Erguendo os braços para o céu distante
E apostrofando os deuses invisíveis,
Os homens clamam: - «Deuses impassíveis,
A quem serve o destino triunfante,
Porque é que nos criastes?! Incessante
Corre o tempo e só gera, inextinguíveis,
Dor, pecado, ilusão, lutas horríveis,
Num turbilhão cruel e delirante...
Pois não era melhor na paz clemente
Do nada e do que ainda não existe,
Ter ficado a dormir eternamente?
Porque é que para a dor nos evocastes?»
Mas os deuses, com voz 'inda mais triste,
Dizem: - «Homens! Porque é que nos criastes?»
EM - SONETOS - ANTERO DE QUENTAL - ULMEIRO
Este soneto genial, daria uma tese de doutoramento, no meu entender.
ResponderEliminarNão me admira a ansiedoade do autor, mas nem será tanto pelos deuses criados pelos homens, mas sim pelos lugares adstritos como o Inferno. Várias vezes dou com reflexões sobre isto o que não me atormenta pois quero viver nesta existência com saúde mental e física e não queria ser a protagonista da verdadeira Divina Comédia. Amo a Amizade e luto pelos meus amigos.
Grata por me darem este Poema.