sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

A menina dos olhos - Rita Pinheiro

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Salta, cambaleia
tropeça em devaneios
anseio de fêmea que aceita desafios.
Fio a fio de tear destinos é esperta!
a menina dos olhos
enxerga, verga e oprime
oprimida, vivida e liberta
a menina dos olhos é esperta!
Medusa, deusa, rainha?
ou simplesmente
a menina dos olhos...
quero contigo deita
passear nos teus
que ousado desejo.
Não confie na menina dos olhos
ela é espelho refletido
em raio de sol
cega, fisga que nem anzol
a isca é presa fácil e instiga
a menina, mulher
bruxa, cigana
criança, feto fecundo
concebido e abortado.
Sou a menina dos olhos
Você? fuja do meu raio
Se consegui!

EM - ECOS DO NORDESTE - COLETÂNEA - IN-FINITA

Música - Graça Pires

Convoco o rumor das teclas de um piano
em sonata de beethoven.
E ouço o grito intenso do silêncio
o vento enlouquecido
um inaudível lamento
uma luz no secreto rosto de deus.

É o coração seduzido
pela sublimidade da música.
Como se fora água pura
em diálogo com a terra fecundada.
Como se fora prece
a implorar o valimento da vida.

EM - O IMPROVISO DE VIVER - GRAÇA PIRES - POÉTICA EDIÇÕES

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Florescendo em Samadi - Renata Moreira da Silva

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Pés enraizados em solo fértil
Ouvidos em alerta e conectados aos sons
Boca entreaberta como um filtro
Olhos focados embora relaxados

Semblante leve transbordando suavidade
Vulva liberta de falsas crenças
Todas as sementes vibram aqui

Cada gota de suor, orvalho
Nos gestos, delicadeza de pétala
Cheiro de primavera em cada parte do corpo

O sol resplandecendo na pele e na mente
A chuva limpando velhos pensamentos
O vento levando cargas e dramas
Foco no amor para cada ser, em todos os mundos.
Nós somos um.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLETÂNEA - IN-FINITA

No voo das palavras(excerto) - Frassino Machado

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Todas as palavras se assemelham a pedras
Umas de corpo menor, outras de corpo maior;
Com elas se pode matar, ou pode fruir,
Com elas se pode chorar, cantar ou sorrir.

São pedras e todas elas, corpo de palavras
Que em liberdade saem das mãos do poeta;
São elas, só elas, que acabam com a guerra
Instalando p’lo tempo a poesia na terra.

Há pedras de corpo menor, corpo de versos,
E, como se fazem casas, fazem-se os livros;
Elas vêm de longe ou encontram-se imersas
Nos pontos de encontro, de paixão e promessas.

Há pedras de grande corpo, como montanhas,
Que fazem abrigos ou, quem sabe, janelas;
E revelam-se em si no condão doutras vidas,
Vidas alternas, mas sempre vidas sentidas.

Palavras de estâncias vivas ou estâncias mortas
Feitas quimeras, mas revestidas de esperança;
Incertos caminhos e sendas encruzilhadas,
Nos raios de luz que agitam as madrugadas.

Palavras lançadas no instinto do coração
Saltando as armadilhas que os corvos engendram;
Palavras fantasmas por entre nevoeiros
Nos gestos sonhados de poetas pioneiros.
...

EM - CORAÇÕES ANSIOSOS - FRASSINO MACHADO - IN-FINITA

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Bença mãe - Poeta Ramon Argolo

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No frio, os ninhos se esquentam.
Bocas, primeiro encontro com o alimento.
Passos, todos aqueles rateios para se aprumar o pé no chão
Choros, gritos, choros, gritos e mais choros.
Ninguém aturou, amando tanto, meu porre como o fez!
Na fala, muitos escrotos primeiro dizem: pai.
Agarro-me às lembranças dos tempos em que vivi
e até hoje não vi, em minha vida, ninguém igual!
Estresses, preocupações, privações, medos, coisa e tal.
A senhora é a dona do filme, diretora implacável!
Sua bênção, mãe!

EM - ECOS DO NORDESTE - COLETÂNEA - IN-FINITA

O prisioneiro - Mario Quintana

Os muros móveis de vento
Compõem minha casa-barco
Quem foi que me prendeu por dentro
          De uma gora dágua?
Tolice matar-se a gente
          Só por isso...
Nem mesmo Ele, o Grande Mágico,
Foge ao seu próprio feitiço!

