LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
Tornei-me no vento absoluto
Como aquele das tempestades imprevistas
Quando assolam a costa e levantam pelos ares
Os remoinhos de areia grossa
Que fustigam a pele, entram pelos olhos
Cegam o coração que não mais enxerga o amor
Tornei-me num solo estéril
Que se abandona a ele mesmo
Devido à seca, abrindo brechas profundas
Crateras intransponíveis
Talvez com o tempo, a água, vinda das chuvas
Chegará lentamente para o irrigar
E de novo torná-lo fértil
Tornar-me-ei, então, no Fénix, que renasceu das cinzas
Assim como eu, das fogueiras onde me lançaram
Superarei violências e abusos
Transmitirei força e coragem quando mãe serei
Obterei amor e respeito, honra e justiça
Porque sou Mulher
EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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