Vinha dum mundo
Sonoro, nítido e denso.
E agora o mar o guarda no seu fundo
Silencioso e suspenso.
É um esqueleto branco o capitão,
Branco como as areias,
Tem duas conchas na mão
Tem algas em vez veias
E uma medusa em vez de coração.
EM seu redor as grutas de mil cores
Tomam formas incertas quase ausentes
E a cor das águas toma a cor das flores
E os animais são mudos, transparentes.
E os corpos espalhados nas areias
Tremem à passagem das sereias,
As sereias leves de cabelos roxos
Que têm olhos vagos e ausentes
E verdes como os olhos dos videntes.
EM - ANTOLOGIA MAR - SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN - CAMINHO
Belíssimo como todos os que escreveu.
ResponderEliminarSou fã incondicional.
Obrigada por no-lo trazer!