EM - ANTOLOGIA POÉTICA - MARIO QUINTANA - ALFAGUARA
 

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Destino final - Paulo Alves de Oliveira

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Minha doce amada!
A tua inspiração de vida se vai.
Não terás mais esse sorriso
Não ouvirás a voz complacente
Nem o cheiro exalando pela casa.
Sentirás o coração aflito latente,
Triste, ferido, despedaçado,
Revelando a triste realidade.
Poesia sem valor, somente dor.
Com corpo inundado de tristeza.
Tua alma despetalada adusta,
Ardendo em brasa, ansiedade.
Um eterno vazio sem melodia
Restando o grito da saudade.
Viverás a amargura do véu
No palco da saudade
A poesia chorando pela ida,
Na cessação definitiva dessa vida.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLETÂNEA - IN-FINITA

Suave melodia - Cris Anvago

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Caminhava pela rua sem perceber,
que a música que ouvia fazia-me esquecer
os meus olhos sem brilho quando não te via.
O som do trompete era a doce melodia
que me envolvia num abraço quente,
fazia-me dançar na rua sem causa aparente.

O som amplificado pelo microfone, envolvia o meu corpo e as notas soltas
que entoavam na rua vestiam-me de esperança,
nem tudo é sonho ou lembrança, murmúrios de amor em vozes roucas.

O artista do trompete tocava e rodopiava, numa magia intensa, que abraçava
o coração de tanta gente que por ele passava.

O mundo é pequeno para tanto encanto,
as notas aveludadas vibravam, naquele instante
sentia que o mundo à minha volta mudava.
Não interessa qual o palco do artista, na rua ou num grande recinto,
o que sinto ao ouvi-lo é o que importa.
Senti-me extasiada quando cheguei à tua porta
e tu lá estavas, como sempre, para me afagares a alma.
Com a doce melodia envolvi o teu corpo,
senti que o nosso amor se expandia no Universo…

Todo o artista é um mágico que nos faz sentir bem, a sua obra é a sua vida,
a sua sensibilidade, o seu silêncio, a sua verdade. Não desaparece
de repente porque a sua arte pertence a toda a gente!

EM - A ARTE DE POETIZAR - COLETÂNEA (organização de António Alves, sobre telas de António Dias) - IN-FINITA

Alma cruel (excerto) - Lídia Palminha

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Porque és uma alma tão maldosa?
Porque tens asco nas tuas palavras?
Porque as tuas ações são tão repugnantes?

Que te importa a vida dos outros,
quando deverias observar a tua própria vida?
Que te importa atear fogo gratuito,
quando o teu telhado é de matéria quebradiça?
O que ganhas com esse teu ser insuportável
quando estás constantemente a cair?

Porque queres derrubar, em vez de construir?
Quando deixas esse rancor que te fere a alma?
Quando começas a perceber a tua infeliz existência?

Repara no teu coração contaminado,
e rega-o com amor;
repara nos teus olhos vermelhos,
e acalma-os com amorosidade;
repara o quanto a tua maldade,
apenas te destrói, só te destrói!

Somente a compaixão te erguerá,
somente o perdão iluminará o teu trilho,
somente a alegria te moverá para o bem supremo,
somente na paz, conseguirás atingir a felicidade!

Olha em teu redor: Qual a cor do Céu?
Observa o Céu: Vês as nuvens?
Escuta os sons: Ouves o chilrear dos pássaros?
Repara no horizonte: Vês as suas flores?
...

EM - VELEIRO DAS SETE CORES - LÍDIA PALMINHA - IN-FINITA

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Só vem - Martha Potiguar

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Vem...
Porque te vejo rio com saudades do mar,
inquietude querendo repouso,
estrada com vocação de destino.

Vem!
Porque a caminhada interior é mais longa
que a viagem feita em estrada de barro
em dia de sol a pique.

Vem, com tua alma de pés cansados
que serei alento para teu repouso.

Posso te oferecer chá e serei capaz de cantar pra te ver sorrir...
É que o riso descortina o caminho.

E no teu riso,
recordaremos fatos que por acaso te doeram o peito...
te ouvirei repetir e repetir...
e repetir...
sem me cansar.

Serei ouvinte...daquelas que tem um candeeiro na mão
em noites sem luar.

Só vem!

EM - ECOS DO NORDESTE - COLETÂNEA - IN-FINITA

Conversa de Cabeceira - Ivo Álvares Furtado

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Perante grande dificuldade,
deitado no leito
abri-Lhe o meu coração.
Estava tenso e sem sono,
tamanho problema tinha na mão.
Eis que de repente,
senti súbita alegria interior,
e transbordante comoção,
quando minha Mãe do Céu,
abriu-me a mente,
e deu-me uma orientação.
Eis assim, que de repente,
fiquei mais sereno,
resolvi o problema
e agradeci-Lhe,
prostrado em oração.

EM - A LÍNGUA PORTUGUESA QUE NOS UNE - IVO ÁLVARES FURTADO - IN-FINITA

domingo, 26 de janeiro de 2025

A lagoa - Marcos Peixe

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Era tudo deste tamanho!
Ia lá no fundo da Belina
Menino danado, arretada menina
Tudo com riso na orelha:
Até a lagoa tomar banho.

