quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Poema em jazz - JOSÉ GIL




vou-me embora
para Angola

tenho o Tejo na mão
e espelhos no chão
do meu coração

vou-me embora
posso fazer-me barco
criar vela de lençol

será que sou anzol
e vivo sem rol
da minha própria
perdida/Que sorria?

sou deriva
quero amanhecer
quando me tecer
na tua voz de diva

e em Angola amada
ser terra beijada
no sangue derramada
a pele, que viva
da mãe, África
na fábrica

vou-me embora
vou na hora
te amo amada
sem desforra

in... Factura possível - JOSÉ GIL - Edium Editores

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