sábado, 16 de fevereiro de 2013
E por vezes - DAVID MOURÃO-FERREIRA
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos. E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos
EM - MATURA IDADE - DAVID MOURÃO-FERREIRA - ARCÁDIA
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Estes" por vezes" estão ermanados de realidades
ResponderEliminarvivenciais, por cada um de nós. O último é a chave do tema. Por vezes não sabemos perdoar ou entender as reacções de um lapso de tempo; por vezes mantemos a teimosia e não abrimos a janela... por muito que sejamos solicitados para isso, então tudo se perde, o tempo não espera...
Gostei deste soneto e agradeço.