O lodaçal é um nada ser.
Acende as trevas
Às flores ao anoitecer
Agraciadas pela lua ébria
Sequiosas do frouxo tempo
Onde tudo passa e nada passa.
O lodaçal finge ser
Muito íntimo da flor
Com o intuito de a ter
Urdido de prazer
Banha-se no exótico
Âmbar a beber
O húmido palato da flor.
O lodaçal atrai libélulas
Com cores quentes de amor
Que beijam a vida escura
Talhada em frutos insanos
Ao ritmo de secretas danças
Sempre na imensidão do sonho
E nos passos da loucura.
O lodaçal finge dormir
E, na água, ele apodrece
Deitado no vício da morte
Às vezes, acende os olhos
Na pura sedução das flores
Enfermo naqueles espinhos
De querer trespassar o mundo.
EM - DE DENTRO PARA FORA - MARIA FRATERNA - IN-FINITA
Sem comentários:
Enviar um comentário