Como me lembro dos teus olhos tristes.
Negros, tão negros, mais tristes parecem
Nesse teu rosto onde os raios fenecem
Envergonhados tão só porque existes!
Assim marcada p'la vida madrasta
E de cabelos grisalhos, sem brio...
oh! Dura sorte num mundo tão frio
Onde a vontade é gritar : homens, basta!
E quando estendes a mão cai a lágrima,
Gota de um rio perdida no vento
Da tempestade duma alma exânime.
Mas que justiça a dos homens, meu Deus,
Toda enredada em int'resses banais,
que apaga tantos olhos como os teus!
EM - SONETOS SEM CHAVE E OUTRAS MÁGOAS - VIRGÍLIO CARNEIRO - EDITORIAL NOVEMBRO
Um poema genial. Grata.
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