LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
“Senhora dona da casa, abre a porta e ascende a luz...”
Era um coro de louvor, lá nas ruas do sertão.
Um apelo de precisão do fundo do coração
Uma vela e uma lamparina, e uma esmola em nome de Jesus.
Um menino no braço, e outro na barriga a quem conduz.
E a procissão seguiu em frente como ronco de trovão
De madrugada adentro ao rumo da fumaça do fogão
Da nordestina que cozinhava para o exu sem luz
Era assim todos os anos, eles vinham simplesmente,
Traziam um apelo, um pedido de socorro, e a fé era a virtude,
Um desejo de alcançarem algo que fosse para sempre e permanente.
E de tanto cantar assim, casa por casa e rua por rua, amiúde.
Trazia na voz cansada e no corpo esquálido esse repente
Era uma forma clássica de pedir, por isso abrir a porta assim que pude.
EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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