Tivera eu morrido trespassado
e menos me custara do que estar
de pé. E de tão vivo, assassinado.
Que a morte é ter vontade de cantar.
Tivera eu partido e não voltasse
às margens quase puras do meu Tejo.
Tivesse eu uma rosa e caminhasse.
Que a morte é dar a vida por um beijo.
Pudera eu dizer, amor, de nós
a ternura cobrindo a nossa cama.
gritar por ti até perder a voz.
Que a morte está mais perto de quem ama.
Pudera então ao menos ficar mudo
e nada mais dizer. Nada cantar.
Como se já tivera eu cantado tudo
e a morte acontecesse devagar.
EM - 125 POEMAS - JOAQUIM PESSOA - LITEXA
Trata-se de um poema romântico na vertente da tristeza.
ResponderEliminarNão vale ser tão pessimista, tentar curtir cada dia com a alegria de estar vivo.