LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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É poder dizer hoje, tudo aquilo que ontem, deveria, mas que não podia ser dito
É ter muito mais que apenas possuir a vontade, a de ser expedito
É ter nos pulsos o sangue corrente, férvido e ardente
É sentir em muito, o reflexo do próprio sorriso, num outro qualquer olhar congruente
É ainda o atrevimento de dizer adeus aos braços mortos, mesmo
a sangrar
É o começar uma vida nova, em tudo diferente, expectante,
porém a confiar
É ter no rosto em catarse, a destemida coragem, a de olhar
a outra gente, sem cautelas, sem receios, íntegro e de frente
É não ter os olhos a navegar às cegas, e o grito livre presente
É esperar por tudo, no cais das memórias, uma outra
madrugada, com cravos na mão e outros tantos no coração
É o fim anunciado de um destino displicente e só
É o caminhar com firmeza e sem vergonha, já sentindo o Sol
penoso a castigar o corpo, como um peso morto
Assim sem vacilar, sem descrédito e sem dó
É não mais renunciar aos sonhos, como um inocente de gestos
lacônicos e sem própria causa
É ignorar a censura e não advertir quem olha para cima,
imbuído, respeitando; como um princípio irreversível;
o seu próprio estado de alma, numa qualquer plausível
e conveniente pausa
Que a nossa alma, jamais fique à mercê das ações,
bem como das palavras que nos beijam... NUNCA MAIS!...
EM - LIBERDADE - COLETÂNEA - IN-FINITA
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