segunda-feira, 10 de março de 2025

Noite e dia - Madalena Santos

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De dia, os campos estão sedutoramente lindos,
No encanto dos raios solares, a natureza brilhar!
Embalados por um vento suave, e pelo sol tingidos,
Os frutos, ainda na beleza floral, a perfumar!

Quando a noite chega, o sol lá longe resguardado,
A lua no seu percurso do horizonte a surgir,
E as nuvens escondidas por detrás do céu estrelado,
Tudo numa harmonia que nos leva a refletir!

E neste sonho imagino a fada do sono encantado,
Cativante com a sua arpa lindamente a tocar
E o sol brilhando, para um novo dia, acordado.
A iluminar a vida, para um feliz recomeçar!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

Sonhos, Sonhos e Sonhos... - Jane Caneca

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Sonhos, sonhos que venham sombrear
De olhos abertos viajando
Olhos fechados sonhando
Navegando na imaginação
Na sua companhia em qualquer lugar
Cada qual com seu olhar.

Sonhos, sonhos e sonhos.
Viver sonhando com a natureza
Cantos dos pássaros
Lindo voou das borboletas
Céu, nuvens e estrelas que brilham.
Lua, sol e mar
Viver sonhando com a certeza da desventura
De longe ficar.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLETÂNEA - IN-FINITA

domingo, 9 de março de 2025

Sou imperfeição da vida - Isabel Bastos Nunes

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Sou louca
Nas minhas tempestades nocturnas
No meu sorriso
Nas minhas mãos
No fascínio antes da palavra
Quando o meu corpo se separa da poesia
Numa luta interior.

Deixo que os magos e gnomos da floresta
Invadam os meus sonhos
Violem o meu silêncio
E me deixem proscrita
No limiar de um poema.

Sou a inconsciência do nada ser
Sou a vida tatuada na alma
Sou o rosto das vozes silenciadas
Sou a imperfeição da vida
Sou restos de tudo
Porque não sei ser mais nada.

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sábado, 8 de março de 2025

A chuva - Juraci Cruz

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Ah, a chuva...
Cai de mansinho
Forma lago
Torna-se rio, depois cascata
Dribla as rochas
E segue, firme
Sem que nada detenha.
Correndo leva os entulhos
Limpa o caminho
E cumpre o chamado
De entrar no mar
Torna-se onda
Branqueia-se de espuma
Vira mundo d’água.

Assim são as pessoas
Que escolhem viver:
Mesmo quando frágeis,
Sabem a força que tem
Quando em adversidades
Tornam-se resilientes
Passam entre por entre frestas da vida
Na simplicidade, sabem o valor que têm
Tiram força do improvável
E viram mar
Mar de vida
Mar de cores
Mar de amores...

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Se eu morrer - Fátima Bravo

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Se um destes dias, eu morrer
À beira do teu carinho
Faz tudo para eu viver
Não me deixes noutro caminho

Eu sei que não ando a teu lado
De mão na mão a caminhar
Sei que não tens para mim olhado
Segredo, sinto, estou-te a amar

Se nós na vida nos cruzámos
Será que não há algum porquê?!
Nosso destino não marcámos
Mas, foste meu lindo sonho, crê.

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sexta-feira, 7 de março de 2025

Poeta Companheiro - Josessandro Andrade

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Ser poeta companheiro
É ser fiel a Poesia
Coerente com o que diz
Na leveza e harmonia
Provando suas palavras
Nas ações do dia a dia

Cantar a festa de estrelas
Na chuva dos pirilampos
Transbordar pelas praças
E derramar pelos campos
Florando fertilidade
Pelos vales mais escampos

Tratar com delicadeza
Do desvalido ao barão
Se por no lugar do outro
Em qualquer ocasião
Ser Poeta companheiro
É ser bem mais que um irmão

Ser poeta companheiro
É ser leal a sua musa
Solidário ao excluído
Se a elite dele abusa
Fazer do verso protesto
No palco um manifesto
Que ao opressor acusa

Ser Poeta companheiro
É na Luta com ardor
Armado da paz, um parceiro
Da Militância do amor

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

Obrigada - Ester Liñares

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Nem tu, nem eu
Nem tu, nem eu
Mas sempre, sempre tu
E obrigada por cada uma das vezes que me mandaste à merda
E obrigada pela vida que me deste aos poucochinhos
E obrigada pelas noites em que me deixaste sonhar contigo
E apesar de nunca o termos sido, juro que não vou deixar de ser,
contigo, este nós que queres separar (como se fosse possível, meu
querido crepecomcanela)
Amo-te
Feliz dia de S. Valentim,
E que seja doce, como tu

PS – E, claro, obrigada, muito obrigada, por teres deixado os CTT
fora da tua lista de impedimentos

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quinta-feira, 6 de março de 2025

Não me deixa te deixar - Josiclénio Sebastião

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Desvenda-me os olhos e faz-me enxergar-te mulher
Mostra-me que estou perdido
Por não enxergar que estou a te perder

