Pois que os deuses antigos e os antigos
Divinos sonhos por esse ar se somem,
E à luz do altar da fé, em Templo ou Dolmem,
Apagaram os ventos inimigos;
Pois que o Sinai se enubla e os seus pascigos,
Secos à míngua de água, se consomem,
E os profetas d'outrora todos dormem
Esquecidos, em terra sem abrigo;
Pois que o céu se fechou e já não desce
Na escada de Jacob (na de Jesus!)
Um só anjo, que aceite a nossa prece;
É que o lírio da Fé já não renasce:
Deus tapou com a mão a sua luz
E ante os homens velou a sua face!
EM - SONETOS - ANTERO DE QUENTAL - ULMEIRO
Um soneto com certo pendor pessimista de tanta amargura sentida e sofrida. Não deixa de estar na linha de tantos outros, no Poeta da Geração de 70-coimbrã.Grata
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