LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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de leve, bem leve, levezinho
sentia nas narinas
bocadinho de ar
as vezes, ele fazia um chiadinho
chiando, chiando, pedindo mais ar
outras vezes nem sentia o ar
ele entrava e saia, sem cerimônia
em outras vezes, cansada
puxava o ar para dentro
e ele escapava, sem eu esperar
com pressa eu atropelava o ar
lá se ia ele sem se explicar
às vezes tirava o cateter,
faltava-me o ar, recolocava depressa
para sentir mais ar
assim se passaram os dias
e eu pensando no ar
meu Deus! como vou me livrar
ou agarrar esse ar
se ia ao banheiro levava o ar
se me deitava, deitava com o ar
se comia, comia com o ar
oh! como eu queria não sentir falta do ar
hoje tiraram-me o cateter,
o cateter que levava meu ar
para minha surpresa,
não senti falta do ar
meu pulmão estava livre,
ficou liberto da borrachinha do ar
meus pulmões se agigantaram
do tamanho do meu ar
e assim vi que eu podia respirar!
EM - TOCA A ESCREVER 2021 - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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