Final de tarde era fabuloso!
Piaba, areia no calção e risada
Brincar, gritar etaa, meninada!
Infância boa era lá:
Na lagoa da ladeira do raposo!

EM - ECOS DO NORDESTE - COLETÂNEA - IN-FINITA

Confinamento 9 - Joaquim Paulo Silva

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Os livros
são como o Cristal
iluminam a
noite neuronal
no mais
cerro dos luares.

EM - DIÁRIO DAS LEMBRANÇAS PERDIDAS - JOAQUIM PAULO SILVA- IN-FINITA

Fado das Horas (Duas crianças) - Fernando Silva

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Duas crianças brincavam
Á beira daquele rio
E seus pais caminhavam
Admirando o navio

De cada lado da linha
Olhavam aquele horizonte
E nenhuma delas tinha
Conhecimento do monte

Que ninguém sabe o destino
Nem conhece a razão
Na bolsa deste menino
Não há pedaços de pão

Choravam por não ter pão
Entre o frio e o calor
Viviam na gratidão
À procura desse amor

EM - O FADO MORA AQUI - FERNANDO SILVA - IN-FINITA

sábado, 25 de janeiro de 2025

O mar - Lúcia Maria Matos Silva Santos

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Apreciando o mar sinto uma sintonia tão grande
Com o Divino, que não consigo me aborrecer
Essa sintonia me faz acreditar
Que é preciso caminhar para a frente
Esquecer as carências, esquecer quem nos machucou
Esquecer o orgulho
Esquecer o rancor
Esquecer a mentira
Mas sintonizar na verdade
Esquecer a traição
Esquecer a ingratidão
Esquecer as porradas da vida
Esquecer a ferida no coração
Esquecer o choro preso
Quando queria chorar, mas não conseguia
Esquecer as angústias
Esquecer as mágoas do coração
Esquecer a solidão
E pensar na amorosidade
Esquecer a falsidade
Esquecer a maldade
E focar sempre nessa sintonia
Do mar com a simplicidade
O mar!
As ondas vão e vai, vão e vai...

EM - ECOS DO NORDESTE - COLETÂNEA - IN-FINITA

Exortação à Pátria: viva 2015! (excerto) - Frassino Machado

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Foi este o primeiro passo, a primeira lança,
Da velha Europa até à África nova
Ceuta tornou-se a reforçada esperança
De uma pátria que cresce e se renova.

Ó velho Portugal, quando é que acordas
Buscando o teu Graal e os claros sóis?
E num arroubo de alma, quando exortas
O lídimo palpitar dos teus heróis?

Nesse primeiro gesto da memória
Tens, Portugal, a tua primeira chama
Que fez de ti um país de louca História
Que agora, sim, agora te reclama…

A ânsia de um destino e de um carinho,
Mostrando claro que o teu povo chora,
Dá-te o sentido certo do caminho
Que faz da lendária “Ceuta” a tua hora.

Dois mil e quinze é o ano que acordou –
É o ano da esperança promissória
Daquela outra “Índia” que despertou
Para um novo país e nova glória.

Esquece logo as dores e as mazelas
P, lo muito mar que tens a percorrer
Não te fiques chorando pelas vielas
Que até o próprio Camões se pode erguer.

EM - CORAÇÕES ANSIOSOS - FRASSINO MACHADO - IN-FINITA

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Buliçosa - Lúcia Linhares

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Essa moça tem algo diferente;
Tem horas que nem sei o quê;
Mas, ela vive reaparecendo...
Às vezes uma calmaria,
Parece a santa Maria,
Mas tem dias, que é pura ousadia.
Ela é buliçosa!
Pega papéis, caneta e sonhos;
Aqueles guardados na gaveta;
E sai entregando ao vento...
Sei não, parece miragem;
Às vezes um encanto,
Quando tímida, fica de canto.
Mas tem horas...
Que a Maria vai embora;
Por se cansar de rotina;
O fato é que ela, é buliçosa;
E não se incomoda, de mudar a história.
Tem sangue na veia, parece sereia,
Mas é buliçosa!
Viaja entre as letras,
Na barriga tem borboletas,
Amor que se abre em flor;
E a graça de bulir interior.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLETÂNEA - IN-FINITA

Todos falavam disso - Graça Pires

Houve quem dissesse que voava
sobre a casa onde nasceu para ver o mar.

Causava estranheza o intenso brilho 
a demorar-se-lhe no olhar
no instante poente dos fins de tarde.

Todos falavam disso.

Nem uma palavra foi dita sobre o bando de aves
que sobrevoava a casa em voo brando
com cristais-de-rocha no esquisso das penas.

