quinta-feira, 18 de julho de 2013

Comunhão - ANTERO DE QUENTAL

Reprimirei meu pranto!... Considera
Quantos, minh'alma, antes de nós vagaram,
Quantas as mãos incertas levantaram
Sob este mesmo céu de luz austera!...

- Luz morte! amarga a própria primavera! -
Mas seus pacientes corações lutaram,
Crentes só por instinto, e se apoiaram
Na obscura e heróica fé, que os retempera...

E sou eu mais do que eles? igual fado
Me prende à lei de ignotas multidões. -
Seguirei meu caminho confiado,

Entre esses vultos mudos, mas amigos,
Na humilde fé de obscuras gerações,
Na comunhão dos nossos pais antigos.

EM - SONETOS - ANTERO DE QUENTAL - ULMEIRO

1 comentário:

  1. Admira-me não receber apreciações de vossos seguidores porque merecia ser conhecido.
    Será que serei mais propensa em suportar tal soneto, mesmo lançado à noite?
    Por enquanto ainda me dou ao luxo de suportar sem "sofrimento"- há diferenças abissais entre um e outro estado. Aprendi isso com uma Poetisa do vosso elenco.
    Aprecio os sonetos mais ligeiros de Antero, mas não o seu destino...
    Grata.

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