Pintor que sujas a tela de pranto
Escorrem as tintas sobre tua amada,
Teu ser sofre penoso desencanto,
Porque tua alma sangra desconsolada.
Cala essas lamentações dolorosas
Põe na pintura todo o teu sentir,
Desliza p'las tintas, que desejosas,
Querem garra no pincel a evoluir.
Cor de festa p'ró desenho emitir,
Nem constrangimento nem desalento,
Nas mãos sente, a arte e o amor a sobrevir.
Põe na mente este propósito ardente,
Fixa o olhar, com atenção a compelir,
Transpõe p'ra tela, teu vigor crescente.
EM - O LUGAR DAS PALAVRAS - GABRIELA PAIS - TEMAS ORIGINAIS
A sensação que este poema me transmite, lembra-me a poesia de Filinto Elísio na Clepsidra. Remonta´-me á geração de Camões.
ResponderEliminarApreciei e estou grata por isso.