Jubilosamente em sorriso
Diz-me dum jeito meigo
Que és o MILAGRE que preciso

E se possível
Mostra-me retratos do nosso passado risonho
Para despertar-me deste sonho medonho

Contudo
Se o teu amor por mim ainda paira no ar
Não me deixa te deixar

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 5 de março de 2025

Liber(tação)dadexigência - Jorge Gaspar

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“Em certas manhãs desrezo:
a vida humana é muito miserável.
Um pequeno desencaixe nos ossinhos
faz minha espinha doer.
Sinto necessidade de bradar a Deus.
Quando em certas manhãs desrezo
é por esquecimento,
só por desatenção.”
(Adélia Prado, O Poder da Oração)

BOTÃO OFF

Escrita carregada, caos nas palavras
Alfabeto em fogo, versos estagnados
Contabilização em feridas flutuantes

Fazem-se loucos imperativos
Ofício de cegueira bárbara
Carregada a banalidade do mal
Vida e morte consubstanciadas

Aberta a escola de lágrimas
Descoberta: ensinar a morrer
Misericórdia engolida no ar
Civilização: Secular é o tempo
...

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

Beco da troca em Currais Novos - Divani Medeiros

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Um comércio à céu aberto
Que troca e vende objetos
Sempre cheio de novidades
Para todas as idades

O Beco da troca, é sempre alegria
As pessoas chegam ao raiar do dia
Diversos produtos, trocados ou vendidos
Velhos ou novos recebem prestígio

Até animais tem para comercializar
O que necessitar, tem para ofertar
O negócio é no grito vem trocar ou comprar?
Isso contribue para o povo se aproximar

O acesso é livre às comunidades
De Currais Novos ou outras cidades
É uma diversidade de utensílios
Que se encontra para domicílio

O Beco da troca em Currais Novos
Tem tradição, história e resistência
Sobreviveu ao tempo e várias gerações
Preservar sua memória oral e escrita
Serve de legado, merece ser estudado

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terça-feira, 4 de março de 2025

Alentejo, ninguém mais te fará cair - Joaquina Raimundo

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Adoro-te meu lindo Alentejo amado,
Oiço a tua voz dorida, a cada momento,
Dos teus horizontes ecoa o brado,
Um misto de desabafo e sofrimento.

Dos teus grandes e rudes braços
Um querer emerge de suor e mágoas
E escondem as dores e as lágrimas.
Vontades que criam fortes abraços.

Na tua cara vermelha e dourada
Que o abrasador sol queima, fere e arde,
O suor quente abre caminhos e estradas.

Mas quando um dia te fizeres ouvir
Num grito forte que bem longe brade
Mais ninguém, Alentejo, te fará cair!

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Meu pai, o jatobá - Debora Pio

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Abraçavas o jatobazeiro e fechavas os olhos
Esboçando um leve sorriso
Um gesto de humilde meditação
Comunicação com a mãe
Sempre gostaste de tirar os sapatos
Sentir a terra, a água, a areia, o sol
Embalando os teus pés
Os teus pensamentos
Teus olhos verdes iam então para o horizonte infinito
Alisavas com as tuas mãos as rugas do tronco das árvores
Onde o mapa do tempo conta histórias.
Quando, juntos, por ali passávamos
Ali onde fica o jatobá ancestral
Levemente erguias o chapéu
E com voz emocionada e rouca, dizias:
- Ó, meu jatobá!
Davas-lhe, assim, um abraço
Aquele – de respeito pela Natureza.
Duma feita, deste-me uma grande semente
Caída daquele jatobazeiro.
Guardei-a.
Inocência
A peste levou-te
Hoje, temos a semente plantada na terra, junto contigo
Retorno telúrico
Destino de todos os viventes
Um dia
Comungarei convosco.

Pai, in memoriam.

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segunda-feira, 3 de março de 2025

Na luxúria de um poema (excerto) - Isabel Bastos Nunes

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Humedeces os meus olhos
Quando em silêncio me acordas
Deste meu sono quieto
E com uma ternura incomensurável
Brandamente me abraças.

Adoçada pelo calor do teu corpo.
Falamos sobre as horas esquecidas
Nas sombras incompletas deste quarto
Quando unes a tua carne com a minha
Antes que o sol se levante
Com aquela mansidão própria
De uma manhã tardia.

Sinto que me perco do mundo
E vou-me abrigar no espaço livre da tua alma
Onde me acolhes com uma felicidade nua
Onde as palavras e os beijos se misturam
Num olhar complacente
De um movimento cheio de ternura
Que no reino mágico das brumas
Me atrai o desejo de ser tua.
...

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

domingo, 2 de março de 2025

Orga(ni)smo - Gilsa da Rocha Magri

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O gostoso de ser feita
de poeira de estrela
é poder flutuar quando te vejo
juntando cada partícula
do meu corpo nada celestial
no infinito
para explodir novamente
por quantas vezes me tocar
enquanto lá no céu
da boca do estômago
pontas de gozo perfuram
paredes de minha alma
confusa de dor e prazer
rasgar o tempo
num voo rabisco
uivando com a força ancestral
de todos o seres
que habitaram esse mundo.

