quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Reflexão sobre a quarentena - FATINHA DO BARREIRO

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Dias de sol brilhante,
Dias em que chove intensamente,
Luar radioso ou noite escura...
Os dias passam quase iguais,
Alguns distraídos, outros que pensam demais,
Dias de incerteza, de clausura.

Lá fora o tempo não pára...
Ouve-se alguma voz, cada vez mais rara,
Alguém que tem que trabalhar
Para de outros cuidar.
O silêncio impera...
A natureza, uma quimera,
Acabou a pressa, tudo espera,
Pois tudo pode esperar...

Eventos foram cancelados,
Tantos sonhos adiados
E abraços que ficam por dar.
As águas do rio ainda correm,
Os pássaros cantam,
Os humanos se recolhem.
Enquanto uns dormem
Outros dedicam-se a pensar...

A pensar no mundo lá fora,
Cada vez mais quieto agora
E em liberdade, os animais.
A terra algumas voltas deu,
A natureza se inverteu
E mais uma lição nos deu:
Como somos meros mortais!

É tempo de introspecção,
De olhar a alma e o coração,
Ver cada qual como um irmão
Estabelecer prioridades, mudar.
Não tínhamos tempo para nada,
Vivíamos a reclamar por nada
E tínhamos pressa de tudo alcançar.
Agora, acabou-se a correria,
Agradecemos cada dia
Por ainda cá estar...
É tempo de reflectir
Como somos insignificantes...
É tempo de descobrir
Se ainda há tempo para sentir,
Se ainda temos a pressa de antes.

Será que a pressa agora é de abraçar,
E tudo o que podemos fazer, é esperar?!

EM - PANDEMIA DE PALAVRAS - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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