segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Capela - ALEXANDRE NAVE


Vão escuros nas lenhas onde acendem
os olhos mirrados na carne

voltejam do terror em ladaínha
enfermos nas bocas negras,

amam como cães, bentos pela água
calvos ao desgosto do pai,

mostram os buracos do corpo
ajoelham erectos nas chagas,

fazem na escuridão o ofício de deus,

apagam a luz dos postigos
cobrem as vísceras de incêndio,

pedem os dias a deus.

in... Vão cães acesos pela noite - ALEXANDRE NAVE - Quasi

1 comentário:

  1. Muito difícil de entender este poema, só por um certo maniqueísmo que me parece transmitir. Peço desculpa, se sou vigorsa ao julgar assim.

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