sou e não sou, se escrevo ou não escrevo,
se me faço ou desfaço pela escrita.
talvez me atreva assim (e não me atrevo
a mais do que escrever dita e desdita
desta errática vida) a ver que devo
qualquer coisa a petrarca. e ressuscita
então algo de mim por esse trevo
de quatro folhas que colei com fita
gomada e transparente nos papéis,
de modo a ver-se a tinta e a citação
dos séculos XIV e XVI.
sim, há-de perguntar-se como não
me petrarquizei mais sob essas leis
do gelo a arder em alma e coração.
EM - POESIA 2001/2005 - VASCO GRAÇA MOURA - QUETZAL
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