sábado, 19 de maio de 2012

Canção das prostitutas de Lisboa - JOAQUIM PESSOA


Eu vi as raparigas do meu povo
que o meu povo fez tão magoadas.
Com os seios inchados de ternura
e doces olhos, doces como amêndoas.

Eu vi as raparigas magoadas
ilegítimas filhas do meu povo.
Nas esquinas eu vi a madrugada
com um cravo de amargura nos cabelos.

Eu vi as raparigas do meu povo
por entre o meu povo magoado.
Aqui. Em Lisboa. Sobre a mágoa.
Aonde o amor acaba e o mal começa.

EM - 125 POEMAS - ANTOLOGIA POÉTICA - JOAQUIM PESSOA - LITEXA

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