quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Canto de amor no mar - JAIME CORTESÃO
A tarde é o teu berço de criança.
A dar-te rendas fez-se o mar de espuma
E o Céu, como um docel, tecido a bruma,
Prende-se em cima ao Arco da Aliança.
Vê com que jeito o vento te balança
E d'aragens salinas te perfuma;
Conta-me agora as mágoas uma a uma,
Como se eu fora tua Mãe, descansa...
Não vês?... o nosso barco mal balouça:
Deita-te e vamos para o largo à vela,
Onde ninguém nos veja, nem nos ouça.
Conta as mágoas na mágoa da Tardinha.
Oh! Mar, arrenda a espuma, tem cautela...
Oh! Vento, embala-me esta criancinha!...
in... Poesia - JAIME CORTESÃO - Imprensa nacional-casa da moeda
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