EM - O IMPROVISO DE VIVER - GRAÇA PIRES - POÉTICA EDIÇÕES

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Semente alada da barriguda - Luanda

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Caroço laranja amarelado
No meio do intenso azul
Semente alada da barriguda
Voando de norte ao sul

Voam, Voa,
Voa sertão adentro
Pensa que não, para
Pensa que não, dentro

No carecer do chão rachado
Faz morada, aposenta suas asas
Bebe a seiva donde não chove de graça
Faz a floresta reviver

Salve Xumas, Krenac, Charles, Mestres negos
Cecílias e outros guardiões da mata
Que cuidam da semente alada
Leve, leve para voar

Repare, se bater um vento, leva.
E assim nasce uma barriguda em outro lugar.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLETÂNEA - IN-FINITA

Árvore vitral - Inês Caeiro

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Não tinha placas.
Na penumbra das folhas
colhi os frutos.

Sonhei mais alto
do que a queda.

Olhei os pássaros
do horizonte

Afinal os sonhos caídos
eram anjos caídos
em viagem.
Enviei-lhes um beijo
de boa sorte.
(voa sorte)

Não podemos ir a algum lado
E a todo o lugar.
É preciso escolher
o lugar, ao sol.

EM - A ARTE DE POETIZAR - COLETÂNEA (organização de António Alves, sobre telas de António Dias) - IN-FINITA

Abençoado dia (visita Angelical) - Lídia Palminha

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Hoje recebi a luz mais elevada,
veio dizer-me que estou amparada
fez-me sentir a sua companhia,
disse-me estar comigo, noite e dia.

Hoje fui abençoada,
sentir que não há porta alguma fechada
fez-me perceber que há uma existência que sempre me irá acolher
disse-me que somente tenho que O receber.

Hoje recebi a maior prova de amor,
na luz que me rodeou em fogo, um suave calor
fez-me experimentar a verdadeira paz
disse-me que não há limites, que de tudo sou capaz.

Hoje fui louvada,
não porque fui escolhida, mas aprovada
fez-me sentir a elevação
disse-me que habita no meu coração.

EM - VELEIRO DAS SETE CORES - LÍDIA PALMINHA - IN-FINITA

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Chapada Diamantina - Lísias Azevedo

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Na vastidão da Chapada, vozes ressoam,
Onde o tempo gravou marcas que registram a dor.
Jagunços, Cangaceiros, sombras na serra,
Sertanistas desbravaram essa terra.

Nos vales sombrios, frias madrugadas,
Buscavam riquezas, jornadas traçadas.
Indígenas calados, chão profanado,
Sob pedras, seu grito foi silenciado.

Coronéis erguiam poder com terror,
Diamantes brilhavam, promessa e ardor.
Garimpeiros seguiam trilhas fatais,
Mas o ouro cobrava seus altos finais.

Escravos curvados, fardo sem fim,
Nas fazendas sofriam em um destino ruim.
A Chapada, testemunha de tanta agonia,
Guardou as memórias da dor e euforia.

Hoje, nas trilhas, o vento é brando,
A natureza floresce, e o presente é amparo.
Chapada, teu passado persiste no chão,
Mas o futuro renasce em nova canção.

Montanhas e vales, tua história assim:
Força e beleza, encanto sem fim.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLETÂNEA - IN-FINITA

Rumo da Vida - Ivo Álvares Furtado

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A vida segue o seu rumo,
imparável e implacável,
na despedida;
segue depressa
e atrevida,
despida de preconceitos,
altiva.

É preciso saber ler
as “pontas soltas”,
quais sinais de orientação,
do caminho certo
que queremos
para a nossa vida…;
e seguir em frente,
com o nosso projeto,
de vida!

EM - A LÍNGUA PORTUGUESA QUE NOS UNE - IVO ÁLVARES FURTADO - IN-FINITA

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Gratidão em cada estação (excerto) - Juraci Cruz

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Minha vida não foi sempre sol
Quantas tempestades já me ameaçaram
Quantos outonos, com as folhas caindo
Aprendi com cada estação.

Se está tudo florido, sinto o perfume, ofereço um buquê
Na chuva, me banho, sinto cada gota, danço
Quando as folhas caem, faço um tapete.
Aproveito o filete de sol na fresta da vida,
Faço uma tocha, ilumino a vereda estreita e sigo
Sei que logo ali, a luz será plena
Depois da curva, o sol vai brilhar inteiro

Trilhei penhascos, corri riscos
Sobre o meu rosto suportei chuviscos
Meus pés, descalços superaram percalços
Foram machucados no aprendizado
Foram sarados a cada mão que se estendeu
...

EM - ECOS DO NORDESTE - COLETÂNEA - IN-FINITA