segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Já não reinam reis (excerto) - Maria Cabana

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Mudaram-se os tempos, mas não as vontades!
Ontem eras guerra, hoje queres a paz
Nas ninfas do Tejo só vês é vaidades
Mora aí o perigo meu ingênuo rapaz.

Espírito lusitano em língua de fado
As especiarias são mais que muitas
Já não são tradição, só no refogado
As cousas amadas ficam nas perguntas.

Já não reinam reis! Mas não falta burguesia!
Içando as velas de seus luxuosos veleiros
O Adamastor, é agora uma onda de ironia
Permitindo que os últimos sejam os primeiros.

Assinaladas as armas, sem barões para as sustentar
Na praia de umas areias cinzentas e movediças
Frotas de naus cansadas, prontas a ali ancorar
Fugindo de um bando de musas imbuídas em malícia.

Naquele naufrágio salvaste os manuscritos
Só com uma mão, nadaste até à margem
Dizem que os Lusíadas aí estariam escritos
Nem a pouca visão te fez perder a coragem.

EM - COUSA AMADA - COLETÂNEA - IN-FINITA

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