sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Depois do dilúvio III - ANTÓNIO SILVA MELO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Saibam do autor neste link
Conheçam a In-Finita neste link

O Poeta é agora um anónimo vidente
Segue destroçado com as ruínas às costas e estremecido
até às entranhas
Sangra-lhe o nome cegamente e o deitar do cansaço é enorme
É enorme estar ali
Existir por fora e cantar nas próprias veias.

Passam barcas desmaiadas
Saídas das portas por onde atravessou a loucura
E o Poeta encosta-se à dureza molhada e grita quente
Enquanto se desfaz no coração da visão
Como se fosse o interior da terra
O interior da sua própria maldição.

Só um canto
Só um canto pode atravessar o mundo
Porque a morte fala depressa.

EM - POESIA SUBMERSA - ANTÓNIO SILVA MELO - IN-FINITA

Sem comentários:

Enviar um comentário