domingo, 28 de abril de 2013

9º soneto - FERNANDO SAIOTE

Nada de meu caminho é importante
Nada excepto este chão que piso
A mão que abro e dou a quem passa
Ou o beijo que inocente me pedes

Tudo é coisa de tua estrela brilhante
Do mel, de tudo que em ti mais preciso
Do tempo em nós que faz a vida escassa
Empurra-me para ti quando te despedes

Nada é beijo que foi tudo para mim
Verso feito do teu corpo esculpido
Guitarra que em nós toca e silencia

Tudo é nada num teu beijo sem fim
Cavalgando na minha boca destemido
Por saber que a ninguém pertencia

EM - PRISÃO DE SENTIDOS - FERNANDO SAIOTE - LUA DE MARFIM

1 comentário:

  1. O jogo literário entre "tudo ou nada" ou tudo e nada, é sempre muito apelativo num soneto.
    PARA MIM NÃO PASSA DE UM SONETO, DE QUE RACIONALMENTE APRECIO, MAS NÃO ENTRANHA EM MIM. O poeta é que sabe a quem quer dirigir a mensagem.
    Aprecio sempre este tipo de poesia, agradeço.

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