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Ah, se eu fosse Capitu... (excerto) - Cleusa Piovesan

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Se eu fosse Capitu...
Teria atraído o jovem Bentinho
A uma ilha longínqua e deserta
Desprendido da carolice da mãe
Dos cruéis ardis de José Dias
E ele me veria bela e inocente
Sem olhos de “cigana oblíqua”
Só o olharia dissimuladamente

Se eu fosse Capitu...
Eu teria “olhos de ressaca”
De passar as noites acordada
Enrolada numa rede com Bentinho
Aconchegada em seu abraço
Contaríamos estrelas ao luar
Com o mar murmurando desejos
Sem o olhar da inveja a nos mirar

Se eu fosse Capitu...
Eu cantaria como uma sereia
Faria amor com ele debaixo d'água
Falaríamos apenas com os olhos
Ele sucumbiria aos meus encantos
Enroscado em meus cabelos
Nossas bocas se procurando
Saciando todos os apelos

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sábado, 1 de março de 2025

Decrépita fechadura - Fernando Silva

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Decrépita fechadura que tanto te prende
Como grilhetas intransponíveis do Castelo
A grande vontade que em ti se expande
Na diáspora vertente de como protegê-lo

A noite chora lágrima sentidas de pranto
Ouvem sombras garridas da madrugada
O Monge protege a vida com seu manto
A Haia chora convulsa e desesperada

O Rei partiu para bem longe foi caçar
Levou consigo imprescindíveis aliados
O poeta dedicou a poesia ao verbo amar
Redigiu poemas para a realeza revigorados

Uma chave velha compunha esse mote
Dum conto de fadas deveras antiquíssimo
Trovador desenhava habilmente sua sorte
Desejando que a Rainha fosse no realismo

Ao encontro da mais subtil e dócil poesia
Escreveu na chave do cinto de castidade
Cortejou a Rainha com enorme mestria
Ofereceu-lhe a mais ditosa liberdade

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Promessa - Gilberto Lúcio

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Só posso prometer o sal de cada beijo
Das mãos em oferenda um doce toque
Na voz a te alcançar a minha prece
De flores e de rendas sobre o leito

Só posso prometer doar cada segredo
E dar de minha alma cada chave
Do riso ou no pranto que enternece
Fazer de cada adeus um até logo

Sedento de doçura, tomado pela febre
Colhida em palavras e momentos
Promessas de uma história que nos leve

Aos dias mais azuis, e nos minutos brancos
Mantenha a minha fé como uma pele
A incandescer as noites de teus sonhos

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Fui ver o mar...!! - Clara Borges Marques

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As ondas me ensinaram a caminhar ,como a minha alma me consola.
No silêncio e o cheiro da maresia, sinto todo o meu percurso.
Das escadas que fui subindo e descendo,
Trago letras que se unem, em palavras de perfeito cheiro a mar!
O meu corpo alimenta..se, da segurança que eu encontro, nos
meus sentimentos.
Sentimentos sublimes,
Coragem,
Resiliência,
Carinho,
Compreensão,
Humildade,
Encanto,
Liberdade,
Aceitar, o que não podemos mudar.
Amar a vida,
Entregar e espalhar poesia nos corações desprotegidos!
Sou Mulher, Mãe e Avó feliz!!
Gosto muito de mim.
Procurei e procuro sempre atingir os meus sonhos,
Sendo sempre humilde

Desistir Nunca

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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Degustação - Desafinador de Palavras

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Esta noite quente, clareada pelo luar de desejos
Fiz de ti o meu manjar dos deuses
Espalhei pelo teu corpo todos os toques e beijos
Que só de nós saem às vezes…
Degustei o teu corpo, subi pela tua vida
Perdemo-nos na degustação de pratos exóticos, e…
Para não acabarmos, fizemos viagens longas só de ida
Segredando ao ouvido comentários impróprios.
Parando a meio de cada viagem dos nossos sexos
Iguarias que não paravam de chegar à nossa mesa de lençóis brancos
Trazidos pelo desejo esfomeado da nossa carne
Fizemos travessuras como saltimbancos,
Num cardápio com o titulo kamasutra
Ânsias por nós apenas sonhadas em segredos íntimos
Beijei o teu sexo em pensamento
Mandei a minha alma para um tempo longínquo.
Beijo a tua vida e parto de mim para outro lugar
Não porque não te deseje, ou não te queira amar
Mas porque do meu coração tenho medo…
Ele não sabe desapegar e pode ficar preso em ti
Apenas por, em segredo…, te amar…

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Desaforados - Clara Boavista

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Desaforados e desaparecidos,
Fogem famintos, minguando,
E vão pela vida quase perdidos,
Fingindo ser desentendidos.

Com prantos nunca esquecidos,
Partem como névoa perecida,
Caminhando ao som de toc, toc…
Com gigantes passos de galope!

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLETÂNEA - IN-FINITA