sábado, 6 de julho de 2013

Os emigrados - ÁLVARO DE CAMPOS

Sós nas grandes cidades desamigas,
sem falar a língua que se fala nem a que se pensa,
mutilados da relação com os outros,
que depois contarão na pátria os triunfos sua estada.
Coitados dos que conquistam Londres e Paris!
Voltam ao lar sem melhores maneiras nem melhores caras
apenas sonharam de perto o que viram -
permanentemente estrangeiros.
Mas não rio deles. Tenho eu feito outra coisa com o ideal?

E o propósito que uma vez formei num hotel, planeando a legenda?
É um dos pontos negros da biografia que não tive.

EM - POESIA - ÁLVARO DE CAMPOS - ASSÍRIO & ALVIM

1 comentário:

  1. Há os que regressaram forçados, outros após o cumprimento de um contracto. Estes últimos depositam em si o conhecimento de uma nova língua, e abriram-se as portas para a internacionalização do seu curriculum: foi uma mais-valia. O que muito se propaga nem sempre corresponde à verdade. Havia que falar e conhecer o próprio...

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