sábado, 9 de agosto de 2014

LXII - MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE

Se eu pudesse ir de tralha, ir à surdina
Por aí! Forte sede, e forte gana
De zurrapa, de atum, de ti, chanfana,
De ti, que dos pingões és gulosina!

Que tempo em que eu com súcia, ou grossa, ou fina,
Para a Tia Anastásia (a tal cigana)
Ia, e vinha depois coa trabuzana
A remos, no mar roxo, ou à bolina!

Quando hás-de consentir, cruel Fortuna,
Ao magro, de olho azul, de tez morena
O bem de andar a flaino, e de ir a tuna?

Mas ai! Maldito som, que me condena!
Diz, ó Fado, ao besouro, que não zuna...
Aí me chama algum - Alma pequena!

EM - ANTOLOGIA POÉTICA - BOCAGE - VERBO CLÁSSICOS

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