segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Um punhado de vida - ROBERTO RODRIGUES DE OLIVEIRA FILHO

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Viva o Nordeste, terra de caba da peste, de cuscuz
e pé de moleque. Hoje enalteço o sertanejo, homem
aguerrido e valente; nordestino do sol quente.
Terra de sol irradiante aonde o mormaço incessante
aquece nossa gente brilhante.

Rede armada no alpendre, o nordestino nem sente
que a vida lhe trata como oponente, ele não faz da dor
um lamento, transforma em versos seu sofrimento.
Sofre, chora quando abandona sua terra natal,
leva no matulão uma trouxa de bem, deixa pra trás
um punhado de mal.

Forte, acinzentado pelo sol escaldante; eita povo
brilhante que faz da farinha seu calmante, do caldo
de cana refrigerante. Sorri com a seca do sertão mesmo
que essa lamúria maltrate uma geração.

Sorriso amarelado pelo sofrimento, alma enaltecida pelo
lamento, de sonhar somente com uma cadeira ao relento
desejando nunca mais ver um filho dormir sem alimento.

Povo amado e forte do qual me incluo. Sou força motriz
desse Brasil menino. Sou vida, sou faminto, sou visgo
de pegar passarinho, sou cadeira na calçada em noite
de céu limpo, sou milho em festejo junino; sou castanha
assada com queijinho, sou beijo na cabocla com carinho,
sou sanfona tocada de mansinho, sou de festejar açude
cheiinho, de tocar campainha e correr quando miudinho,
sou forró agarradinho, sou galo cantando cedinho,
sou Mastruz com leite pro intestino, sou rezadeira
pro mal olhado do menino, sou força de um destino;
sou a graça de ser Nordestino.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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