segunda-feira, 22 de maio de 2023

Um olhar - ANTÓNIO CAPELLA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Invento passadas e passeio nas correntes com asas cortadas.
Serei doido, mas nunca anjo.
Cicio o tédio com que me enforco e arregalo os olhos para
os palhaços que entre douradas espigas dormem.
Não são vocês, sou eu que vos deixo entre pragas e animais
nocivos, que vos aprisionam e que comem os tutanos a quem
teima em ser homem.
Deito-me nas mantas de farrapos que teci com o estrelar
da nostalgia, mesmo assim nunca terei sangue domado.
Tenho tardes que me besunto com mel nas urzes da sombra
e que me carrego com ais nas cimitarras afiadas.
Um dia fiz-te rainha da minha barcaça e entrei no teu redondo
olhar, como penetra num tempo de fotografia “a lá minute”
a se revelar.
Recoleto infâncias de animais canibais empanturrantes de gentes
deste país arreatados numa RESILIÊNCIA que tão bem estava
emalada e fechada.
Matuto nas chagas que não tapo e tremo de cio aberto no topar
o cheiro de curvatura apertada.

EM - PALAVRAS ESCRITAS, PALAVRAS PINTADAS - ANTÓNIO CAPELLA - IN-FINITA

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