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Escolhi vestir-me de plumas,
não de ouro como as outras, pesada.
Não sou notada na festa, pouco importa.
Flutuo invisível. Prefiro, me basta.
Sem peso, alheia e abstrata,
meus pés tocam de leve a terra
e o vento, ainda que inexistente,
apaga minhas pegadas.
Do passado precioso, juntei retalhos,
fragmentos que remendo,
paraquedas no meu voo solitário.
Distraída, lanço à sorte os dados
o futuro é apenas contingência
não há certezas, só presságios.
EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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