domingo, 2 de maio de 2010
Soneto da espera - ALEXANDRE O'NEILL
Que bem conheço a espera e o seu laço!
Ao princípio é cadeira de balanço,
uísque, livro, fumo azul no ar.
É a espera projecto de esperar.
Um denterrato rói esse tabique
e sobre o tempo-antes uma fresta
se abre-fecha para maior abrir-se,
O tempo-agora já se desespessa
e o tempo-antes cresce. Qual balanço,
uísque, livro, fumo azul - a espera!
Adulterado tempo-agora, avanço
da paixão em demência que acelera
por ilusório tempo: o de abolir,
contigo hoje, o antes e o porvir.
in... Poesias completas - ALEXANDRE O'NEILL - Assirio & Alvim
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Hoje à partir das 18 hrs, meu blog está concorrendo mais uma votação da Copa Blog, conto com seu voto Manu.Essa votação termina dia 05/05 e, depois aguardar a semi- final.
ResponderEliminarMeu blog é:
http://anamgs.blogspot.com
O site para a votação é esse aqui:
http://dado.pag.zip.net/
Caso não consiga acessar por aqui, o link está no final do post atual meu.
Desde já fico-lhe grata.
Uma semana de muita luz.
beijooo.
O autor joga com as palavras como um pintor surrealista faz um quadro. Este soneto pode ser aproveitado por um artista plástico.
ResponderEliminarNo fundo reflecte o insucesso de um amor, uma espera...