sexta-feira, 28 de junho de 2019

A luz - PENHA BRETZ

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Ouviu-se um choro banhando a noite
uma estrela brilhou
A harmonia da casa fez se aquietar
veio o sono e adormeceu
Já não havia mais brilho
nem música
nem flor
nem cheiro e nem brisa
Só silêncio

Já não mais ecoavam os gritos
as ofensas
as tristezas retorcidas
a raiva ressequida e a explosão de sentidos

Já não queria mais sentir a dor tão doída
a amargura tão sofrida do sentir
que já não sentia
Foi ficando triste, preso e trancado
num cantinho do ser inanimado

Assim, se foi o desejo
da doçura do mel do encontro
do olhar escondido e do sagrado
Construiu-se o muro
afastando as borboletas e os colibris
ressecando a terra
feito um profundo sertão

E o corpo que vestia e adornava a tua alma
que te protegia, te desgastava
te machucava e feria
continuava o trancando no cantinho secreto
do ser inanimado

De repente, bem lá no fundo,
surgiu um fiozinho de luz
que lhe levou a caminhar pela trilha escura do ser

Passo a passo os olhos buscaram reconhecer
um novo caminho
começaram a ver uma luz maior e, nasceu então
um novo espaço
onde o corpo que lhe veste
encontra o seu destino.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - ANTOLOGIA - IN-FINITA

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