias sulinas
De infinitas amarguras...
in... Antologia poética - NATÉRCIA FREIRE - Assírio & Alvim
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ATENÇÃO: Até ao final da próxima semana está em curso um passatempo neste link, participem!
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
E alegre se fez triste - MANUEL ALEGRE
Aquela clara madrugada que
viu lágrimas correrem no teu rosto
e alegre se fez triste como se
chovesse de repente em pleno Agosto.
Ela só viu meus dedos nos teus dedos
meu nome no teu nome. E demorados
viu nossos olhos juntos nos segredos
que em silêncio dissemos separados.
A clara madrugada em que parti.
Só ela viu teu rosto olhando a estrada
por onde um automóvel se afastava.
E viu que a pátria estava toda em ti.
E ouviu dizer-me adeus: essa palavra
que fez tão triste a clara madrugada.
in... Poesia vol. I - MANUEL ALEGRE - Dom Quixote
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quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Quem ama - CRISTINA PINHEIRO MOITA
Quem ama
não mente,
luta decentemente!
Só chora
e sente,
na procura
de ser gente!
Quem não luta
decentemente,
é porque mente
e não é gente!
Assim como
quem escreve
o que sente
e não mente!
Quem ama
decentemente,
ai à luta,
vai amar
eternemente!
in... Corpo de Corcel - CRISTINA PINHEIRO MOITA - Temas Originais
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quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Convite - MIGUEL BEIRÃO
Livro gentilmente oferecido pelo autor
Hoje meu bem, quero-te convidar
Para um romântico jantar,
À luz de velas coloridas!
Quero manifestar, meu amor,
Dar mais vida e cor;
À vida das nossas vidas!
Desejo quebrar a rotina,
Que te sintas de novo menina,
Oferecendo-te uma flor!
Um poema te dedicar,
Convidar-te para dançar
E embriagar-me no teu amor!
Hoje? Sim, hoje eu quero
Convidar-te para fazer magia!
E de ti, apenas espero,
Um enorme sim de alegria
Quero dar continuidade
A três, num só coração!
E fortalecer a felicidade
Que amarra nossa união!
in... Balada da Liberdade - MIGUEL BEIRÃO - Edição de autor
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