Entro na câmara escura da oficina vegetal
onde fosforescem os olhos de uma terra vermelha
Com verdes materiais trabalho as sílabas negras
Toco as ancas múltiplas da rapariga marinha
É uma pedra solar sólida e delicada
Mergulho no sangue e no perfume dos navios
Há uma frase que ondula como a cabeleira do vento
e um frémito de fibras sob uma porta enterrada
E as palavras têm dentes que atravessam os ossos
ou traçam resvalando diminutos rios
Sobre a palma da mão cintila o pólen das lâmpadas
EM - DELTA/PELA PRIMEIRA VEZ - ANTÓNIO RAMOS ROSA - QUETZAL
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