terça-feira, 14 de maio de 2013

X - PAULO EDUARDO CAMPOS

nunca virei a ser um escritor maldito
muito menos um poeta consagrado
sinto-o.
seria incapaz de viver da escrita.
de viver com a incerteza da inspiração.
imagino-me a ver o tempo escorrer
pelas paredes amarelas do fumo dos cigarros.
o papel por escrever.
as folhas, no cesto dos papéis
alternadamente rasgados pela fúria e desespero.
os poetas de agora já não são mártires
nem vivem na miséria.

EM -  A CASA DOS ARCHOTES - PAULO EDUARDO CAMPOS - LUA DE MARFIM

1 comentário:

  1. O Poema reclama um novo estatuto para os poetas. Ainda bem que são reconhecidos,em vida pelo seu valor.
    Grata.

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