As mãos lindas que vi deixam-me absorto:
compridos dedos, polegares de espátula,
um dedilhar de flores em jardins ociosos,
só comparável a conversa amena
de duas mulheres simples debruçadas
sobre o tampo liso de uma mesa.
A riqueza da vida reside nisto:
um leve toque no ombro do próximo...
uma cortina de chuva vedando a verdade
olhos indiferentes, indiscretos...
e um ar de encanto, um fácil soluço
ouvido longe, como que em segredo.
EM - 56 POEMAS - RUY CINATTI - RELÓGIO D'ÁGUA
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